Instituto Nacional do Seguro Social Diretoria de Saúde do Trabalhador Coordenação-Geral de Benefícios por Incapacidade Divisão de Perícias Ocupacionais ENTENDENDO OS NEXOS TÉCNICOS PREVIDENCIÁRIOS São Paulo 14/09/2009
Introdução O trabalho seguro e salubre é um dos direitos sociais fundamentais garantidos pela Constituição Federal de 1988, artigo 7º, alínea XXII. A preocupação com a segurança e saúde dos trabalhadores constitui-se num dos temas da mais alta relevância social. Interessa muito, especialmente aos trabalhadores e aos empregadores, assim como aogoverno.
A incapacidade para o trabalho vem se tornando o maior problema social na maioria dos países industrializados, resultando em um aumento dos gastos sociais com programas de atenção à doença e à incapacidade/invalidez e, em um declínio das taxas de participação da força de trabalho*. * Fonte: Who returns to work and why? Internacional Social Security Association, Research Programme, 2002
Dados Estatísticos e Desempenho Num cenário de mudanças como o nosso, no Brasil, em 2007, os 653.090 acidentes de trabalho geraram nos trabalhadores segurados: 2.804 óbitos 8.504 incapacidades permanentes parciais ou totais. 281.696 incapacidades temporárias de mais de quinze dias Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho/2007 MPS/INSS/MTE/Dataprev
Brasil. Coeficiente de Óbitos Devido a Acidentes de Trabalho Por 1.000.000 de Trabalhadores Segurados, 1970/2007 350 306 297 Coeficiente de Óbitos por 1 milhão 300 250 200 150 100 50 235 204 172 93 Média Ano 0 1970 70/79 80/89 90/99 2000 2007 Óbitos = 2.232 Óbitos = 2.804 População sob Risco = 7.284.022 População sob Risco = 30.189.072 * Fonte: AEPS 1999 suplemento histórico, AEPS 2001 e Anuário Brasileiro de Proteção, edição 2001. * GFIP, Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho/2007 MPS/INSS/MTE/Dataprev e Boletim Estatístico da Previdência Social Vol 14, nº 07, julho 2009.
Coeficiente de Óbitos Devido a Acidentes de Trabalho Por 1.000.000 de Trabalhadores Segurados, segundo países selecionados 200 172 Coeficiente de Óbitos por 1 milhão 150 100 50 0 120 50 5 10 EUA * Reino Unido * Austrália ** México * Brasil *** Fonte: Yearbook of Labour Statistics, OIT, 1999; Anuário Estatístico da Previdência Social - 2000. * 1997, ** 1996, *** 2000
Síntese O diagnóstico brasileiro mostra a necessidade de mudanças, priorizando o grande objetivo: Evitar os acidentes
Novo Paradigma - Premissas O SAT foi, é e continuará sendo (mesmo que com outro nome: atualmente RAT - Riscos Ambientais do Trabalho), o mais importante instrumento de proteção do trabalhador. Novo Paradigma: Trabalho Decente / Trabalho sem Risco (OIT) Premissas: Cobertura Universal; Enfoque preventivo; Integralidade de ações; Enfoque epidemiológico; Participação social.
Tarifação - bonus/malus : Lei N 10.666 de 08/05/2003 Resolução Nº 1.236 de 28/04/2004 do Conselho Nacional de Previdência Social primórdio do FAP ( Proposta metodológica que trata da flexibilização da alíquotas de contribuição... )
Lei 10.666 de 08/05/03 Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, poderá serreduzida, em até cinqüenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, gravidade e custo. Art. 14. O Poder Executivo regulamentará o art.10 desta Lei no prazo de trezentos e sessenta dias.
Tarifação Individual - Lei 10.666/03 Leve 1,0 Médio 2,0 Grave 3,0 Grau de Risco Bonus/Malus (% sobre a folha) (redução de até 50% ou elevação de até 100%) 0,5 6,0
Antecedentes dos Nexos Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT até 31/03/2007); Sub-Notificação (conseqüências para o trabalhador); Precedência da incapacidade sobre o nexo; Questão fora dos sistemas corporativos (atores sociais).
Nexo Doenças sem relação com o trabalho. Doenças com relação com o trabalho.
Nexo Doenças com relação com o trabalho Distribuem-se na dependência da atividade produtiva a que se dedica o indivíduo Câncer escrotal: Sir Percival Pott (séc. XVIII).
Multicausalidade Modernamente, aceita-se que dificilmente qualquer doença terá uma única causa (infarto do miocárdio)
Portaria 3214/78, do Ministério do Trabalho, aprovou as Normas Regulamentadoras relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. NR7 PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) objetivo: promover e preservar a saúde do trabalhador. NR9 PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) O controle da aplicação das NR é de competência do MTE.
Tipos: NTP - Nexo Técnico Previdenciário Profissional / do Trabalho Profissional: Siderose (J63.4) Do Trabalho: etilismo crônico Doença Equiparada a Acidente de Trabalho 1. Doença equiparada a acidente de trabalho - ITU 2. Acidente de Trabalho Típico e de Trajeto
NTEP - Proposições Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, MPS/MS/MTE Medida Provisória nº 316, de 11/08/2006, convertida na Lei 11.430, de 26/12/2006; regulamentada pelo: Decreto 6.042, de 12/02/2007.
Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário NTEP Características: Dado o CID e CNAE, presunção relativa. Transporte rodoviário e diabetes: trabalho é fator contributivo suficiente.
As Dimensões do Acidente do Trabalho Probabilística Freqüência. eventos FAP dias Social Gravidade R$ pagos Econômica Custo.
Apesar da evolução positiva, o país maneja os riscos e acidentes de trabalho com uma abordagem caracterizada fundamentalmente pela reparação e compensação financeira do dano. É um modelo excessivamente preocupado com as conseqüências, denotando uma atitude meramente reativa.
Este fato está ensejando uma oportunidade histórica de forma a proteger os trabalhadores brasileiros dentro de um novo paradigma que valoriza, fundamentalmente, o trabalho sem risco. A Lei 1.066 introduz a tarifação flexível (Bonus/ Malus). É uma oportunidade para valorizarmos os investimentos na segurança e na saúde dos trabalhadores. Considera-se essencial e indispensável a participação da sociedade (particularmente empresários e trabalhadores).
O fundamental nesta proposta é a PARTICIPAÇÃO EFETIVA DA EMPRESA, buscando reduzir/evitar as doenças profissionais e os acidentes de trabalho. Com isso, está nas mãos dos empresários evitar as conseqüências danosas dos acidentes para: 1. o Trabalhador (vítima), 2. a Empresa (gastos com os 15 primeiros dias de afastamento, saúde, produção, custos sociais, custos júrídicos e danos à imagem da empresa, entre outros), 3. Previdência.
Obrigado pela Atenção! pericias.ocupacionais@previdencia.gov.br Alexandre Coimbra Médico Ortopedista Médico do Trabalho Mestre em Engenharia Mecânica Chefe da Divisão de Perícias Ocupacionais CGBENIN Brasília/DF Representante do Governo na Comissão Nacional Permanente do Benzeno Representante do INSS na Comissão Consultiva FAP/NTEP Alexandre.Coimbra@previdencia.gov.br