INSTRUÇÃO NORMATIVA N 2, DE 25 DE JULHO DE 2001. Disciplina os procedimentos para a implementação de Agência de Correios Comercial Tipo I da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT. O SECRETÁRIO DE SERVIÇOS POSTAIS SUBSTITUTO, no uso das atribuições que lhe conferem as Portarias GM no 57, de 17 de junho de 1998 e n.º 140, de 1º de setembro de 1999, combinada com o art. 10 do Decreto no 3.354, de 28 de janeiro de 2000, resolve: 1. DO OBJETIVO 1.1. A presente Instrução Normativa tem por objetivo disciplinar os procedimentos para a implementação de Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT. 2. DA REFERÊNCIA BÁSICA 2.1. Lei no 6.538, de 22 de junho de 1978, que dispõe sobre os serviços postais. 2.2. Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, com suas alterações posteriores, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. 2.3. Lei n.º 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, com suas alterações posteriores, que dispõe sobre o regime de concessão e de permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição. 2.4. Lei n.º 9.074, de 7 de julho de 1995, com suas alterações posteriores, que estabelece normas para outorga e prorrogações das concessões e das permissões de serviços públicos. 2.5. Decreto n.º 3.354, de 28 de janeiro de 2000, que aprova a Estrutura Regimental do Ministério das Comunicações. 2.6. Portaria n.º 310, de 18 de dezembro de 1998, do Ministério das Comunicações, que estabelece metas e ações para a prestação de serviços postais. 2.7. Portaria n.º 386, de 17 de julho de 2001, do Ministério das Comunicações, que autoriza a ECT a realizar procedimento licitatório para a contratação de Agência de Correios Comercial Tipo I, com fundamento no 3º do art. 2º da Lei n.º 6.538/78 e no art. 5º da Lei n.º 8.987/95. 2.8. Instrução Normativa n.º 1, de 22 de dezembro de 1998, da Secretaria de Serviços Postais 1 / 6
do Ministério das Comunicações, que aprova a configuração da Rede de Unidades de Atendimento da ECT. 3. DAS CARACTERÍSTICAS DA UNIDADE 3.1. Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I é a unidade de atendimento destinada à prestação de serviços e à venda de produtos comercializados pela ECT, a cliente do segmento de varejo. 3.1.1. Na Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I deve ser garantido, além do atendimento ao usuário dos serviços públicos de carta, de cartão postal e de telegrama, no mínimo o atendimento aos demais serviços postais básicos definidos na Portaria n.º 310/98 do Ministério das Comunicações, sem prejuízo de outras atividades que vierem a ser estabelecidas, a critério da ECT. 3.1.2. Para fins desta Instrução Normativa, o segmento de varejo é composto por cliente, pessoa física ou jurídica, que se apresente na Agência e demande pequenas quantidades de serviços e produtos, conforme as especificações constantes de edital. 3.1.3. A Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I realizará, também, a prestação de outros serviços e a venda de outros produtos da ECT, bem como de produtos e serviços de terceiros, desde que autorizada pela ECT. 3.1.3.1. Entende-se por serviços e produtos de terceiros os provenientes de contratos firmados entre a ECT e os administradores daqueles produtos e serviços. 3.2. A Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I pode ser própria ou de terceiros, devendo ser instalada em região definida pela ECT. 3.2.1. Quando de terceiros, a Unidade terá, ainda, as seguintes características: I - compartilhamento com negócios compatíveis e não concorrentes com os da ECT, conforme definido no edital padrão de licitação; e II - instalação em regiões alvo, descritas no edital de licitação com o objetivo único e exclusivo de definir sua localização. 3.2.1.1. É vedada a celebração de contrato com clientes, direta ou indiretamente, para a prestação dos serviços mencionados nos subitens 3.1.1 e 3.1.3 desta Instrução Normativa, bem como a prestação de serviço e a venda de produto em decorrência de relação contratual entre a ECT e o cliente que se apresente na Agência. 3.3. A ECT definirá os elementos de comunicação visual e padrões ambientais, que identificarão a Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I, garantindo a sua padronização em todo o território nacional. 2 / 6
4. DA PERMISSÃO 4.1. Admitir-se-á a permissão da atividade de atendimento, quando a ECT identificar condições de oportunidade e de conveniência, sem prejuízo de suas atribuições e de suas responsabilidades outorgadas pela Lei n.º 6.538/78. 4.2. A operação da Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I dependerá de permissão da ECT e dar-se-á mediante procedimento licitatório, na modalidade de concorrência, sendo que a interessada atuará por sua conta e risco. 4.3. Os serviços e os produtos mencionados no subitem 3.1.3 constituem fonte de receita alternativa e serão considerados para o estabelecimento do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato de permissão. 4.4. O prazo da permissão será de dez anos, podendo ser prorrogado por menor ou igual período, sucessivamente, até o limite máximo de vinte anos, a critério da ECT. 4.5. A permissão reger-se-á pelas disposições de Direito Público, em especial pela Lei n.º 8.987/95, devendo o permissionário observar a legislação vigente, as normas do Ministério das Comunicações e as normas internas da ECT, além do contrato de permissão. 4.5.1. A avença será formalizada mediante contrato de adesão, que observará as normas legais pertinentes e as condições estabelecidas no edital de licitação, inclusive quanto à precariedade, à onerosidade, às condições de transferência e à revogabilidade unilateral do contrato. 4.6. Incumbe à ECT a celebração dos contratos de que trata o subitem 4.5.1 desta Instrução Normativa. 4.7. A ECT emitirá norma para a regulamentação do processo de terceirização de Agência de Correio Comercial Tipo I - ACC I, na qual estabelecerá procedimento específico de licitação, a ser previamente homologado pela autoridade superior, conforme Parágrafo único do art. 119 da Lei nº 8.666/93, visando à contratação de pessoa jurídica interessada em operar a unidade. 4.8. A delegação para a operação de Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I impõe à permissionária a observância dos princípios gerais da prestação de serviços públicos e das normas definidas pela ECT, adequadas ao pleno atendimento dos usuários, sem o caráter de exclusividade. 4.8.1. Serviço público adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, de continuidade, de eficiência, de segurança, de atualidade, de confiabilidade, de qualidade, de generalidade e de cortesia na sua prestação. 4.9. Fica vedada a subcontratação parcial ou total dos direitos de operação da Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I. 3 / 6
4.10. O número de Unidades admitidas por pessoa jurídica será definido no edital de licitação. 4.11. É permitida, com a prévia anuência da ECT, a transferência dos direitos de operação da Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I, desde que observadas as disposições do subitem 4.10. desta Instrução Normativa e os pré-requisitos exigidos no edital de licitação que deu origem à Unidade a ser transferida, principalmente aqueles inerentes à habilitação dos interessados no certame. 4.12. Os bens móveis relacionados com a prestação dos serviços postais necessários à continuidade dos serviços, relacionados em anexo ao contrato de permissão, poderão ser incorporados ao patrimônio da ECT, cabendo indenização nos casos e nas condições estipuladas no edital de licitação. 4.13. Cabe à ECT estabelecer no contrato a forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos métodos e das práticas de execução dos serviços. 4.14 A Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I deve praticar as tarifas e os preços dos serviços e dos produtos, estritamente de acordo com as orientações da ECT. 4.14.1. Fica vedada a adoção de preços e de tarifas diversos dos mencionados no subitem 4.14, bem como sua aplicação em desacordo com as orientações prestadas pela ECT. 4.15. A remuneração da permissionária pela prestação dos serviços e pela venda de produtos constituir-se-á de parcela da: I - tarifa ou preço pago pelo cliente quando da prestação dos serviços da ECT; II - venda de produtos da ECT; III - remuneração da ECT relativa aos serviços de terceiros prestados pela permissionária, nas condições estabelecidas no contrato de permissão; e IV - remuneração da ECT relativa aos produtos de terceiros vendidos pela permissionária, nas condições estabelecidas no contrato de permissão. 4.15.1. Cabe à permissionária responsabilizar-se pelos tributos incidentes sobre a remuneração de que trata o subitem 4.15, na forma e nos prazos estabelecidos na legislação pertinente. 4.15.2. A permissionária deverá prestar contas à ECT dos valores das tarifas e dos preços arrecadados com a prestação dos serviços e a venda dos produtos, subtraídas as parcelas de remuneração a que fizer jus conforme o disposto no subitem 4.15 desta Instrução Normativa e em conformidade com as orientações contidas no contrato de permissão. 4.16. Os procedimentos operacionais de atuação comercial e de repasse de valores pertencentes à ECT, pela permissionária, serão disciplinados no edital de licitação, no contrato 4 / 6
de permissão e nas normas internas da ECT, sujeitando-se os infratores às penalidades legais e contratuais cabíveis em caso de descumprimento. 4.17. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério da ECT, a revogação unilateral do contrato e, se for o caso, a aplicação das sanções contratuais previstas. 4.18. A revogação da contratação se dará mediante a edição de Portaria pela ECT, que será anexada ao contrato e juntada ao processo correspondente, extinguindo a prestação do serviço, com a publicação do seu extrato no Diário Oficial da União. 5. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 5.1. Integram-se na permissão de que trata esta Instrução Normativa, a critério da ECT, a exploração de outros serviços que vierem a ser criados, observadas as disposições legais e regulamentares, sendo exigida a celebração de termo aditivo ao contrato de permissão. 5.1.1. Para os efeitos desta Instrução Normativa, novos serviços são aqueles que não possam ser enquadrados como subdivisão dos constantes do rol especificado no contrato, em especial os que provoquem alterações significativas no processo de atendimento e que tenham reflexo junto ao permissionário, bem como os que representem modificação no conteúdo tecnológico do serviço. 5.1.2. Não constituem novos serviços, alterações promovidas nos serviços constantes do rol, quando estas se restrinjam a: I - mudança em rótulos de identificação; II - alteração do nome da marca ou da logomarca; e III - adequação de processo operacional para manter necessidade específica de cliente ou que esteja voltada para redução de custo. 5.2. A ECT estabelecerá as normas complementares e adotará as ações necessárias à aplicação desta Instrução Normativa, dando conhecimento à Secretaria de Serviços Postais do Ministério das Comunicações. 5.3. Fica estabelecida a data limite de 31 de dezembro de 2005 para adequação da Rede de Atendimento da ECT às condições estabelecidas nesta Instrução Normativa e na de n.º 1/98, no que couber. 5.4. A ECT deverá adotar sistemática de avaliação de desempenho para a Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I, com o objetivo de subsidiar o processo de gestão de sua Rede de Unidades de Atendimento. 5.4.1. A sistemática de avaliação e de acompanhamento da operação da Agência de Correios Comercial Tipo I - ACC I deverá ser baseada em parâmetros mínimos de desempenho, de cumprimento de prazos e de normas que permitam a identificação de problemas, passíveis da 5 / 6
adoção de medidas preventivas, para corrigir as distorções identificadas. 5.5. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se o subitem 4.4 e seus subitens 4.4.1 e 4.4.2, bem como o subitem 5.3 todos da Instrução Normativa n.º 1, de 22 de dezembro de 1998, desta Secretaria. JOSÉ VALFRÂNIO MEDEIROS DE OLIVEIRA D.O.U 08/08/2001 6 / 6