Meios de contraste. Preparo e finalidades. Profº Cláudio Souza

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Transcrição:

Meios de contraste Preparo e finalidades Profº Cláudio Souza

Meios de contraste Para cada via de administração de um meio de contraste há um preparo adequado, tanto do cliente que passara pelo procedimento quanto do material a ser administrado no mesmo. As vias de administração tem como finalidade o estudo de determinadas regiões que por ela são mais fidedignas como por exemplo o estudo do intestino grosso por via retal.

Contraste endovenoso (E.V) ou intravascular (I.V) A administração endovenosa ou intravascular, o contraste é injetado por uma veia diretamente já corrente sanguínea. Na grande maioria se utilizam da veia basílica por ser superficial, facilmente localizável e estar em ligação com outras grandes veias do braço. Veia cefálica Veia basílica

Contraste endovenoso (E.V) ou intravascular (I.V) O único MC utilizado por via EV em tomografia computadorizada é o iodo, seja ele o iônico ou não iônico, sem a necessidade de diluição. Armazenamento, manipulação e administração O meio de contraste deve ser armazenado em uma estufa térmica a 37 graus, para que reduza a sua viscosidade, melhorando a fluidez e diminuindo a ocorrência de efeitos adversos, e 37 graus por se tratar da nossa temperatura intracorpórea normal. O profissional deve se paramentar de luvas, o MC aspirado não deve ser reenvasado para um uma utilização futura, um frasco aberto deve ser utilizado no período máximo de 24 horas. A administração do MC é uma questão muito delicada onde deve-se observar atentamente os seguintes itens: Punção adequada, jelco de calibre adequado a necessidade do exame e as condições do cliente e a orientação do cliente quanto ao procedimento é de grande importância para que o tranqüilize.

Preparos Para que a administração do MC ocorra de modo que minimize quaisquer efeitos devemos seguir alguns itens no quisíto preparo, tanto do MC quanto do cliente. Punção venosa Utilizar Jelco de calibre adequado, em média para administração de MC utilizar o 18 ou 20, porém deve-se observar a necessidade do exame e as condições do paciente. Punção recente, não utilizar acessos puncionados a mais de 24 horas, não puncionar veias do dorso da mão ou pé, á não ser que não haja outra maneira, sendo assim tomar cuidado com o fluxo da injeção, puncionar de preferência em MSD. Toda e qualquer substância administrada em uma veia é levada até o coração através da veia cava inferior para que haja a hematose e a distribuição por todo o sistema.

Preparos Dosagem Os cálculos para a dosagem correta acaba variando de acordo com a necessidade de cada exame e as condições de administração do mesmo. Em média a grande maioria dos serviços utiliza a seguinte forma: 1,5ml por kg do cliente até 70kg. Exemplo: Cliente pesando 60 kg utilizaremos em média 90 ml. 1,5x60 = 90 Para clientes que pesem de 70 a 100 kg administrar 100 ml. Acima de 100 kg administrar 120 ml. Obs: As dosagens podem variar de acordo com a necessidade de cada exame em cima do protocolo a ser empregado e o tipo de administração, manual ou com o auxilio de bomba injetora.

Preparos Cliente Jejum de no mínimo 6 horas, recomendado 8, suspender hipoglicemiantes (medicamentos a que tenham metformina como principio ativo) 48 horas antes e retomar o tratamento 48 após. Obs: Sempre fazer a anamnese

Finalidades A administração de MC por via endovenosa em tomografia computadorizada tem enumeras finalidades: Auxilia no estudo morfológico

Finalidades Auxilia no estudo morfofuncional

Finalidades E é de uma importância tamanha nos estudos de neoplasias, onde a captação do MC poderá determinar uma malignidade dessa neoplasia.

Finalidades Com a evolução dos tomógrafos os meios de contraste foram sendo cada vez mais úteis no auxilio ao diagnóstico, graças a uma diminuição no tempo de aquisição devido ao aumento de fileiras de detectores é possível hoje fazermos análises vasculares com maior acurácia com a administração do MC por via endovenosa. Aneurisma de aorta abdominal

Sistema da veia porta Finalidades

Ruptura de aneurisma Finalidades

Contraste por via oral (V.O) O contraste por via oral em tomografia computadorizada tem como objetivo contrastar o aparelho digestório inferior,é utilizado o iodo diluído em água, quando o cliente apresentar um quadro de hipersenssiblidade acentuada a iodo pode se utilizar o BaSO4 (Sulfato de bário) que deverá ser bem diluído para evitar efeitos de strike nas imagens.

Preparos O exame de tomografia computadorizada com preparo via oral para estudo do sistema digestório deve seguir os seguintes passos: È recomendado jejum de sólidos de 6 horas, porém pode ser realizado sem esse preparo de acordo com a necessidade do exame. Diluir 40 ml de iodo em 1000ml de água se disponível no serviço fazer essa diluição com algum tipo de refresco em pó para evitar que o cliente tenha náuseas que o leve a uma emese. Tempo de ingestão Em média orientamos o cliente a beber 1 copo de aproximadamente 200mls a cada 10 minutos, mais isso pode variar de acordo com o HD. (Hipótese Diagnóstica). Nas suspeitas de apendicite fazer um VO longo com intervalos de 20 minutos entre um copo e outro, para que possa dar tempo de o transito intestinal levar o MC até o ceco e contraste o apêndice vermiforme.

Via oral O contraste quando administrado por via oral percorre o mesmo caminho que o alimento quando nos alimentamos.

Finalidade A principal finalidade do MC por VO é desassociar os intestinos dos órgãos adjacentes, exemplo disso é a dissociação do duodeno da cabeça do pâncreas nos protocolos para pesquisa de patologias que acometem o pâncreas.

Contraste por via retal (V.R) O contraste por via retal em tomografia computadorizada tem como objetivo contrastar o intestino grosso, é utilizado o iodo diluído em soro fisiológico.

Preparos O exame de tomografia computadorizada com preparo via retal para estudo do intestino grosso deve seguir os seguintes passos: È recomendado jejum de sólidos de 6 horas, e que o cliente faça uso de um frasco de dimeticona um dia antes da realização, porém pode ser realizado sem esse preparo de acordo com a necessidade do exame, porém é de grande importância para a qualidade do exame que se siga as instruções de preparo. Diluir 40 ml de iodo em 1000ml de soro fisiológico, chamar a equipe de enfermagem do setor para que possamos dar início ao exame, orientar o cliente de todo o procedimento antes de dar inicio ao mesmo, posicionar o cliente em posição de Sims, introduzir a sonda já conectada ao soro abrir e deixar que corra continuamente, após o MC ser todo administrado da início as aquisições.

Via retal (V.R) O contraste por via retal é o método mais rápido para o estudo do intestino grosso, porém ele pode ser substituído por um V.O bem longo, assim resguardamos mais o cliente. Com aparelhos multidetectores e softwares adequados podemos fazer diversas análises da região em questão, entre elas a colonoscopia virtual.

Revisão anatômica Flexura Hepática Cólon transverso Flexura esplênica Cólon ascendente Cólon descendente Ceco Apêndice vermiforme Cólon sigmóide Reto

Perguntas 1- A que temperatura deve-se armazenar e administrar o iodo? 2- Qual a regra para a dosagem de iodo a ser administrado por via endovenosa? 3- Qual o posicionamento realizado para a passagem da sonda retal? 4- O MC por EV auxilia em quais finalidades? 5- Descreva toda a anatomia do intestino grosso. 6- Em quantos mls de água é diluído o iodo no preparo para MC VR. 7- Qual o tempo de ingestão do Mc por VO? E qual a sua variante? 8- Qual o preparo do cliente para se submeter a uma tomografia computadorizada com MC por EV? 9- Descreva o armazenamento, manipulação e a administração do iodo a ser administrado por EV. 10- Qual o preparo para um exame com MC por VR?