Cuidando da APLV com mais Sabor
Como oferecer as fórmulas infantis para as crianças O aleitamento materno deverá ser mantido após o diagnóstico da alergia à proteína do leite de vaca (APLV), porém as mães deverão seguir a dieta isenta de alimentos que possuem as proteínas do leite. A indicação de fórmula especializada para APLV se faz necessária quando a criança já foi desmamada ou quando a amamentação não foi realmente possível. As fórmulas à base de aminoácidos são nutricionalmente completas e desenhadas de acordo com as necessidades dos lactentes e crianças. Por essa razão, não requerem a adição de nenhum outro alimento para aumentar seu valor nutricional. O ideal é oferecer a fórmula pura, sem adição de outros ingredientes, a fim de não alterar sua osmolaridade e adequação nutricional. A fonte proteica à base de aminoácidos livres confere às fórmulas um sabor e cheiro característicos, o que é completamente normal. Mas os adultos normalmente apresentam resistência em fornecer as fórmulas às crianças por esse motivo. Por essa razão, os pais e cuidadores não devem definir as preferências alimentares da criança pelas suas. Crianças maiores já consomem mais alimentos, já conhecem outros sabores e suas papilas gustativas já estão mais desenvolvidas. Portanto, são mais seletivas a sabores e podem não aceitar bem as fórmulas. Nesses casos algumas informações poderão favorecer sua aceitação. Os lactentes não possuem o paladar aguçado e normalmente aceitam muito bem as fórmulas.
Nem sempre a resistência é ao sabor Q ueixa de uma mãe: Já tentei oferecer a fórmula de todas as formas e mesmo assim meu bebê não aceita. Não sei mais o que fazer. Quando chega a hora de oferecer a fórmula eu já fico tensa. Nem sempre a resistência é ao sabor. Crianças amamentadas geralmente possuem uma dificuldade maior em aceitar as fórmulas como complemento, pois elas temem perder o seio materno. Nesses casos, se realmente for necessário complementar, a mãe pode pedir para outra pessoa oferecer a fórmula quando ela não estiver por perto. Outra opção é oferecer a fórmula com sonda de relactação junto ao seio. Dessa forma a criança irá mamar a fórmula no seio da mãe. Mas, nesse caso é preciso que a mãe faça a dieta, pois mesmo que sua produção de leite seja muito pequena a criança poderá ingerir leite materno concomitantemente. Outro fator que dificulta a aceitação da fórmula é o estresse. Muitas vezes esse momento se torna tão tenso que a criança sente e começa a chorar. Portanto, apesar de difícil, é preciso que a mãe esteja calma e serena mesmo para oferecer a fórmula. Simular o momento da amamentação é importante, ou seja, sentar em um local calmo, tranquilo, apenas com a criança e sem barulhos externos para oferecer a fórmula. Uma música instrumental calma e em volume baixo pode ajudar. Mas, se mesmo com todos esses cuidados a criança continuar apresentando muita irritabilidade é preciso suspeitar de reação caso ela esteja recebendo fórmula de soja ou à base de proteína extensamente hidrolisada. Informações para fornecer a fórmula de forma mais tranquila: Sentar em um local calmo e tranquilo para que o momento da mamada não seja tenso para a criança com APLV. Pedir para outra pessoa oferecer a fórmula pode ajudar na aceitação. É preciso ficar calma e serena durante a amamentação!!
Como o sabor pode melhorar a aceitação das fórmulas por crianças com APLV, de acordo com a idade s e t n e t c La Adicione 1 ou 2 gotas de essência de baunilha sem traços de leite. Aqueça a água com a essência, pois o aquecimento favorece que o álcool da essência volatize e não seja mais prejudicial à criança. C rianças não amamentadas menores de 4-6 meses não devem receber nenhum outro alimento além das fórmulas. Mesmo a maltodextrina, considerada açúcar de bebê, não deve ser adicionada, pois ela já está presente nas fórmulas na quantidade recomendada para essa idade. O acréscimo de açúcares pode aumentar a osmolaridade da fórmula e causar desconforto, cólicas ou até diarreia na criança, além de aumentar a oferta de carboidrato. Portanto, a única opção nessa idade são as essências ou aromas naturais.
A alimentação complementar deve ser iniciada aos 6 meses. Quando as crianças não são amamentadas e recebem fórmula, alguns profissionais optam pela introdução de alimentos aos 4 meses. Portanto, a partir dessa idade é possível oferecer a fórmula com frutas ou outros alimentos que a criança já consuma. O ideal é não engrossar a fórmula com cereais e farinhas para oferecer às crianças. Apesar de ser um hábito da maioria dos pais, ao engrossar a fórmula é ofertada uma quantidade maior de calorias do que o necessário, podendo contribuir para o ganho de peso excessivo. Porém, crianças com doença do refluxo gastroesofágico ou dificuldade de engolir podem tolerar melhor a fórmula engrossada. Até 1 ano de idade a criança não deve receber açúcares, doces e muito sal. Essa é fase em que o paladar da criança é desenvolvido, por isso ele é pouco aguçado a fim de facilitar a inclusão de alimentos com sabores menos acentuados na dieta. Bata a fórmula com as frutas (ex: banana, maçã, goiaba, manga), ou legumes (ex: cenoura, beterraba) que a criança já consome e gosta. Mingau: engrosse a água com amido de milho, aveia ou farinha de arroz. Depois de pronto, retire do fogo. Dilua a quantidade necessária do pó da fórmula em um pouco de água e misture à água espessada. Acrescente 1 gota de essência de baunilha ou polvilhe canela. Utilize a fórmula em preparações que a criança já coma: dilua o pó em um pouco de água filtrada ou fervida e misture em preparações depois de prontas (ex: purês de legumes ou de frutas, caldo de feijão, sopas)
art ir p a s a ç C rian de 1 ano A lém das informações anteriores, a partir de 1 ano é possível acrescentar às fórmulas alimentos mais doces, com moderação. Exemplos: 1 colher de chá ou de sobremesa de chocolate em pó, ou achocolatado em pó ou líquido sem leite; 1 colher de café de groselha; 50 ml suco concentrado (ex: uva, maracujá, etc.); 50 ml de leite de coco. C rianças que são habituadas a consumir alimentos salgados e doces possuem mais resistência em aceitar frutas, verduras e legumes. Por essa razão, o açúcar, chocolate em pó, chocolate líquido, groselha, etc. só deverão ser usados por crianças maiores de um ano e com moderação. A oferta de alimentos ricos em carboidratos refinados (ex: farinhas e engrossantes), açúcares e sal em demasia na infância podem predispor obesidade, diabetes do tipo 2 e hipertensão arterial na adolescência e idade adulta.
Outras informações: Ofereça a fórmula em recipiente diferente dos habituais (ex.: copo com bico, se permitido pelo médico ou nutricionista) é uma alternativa bem favorável. Isso porque ao oferecê-la em um recipiente com o qual a criança estava habituada a ingerir sucos ou leite, ela terá a expectativa de sentir o gosto desses alimentos. A utilização de copos com tampa e canudo ou squizze são ótimas opções para oferecer a fórmula a crianças maiores.
Material DESENVOLVIDO POR: AGOSTO 2014 NUTRICIONISTA RENATA PINOTTI CRN-10.886 Especialista em Nutrição Hospitalar pelo ICHCFMUSP. Mestre em Nutrição Humana Aplicada pelo PRONUT-USP. Nutricionista responsável pelo site www.alergiaaoleitedevaca.com.br. O Ministério da Saúde Informa: após os 6 (seis) meses de idade, continue amamentando seu filho e ofereça novos alimentos. As gestantes e nutrizes precisam ser informadas que o leite materno é o melhor alimento para o lactente. As gestantes e nutrizes também precisam ser orientadas sobre a importância de ingerirem uma dieta equilibrada com todos os nutrientes e da importância do aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais. As mães devem ser alertadas que o uso de mamadeiras, de bico e de chupetas pode dificultar o aleitamento materno, particularmente quando se deseja manter ou retornar à amamentação. As mães devem estar cientes da importância dos cuidados de higiene e do modo correto do preparo dos substitutos do leite materno na saúde do bebê. Cabe ao especialista esclarecer previamente às mães quanto ao custo, risco e impactos sociais desta substituição para o bebê. Este produto só deve ser recomendado quando o aleitamento materno não for possível e deve ser utilizado sob prescrição de médico ou nutricionista.