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Transcrição:

Marcelo Bicudo De maneira geral, as peças de design têm suas medidas internas originadas a partir das medidas da tipografia. (Marcelo Bicudo) 1

Nessa aula, veremos algumas regrinhas e sugestões para um bom trabalho com a tipografia. Lembramos que todas as sugestões colocadas abaixo são meramente sugestões, pois mesmo que se baseiem em regras universais e na experiência com trabalho tipográfico, sobretudo no meio impresso, em disciplinas como publicidade, design e marketing direto, nem sempre as regras devem comandar um trabalho em sua totalidade. Muitas vezes a intenção do autor de uma peça de design deve ser a sua principal guia. Por exemplo, quando a intenção é provocar e instigar o leitor de um livro, nem sempre a exata aplicação das regras cabe. O mais importante é conhecer as regras e experimentar bastante, a fim de que consigamos ter experiência suficiente para decidir quando e como quebrá-las. Medidas Tipográficas De maneira geral, as peças de design têm suas medidas internas originadas a partir das medidas da tipografia. Fica muito difícil relacionar a medida de um corpo de letra em pontos e a medida da peça em milímetros. É preciso ajustar e padronizá-las. É preciso saber que um dos menores elementos da peça, que é o tipo gráfico, muitas vezes comanda toda a proporção da peça. As medidas métricas primárias são o ponto e a pica. Hoje, com o computador as pessoas mais e mais optam por usar medidas em milímetros, que são muito mais próximas de um sistema universal. O que contribui para cada vez mais os designers utilizarem milímetros é o fato de que na Europa e nos Estados Unidos os padrões divergem. Na Europa se utiliza o ponto de Didot, equivalente a 0,376mm, enquanto que nos EUA utiliza-se outro tamanho de ponto. Enfim, o que é importante é pelo menos sabermos a relação entre as medidas: 6 picas = 1polegada 12 pontos = 1 pica 72 pontos = 1 polegada 1 pt = 0,376mm De maneira geral, os pontos são usados para definirem o corpo das letras, lembrando que caracteres diferentes, com altura X diferentes podem ter medidas finais diferentes. Pontos também são utilizados para se medir as distâncias entre linhas. Picas servem para medir a longitude das linhas. Eleição da Tipografia O primeiro passo para a eleição tipográfica é escolher os tipos que possuem um bom contraste das áreas pretas e brancas e que tenham boas proporções. Fontes que sejam regulares nos seus arremates e partes constituintes. 2

Lembrando que fontes de texto e fontes de título possuem legibilidades diferentes para usos diferentes. Corpo de letra, comprimento de linha e entre-linhas Um texto que possui uma boa legibilidade parte primeiro da escolha de uma boa fonte. Em segundo lugar se dá pela escolha harmoniosa entre corpo de letra, comprimento de linha e entre-linhas. Apenas um destes aspectos mal colocado já é o suficiente para atrapalhar a legibilidade. As linhas muito longas ou muito curtas cansam o leitor e destroem o ritmo de leitura. Linhas muito longas fazem com que o leitor se perca na procura da próxima linha. De maneira geral se coloca como um comprimento máximo de linha em torno de 54 a 80 caracteres. Esse número de caracteres varia de acordo com o tipo de texto, o comprometimento que se espera do tipo de leitor, a distância de leitura, enfim, mais uma vez recomenda-se que se façam diversos testes antes de se estabelecer o tamanho final de uma linha. Abaixo sugerimos uma tabela que relaciona tamanho do tipo e caracteres por linha, conforme a idade do leitor: Idade Menos de 7 7 a 8 8 a 9 9 a 10 10 a 12 Mais de 12 Tamanho do tipo 24 18 16 14 12 11 Caracteres por linha 30 38 45 52 58 60 ou mais Tabela retirada de Sir Cyrill Birt: A psycohological Study of Typography de 1956. O entre-linhas assegura que o leitor não se disperse. Para uma boa leitura em corpos de 8 a 11 pontos, colocar o entre-linhas em torno de 2 pontos a mais do que a tipografia, assim para um corpo 10, utilizamos entre-linhas em torno de 12 pontos. Mais uma vez, deve-se ficar claro que são apenas sugestões, no fundo, quem define a relação entre corpo de letra e entre-linhas é a experimentação. 3

Set Tipográfico Os fatores que determinam o correto espaço entre-letras (set) são o tipo, o corpo e a espessura da letra. Ajuda muito prestar atenção na uniformidade do texto, ou seja, buscar uma cor e massa uniforme na sua representação. Muitos espaços em branco dificultam a leitura. Quanto mais próximas as letras, mais massa de preto se tem, quanto mais afastadas as letras mais claro fica a massa de texto. Se formos ao extremo em ambos os casos, a legibilidade fica comprometida. Espaço entre palavras A relação do entre-palavras deve ser proporcional à do set, a fim de que haja um ritmo na leitura dos textos. Uma regra é conseguir uma harmonia para que as letras fiquem dentro das palavras e as palavras dentro das linhas. Não é bom palavras muito próximas umas das outras e nem muito afastadas, nem tampouco uma variação desse espaço que seja perceptível, os chamados rios de texto. Por conta disso, muito cuidado ao justificarem ou blocarem os textos, esse tipo de diagramação a pesar de ser bastante elegante e funcional, varia o espaço entre-palavras, levando a uma despadronização dos textos. É sempre necessário que se ajustem os espaços entre-palavras para que fiquem semelhantes. Peso da Tipografia A legibilidade é afetada pelo peso dos tipos. Geralmente o peso bold deve ser utilizado somente em destaques e em títulos. Textos corridos em bold, perdem sua graça e leveza, truncando a leitura. Da mesma maneira, textos muito leves pouco se diferenciam do fundo. Fontes Condensadas Muito cuidado com fontes condensadas colocadas com freqüência ao longo dos textos. Elas podem ser utilizadas para textos corridos, quando o volume de texto for muito grande, embora a legibilidade possa ser comprometida. Em geral, são utilizadas para diagramação de colunas estreitas. 4

Itálico Diagramações de texto corrido com itálico comprometem a legibilidade. Fontes itálicas são recorrentemente utilizadas para ressaltar partes importantes dos textos ou para diferenciar uma parte do texto em inglês e outra em português. Um bom exercício é pegar uma revista bilíngue e observar que o texto em português, em geral em fonte regular é muito mais legível do que o texto em inglês, em geral em itálico. Acima, vemos alguns pesos e variações da fonte Frutiger, desenhada por Adrian Frutiger. 5

Maiúsculas e Caixa Baixa Textos diagramados em caixa alta ocupam mais espaço do que os textos diagramados em caixa baixa. Além disso, tornam-se menos legíveis, no sentido em que a leitura é mais lenta. As fontes em caixa baixa possuem sinais que promovem a ligadura entre os tipos, além de possuírem desenhos distintos que tornam os caracteres mais facilmente reconhecíveis. Existem ainda as hastes ascendentes e descendentes que pautam o ritmo de leitura. Letras com serifa e Letras sem serifa Antigamente se pensava que a ligação entre os tipos, promovida pelas serifas, proporcionava uma relação tal entre as letras e o movimento horizontal da leitura, que a facilitava. Hoje, entretanto, através de vários estudos acredita-se que não é a fonte com serifa ou sem serifa que determina a legibilidade e sim as características específicas de cada set tipográfico. As variáveis que levam a legibilidade de um tipo são muito mais numerosas do que simplesmente ser serifada ou não. Alinhamentos de Texto Um texto pode ser alinhado de cinco maneiras diferentes: à esquerda, à direita, justificado, centrado e assimétrico. Um alinhamento a esquerda cria um espaço entre letras e entre palavras uniforme e como cada linha termina em um ponto, ajuda na identificação das linhas. O Alinhamento à direita teoricamente é contra a legibilidade, pois fica difícil localizar a próxima linha. Texto justificado pode ser muito legível se o designer conseguir assegurar uma uniformidade dos espaços entre-palavras e entre-letras. A abertura de espaços em branco no meio dos textos é extremamente prejudicial à legibilidade. Textos alinhados pelo centro transmitem uma aparência formal. Devem ser utilizados em pequena quantidade, pois em certa medida, também dificultam a legibilidade. Os alinhamentos assimétricos são usados quando o designer tem a intenção de transmitir alguma mensagem através da forma do texto. 6

Textos enquanto imagem Uma regra interessante é imaginar as caixas de textos como formas geométricas, que se relacionam com outras formas ao longo das diagramações. Assim, os textos se assemelham à massas uniformes e podem ser decompostos e entendidos através de suas formas. Um título pode ser entendido como uma linha de grande espessura e uma coluna de texto como um retângulo. Isso facilita na composição da página. Legibilidade e Leiturabilidade O objetivo, por incrível que pareça, do design editorial é propiciar uma boa leitura. Fazer com que o texto seja fácil de ler, sem causar dispersões. Fugir dessas regras é somente possível para aqueles designers que já as conhecem bem, ou quando o conteúdo que irá ser representado tenha por si mesmo uma interpretação expressiva. A regra mais simples é a da hierarquia de informações e da questão do dá para ler ou não dá para ler. A regra complexa é a busca por novos parâmetros de legibilidade. Legibilidade e leiturabilidade parecem a mesma coisa, mas não são. Certamente a legibilidade altera a leiturabilidade. Muitas vezes um tipo que é legível não é necessariamente possível de ser lido em textos. Um dos erros mais comuns é eleger uma tipografia que foi desenhada para um caso específico, que por sua vez é até legível, para ser aplicada em outra proposta, tornando-se absolutamente impossível de ser lida. Isso é bastante comum, sobretudo com os tipos contemporâneos. Ou seja, legibilidade é o grau de distinção entre as letras individuais. A possibilidade de reconhecermos os caracteres. Leiturabilidade é a capacidade de uma tipografia ser lida, ou seja, a capacidade dela formar palavras e textos que são passíveis de leitura. Assim, quanto mais contraste entre partes pretas e brancas das letras, mais legíveis estas são. É necessário também que se preste atencão para que o L minúsculo não se confunda com o i maiúsculo (l tem que ser diferente de I). O peso dos tipos, como já foi dito, também influencia a legibilidade de um caractere. Uma regra interessante é que a espessura das hastes das letras tem que ser mais ou menos em torno de 18% da altura X do caractere. 7

Comparem as placas de trânsito abaixo e pensem por que se utiliza caixa alta e baixa e fontes sem serifa. Ao olharmos para as placas acima, certamente concordaremos que a terceira de cima para baixo é a mais apropriada, porque os tipos sem serifa funcionam melhor para apreensão de leitura em velocidade ou em apreensão fragmentada. A caixa alta e baixa pauta o ritmo de leitura, marcando o início de cada palavra. Isso significa que, para sinalização, os tipos sem serifa de maneira geral são mais legíveis e possibilitam uma melhor leitura da informação. Uma boa tipografia incita a vontade de ler e diminui o esforço para a compreensão. A leitura deve ser automática, não imputando no leitor a percepção de que este está lendo. Temos que ter em mente também que a tipografia é feita para comunicar. Muitas vezes essa comunicação se dá pela leitura de um texto, muitas vezes não e mais uma vez a intenção compositiva é que comanda o grau de leiturabilidade de um tipo. 8

Exemplo de tipografia bem trabalhada em um grid para capas. Mistura entre sem serifa e serifa. Diferentes pesos, legibilidade e leiturabilidade. 9

Exemplo de grid definido a partir da tipografia. Espaço para as imagens e colunas bem definidas. 10

Anotações: bibliografia BLACKWELL, Lewis. Remix 20th century type. Corte Madera, CA: Gincko Press, 1998. FARIAS, Priscila. Tipografia Digital. O Impacto das Novas Tecnologias. FRIEDL, Friedrich, OTT, Nicolaus & STEIN, Bernard. Typography. An Encyclopedic Survey of Type Design and techiniques Throughout History. Nova Iorque: Black Dog & leventhal publishers, 1998. JURY, David. About Face. Reviving the rules of typography. Suiça. RotoVision, 2002. 11