XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la Ciencia del Suelo EDUCAR para PRESERVAR el suelo y conservar la vida en La Tierra Cusco Perú, del 9 al 15 de Noviembre del 2014 Centro de Convenciones de la Municipalidad del Cusco BIOESTIMULANTE DE ALGA MARINHA NO CRESCIMENTO INICIAL DE (Brassica oleracea L.) Silva, C. P.¹*; Garcia, K. G. V. 1 ; Almeida, J. P. N. 2 ; Nascimento, C. D. V. 1 ; Martins, D. C. 1 ¹ Universidade Federal do Ceará; 2 Universidade Federal Rural do Semi-Árido * Contato do autor: E-mail: cillaspollicarto@hotmail.com Rua Armando de Oliveira 200 Parquelândia, Ceará, Brasil; 84-99711617 RESUMO A couve folha (Brassica oleracea L.) é uma hortaliça arbustiva anual ou bienal, cujo consumo no Brasil tem aumentado gradativamente, tem importância na nutrição humana, sendo muito produzida nas localidades do centro-sul do Brasil. É uma planta de temperaturas amenas, com melhor desenvolvimento no outono e inverno, porém, apresenta boa adaptação a climas variados. O objetivo deste trabalho foi testar a eficiência do uso do bioestimulante A. nodosum no desenvolvimento inicial de mudas de couve. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados com quatro tratamentos, constituídos das doses (0,0; 2,0; 4,0 e 6,0 ml L -1 do bioestimulante (Ascophyllum nodosum) e cinco repetições, sendo cada parcela com dez plantas úteis. As sementes utilizadas foram da Couve-Manteiga da Geórgia da marca Topseed. As mudas foram plantadas em sacos de polietileno preto com capacidade para 1 litro de volume, sendo o substrato composto por terra de barranco (75%) e esterco bovino curtido (25%). Aos 23 dias após a semeadura, foram feitas as avaliações: número de folhas (unidade de planta -1 ); massa seca da parte aérea (g planta -1 ); massa seca do sistema radicular (g planta -1 ); O melhor desenvolvimento inicial das mudas de couve foi observado com a aplicação de 3,80 ml L -1 do bioestimulante A. nodosum (Acadian ). PALAVRAS-CHAVES Brassica oleracea L.; alga; bioestimulante INTRODUÇÃO A couve folha (Brassica oleracea L.) pertence à família das Brassicaceae, desta família é a espécie que mais se assemelha ao ancestral à couve silvestre, não forma cabeça e suas folhas apresentam limbo bem desenvolvido, arredondado, com pecíolo longo e nervuras bem destacadas (FILGUEIRA, 2003). No Brasil, é cultivado o ano todo, raramente produz pendão floral, apresenta certa tolerância ao calor, permanecendo produtiva durante vários meses (BEZERRA et al., 2005).
A couve folha é uma hortaliça muita rica em nutrientes, especialmente cálcio, ferro, vitaminas A, C, K e B5. Essa hortaliça é considerada boa fonte de carotenoides apresentando, entre as hortaliças, maiores concentrações de luteína e beta caroteno, reduzindo riscos de câncer no pulmão e de doenças oftalmológicas crônicas como cataratas (LEFSRUD, 2007). Em virtude da obtenção de plantas mais saudáveis e resistentes para uma melhor comercialização, produtos de A. nodosum, vêm sendo comercializados em diferentes países como enraizadores, bioestimulantes e, ou, bioprotetores de plantas contra doenças (TALAMINI, 2004). O bioestimulante é uma fonte natural de citocininas, classe de hormônios vegetais que promovem a divisão celular e retardam a senescência (IGNA, 2010). No Brasil, o uso do bioestimulante A. nodosum nas culturas comerciais em geral, encontra-se em plena expansão necessitando de informações mais precisas em relação ao seu uso adequado, portanto, o objetivo deste trabalho foi testar a eficiência do uso do bioestimulante A. nodosum no desenvolvimento inicial de mudas de couve. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi conduzido no mês de setembro de 2010 no viveiro de produção de mudas (50% de interceptação de entrada de luz) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA, Mossoró, RN. O delineamento experimental adotado foi o deblocos casualizados completos com quatro doses do bioestimulante Ascophyllum nodosum (0; 2; 4; 6 ml L -1 da solução) e cinco repetições, sendo cada parcela constituída por dez plantas. As sementes utilizadas foram da Couve-Manteiga da Geórgia da marca Topseed. As mudas foram conduzidas em sacos de polietileno preto com capacidade para 1 litro de volume, sendo o substrato composto por terra de barranco (75%) e esterco bovino curtido (25%). Foram realizadas três aplicações, no intervalo de tempo de 6 dias. Aos 23 dias após a semeadura, foram feitas as avaliações: número de folhas (unidade de planta- 1); massa seca da parte aérea (g planta -1 ); massa seca do sistema radicular (g planta -1 ). Os dados foram submetidos a análise de variância e posteriormente as variáveis com efeito significativo foram ajustadas a um modelo de regressão (GOMES, 2000), com significância mínima de 5% pelo teste t, para os parâmetros da equação; as análises foram realizadas pelo programa computacional Sistema para Análise de Variância SISVAR (FERREIRA, 2003). RESULTADO E DISCUSSÃO A utilização de dosagens do bioestimulante (A. nodosum) promoveu um efeito significativo (p<0,05), pelo teste F, para o número de folhas, massa seca da parte aérea; entretanto para a
variável massa seca do sistema radicular não apresentou variação da média com o aumento da quantidade aplicada do bioestimulante. Tabela 1 - Resumo da análise de variância para desenvolvimento de mudas de Brassica oleracea L. em função das doses do bioestimulante (A. nodosum). Mossoró RN, 2011. FV GL Quadrado Médio NF MSPA MSSR Doses 3 0,41* 0,017* 0,0004ns Resíduo 12 0,10 0,005 0,0004 C.V. (%) - 5,34 21,17 29,62 Média - 6,06 0,33 0,07 NF: número de folhas (unidade planta -1 ); MSPA: massa seca da parte aérea (g planta -1 ); MSSR: massa seca do sistema 6,6 6,4 6,2 NF (unidade muda -1 ) 6 5,8 5,6 5,4 Y = 5,7357** + 0,1085**x r² = 0,96* 5,2 0 2 4 6 Alga (ml l -1 ) radicular (g planta -1 ). ** - Efeito significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade; * - Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; ns - Efeito não significativo pelo teste F. O aumento das dosagens do bioestimulante A. nodosum proporcionou um incremento de comportamento linear crescente para o número de folhas em plantas de Brassica oleracea L., onde a aplicação de 6,00 ml L -1 proporcionou um valor estimado de 6,39 folhas planta -1, (Figura 1). Esse resultado corrobora com Moreira et al. (2007) na qual o uso do bioestimulantes a base de algas A. nodosum, teve resultados positivos quanto ao número de folhas de alface. Este efeito do aumento do número de folhas provavelmente pode ser atribuído as citocininas presentes no produto que influenciam o movimento de nutrientes para as folhas a partir de outras partes da planta, dessa forma podendo aumentar o número das mesmas assim como também promover o desenvolvimento de cloroplastos aumentando a fotossíntese e consequentemente à síntese de energia, desta forma a planta cresce mais rápido (TAIZ; ZEIGER, 2002). Figura 1 Número de folhas (NF) de mudas de Brassica oleracea L. em função das doses do bioestimulante A. nodosum. Mossoró RN, 2011. Observou-se um aumento da massa seca da parte aérea com o aumento das dosagens do bioestimulante, onde aplicação de 2,98 ml l -1 promoveu o maior valor desta variável (0,38 g planta - 1 ); também é observado uma redução desta com o aumento das dosagens do extrato (Figura 2).
0,45 0,40 0,35 MSPA (g planta -1 ) 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 Y = 0,2822** + 0,068*x - 0,0114*x² r² = 0,80* 0,05 0,00 0 2 4 6 Alga (ml l -1 ) Figura 2 Massa seca da parte aérea (MSPA) de mudas de Brassica oleracea L. em função das doses do bioestimulante A. nodosum. Mossoró RN, 2011. Moreira et al. (2006) trabalhando com aplicações desse bioestimulante em alface encontraram resultados semelhantes a este. Entretanto, o resultado encontrado no presente estudo difere do encontrado por Oliveira et al., (2011), para a massa seca da parte aérea quando trabalhou com uso do bioestimulante a base de algas (Ascophyllum nodosum) na produção de mudas de maracujazeiro-amarelo. De acordo com Vieira (2001), os bioestimulantes podem incrementar o crescimento e o desenvolvimento vegetal, estimulando a divisão celular e também a diferenciação e o alongamento celular, esses efeitos dependem da concentração, da natureza e da proporção das substâncias presentes nos produtos, como por exemplo o ácido L-glutâmico que pode proporcionar maior divisão e alongamento celulares, o que pode explicar o aumento da MSPA em mudas de Brassica oleracea L. com a utilização do produto. CONCLUSÃO A aplicação do bioestimulante a base de alga marinha Ascophyllum nodosum promoveu um maior crescimento inicial de mudas de Brassica oleracea L. REFERENCIAS Bezerra, a. P. L.; vieira, a. V.; vasconcelos, a. A.; andrade, a. P. S.; innecco, r.; mattos, s. H. 2005. Desempenho de plântulas de couve (brassica oleracea var. Acephala) tratadas com cera de carnaúba hidrolisada. Horticultura brasileira, v. 23. P. 395, (suplemento). Ferreira, d. F. 2003. Sisvar. Versão 4.3. Lavras: ufla, Software. Filgueira, f. A. R. 2003. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2. Ed. Viçosa: ufv, P. 274-294. Igna, R. D.; marchioro, v. S. 2010. Manejo de (ascophyllum nodosum) na cultura do trigo. Revista cultivando o saber. [online], v. 3, n. 1, p. 64-71. Lefsrud m; kopsell d; wenzel a; sheehan j. 2007. Chances in kale (brassica oleracea l. Var. Acephala) carotenoid and chlorophyll pigment concentrations during leaf ontogeny. Scientia horticulturae 112: 136-141. Moreira, g. C.; haber, l. L.; tonin, f. B.; goto, r.; valente, m. C. 2006. Diferentes épocas de aplicação da alga marinha ascophyllum nodosum no desenvolvimento da alface. In: congresso brasileiro de olericultura, 46., goiânia, go, Resumos. Goiânia, go: associação brasileira de horticultura, P. 273. Moreira, g. C; haber. L.l; tonin. F.b; goto. R; valente. 2007. M.c; unesp-fca, diferentes aplicações da alga ascophyllum nodosum desenvolvimento da alface. Horticultura brasileira. Acesso 26/08/2014.
Oliveira, l. A. A.; goés, g. B. De; melo, i. G. C. E; costa, m. E. Da; silva, r. M. Da. 2011.Uso do extrato de algas (ascophyllum nodosum) na produção de mudas de maracujazeiro-amarelo. Revista verde de agroecologia e desenvolvimento sustentável. [online], v. 6, n. 2, p. 01-04. Taiz, l.; zeiger, e. 2002. Plant physiology. 3.ed. Sunderland: sinauer associates. P.423-460. Talamini, v.; stadnik, m. J. Extratos vegetais e de algas no controle de doenças de plantas. In: stadnik, m.j.; talamini, v. Manejo ecológico de doenças de plantas. Florianópolis: universidade federal de santa catarina, 2004. Cap. 3, p.45-62. Vieira, e. L. 2001. Ação de bioestimulante na germinação de sementes, vigor das plântulas, crescimento radicular e produtividade de soja, feijoeiro e arroz. 122 p. Teses (doutorado em fitotecnia). Escola superior de agricultura luiz de queiroz, universidade de são paulo. Piracicaba.