Prof. Francisco C. E. Mariotti

Documentos relacionados
Gilmar Ferreira Maio de 2010

FUNDAMENTOS DE MACROECONOMIA. Prof. Eliezer Lopes DÉFICIT PÚBLICO E DÍVIDA PÚBLICA

As despesas primárias fora de controle

II Semana Contábil e Fiscal de Estados e Municípios Estatísticas de Finanças Públicas Tesouro Nacional

Jatobá GOVERNO MUNICIPAL. Construindo com você RELATÓRIO DO CONTROLE INTERNO

ALINHAMENTO TÉCNICO E PEDAGÓGICO EM DEMONSTRATIVOS FISCAIS

Afinal o que é a DRU?

ANEXO DE METAS FISCAIS LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS DEMONSTRATIVO DAS METAS ANUAIS (Artigo 4º da Lei Complementar nº 101/2000)

Prof. Eliezer Lopes UNIDADE II - PARTE I CONTAS NACIONAIS

Economia e Negócios Internacionais MACROECONOMIA

Banco Central anuncia novo status da dívida externa brasileira

O que não é dito sobre os indicadores fiscais (tradicionais) de 2005

A CONTRIBUIÇÃO DO TCU PARA A GOVERNANÇA E 0 DESENVOLVIMENTO

Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público - DCASP

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

SUPERÁVIT PRIMÁRIO E GASTOS EM EDUCAÇÃO

Federalismo e Descentralização

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, certas aflições por que passa a população brasileira são totalmente desnecessárias e

Fluxo Circular da Renda. Fluxo Circular da Renda. Aula 1: Agregados Macroeconômicos

DIRETORIA DE PESQUISAS - DPE COORDENAÇÃO DE CONTAS NACIONAIS CONAC. Sistema de Contas Nacionais - Brasil Referência Nota Metodológica nº 24

A aritmética do ajuste fiscal e o crescimento econômico no Brasil

Seguridade Social na Conjuntura Atual

CONTROLE DE GASTOS PÚBLICOS RESULTA EM MENOR TAXA DE JUROS

Análise Macroeconômica Brasileira

Noções de Economia Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata

PREVIDÊNCIA SOCIAL E(M) CRISE: uma análise jurídica das inter-relações entre a crise econômica e os regimes de previdência social

Fluxo Circular da Renda. Fluxo Circular da Renda. Aula 2: Agregados Macroeconômicos

ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS NAS CAPITAIS BRASILEIRAS

Considerações sobre a Lei da Partilha. Adriano Pires Junho de 2015

2. Ótimo de Pareto e Falhas de Mercado

ANO 4 NÚMERO 40 AGOSTO DE 2015 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO

OS FUNDAMENTOS DA ECONOMIA NO BRASIL

USO DO CRÉDITO NAS COMPRAS DE AUTOMÓVEIS E ELETRODOMÉSTICOS

Indicadores Fiscais Atualizado em outubro de 2006, com dados até junho de 2006

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE VISEU CURSO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO ECONOMIA II Exercícios - nº /01

DÍVIDA LÍQUIDA DO SETOR PÚBLICO DECRESCENTE SIGNIFICA POLÍTICA FISCAL SOB CONTROLE?

Salário mínimo, indexação e impactos na Seguridade brasileira

Linha do Tempo. Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica

O Plano Plurianual do governo Lula ( )

A IMPORTÂNCIA DA INSTITUIÇÃO DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RPPS NOS MUNICÍPIOS

Rodrigo Leandro de Moura Gabriel Leal de Barros

'LUHWRULDGH3ROtWLFD(FRQ{PLFD Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores

Projeto de Lei Orçamentária Anual 2015

A importância e os desafios do município no federalismo brasileiro

Radiografia da Educação Infantil, RS, Três Coroas

CAPITULO 11. A intervenção do Estado na Economia. Funções e organização do estado A intervenção do estado na economia

Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE CONTAS RELATÓRIO

Pesquisa de Avaliação dos Serviços Públicos de Florianópolis

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Cód. 06/A. Constitui-se num instrumento de redução do efeito multiplicador dos meios de pagamentos:

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social CAPACITAÇÃO CONSELHEIROS MUNICIPAIS.

Planejamento integrado como ferramenta para a eficácia da gestão pública

BOLETIM ECONOMIA & TECNOLOGIA Informativo do Mês de Abril de 2011

Perguntas e respostas sobre a instituição do Regime de Previdência Complementar para os servidores públicos da União

Planejamento Governamental (PPA, LDO, LOA) Orçamento de 2014 ECA e Lei /12 (Conselhos Tutelares) Prestação de Contas Anual

CAPITULO 6. Rendimentos e repartição dos rendimentos

PERSISTÊNCIA DO PODER POLÍTICO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: O CASO DA TRANSIÇÃO DE REGIME NO BRASIL

Investimentos, Endividamento Público e Crescimento Econômico

EXERCÍCIOS - ORÇAMENTO/PPA/LOA/LDO FABIO LUCIO EXERCÍCIOS

CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCÍCIOS APO SEPLAG/RJ. Aula 2

Resumo da Lei nº8080

Educação e Escolaridade

Ministério das Finanças

Administração AULA- 8. Macro Economia - Políticas. Prof. Isnard Martins. Bibliografia:

Cobertura de Seguridade Social

O Setor de Saúde na Perspectiva Macroeconômica.

LEIS DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS. Metas e Projeções Fiscais para Governo Central ( art. 4º, 1º da Lei Complementar nº 101, de 2000)

Tratado de Itaipu e a Ameaça aos Consumidores e Contribuintes Brasileiros

O comércio varejista no período de

ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS Receita Federal 2009

alocação de custo têm que ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias, etc.

Economia do Setor Público Teoria e Exercícios

GESTÃO DE RESÍDUOS NO BRASIL: UMA VISÃO GERAL. Agosto/2007

Acesso e permanência:

SELIC é o Sistema Especial de

LFG MAPS. Conceitos fundamentais 6 questões

ORÇAMENTO 2016 QUADRO COMPARATIVO ENTRE A LEI Nº /15 E O PROJETO Nº 400/15

QUANDO A VIDA. DOS BRASILEIROS MUDA, O BRASIL MUDA TAMBÉM. Saiba como participar dessa mudança. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME

Ministério da Fazenda. Rio de Janeiro, novembro de 2007

C,T&I e a Defesa Nacional: a Visão da Indústria

Constituição Federal para Concursos (CF) 6a ed.: Rev., amp. e atualizada (2015)

Geografia População (Parte 2)

RECEITA FEDERAL DO BRASIL COORDENAÇÃO-GERAL DE TRIBUTAÇÃO (COSIT)

CENTRO DE ESTUDOS E ANÁLISES ECONÔMCIAS DA FUCAPE BUSINESS SCHOOL (CEAE)

Análise Econômico-Financeira

Felipe Pedroso Castelo Branco Cassemiro Martins CLASSIFICAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E OS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO PÚBLICO

ORÇAMENTO PÚBLICO. PPA Plano Plurianual. Planejar é o contrário de improvisar.

Contabilidade Aplicada ao Setor Público Analista de Planejamento e Orçamento/MP

ESPECIALISTAS EM PEQUENOS NEGÓCIOS

Demonstrativo da Receita Líquida de Impostos e das Despesas Próprias com Educação e Saúde

Boletim Econômico Edição nº 24 abril de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

HETEROGENEIDADE REGIONAL

O direito humano à água

Tesouro Direto. Belo Horizonte, outubro de Gilberto Stanzione

Ministério da Fazenda. Vitória, outubro de 2008

O Orçamento Público e o Cidadão

AS ATIVIDADES FINANCEIRAS DO ESTADO. Papel do ESTADO 3 Pressupostos Papel do Cidadão

Imperativos de uma participação bem sucedida de Portugal na UEM

BOLETIM ECONOMIA & TECNOLOGIA Informativo do Mês de Maio de 2011

O Serviço Civil e a Construção do Futuro EVELYN LEVY. IV Fórum da Reforma do Estado - São Paulo Set. 2005

Transcrição:

Prof. Francisco C. E. Mariotti

O tamanho do governo O governo pode ser entendido como o locus de disputa por recursos entre diversos setores da sociedade. O gasto público afeta uma série de atividades, algumas das quais têm - ou tiveram - a ver com cada um de nós. (Stiglitz). Nunca se foge a um incoveniente sem incorrer em outro. (Maquiavel) Isto é, as escolhas são difíceis; há dilemas. Dificilmente se agrada uns sem se desagradar outros. Sempre correm dilemas. Os conflitos de interesses se evidenciam no campo político.

O tamanho do governo Mesmo quando há forte consenso quanto à necessidade de redução do déficit público e da despesa governamental, sempre há discordância quanto aos gastos a serem suprimidos. Todos querem que os cortes não os atinjam. O governo não é uma abstração, uma entidade distante que suga os recursos do povo. O governo é uma entidade que coleta recursos através dos impostos cobrados de parte da população para transferir esses recursos para outra parte da população. (Giambiagi e Além)

O tamanho do governo Há funções típicas de governo: saúde educação defesa nacional policiamento regulação justiça assistência social No Brasil, o governo federal assumiu uma série de funções, como o ensino superior. Diversos estados também mantêm estabelecimentos de ensino superior.

O tamanho do governo Diversas funções são compartilhadas por duas ou mais esferas de governo (saúde, saneamento, transportes etc.). Os governos estaduais assumem a segurança pública, enquanto os municípios zelam pela limpeza urbana, a iluminação pública e o transporte urbano. A construção e a manutenção de estradas, que historicamente, em todos os países, têm sido funções governamentais, estão sendo transferidas para o setor privado.

Mas o que são os gastos públicos? Os gastos públicos constituemse na principal peça de atuação do governo; Através deles, o governo estabelece uma série de prioridades no que se refere à prestação de serviços públicos básicos e aos investimentos a serem realizados.

A EVOLUÇÃO DO GASTO PÚBLICO A tendência de crescimento do gasto público tem sido constatada há muito tempo. Adolph Wagner, na década de 1880, baseado no retrospecto até a época e na análise das tendências, enunciou a Lei de Wagner, segundo a qual o desenvolvimento econômico experimentado pelas modernas economias provocaria pressões crescentes por expansão do gasto público. Não apenas se expandiu a demanda por gastos públicos. Ela se modificou intensamente com a industrialização.

A EVOLUÇÃO DO GASTO PÚBLICO O custo de alguns serviços - de saúde, por exemplo - se elevou consideravelmente - em conseqüência do avanço tecnológico. Guerras e fatores políticos contribuíram para a expansão do governo, uma vez que criam condições para o aumento da tributação.

A EVOLUÇÃO DO GASTO PÚBLICO Uma vez cessadas as causas da expansão, dificilmente os gastos retornam á dimensão original (Peacock e Wiseman). Verifica-se, em geral, modificação na estrutura dos gastos (efeito translação) após o final das guerras e crises políticas.

Gastos governamentais x Gastos públicos Consideram-se gastos governamentais apenas as despesas realizadas pelas unidades que compõem a administração governamental direta e parte da indireta. Dessa forma, seriam englobados neste conceito apenas os gastos realizados pelas esferas do governo mais autarquias e fundações. Trata-se dos gastos de manutenção dos serviços públicos

Já os gastos públicos englobam em sua totalidade, além dos gastos governamentais, as despesas do governo com suas atividades econômicas produtivas, incluindo aí as empresas estatais.

As contas públicas e o seu resultado Dentre os vários temas econômicos que têm sido objeto de discussão nos últimos anos, dois têm merecido destaque especial dos analistas e da imprensa especializada: o déficit público e o seu correlato - o endividamento do setor público.

Por "setor público" deve-se entender as três esferas de governo - federal, estadual e municipal - e as empresas por eles controladas. Deve-se, no entanto, excluir deste conceito as instituições financeiras (como, por exemplo, o Banco do Brasil) por sua natureza primordial de intermediários de recursos de terceiros.

A atuação do governo é caracterizada tanto pelos gastos pro ele efetuados como pela arrecadação de recursos, através principalmente de impostos, com o objetivo de aumentar o bem-estar da população e de evitar eventuais distorções provocadas pelo livre jogo das forças de mercado.

A ótica das Contas Nacionais Nas contas nacionais, as despesas do governo são tratadas sob a denominação de "Administrações Públicas", englobando sob esse título os gastos da União, Estados e Municípios (apenas administração direta, autarquias e fundações públicas).

Poderíamos apurar o resultado das contas principais das "Administrações Públicas". Para tanto, incluímos a arrecadação do governo - que, nesse caso, se compõe da receita tributária (impostos diretos e indiretos) e outras receitas correntes (inclusive contribuições previdenciárias).

Vejamos um exemplo: A Rec. tributária e outras receitas correntes: 135,0 B - Despesas correntes (=a+b+c)...: 145,0 (a) Gastos de consumo (= i+ii)...: 77,0 (i) Despesas de pessoal...: 40,0 (ii) Compras de bens e serviços...: 37,0 (b) Transferências (=i+iii)...: 56,0 (i) Assistência previdenciária (pensões, aposentadorias, auxílios, etc.)...: 32,0 (ii) Juros da dívida interna...: 24,0 (c) Subsídios...: 12,0 C Poup. em conta corrente do governo (=A-B)..: -10,0 D - Despesas de capital...: 15,0 E - Déficit (ou superávit) fiscal (=A - B - C)...: -25,0

O déficit fiscal de R$ 25,0 bilhões terá de ser financiado por: a) endividamento interno (venda de títulos públicos); e/ou b) endividamento externo; e/ou c) emissão monetária (somente no caso da União). O resultado fiscal é também chamado de despoupança de governo, no valor de R$ 25 bilhões.

A ótica Orçamentária Para se apurar o déficit ou superávit orçamentário, basta somar todas as receitas correntes do governo (tributárias e outras), subtraindo dessas o total das despesas, isto é, a soma das despesas correntes com as despesas de capital. Caso o resultado seja negativo, o financiamento deste déficit se traduzirá, necessariamente, em maior endividamento do governo junto ao setor privado, ou através de empréstimos bancários, ou - o que é mais comum - através da venda de títulos públicos junto aos bancos e ao público em geral.

A ótica das Necessidade de Financiamento do Setor Público - NFSP Trata-se do método utilizado pela Secretária do Tesouro Nacional - STN e pelo Banco Central para o cálculo das Contas do Setor Público. As NFSP são obtidas a partir da medição do chamado "Resultado do Setor Público Não-Financeiro" - RSP por não incluir as contas das entidades financeiras públicas. Na prática, há dois critérios para se calcular o RSP ou, o que dá no mesmo, as NFSP:

O critério "acima da linha" e que é utilizado pela STN, consiste na apuração da diferença entre receitas e despesas orçamentárias. O segundo critério, denominado "abaixo da linha, que é adotado pelo Banco Central do Brasil, é obtido pelo lado do financiamento do déficit público, sendo calculado a partir da variação da dívida líquida do setor público junto ao setor privado.

O resultado do setor público - RSP - (déficit ou superávit) pode apresentar três valores diferentes, dependendo dos itens que se incluam ou se excluam do cálculo. Esses resultados denominados: 1. Resultado Nominal do Setor Público; 2. Resultado Operacional do Setor Público; 3. Resultado Primário do Setor Público.

Resultado Nominal do Setor Público É o resultado da diferença entre o total das receitas correntes do governo (tributárias e outras receitas) e o total de suas despesas (custeio, transferências, subsídios, financeiras e de capital). Dentro das despesas de capital, encontram-se os juros da dívida pública. Visto da ótica desta última, corresponde à variação da dívida líquida do setor público nãofinanceiro em determinado período de tempo (mês, trimestre ou ano), incluindo aí a variação devida à atualização monetária da própria dívida e dos ativos do setor público.

Resultado Operacional do Setor Público É o próprio resultado nominal, excluindo-se deste a atualização monetária da dívida pública.

Resultado Primário do Setor Público Consiste no resultado operacional das contas públicas, excluindo-se destas os juros da dívida referentes ao período anterior ao cálculo do resultado. A importância desse conceito é a de possibilitar uma melhor avaliação das contas públicas no presente, isto é, sem considerar a influência dos juros que são o resultado de déficits passados e que deram origem à dívida pública.

Observação: Ressalta-se que quando o Resultado - nominal, operacional ou primário - é negativo diz-se que houve déficit - nominal, operacional ou primário. Se for positivo, houve superávit - nominal, operacional ou primário. Também deve ficar claro que os três resultados - nominal, operacional e primário - são calculados tanto de forma agregada - englobando sob a denominação de setor público (NFSP) os resultados da União (ou Tesouro Nacional), da Previdência Social, do Banco Central das Empresas Estatais e dos Estados e Municípios - como de forma desagregada, individualizando o resultado de cada uma dessas áreas, níveis ou esferas de governo.

Exemplo: Contas Públicas - em bilhões 1 - Receita total (*)... 121,3 1.1. Tributária... 80,0 1.2. Previdência...35,3 1.3. Outras receitas correntes... 6,0 2 - Despesa total... 148,0 2.1. Pessoal e encargos... 52,0 2.2. Benefícios da previdência... 38,0 2.3. Juros nominais da dívida... 33,0 a) Atualização monetária... 1,0 b) Juros reais... 32,0 3 - Resultado Nominal (= 1-2)...-26,7 4 - Resultado Operacional (=3-2.3.a.).. -25,7 5 - Resultado Primário (= 3-2.3.)... 7,3 (*) líquidas das transferências constitucionais Fundos de Participação e manutenção do programa de seguridade social

Comentários sobre o déficit primário O déficit primário representa a origem e a fonte de realimentação do déficit público e, conseqüentemente, da dívida pública. Quando o país obtém superávit primário nas suas contas, ele adquire a capacidade de pagar senão toda, a maior parte dos juros da dívida pública do país. O resultado do esforço fiscal do governo, mesmo tendo sua contrapartida negativa, como a diminuição dos investimentos via despesas de capital, possibilita a este ajustar as suas contas para que, uma vez equilibradas, possam ser utilizadas como instrumento de políticas públicas benéficas a sociedade.

Conclusões: Os gastos públicos, caracterizado pelo resultado das contas, são a evidenciação das políticas de gestão pública efetuadas pelos nossos governantes. Com o crescimento do papel do governo na economia, passam estas a necessitarem de contínuo acompanhamento, de forma que os controles realizados sejam efetivos, especialmente quando destinados a evitarem políticas eleitoreiras que não visem a melhoria do bem estar da população. Destaca-se que, mesmo no caso de políticas públicas adequadas a necessidade da população, é importante lembrar que um país vive não somente da geração presente, mas também das futuras gerações e que, neste caso, estas necessitam contar, no futuro, com a adequada capacidade de intervenção governamental nas chamadas falhas de mercado.