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Transcrição:

PROCESSO - TC-0818/2005 INTERESSADO - CÂMARA MUNICIPAL DA SERRA ASSUNTO - CONSULTA PARCELAS REFERENTES À CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA E À QUOTA-PARTE DA CIDE - INCORPORAÇÃO NO CÁLCULO DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA PARA FINS DE REPASSE DE RECURSOS DEVIDOS AO PODER LEGISLATIVO (ARTIGO 29-A DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL) - PARCELAS DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO E DO AUXÍLIO FINANCEIRO DE ESTÍMULO À EXPORTAÇÃO - CEX/FEX NÃO SÃO INCORPORADAS À BASE DE CÁLCULO REFERIDA NO ARTIGO 29-A DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC-0818/2005, em que o Presidente da Câmara Municipal da Serra, Sr. Adir Paiva da Silva, formula consulta a este Tribunal, questionando se as receitas municipais decorrentes da arrecadação da CIDE, da CEX, da Quota Parte do Fundo Especial do Petróleo, da Contribuição de Iluminação Pública incluem-se no cálculo da Receita Corrente Líquida para fins de repasse de recursos devidos ao Poder Legislativo.

Fls. 02 Considerando que é da competência deste Tribunal decidir sobre consulta que lhe seja formulada na forma estabelecida pelo Regimento Interno, conforme artigo 1º, inciso XVII, da Lei Complementar nº 32/93. RESOLVEM os Srs. Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, em sessão realizada no dia quatorze de abril de dois mil e cinco, por unanimidade, acolhendo o voto do Relator, Conselheiro Mário Alves Moreira, preliminarmente, conhecer da consulta, para, no mérito, respondê-la nos termos da Instrução Técnica nº 088/05 da 8ª Controladoria Técnica, firmada pelo Controlador de Recursos Públicos, Sr. Cleber Muniz Gavi, abaixo transcrita: Tratam os autos de consulta formulada a esta Egrégia Corte de Contas pelo Ilmo. Sr. Adir Paiva da Silva, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal da Serra, apresentando o seguinte questionamento: O Presidente da Câmara Municipal da Serra, Estado do Espírito Santo, jurisdicionado dessetribunal de Contas, preenchido os requisitos contidos no art. 96 do Regimento Interno dessa Corte, vem perante Vossa Excelência formular a seguinte CONSULTA: As receitas municipais decorrentes da arrecadação da CIDE, da CEX, da Quota Parte do Fundo Especial do Petróleo, da Contribuição de Iluminação Pública incluem-se no cálculo da Receita Corrente Líquida para fins de repasse de recursos devidos ao Poder Legislativo? Ultrapassada a fase do art. 97, caput, da Resolução TC 182/2002 (Regimento Interno), vieram-nos os autos a fim de nos pronunciarmos quanto ao mérito da proposição. É o relatório DO MÉRITO No que tange à Contribuição para Iluminação Pública e à Quota Parte do Fundo Especial do Petróleo, esta última também conhecida pela expressão royalties do petróleo, já houve manifestação externada por esta Corte de Contas através do Parecer em Consulta de n.º 005/2004, cujas conclusões, aliás, por representarem o entendimento já firmado sobre o assunto, também servirão de base para a instrução ora elaborada. Segundo o precedente ao qual nos reportamos, a matéria deve ser compreendida através da leitura do art. 29-A da Carta da República, o qual já delimita quais os tributos e transferências constitucionais constituem a base de cálculo que permite inferir o cumprimento ou não do limite imposto na mesma prescrição. Vejamos a redação do dispositivo

Fls. 03 constitucional, que reza: Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior. I - oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitantes; II - sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e trezentos mil habitantes; III - seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e um e quinhentos mil habitantes; IV - cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos mil habitantes. Pela análise da referida norma, concluiu-se no Parecer em Consulta n.º 005/2004 que a Contribuição para Iluminação Pública, por constituir recurso de natureza tributária, deveria ser contabilizada para efeito daqueles limites. Afastou-se, entretanto, a inclusão dos royalties do petróleo, por se entender que a referida compensação financeira possui natureza indenizatória, o que é confirmado pelo art. 8º da Lei n.º 7.990/89, com as modificações introduzidas pelas Leis n.º 8.001/90 e n.º 10.195/01. Assim, em face do teor da consulta ora formulada, resta avaliar a situação referente à parcela da CIDE repassada aos municípios e às parcelas referentes ao Auxílio Financeiro de Estímulo a Exportação, conhecidos como CEX ou FEX. A citada parcela da CIDE, mencionada pelo Consulente, deve sim ser computada na base de cálculo mencionada no art. 29-A da CR, tendo em vista que se trata de recurso advindo de transferência constitucional de recursos prevista no art. 159 da CR. Refere-se à entrega aos municípios de parcela da contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização do petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. A previsão de referido repasse está no texto constitucional, alterado pela emenda n.º 44/2004, mais precisamente nos artigos 177, 4º, em conjunto com os arts. 159, III e 3º, e art. 93 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, sendo que sua concretização efetiva se deu por meio da Lei Federal n.º 10.866/2004. O mesmo, entretanto, não ocorre em relação ao Auxílio Financeiro de Estímulo a Exportação, comumente chamado de CEX ou FEX. Este auxílio, criado pela MP nº 193, de 24 de junho de 2004, posteriormente convertida na Lei Federal n.º 10.966/04, foi repassado pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, durante o exercício de 2004, com o objetivo de fomentar as exportações do País, não se constituindo em receita de natureza tributária. Na verdade, o

Fls. 04 montante de recursos já havia sido predefinido na medida provisória, totalizando um montante de R$900.000.000,00 (novecentos milhões de reais) de recursos da União a serem repassados aos demais entes. Verifica-se, portanto, que o referido auxílio financeiro não se inclui em nenhuma das hipóteses previstas no art. 29-A da Constituição Federal: não se trata de receita tributária própria dos municípios, nem diz respeito à transferência decorrente da repartição de receitas tributárias prevista no art. 158 e 159 da CF. Portanto, não deve ser incluído na referida base de cálculo. Em estudo elaborado sobre a natureza do auxílio CEX/FEX, o Controlador de Recursos Públicos José Antônio Vieira de Rezende, servidor desta Corte de Contes, pôde demonstrar que o próprio STN, embora indiretamente, reconhecera que referido auxílio não se refere à receita tributária, nem à transferência constitucional. Por este motivo, também segundo o STN, não deveria compor as bases de cálculo da receita para fins de aplicação mínima constitucionalmente estabelecida para a saúde e a educação, por não se incluir tal auxílio nas normas e pareceres que definem os critérios para apuração dos recursos mínimos para saúde e educação e por não se tratar de compensação pela desoneração do ICMS previstas na Lei Complementar nº 87/96 (entendimento explanado pelo Órgão Central do Sistema de Contabilidade Federal, na Nota Técnica n.º 937/2004 - GEINC/CCONT/STN). 3 - CONCLUSÃO Deste modo, considerando o ordenamento pátrio aplicável ao presente caso e a fundamentação exposta, e também tendo em vista o precedente firmado no Parecer em Consulta n.º 005/2004, é de se concluir que às parcelas referentes à Contribuição de Iluminação Pública à quota-parte da CIDE devem ser incorporados à base de cálculo referida no art. 29-A da CR. O mesmo, entretanto, não ocorre em relação às parcelas dos royalties do petróleo e do Auxílio Financeiro de Estímulo à Exportação CEX/FEX. Este é o nosso entendimento. Acompanha este Parecer, integrando-o, o Parecer Consulta TC-005/2004, deste Tribunal. Presentes à sessão plenária da apreciação os Srs. Conselheiros Elcy de Souza, Vice-Presidente no exercício da Presidência, Mário Alves Moreira, Relator, Umberto Messias de Souza, Dailson Laranja, Enivaldo Euzébio dos Anjos e

Fls. 05 Marcos Miranda Madureira. Presente, ainda, o Dr. Ananias Ribeiro de Oliveira, Procurador-Chefe do Ministério Público junto a este Tribunal. Sala das Sessões, 14 de abril de 2005. CONSELHEIRO ELCY DE SOUZA Vice-Presidente no exercício da Presidência CONSELHEIRO MÁRIO ALVES MOREIRA Relator CONSELHEIRO UMBERTO MESSIAS DE SOUZA CONSELHEIRO DAILSON LARANJA CONSELHEIRO ENIVALDO EUZÉBIO DOS ANJOS CONSELHEIRO MARCOS MIRANDA MADUREIRA

Fls. 06 DR. ANANIAS RIBEIRO DE OLIVEIRA Procurador-Chefe Lido na sessão do dia: FÁTIMA FERRARI CORTELETTI Secretária Geral das Sessões zwd/fbc