CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 17



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CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 17 DATA 25/08/15 DISCIPLINA DIREITO ADMINISTRATIVO (NOITE) PROFESSOR BARNEY BICHARA MONITORA JAMILA SALOMÃO AULA 04/08 Ementa: Na aula de hoje serão abordados os seguintes pontos: Capítulo 3 Organização da Administração Pública Capítulo 3 Organização da Administração Pública 5) Administração pública indireta: b) Integrantes: Art. 4º, II, Decreto-lei 200/67. Art. 4 A Administração Federal compreende: II A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987) I. Autarquias: É espécie de autarquias: Conselhos Profissionais; Agências reguladoras federais (porque a lei federal deu a natureza jurídica de autarquia);

Fundações públicas de direito público. Denominadas de fundações autárquicas. Associações Públicas (Consórcios públicos de direito público) II. III. IV. Fundações Públicas; Empresas Públicas; Sociedade de Economia Mista. Obs.: As empresas subsidiárias das empresas públicas e das sociedades de economia mista previstas no art. 37, XX, CF, não integram a administração indireta, a despeito de entendimentos em sentido contrário. XX depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; c) Princípios: Aplicáveis a todas as pessoas que integram o conjunto. I. Princípio da Reserva Legal: Art. 37, IX, CF. A criação de cada pessoa jurídica da administração indireta depende de lei específica. XIX somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; Obs.: Vide art. 45, CC. Que dispõe sobre a criação das pessoas jurídicas. Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. As pessoas jurídicas de direito público adquirem personalidade jurídica com a vigência da lei que previu sua criação. E de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. II. Princípio da Independência: Cada entidade (pessoa jurídica) que integra a administração indireta tem autonomia administrativa, financeira e técnica para desempenhar suas atribuições institucionais.

III. Princípio da Especialidade: Cada entidade da administração indireta só pode atuar na área descrita na lei que previu sua criação. É a chamada Capacidade Administrativa Específica. IV. Princípio da Tutela ou Controle ou Supervisão Ministerial: Supervisão Ministerial Apenas em âmbito federal. É o controle finalístico que a administração direta exerce sobre a indireta que se dá nos estritos limites da lei que previu a criação de cada entidade. Não há hierarquia entre a administração indireta e a direta, há controle. Não há subordinação, há vinculação. Não há autotutela, há tutela. d) Autarquias: I. Conceito: Pessoa jurídica de direito público criada para desempenhar de forma descentralizada atividade típica de administração pública que requeira para o seu melhor funcionamento gestão descentralizada. Art. 5º, I, Decreto-lei 200/67. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: I Autarquia o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Tem personalidade jurídica própria, sujeita de direito e obrigações em nome próprio, distinta do Estado. Tem regime jurídico de direito público, então tem os mesmo poderes e prerrogativas do Estado, as mesmas restrições e limitações do Estado. Atividade típica de administração pública Para ser exercida requer regime jurídico de direito público. Ex.: Poder de polícia. II. Criação e extinção: Criação e extinção pela vigência da lei. Art. 37, XIX, CF. Lei específica para criar e para extinguir. XIX somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; III. Bens:

São bens públicos. Art. 98, CC. Se sujeitam ao regime dos bens públicos. Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. IV. Responsabilidade civil: Se a autarquia produz o dano é a autarquia que tem o dever de reparar o dano. Objetiva, art. 37, 6º, CF. Art. 37, 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. V. Atos, licitação e contratos: Autarquia pratica atos administrativos e se sujeita à lei de licitações e contratos. VI. Controle: Os atos da autarquia se sujeitam a controle: Legislativo; Judicial; Administrativo. De dois tipos: Autotutela Controle da autarquia sobre seus próprios atos. Poder de revisão. Tutela Controle que a administração direta exerce sobre a administração indireta. Inclusive ao Tribunal de Contas. VII. Privilégios tributários: Imunidade recíproca relativa. Art. 150, 2º, CF. Art. 150. 2º A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. A imunidade é relativa porque só atinge os bens da autarquia vinculados a sua finalidade institucional. Súmula vinculante nº 52, STF: Súmula Vinculante 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. VIII. Privilégios processuais: Autarquia possui os mesmos privilégios processuais que o Estado.

Prazos processuais dilatados, art. 188, CPC. Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. Duplo grau de jurisdição obrigatório, art. 475, CPC. Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 1 o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 2 o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 3 o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) Regime especial de execução, art. 100, CF. Precatório. Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009) IX. Prescrição: Cinco anos. Decreto 20.910/32. Prescreve em cinco anos qualquer direito ou ação em face de uma autarquia. X. Regime de servidores: RJU Art. 39, caput, CF. Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) Os servidores de uma autarquia podem ser celetistas ou estatutários, dependerá do regime jurídico único definido pela lei. XI. Conselhos profissionais: Predomina o entendimento que os Conselhos Profissionais são autarquias. Aplica-se o regime jurídico das autarquias. Obs.: O STF na ADI 3026 fixou o entendimento que a OAB não é autarquia e nem faz parte da administração pública indireta, não se sujeitando a qualquer forma de controle (nem o TCU controle a OAB).

A doutrina diz que a OAB é conselho profissional. XII. Agências Reguladoras: São órgãos da administração direta ou pessoas da administração indireta que recebam da lei competência para regular serviços públicos delegados ao setor privado ou atividades econômicas consideradas estratégicas. Obs.: Quando a União criou suas agências reguladoras a lei federal deu a elas natureza jurídica de autarquia de regime especial. E as agencias reguladoras dos estados e municípios terão a natureza jurídica que as respectivas leis lhes der, para atuar nos respectivos campos de competência. Obs.: Toda autarquia que a lei conferir mais autonomia administrativa, isto é, mais liberdade de atuação é denominada de Especial. Obs.: Estude a lei 9.986 de 2000, que disciplina o regime de pessoal das agências reguladoras. XIII. Agências Executivas: Decreto 2487/98. Decreto federal e só se aplica à União. Trata-se de qualificação dada através de decreto a autarquia ou fundação pública com o objetivo de aumentar sua autonomia administrativa e assegurar uma atuação mais eficiente. A qualificação dada pelo Presidente da República não altera a natureza jurídica da pessoa jurídica, mas dá a autarquia ou fundação pública uma titulação que lhes garantam algumas prerrogativas voltadas a dar maior autonomia à entidade. Autarquia ou fundação pública + Plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional + Contrato de gestão com Ministério supervisor + Decreto = Agência Executiva. Enquanto vigorar o contrato de gestão mantém a qualificação de agência executiva. Obs.: Art. 24, 1º, lei 8666, que trata de uma prerrogativa para autarquia e fundações qualificadas como agência executiva. Art. 24, 1 o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) XIV. Consórcios públicos: Art. 241, CF e lei 11.107/05.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. A lei 11.107 é geral, vale para todos os entes. Mas não retira a competência de cada ente para fazer normas específicas de seu interesse, respeitada a norma geral. 1º) Conceito: É uma pessoa jurídica formada pela associação de entes políticos para gestão associada de serviços públicos. Tem personalidade jurídica própria. Obs.: A lei 11.107 admite qualquer associação para a formação do Consórcio, exceto União e Município sem a presença do Estado-membro onde o Município se localize. Motivo Pacto Federativo. 2º) Natureza Jurídica: Pode ser pessoa jurídica de direito público Associação Pública (Autarquia). Aplica-se o regime jurídico das autarquias. Pode ser pessoa jurídica de direito privado Associação Civil. Regida pelo direito civil com as derrogações próprias do direito público. Quem estiver criando é que define a personalidade jurídica. Obs.: Segundo a lei, as associações públicas integram a administração pública indireta de todos os entes políticos associados. Se for de direito privado a lei não disse nada. e) Fundações Públicas: I. Conceito: São fundações criadas ou mantidas pelo Estado. Patrimônio com personalidade jurídica. II. Natureza jurídica: 1ª Corrente Trata-se de pessoa jurídica de direito privado. Nesse sentido: Hely Lopes Meireles, José dos Santos Carvalho Filho e o art. 5º, IV, Decreto-lei 200/67. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: IV Fundação Pública a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades

de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987) 2ª Corrente Trata-se de pessoa jurídica de direito público. Nesse sentido: Celso Antônio Bandeira de Melo. Diz que o art. 5º, IV, Decreto-lei 200/67, não foi recepcionado pela CF. 3ª Corrente Quem define a personalidade jurídica é a lei. Nesse sentido: maioria da doutrina, inclusive Maria Sylvia de Pietro, decisões do STF e a realidade. A fundação pública de direito público é chamada de Fundação Autárquica. É uma autarquia. A fundação pública de direito privado é chamada de Fundação Estatal ou Governamental. Obs.: Lei complementar definirá a área de atuação das Fundações Públicas. Art. 37, IX, CF. XIX somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; Obs.: As Fundações Autárquicas aplica-se o regime jurídico das autarquias. Às Fundações Governamentais aplica-se o regime jurídico semelhante aos das empresas públicas prestadoras de serviços públicos. f) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: I. Conceito de Empresa Pública: Pessoa jurídica de direito privado formada por capital 100% público e que pode assumir qualquer forma jurídica admitida em direito. Não tem prerrogativas públicas. Obs.: Vide art. 5º, II, Decreto-lei 200/67. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: II Empresa Pública a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) Decreto Federal. Válido para a União. Capital 100% da União. Vide art. 5º, Decreto-lei 900/69.

Art. 5º Desde que a maioria do capital votante permaneça de propriedade da União, será admitida, no capital da Empresa Pública (artigo 5º inciso II, do Decreto-lei número 200, de 25 de fevereiro de 1967), a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno bem como de entidades da Administração Indireta da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Possibilidade de capital privado em empresa pública Quando seja sócio da União uma Sociedade de Economia Mista. II. Conceito de Sociedade de Economia Mista: Pessoa jurídica de direito privado formada por capital misto (público e privado) sob a forma de S.A. e controlada pelo poder público. III. Criação e Extinção: Por autorização legislativa mais a providência civil. Art. 37, XIX, CF. XIX somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; IV. *Finalidade: 1ª Prestar serviços públicos. 2ª Explorar atividade econômica. A finalidade define o regime jurídico. V. Regime jurídico: Híbrido. Pois normas de direito público modificam a personalidade de direito privado. VI. Bens: Segundo o Código Civil, são bens privados, art. 98. Contudo, importante doutrina entende que os bens das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviço públicos e afetados à execução do serviço são públicos. Celso Antônio Bandeira de Melo. Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. VII. Responsabilidade civil: Objetiva, para Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista prestadoras de serviços públicos. Art. 37, 6º, CF.

A responsabilidade das Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista que exploram atividade econômica é subjetiva. Art. 37, 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. VIII. Falência : Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista não se sujeitam à lei 11.101/05. IX. Privilégios tributários: Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista não possuem privilégios tributários. Sem privilégios fiscais. Obs.: Atenção para a jurisprudência que excepciona alguns casos, como Correio e Infraero. X. Atos, licitações e contratos: No exercício de atividade administrativa pratica atos administrativos. Vide Súmula 333, STJ. Sujeição à lei de licitações e contratos. Vide art. 37, XXI e 173, 1º, III, CF. Súmula 333: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. XXI ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento) Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XI. Regime de servidores: Sempre empregados públicos regidos pela CLT. Sendo imprescindível, como regra, a realização de concurso. XII. Controle: Legislativo; Judicial;

Administrativo. Tutela autotutela XIII. Diferenças entre Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: Diferenças Empresas Públicas Sociedades de Economia Mista Capital 100% público Misto. Público e privado. Forma jurídica Qualquer uma admitida em Sempre S.A. direito. Juízo competente (Foro) Federal Justiça federal, art. 109, I, CF. Estadual Justiça estadual. Municipal Justiça municipal. Justiça estadual, sempre. Súmula 556, STF. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Súmula 556, STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.