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Justiça Eleitoral PJe - Processo Judicial Eletrônico 08/11/2020 Número: 0600310-32.2020.6.05.0155 Classe: DIREITO DE RESPOSTA Órgão julgador: 155ª ZONA ELEITORAL DE FEIRA DE SANTANA BA Última distribuição : 03/11/2020 Valor da causa: R$ 0,00 Assuntos: Propaganda Política - Propaganda Eleitoral - Televisão Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? NÃO Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM Partes Procurador/Terceiro vinculado A MUDANÇA QUE FEIRA QUER 12-PDT / 13-PT / 70- AVANTE / 11-PP / 65-PC do B (REQUERENTE) COLBERT MARTINS DA SILVA FILHO registrado(a) civilmente como COLBERT MARTINS DA SILVA FILHO (REQUERIDO) COLIGAÇÃO TRABALHO CONSTANTE 55-PSD / 25-DEM / 43-PV / 90-PROS / 20-PSC / 15-MDB / 51-PATRIOTA / 45- PSDB / 22-PL / 18-REDE (REQUERIDO) PROMOTOR ELEITORAL DO ESTADO DA BAHIA (FISCAL DA LEI) Id. Data da Assinatura Documento Documentos FABRICIO BASTOS DE OLIVEIRA (ADVOGADO) ADEMIR ISMERIM MEDINA (ADVOGADO) HEVERTON ANDRADE FERREIRA (ADVOGADO) LILIAN MARIA SANTIAGO REIS (ADVOGADO) 38504 283 08/11/2020 16:49 Sentença Sentença Tipo

155ª ZONA ELEITORAL FEIRA DE SANTANA BAHIA. Processo nº DR 0600310.32.2020.8.5.0155 Recebi estes autos domingo, 08 de novembro de 2020 SENTENÇA COLIGAÇÃO A MUDANÇÃO QUE FEIRA QUER ingressou com REPRESENTAÇÃO ELEITORAL e DIREITO DE RESPOSTA em face de COLIGAÇÃO TRABALHO CONSTANTE ; COLBERTO MARTINS DA SILVA FILHO; e LUIS FERNADO DE FABINHO ARAÚJO LIMA. Afirma que em propaganda eleitoral gratuita exibida em emissora de TV no dia 02 de novembro de 2020 os demandados exibiram conteúdo nitidamente inverídicos. Postularam deferimento de tutela provisória de urgência impedindo a exibição do conteúdo, bem como deferindo direito de reposta no pano de fundo Vestibular instruída com documentos. O pedido de tutela de urgência foi indeferido consoante decisão ID 37565632. A r coligação demanda ofertou resposta no ID 38252075 afirma que os fatos não são inverídicos, inclusive as deficiências do atendimento no hospital estadual foram divulgados em veículo de imprensa e constatados também pelo CREMEB/BA. Os nobres candidatos ofertaram defesa no ID 38285507 no sentido de que os fatos são baseados em matérias jornalísticas, não houve ofensa, mas mera reprodução daquelas matérias. O MP opinou pela extinção do processo por falta de interesse superveniente. Éo que de relevante cabia relatar. No caso dos autos não há que se falar em falta de interesse superveniente já que ainda que este magistrado de piso tenha deferido o direito de resposta a r coligação demandante inegável que a pretensão contida neste procedimento diz respeito a outra data, assim tem a demandante interesse de proceder a resposta as acusações tantas vezes quantas estas foram veiculadas. MÉRITO Num. 38504283 - Pág. 1

Conforme se vê em todas as defesas dos processos supracitados a r coligação demandante e os nobres candidatos respectivamente a reeleição como Prefeito de Feria de Santana e candidato a Vice-Prefeito sustentam que há legítimo exercício da liberdade de expressão. Trata-se de mera crítica política, ainda que contundente, a gestão Estadual da saúde e baseada em matérias jornalísticas e inspeção realizada pelo nobre Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia no nosocômio citado nos autos. As matérias jornalísticas indicadas nos links das defesas tratam de falta de médicos ou materiais cirúrgicos http://g1.globo.com/bahia/batv/videos/t/tv-subae/v/familiares-de-pacientes-denunciam-falta-demedicos-e-material-no-cleriston-andrade/2753165/ (matéria exibida na TV Subaé TV Bahia Rede Globo). A matéria do link abaixo (também da TV Bahia TV Globo) trata de falta de profissional de saúde no hospital de Feira de Santana gerido pelo Governo do Estado da Bahia. http://g1.globo.com/bahia/bahia-agora/videos/t/edicoes/v/falta-de-infectologista-preocupapacientes-internados-no-hospital-geral- cleriston-andrade/8371046/ No link abaixo do Conselho Federal de Medicina da Bahia trata de notícia sobre inspeção do CREMEB/BA no Hospital Estadual Cleriston Andrade denunciando condições precárias de atendimento. (inclusive fato reiterado pelos insignes advogado dos nobres candidatos nos autos do DR 0600309.47.2020.6.05.0155): Há nova reportagem da TV Bahia/TV Globo, link abaixo denunciado de saúde precária, falta de profissionais, demora em resultados de exames, inclusive que médicos entregariam cargos. https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=24857:cremeb-visitahospital-cleriston-andrade-e-constata-caos-nas-condicoes-de-atendimento&catid=3 http://g1.globo.com/bahia/jornal-da-manha/videos/t/edicoes/v/medicos-do-hospital-cleristonandrade-cobram-da-direcao-melhorias-no-atendimento/2618102/ Nas telas acostadas a defesa ID 38285007 também contém matéria jornalística (matéria divuglada em sites) criticando e relatando notícia sobre óbitos de paciente no hopstial estaudal surpactado. Matéria jornalística que não é inverídica não caracterizando ofensa a honra ou imputação de crime: Propaganda Eleitoral. Preliminar. Juntada. Documentos. Televisão. Direito de Resposta. Conteúdo calunioso. Ofensas. Relatório. Indiciamento. Polícia Federal. Candidato. Máfia dos Vampiros. Matéria jornalística. Revista Veja. Imagem. Honra. Juízo de valor. Direito de crítica. 1. Preliminar de juntada de documento após defesa que se acolhe, por ser a matéria de interesse público; 2. A imagem do homem público, desde que não se refira à sua esfera íntima, mas condicionada à gestão de seus atos administrativos, e que não transborde para a calúnia ou injúria, é permitida Num. 38504283 - Pág. 2

na propaganda eleitoral; 3. Precedentes do TSE que trazem uniformização no sentido de que é lícita na propaganda eleitoral gratuita a reprodução de matérias jornalísticas, proibido acréscimos que contenham inverdades ou afirmações caluniosas, injuriosas ou difamatórias; 4. Inexiste, na propaganda impugnada, emissão de juízos de valor que resultem em afirmações inverídicas, não se podendo falar em ofensa ao direito à honra do primeiro Representado; 5. Notícia que se afigura como reprodução fiel de matéria jornalística, centrada na crítica administrativa, ainda que de conteúdo ácido ou agressivo; 6. Prova que não configura a veiculação de mensagem inverídica, não ensejando o direito de resposta. (TRE-PE - REP: 830 PE, Relator: ALFREDO SÉRGIO MAGALHÃES JAMBO, Data de Julgamento: 06/09/2006) EMENTA: ELEIÇÕES 2016. RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. DIREITO DE RESPOSTA. ART. 58 DA LEI DAS ELEICOES. FATO SABIDAMENTE INVERÍDICO. OFENSA. NÃO CONFIGURAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE MATÉRIA FALSA OU DE EXPRESSÕES CONFIGURADORAS DE CRIME CONTRA A HONRA DO RECORRENTE. MATÉRIA JORNALÍSTICA TOLERÁVEL. PRECEDENTES. LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE IMPRENSA. RECURSO IMPROVIDO. 1. Há de se negar o direito de resposta ao recorrente, uma vez que as críticas proferidas na página da internet são de cunho jornalístico tolerável, não atingindo sua honra. 2. A imagem do homem público, desde que não se refira à sua esfera íntima, mas condicionada à gestão de seus atos administrativos, e que não transborde para a calúnia ou injúria, é permitida pela mídia de comunicação, em estrito cumprimento a liberdade de expressão e de imprensa. 3. In casu, inexiste, na publicação impugnada, emissão de juízos de valor que resultem em afirmações inverídicas, não se podendo falar em ofensa ao direito à honra do requerente. 4. Notícia que se afigura como reprodução de matéria jornalística, centrada na crítica administrativa, ainda que de conteúdo ácido ou agressivo. 5. Prova que não configura a veiculação de mensagem inverídica, não ensejando o direito de resposta. 6. Além disso, conforme precedentes do TSE, "A mensagem, para ser qualificada como sabidamente inverídica, deve conter inverdade flagrante que não apresente controvérsias" (R-Rp 2962-41, de 28.9.2010, Rel. Min. Henrique Neves da Silva, PSESS de 28.9.2010). 7. Recurso desprovido. (TRE-MT - RE: 42332 MIRASSOL D'OESTE - MT, Relator: MARCOS FALEIROS DA SILVA, Data de Julgamento: 11/10/2016, Data de Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Volume 09:58, Data 11/10/2016) REPRESENTAÇÃO. DIREITO DE RESPOSTA. PROPAGANDA ELEITORAL. IRREGULARIDADE. MATÉRIA JORNALÍSTICA. PUBLICIDADE. REPRODUÇÃO TEXTUAL DA PROPAGANDA ELEITORAL EM RÁDIO. OFENSA À IMAGEM DE CANDIDATO ADVERSÁRIO. INEXISTÊNCIA. CRÍTICA A ATUAÇÃO PARLAMENTAR. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE DE PARTE. CANDIDATO A GOVERNADOR DO ESTADO. INTERESSE NA AÇÃO. REJEIÇÃO Rejeita-se a preliminar de ilegitimidade de parte tendo em vista que o representado é candidato ao cargo em disputa sendo evidente seu interesse no deslinde da causa, além do que, a propaganda foi veiculada no horário gratuito relativo à campanha do candidato e representado. Rejeitada a preliminar. Indefere-se o Direito de Resposta quando a reprodução da propaganda eleitoral veiculada no rádio em de peça publicitária em jornal de grande circulação, não degrada ou ofende candidato adversário, desbancando somente em crítica a sua atuação parlamentar. (TRE-PA - REP: 1263 PA, Relator: JORGE LUIZ LISBOA SANCHES, Data de Julgamento: 27/10/2006, Data de Publicação: SESSAO - Publicado em Sessão, Volume 11h45, Num. 38504283 - Pág. 3

Data 27/10/2006) Assim, assistiria razão aos demandados e ao Ministério Público devendo haver desacolhimento de toda pretensão quer do Estado da Bahia, quer da r coligação demandante. Sucede que a matéria veiculada no horário eleitoral gratuito da r coligação demandada não trata das matéria jornalísticas supracitadas, destaremos, como constou no relatório o conteúdo: Aparece no vídeo um cidadão não identificado (ou cidadã, não há como identificar, mas parece ser do gênero masculino) já que a imagem e o som foram alterados (para, segundo os demandados preservar a identidade da pessoa que faz a denúncia) alegando que é profissional de saúde no Hospital Cléreston Andrade hospital estadual, na propagando o alegado profissional de saúde afirma que médicos impigem sofrimento desnecessário a pacientes em estado terminal deixando de aplicar tratamento paliativo, in verbis: INSERÇÃO - Feira de Santana - Denuncia o desrespeito a vida no hospital do governo do PT Locutor l 0 segundo 04 segundos: Denúncia. O desrespeito à vida no hospital do Governo do PT. Profissional de Saúde (HGCA) 05 segundos 26 segundos: Já vi também pacientes com tratamento paliativo vir a óbito, só que esse paciente, ele pode falecer sem precisar sentir dor. Às vezes a gente vê esse paciente falecer sentindo dor. E a gente pede pra eles que não façam isso, que dê o paliativo. Locutor l 27 segundos 30 segundos: Feira não pode dar PT. Zé Neto é PT. Ou seja, a matéria menciona claramente que propositalmente servidores públicos (médicos) deixariam os pacientes morrendo de forma desumana, e deixam porque o hospital é estadual, gerido pelo PT, se os eleitores de Feira de Santana voltarem no candidato do PT, da r coligação demandante, o Exmº. Sr. Deputado Federal José Neto, acontecerá a mesma coisa nas unidades de saúde do município. A mensagem, ainda que subliminar é a supracitada. A mensagem explicita é que médicos do hospital estadual deixam os pacientes morrer impingindo dor a estes desnecessariamente, deixando de ministrar tratamento paliativo que impediria o sofrimento dos pacientes, repiso propositalmente. A matéria (veiculada nos vários programas eleitorais) não afirma que faltam médicos ou medicamentos, mas sim que embora o profissional de saúde que aprece na propaganda eleitoral implorasse para que os médicos minimizassem o sofrimento dos pacientes terminais, os médicos (em total menoscabo) permitiam a morte (inventável) mas com sofrimento (este, sofrimento, evitável) e tudo por culpa do PT. A peça publicitária eleitoral não está lastreada em matéria jornalística, onde o jornalista tem direito ao sigilo de fonte, e justificaria a desfiguração da imagem da fonte e sua voz para impedir a identificação da fonte, preservando a identidade, para que esta não sofresse retaliações. Não indica que há inquérito, ou investigação policial ou do Ministério Público ou qualquer apuração que médicos impigem sofrimento desnecessário a pacientes em estado terminal (por prazer, sadismo, interesse ou convicção policita), não há prova que exista investigação pelo CREMEB/BA. Sequer há um print, uma foto de prontuário médico indicando que não foi ministrado medicamento visando sedar paciente ou analgésico para que este não sentisse dor nos momentos finais de vida. A campanha eleitoral não possui o privilégio jornalístico de sigilo de identidade de fonte, aquela Num. 38504283 - Pág. 4

pessoa que aparece na propaganda de fato pode ser profissional de saúde do hospital estadual supracitado, pode ser um ator, um militante, cabo eleitoral ou uma pessoa contratada para dar o depoimento. O ônus da prova de que a matéria veiculada na propaganda eleitoral gratuita é verdadeira, este magistrado não defere a tutela provisória justamente porque a parte demandada pode demonstrar a veracidade da informação ou demonstrar que se trata de investigação do poder público, do Ministério Público e/ou matéria jornalística. No caso dos autos não há qualquer indício, ainda que pueril, que a matéria seja verdadeira. A liberdade de expressão, o direito a crítica, o embate político ainda que ácido são direitos, contudo, estes não podem ser lastreados em mentiras, fantasias, ilações, não é hipótese de humor, sátira, pilhéria (onde o interlocutor percebe ou é informado que se trata de mera brincadeira) mas sim um fato tido como verdadeiro sem qualquer base. A propaganda eleitoral da r coligação e dos nobres candidatos demandados transcendem a mera crítica policita, a liberdade de expressão, dando a entender aos cidadãos e principalmente aos eleitores de Feira de Santana (estes são os alvos) que se seus entes queridos forem (foram) internados no hospital estadual supracitado e que caso o quadro tenha desfecho negativo os médicos deixaram o paciente morrer sofrendo, por no mínimo pura maldade, tudo isto claro culpa do PT. Assim, no mínimo e no mínimo mesmo, a propaganda é irresponsável criando alarmismo desnecessário, impingindo maior sofrimento a seres humanos parentes de pacientes que não conseguiram sobreviver, e nos momentos finais sucumbiram sentindo dor e sofrendo, não por falta médicos ou insumos, mas porque aqueles (médicos) queriam que os pacientes sofressem nos momentos finais da vida. A matéria é no mínimo irresponsável porque coloca a integridade e até a vida de profissionais de saúde do Hospital Estadual Cléreston Andrade em risco, imagine o familiar sabendo que um ente querido está sendo desrespeitado e até torturado nos momentos finais da vida, por menoscabo ou dolo da equipe médica. Consta a seguinte veiculação: Profissional de saúde: O coronavírus... A gente tinha contato com inúmeros pacientes e quando a gente vinha saber que era uma paciente de Covid, a gente já tinha pego no paciente, a gente já tinha dado banho, a gente já tinha feito troca de fralda pra depois vir descobrir que esse paciente era Covid positivo. A gente não faz exames, então se a gente pegar Covid a gente pode passar o Covid pra outros pacientes O conteúdo supracitado igualmente não pode representa mera crítica política, já que a falta de insumos ou atraso no diagnóstico de pacientes se deu no mundo todo, não pode se dizer, como quer a r coligação demandada e/ou os nobres candidatos demandados que tais fatos só se deram em Estados (caso da Bahia) e/ou municípios administrados pelo Partido dos Trabalhadores. A propaganda pretende levar o eleitor, a eleitora a erro que tais fatos só se deram na gestão do PT Consta ainda: Por exemplo, tem paciente que, se ele estiver numa UTI e tiver um pedido político e esse Num. 38504283 - Pág. 5

paciente não estiver ainda em condições de sair da UTI, ele saída UTI. Independente se ele vai morrer ou não pra ser colocado aquele outro. É como é... usam geralmente um ditado lá que ele é descobrir um santo pra cobrir o outro. Igualmente de extrema irresponsabilidade a matéria veiculada na propaganda eleitoral gratuita dos demandados. A matéria afirma que pacientes são retirados indevidamente de unidade de tratamento intensivo, inclusive vindo a falecer para atender interesses políticos, a saber, criar vaga para apaniguados políticos do PT. Qual a fonte? o autointitulado anônimo profissional de saúde, a propaganda não está baseada em matéria jornalística, investigação, visa criar alarmismo em eleitoras e eleitores. Trata-se mais uma vez de extrema irresponsabilidade, o paciente que falece na UTI ou é transferido para unidade semi-intensiva ou para leito e vem a óbito, faleceu porque se queria obter vaga na UTI para protegidos políticos, mais uma vez coloca em risco a integridade física e ate vida de profissionais de saúde. Um cidadão, uma cidadã que tem um ente querido internado na UTI do hospital estadual, falece ou é transferido para fora da UTI e depois vem a falecer pode acreditar dado o conteúdo do material publicitário veiculado pelos demandados que tal fato se deu para atender interesses políticos do PT e seus apoiadores, levando a revolta que pode culminar com agressões a equipe de saúde. Procede a pretensão da r coligação demandante no tocante ao direito de resposta já que a propaganda visa impingir ao nobre candidato Sr. José Neto a condição de que se vitorioso o sofrimento desnecessário também seria imposto a pacientes tratados na rede municipal. Posto isto, com fulcro na norma inserta no artigo 96-B da Lei 9.057/97 determino o apensamento do presente aos autos dos processos DR 0600311.17.2020.6.05.0155; DR 0600306.92.2020.6.05.0155; DR 0600308.62.2020.6.05.0155; e DR 0600309.47.2020.6.05.0155; e RP 0600307.77.2020.6.05.0155 JULGAR PROCEDENTE os pedidos de Direito de Resposta manejado pela r coligação demandante CONDENADO-OS a veicular no horário eleitoral de televisão a resposta da demandante em tempo igual ao da ofensa, porém, nunca inferior a 01 (um) minuto com fulcro na norma inserta no artigo 58, 3º, inciso III, alínea a, da Lei 9.504/97 no mesmo horário destinado aos representados. O direito de resposta deverá ser veiculado em até 48 (quarenta e oito) horas. Caso o tempo destinado ao horário da propaganda eleitoral gratuita do chamado primeiro turno não for suficiente para apresentar toda resposta por todo o período em que o material tido como ofensivo foi veiculado (ou for veiculado), havendo segundo turno, e os nobres candidatos da r coligação demandada o disputarem a r coligação demandante poderá utilizar o tempo de propaganda do horário destinado ao chamado segundo turno para veicular as respostas, repise-se, tantas e por tanto tempo em que for veiculada, inclusive posterior a intimação do presente mandamento. Deverão, contudo, os demandantes observa o teor da norma inserta na alínea b, in fine, do inciso III do 3º do artigo 58 da chamada Lei das Eleições, ou seja: Num. 38504283 - Pág. 6

a resposta será veiculada no horário destinado ao partido ou coligação responsável pela ofensa, devendo necessariamente dirigir-se aos fatos nela veiculados (destacamos). Fica ciente a r coligação demandante da sanção contida na alínea h do inciso III do artigo 32 da R. Resolução 23.608/2019 do Egrégio Tribunal Superior Eleitoral. Sem custas na forma da Lei Sem honorários na dicação da Jurisprudência do Egrégio Tribunal Superior Eleitoral. Publique-se. Intime-se pelos meios eletrônicos. (servindo cópia da presente como mandado). Ciência ao Ministério Público. Feira de Santana/BA, domingo, 08 de novembro de 2020 FÁBIO MELLO VEIGA JUIZ ELEITORAL DESIGNADO Num. 38504283 - Pág. 7