Todos os cultivos apresentam seus limites climáticos para a produção econômica. O limite climático da soja por exemplo é de 3ºC.



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Transcrição:

Adaptação do texto CLIMA E AGRICULTURA Seminário sob a coordenação da Profa. Eloiza Cristiane Torres da Universidade Estadual de Londrina UEL (http://br.geocities.com/uel_climatologia/) INTRODUÇÃO Apesar dos recentes avanços tecnológicos e científicos, o clima ainda é a variável mais importante na produção agrícola. Isto ocorreu através das influências que o clima exerce sobre os estágios da cadeia de produção agrícola, incluindo, colheita, armazenagem, transporte e comercialização. Qualquer sistema agrícola, é um ecossistema feito pelo homem, que depende do clima para funcionar de forma semelhante ao sistema natural. Os principais elementos que afetam a produção agrícola são os mesmos que influenciam a vegetação natural: entre eles estão a radiação solar, a temperatura e a umidade. Esses parâmetros que vão determinar em larga escala a distribuição global dos cultivos e da pecuária; assim como a produção agrícola e a produtividade dos rebanhos dentro de uma zona climática. Todos os cultivos apresentam seus limites climáticos para a produção econômica. O limite climático da soja por exemplo é de 3ºC. Deve-se levar sempre em conta, que uma variável climática pode se modificar mediante outra variável. Estão inter-relacionadas na influência que exercem sobre a lavoura. Também as variáveis diárias, sazonais e anuais. Ao se considerar os ambientes climáticos, nos quais as lavouras se desenvolvem os micro-climas em torno da lavoura, é de vital importância, assim como no interior do solo e nas proximidades do terreno em que os cultivos crescem, que podendo ser bastante diferentes no ar logo acima. A escolha da cultura a ser desenvolvida começam pelas características locais climáticas, uma vez que cada cultura depende de certo tipo de solo, calor, precipitação, umidade relativa, além da Sazonalidade. Outros fatores que são de suma importância e que estão vinculados ao clima são a luminosidade que influi na fotossíntese (a exposição da vertente em relação a radiação solar), além do fotoperiodismo (distribuição da incidência de luz solar ao longo do ano). As regiões que recebem maior radiação e que são mais favoráveis à agricultura são regiões do polo ao equador, mais significamente de 0 à 30º. Por isso nessa região há uma maior biodiversidade do planeta: as florestas tropicais. Fatos de grande importância são as determinações ideais de água e calor necessários a uma planta que são: evapotranspiração (EP) evapotranspiração real (ER) e balanço hídrico. O primeiro trata-se de uma superfície onde não há deficiência de umidade. O segundo (ER) é o fenômeno que ocorre realmente. Local onde há deficiência de água. E balanço hídrico é a diferença entre quantidade de água que chega ao solo por precipitação ou irrigação e que sai por efeito da evaporação ou outros processos. Assim, deve-se fazer sempre um estudo do solo, das culturas, e das regiões, para que se evite desastres como perdas de sementes plantadas por causa dos índices pluviométricos. Perdas de lavoura de algodão

que são muito sensíveis ao excesso de água, como por exemplo, culturas de baixas latitudes cultivadas em regiões secas, etc. O maior problema das regiões secas é a obtenção da água. Além da escassez de água também apresentam mais duas características climáticas em comum: grande amplitude térmica diária e acentuada variabilidade pluviométrica inter-anual. Nas latitudes tropicais são consideradas regiões semi-áridas as que tem as médias pluviométricas anuais entre 750 e 250 mm. Áridas entre 250 e 100 mm e as hiperáridas, abaixo de 100 mm. Diante desses extremos de comportamento climáticos, a prática da agricultura é muito dificultada e só pode ser levada a efeito com sucesso pelo emprego em larga escala das várias modalidades de irrigação e aproveitamento da água subterrânea. Os exemplos são os do deserto de Negev (Israel), as zonas áridas dos Estados Unidos, Estados da Califórnia, Arizona, Novo México, onde há milhões de hectares irrigados, etc. A agricultura irrigada, porém, quando praticada sem os necessários cuidados, podem levar a conseqüências ambientais indesejáveis. A principal delas é a salinização dos solos, que os torna impróprio para a prática agrícola. A salinização acentua-se quando a drenagem é insuficiente, resultando na concentração de sais. Como por exemplo, a construção do canal de Caracum, que liga Amu Daria ao mar Cáspio, com extensão de 1400 Km através da República do Turcomenistão. O objetivo era irrigar uma área de 1 milhão de hectares, destinado à produção de algodão. O resultado entretanto, foi o ressecamento do Mar de Aral, que, por ser de pequena profundidade (15 m, em média) já perdeu um volume considerável de água e suas margens recuaram vários quilômetros em alguns pontos. Além disso, as áreas aí cultivadas estão se degradando e sob constante ameaça de invasão de área. O ressecamento do Mar de Aral é, sem dúvida, um dos grandes desastres ecológicos do planeta neste século. 2-INFLUÊNCIA DO CLIMA NA AGRICULTURA 2.1-Radiação Solar É de vital importância, pois é essa energia que vai acionar o sistema agrícola, como qualquer outro ecossistema, determinando as características térmicas do ambiente, principalmente as temperaturas do ar e do solo, a duração do dia ou fotoperíodo; a fotossíntese (processo básico de produção de alimentos na natureza), e o fotoperiodismo, resposta dos vegetais à luminosidade. Na fotossíntese os raios visíveis são os mais eficientes, apesar de que os raios ultravioletas influenciam a germinação, na energia e a qualidade das sementes. Algumas plantas são indiferentes à duração do dia, enquanto outras são muito sensíveis. Os cultivos podem ser classificados de cultivos de dias curto ou longos, dependendo do período em que alcançam seu crescimento ótimo durante ou seu tempo de maturação. Durante o período dos dias curtos 10 horas de radiação são denominadas cultivos de dias curtos são o do feijão, milho, algodão, pepino, tomate e painço. E nos dias longos, temos aproximadamente 14 horas, favorece o cultivo da mostarda, dos trevos, da aveia, do trigo e do centeio.

Portanto, as plantas tropicais são geralmente do tipo de dia curto, enquanto as plantas que se originam nas latitudes médias são do tipo do dia longo. Assim como os efeitos podem ser retardados caso uma dessas plantas forem cultivadas em climas que não as ofereçam boa adaptação. 2.2-Temperatura A temperatura do ar e do solo afeta todos os do processo de crescimento das plantas. Assim como todas tem um limite térmico mínimo, ótimos e máximos para cada um dos estágios de crescimento. Os cultivos tropicais exigem altas temperaturas o ano todo como o café, banana e cana-de-açúcar, que são sensível à geadas. Por outro lado, o centeio tem necessidade de baixa temperatura e pode até suportar as temperaturas de congelamento, durante um longo tempo hibernal de dormência. Temperaturas de 6ºC podem ser letais para a maioria das plantas. O resfriamento prolongado das plantas, com temperaturas acima do ponto de congelamento, retarda o crescimento vegetal e pode até matar as plantas adaptadas somente a condições quentes. Apesar de que o resfriamento não possa matar diretamente as células vegetais, ele reduz o fluxo de água das raízes e então interfere na transpiração e na nutrição do vegetal. Quando a temperatura está abaixo do ponto de congelamento, a matéria viva das células pode congelar e pode acontecer a desidratação da célula, matando-a. Geralmente, as altas temperaturas não são tão destrutivas para as plantas como as baixas temperaturas, desde que o suprimento de umidade seja suficiente para evitar o murchamento e que a planta esteja adaptada em determinada região climática. O abacaxi por exemplo e coco crescem com a temperatura mínima de 21º, pelo menos durante uma parte da estação de crescimento. As frutas cítricas, o algodão, a cana e o arroz, não crescem bem se a temperatura estiver abaixo de 15º. A estação de crescimento nas regiões temperadas é determinada pelas condições térmicas. Ao contrário dos trópicos que são determinadas pelas precipitações. As temperaturas do solo são mais importantes, em uma análise do que as do ar, porque as do solo influenciam diretamente na germinação das sementes. Por exemplo a Batata 8ºC e 28º, sendo a temperatura ótima do solo 18ºC. As sementes do algodão em sua germinação requer pelo menos 10ºC, mas sempre abaixo de 18ºC. 2.3-Umidade A água desempenha um papel vital no crescimento dos vegetais e na produção de todos os cultivos. Ela leva os nutrientes químicos através das plantas. É o principal constituinte do tecido fisiológico, e um reagente na fotossíntese. A umidade do solo é a umidade significativa para a lavoura, e é controlado pela precipitação, taxa de evaporação e pelas características do solo. O suprimento de umidade pode variar desde o ponto de murchamento, quando não há água disponível para o uso do vegetal, até a capacidade de campo, quando o vegetal fica com seus poros preenchidos, predominando o encharcamento. No caso de condições de seca, quantidade exigida de água pela evapotranspiração excede a quantidade de água disponível no solo (déficit hídrico), podendo ocasionar a morte da planta.

Então nem as temperaturas extremamente altas ou baixas, nem a água insuficientes ou em excesso, constituem favoráveis condições para um bom desempenho da agricultura. 2.4- Vento Ar em movimento é um outro parâmetro climático que afeta a agricultura. Positivamente constitue-se um agente eficiente na dispersão das plantas. Negativamente pode causar danos físicos, ressecamento devido a transpiração com o transporte de pólen e sementes, o vento transporta plantas indesejáveis como as ervas daninhas. O vento pode causar erosão nas terras boas e retirar a camada fina do solo. Portanto, onde predominam condições climáticas ótimas e solo bom, terá uma alta produtividade. 3- Outras variáveis ou fenômenos climáticos 3.2- Vento O vento transporta a umidade do ar e o calor na atmosfera e apresenta certo efeito sobre a produção agrícola. O vento também influência as taxas de evapotranspiração e exerce pressão diretamente sobre os cultivos, no transcurso de seu desenvolvimento. O vento pode constituir-se em risco para a agricultura; Vento veloz, pode danificar a lavoura, pois a pressão exercida sobre os cultivos aumenta em sua trajetória com a crescente velocidade. Vento quente: estimulará maiores taxas de evapotranspiração e pode causar dissecação das lavouras e aumentar o risco de incêndio. O vento pode favorecer a erosão do solo, quando a velocidade exceder certo valor limite crítico para um dano ambiental e etc.. Os danos causados podem ser minimizados ou prevenidos pelo uso de um quebra-ventos (faixas de abrigo). Estes são barreiras naturais (árvores, arbustos ou sebes) ou artificiais (muros, cercas) para abrigar os animais. 3.3- Seca Ocorre sempre a diminuição do suprimento de umidade das precipitações ou de umidade armazenada do solo insuficiente para atender as necessidades hídricas das plantas. A seca constitui um grave risco para a agricultura tanto nas regiões temperadas quanto nas regiões tropicais. 6-BIBLIOGRAFIA

AYOADE, J.O. O clima e a agricultura. In:. Introdução á climatologia para os trópicos. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. CONTI, J.B. Desertificação nos trópicos Proposta de metodologia aplicada ao Nordeste Brasileiro. Tese de Livre-Docência apresentada à FFLCH/USP, inédito, 1995, 208p.. As Relações Sociedade/Natureza e os Impactos da Desertificação nos Trópicos. Cadernos Geográficos. UFSC, Florianópolis: Imprensa Universitária, 2002.. A Geografia Física e as Relações Sociedade /Natureza no Mundo Tropical,2a Edição, Editora Humanitas FFLCH/USP, São Paulo 2002. 36p. Instituto Agronômico do Paraná. Folheto: Monitoramento de geadas, 2002..CD com três palestras proferidas em 2002 (?). LEE, D. H. K. Clima e desenvolvimento Vegetal. Edições o Cruzeiro. Rio de Janeiro, vol. 3, Economia e Desenvolvimento. OMETTO, J. T. C. Bioclimatologia Vegetal. Ed. Agronômica Ceres. São Paulo, 1981, 440 p. SOBRINHO, José Vasconcelos. A Desertificação no Brasil. In: VINGT-UN, Rosado. 9º Livro das Secas. Natal; Ed. UFRN,1983, v. CCLXXXV.