ESTRUTURAS MADEIRA. Marcio Varela



Documentos relacionados
COMO CONSTRUIR UM TELHADO. Índice

O telhado compõe-se da estrutura, cobertura e dos condutores de águas pluviais.

ESTRUTURAS DE MADEIRA

ESTRUTURAS METÁLICAS E DE MADEIRA

ESTRUTURAS METALICAS E DE MADEIRAS - PEF 2402

Se a força de tração de cálculo for 110 kn, a área do tirante, em cm 2 é A) 5,0. B) 4,5. C) 3,0. D) 2,5. E) 7,5.

ESTRUTURAS DE MADEIRA

Professor: José Junio Lopes

LISTA DE EXERCÍCIOS MECÂNICA DOS SÓLIDOS I

Guia Linear. Tamanho. Curso Patins. Características Técnicas Material das guias DIN 58 CrMoV4 Material dos patins DIN 16 MnCr5

Mecânica Geral. Aula 04 Carregamento, Vínculo e Momento de uma força

Resistência dos Materiais

ENSAIOS DOS MATERIAIS

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 34 Cálculo Estrutural da Fuselagem

Confecção de plaina de madeira pequena sem capa. A.Etapas do processo de confecção de uma plaina de madeira:

Calculando o comprimento de peças dobradas ou curvadas

DESCRIÇÃO TÉCNICA DOS MATERIAIS EMPREGADOS Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014

Resistência dos Materiais

Mecânica Geral. Aula 05 - Equilíbrio e Reação de Apoio

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Faculdade de Engenharia FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO SISTEMAS ESTRUTURAIS II

MATEMÁTICA PROVA 3º BIMESTRE

Peso do asfalto ou pavimento de concreto; Vento empurrando os lados sobre a estrutura; Forças causadas por terremotos, entre outros.

Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula 14

Padrão de entrada para baixa tensão 380/220v

Site Faça Você Mesmo. Guia de Furadeira. - pequenas dimensões;

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 1

BT 34. Boletim Técnico. Montagens. Destaques deste número. Dezembro / Revisão dos gráficos pressão de ensaio e segurança. Linha Master pag 8

Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional Identificação: PROSHISET 03. Procedimento para GCR (Guarda Corpo e Rodapé)

Estaca Escavada Circular

Paquímetro: O pessoal da empresa está chegando à quarta. Um problema. Erros de leitura

Memorial de Projeto: Instalações Hidráulicas

uso externo Nº

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E AMBIENTAIS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Projeto de Edificação I 2014/01

SEGUNDA AULA DE CONSTRUÇÕES RURAIS

CONSUMO DE MATERIAIS MADEIRAS E FERROS

Capítulo 4 Cisalhamento

Universidade Federal de Juiz de Fora. Faculdade de Engenharia. Manual de Orientações Básicas

Bem utilizar madeiras portuguesas na construção / reabilitação. José António Santos M. Carlota Duarte Joana M. Santos Luís Pestana

Como fazer uma faca tanto.

Metrologia Professor: Leonardo Leódido

Dobramento e flexão. Imagine-se sentado à beira de uma piscina, Nossa aula. Da flexão ao dobramento

Sistema de Abastecimento de Água 1 CAPÍTULO 5 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

TERMO DE REFERENCIA PARA REPAROS NA ESCOLA MUNICIPAL MARINHO FERNANDES

PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES

ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA CLIENTE: UNIFACS UNIVERSIDADE SALVADOR DISCIPLINA DE EXPRESSÃO GRÁFICA E PROJETOS ELÉTRICOS

Capítulo 6 ESCALAS E DIMENSIONAMENTO

OBRA: REFORMA GERAL DA COBERTA ESCOLA: EEFM DE AQUIRAZ ASSUNTO: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

4.1 Experimento 1: Cuba Eletrostática: Carga, Campo e Potenciais Elétricos

MEMORIAL DE CÁLCULO / 1-0. PLATAFORMA PARA ANDAIME SUSPENSO 0,60 m X 4,00 m MODELO RG PFM 4.1

Yep. Balcão Inferior Porta Temperos 20-57cm. Partes do Produto. Componentes

Resistência mecânica Isolamento térmico e acústico Resistência ao fogo Estanqueidade Durabilidade

Instruções de montagem

MANUAL DE INSTALAÇÃO ABRIGO MODELO. O novo abrigo de ligação facilitará a vida de todos.

Construção Civil. Lajes Nervuradas com EPS / Fachadas e Rodatetos em EPS. A leveza do EPS, gerando economia

Estudo dos Traços. Prof. Amison de Santana Silva

Manual de Operação e Instalação

FIGURAS DE LISSAJOUS

6. Conceito e dimensionamento do tronco em uma residência

APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. UNIDADE 4 Práticas de Instalação

Suponha que a velocidade de propagação v de uma onda sonora dependa somente da pressão P e da massa específica do meio µ, de acordo com a expressão:

Fau USP PEF 604. Estruturas em aço. Prof. Francisco Paulo Graziano. Baseado em anotações e apresentações do Prof. Waldir Pignata

OFICINA CULTURAL GLAUCO PINTO DE MORAIS

PROPRIEDADES FÍSICAS (massa específica, massa unitária, inchamento) Profa. Dra. Geilma Lima Vieira

AULA 03 - TENSÃO E DEFORMAÇÃO

EXEMPLO DE PONTE DE CONCRETO ARMADO, COM DUAS VIGAS PRINCIPAIS

Análise de Regressão. Notas de Aula

patologias Fissura devida à deformação da laje Fissura Laje δ Deformada da laje

Resposta Questão 2. a) O N O b) Linear

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS TÉCNICO DE LABORATÓRIO MECÂNICA

05. COMUNICAÇÃO VISUAL EXTERNA

O corte de metais é uma operação mecânica que consiste em se obter seções com dimensões determinadas.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO DE NORMA 18: PARA ESTACAS PRÉ-FABRICADAS DE CONCRETO

MEMORIAL DE CÁLCULO / 1-0 TRAVA QUEDAS

E S P E C I F I C A Ç Õ E S T É C N I C A S

Aula de Laboratório de Materiais de Construção Civil Professora: Larissa Camporez Araújo

Exemplos de lajes mistas

Distribuição de Cargas Verticais

Objetivos da sétima aula da unidade 5: Simular a experiência do medidor de vazão tipo tubo de Venturi

Limites de Consistência. Limites de Consistência. Marcio Varela

8 ESTRUTURAS DE MADEIRA

Banheiro Boxes para chuveiro e ducha Área de transferência

LINHA REDE A VÁCUO. (Polipropileno Copolimero Random)

Aula 09 Análise Estrutural - Treliça Capítulo 6 R. C. Hibbeler 10ª Edição Editora Pearson -

Objetivos da segunda aula da unidade 6. Introduzir a classificação da perda de carga em uma instalação hidráulica.

Yep. Armário Superior Baixo 70/80/100 Pistão. Partes do Produto. Componentes

FATEC - SP Faculdade de Tecnologia de São Paulo. ESTACAS DE CONCRETO PARA FUNDAÇÕES - carga de trabalho e comprimento

Faculdades Oswaldo Cruz ESQ (Física I Profº Ito Lista de Torque)

Carneiro Hidráulico de PVC - Comercial

r o d e s e m p r e. r o d e c o m a v o l v o.

CEPEL CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELÉTRICA SISTEMA ELETROBRAS

DIRETRIZES PARA A EXECUÇÃO DE PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA

GOLPE DE ARÍETE TRANSIENTE HIDRÁULICO

Com relação aos projetos de instalações hidrossanitárias, julgue o item a seguir.

1. SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIOS

Conjuntos mecânicos II

FÍSICA - 1 o ANO MÓDULO 10 EQUILÍBRIO DE CORPOS EXTENSOS

Representação de rugosidade

Descobrindo medidas desconhecidas (I)

1o) constância da inclinação do eixo de rotação da Terra. 2o) movimento de translação da Terra ao redor do Sol.

NORMA TÉCNICA 34/2014

Transcrição:

ESTRUTURAS DE MADEIRA Marcio Varela

Propriedades da Madeira A madeira é um material anisotrópico, ou seja, possui diferentes propriedades em relação aos diversos planos ou direções perpendiculares entre si. Não há simetria de propriedades em torno de qualquer eixo.

Propriedades das Madeira E = módulo de elasticidade É uma constante de proporcionalidade referente a cada material. Este é o coeficiente angular da parte linear do diagrama tensão x deformação. Exemplo: σ (Kg/cm 2 ) α σ E = tgα = ε ε

Propriedades das Madeira A resistência da madeira depende da DIREÇÃO do esforço em relação às fibras. ρ ap(12%) peso específico médio aparente (umidade 12%); f c0,k resistência à compressão na direção das fibras; f t0,k resistência à tração na direção das fibras; f t90,k resistência à tração perpendicular (normal) às fibras; E c0,m mód. elasticidade médio na direção das fibras; f v,k resistência ao cisalhamento na direção das fibras;

Propriedades das Madeira Resistência da Madeira No cálculo de uma estrutura de madeira, podem ser utilizados valores de resistências obtidos em ensaios, realizados em laboratório, ou fornecidos pela norma brasileira para o projeto de estruturas de madeira. Nome comum (dicotiledôneas) ρ ap(12%) 1) (kg/m³) f c0 2) (MPa) f t0 3) (MPa) f t90 4) (MPa) f v 5) (MPa) E c0 6) (MPa) Angelim araroba 688 50,5 69,2 3,1 7,1 12876 15 Angelim ferro 1170 79,5 117,8 3,7 11,8 20827 20 Angelim pedra 694 59,8 75,5 3,5 8,8 12912 39 Angelim pedra verd 1170 76,7 104,9 4,8 11,3 16694 12 Branquilho 803 48,1 87,9 3,2 9,8 13481 10 Cafearana 677 59,1 79,7 3,0 5,9 14098 11 Canafistula 871 52,0 84,9 6,2 11,1 14613 12 Casca grossa 801 56,0 120,2 4,1 8,2 16224 31 Castelo 759 54,8 99,5 7,5 12,8 11105 12 Cedro amargo 504 39,0 58,1 3,0 6,1 9839 21 Cedro doce 500 31,5 71,4 3,0 5,6 8058 10 Champagne 1090 93,2 133,5 2,9 10,7 23002 12 Cupiúba 838 54,4 62,1 3,3 10,4 13627 33 Catiúba 1221 83,8 86,2 3,3 11,1 19426 13 n 7)

Propriedades das Madeira Resistência da Madeira Nome comum (dicotiledôneas) ρ ap(12%) 1 ) (kg/m³) f c,0 2) (MPa) f t, 0 3) (MPa) f t, 90 4) (MPa) f v 5) (MPa) E c, 0 6) (MPa) Guará Roraima 892 78,4 108,0 6,9 11,9 18359 12 Guaiçara 919 62,4 70,9 5,5 15,5 17212 13 Ipê 1068 76,0 96,8 3,1 13,1 18011 22 Jatobá 1074 93,3 157,5 3,2 15,7 23607 20 Louro preto 684 56,5 111,9 3,3 9,0 14185 24 Maçaranduba 1143 82,9 138,5 5,4 14,9 22733 12 Mandioqueira 856 71,4 89,1 2,7 10,6 18971 16 Oiticica amarela 756 69,9 82,5 3,9 10,6 14719 12 Quarubarana 544 37,8 58,1 2,6 5,8 9067 11 Sucupira 1106 95,2 123,4 3,4 11,8 21724 12 Tatajuba 940 79,5 78,8 3,9 12,2 19583 10 n 7)

Propriedades das Madeira Umidade A norma brasileira para o projeto de estruturas de madeira define como condiçãopadrão de referência o teor de umidade de 12%. Assim, os resultados dos ensaios devem ser fornecidos para este teor de umidade. Classe de umidade Umidade relativa do ambiente (U amb ) Umidade de equilíbrio da madeira (U eq ), em % 1 65% 12 2 65% < U amb 75% 15 3 75% < U amb 85% 18 4 U amb > 85% durante longos períodos 25

Dimensionamento à Tração na direção das fibras EXIGÊNCIAS Td Td 1. O COMPRIMENTO DA BARRA, dividido pela MENOR dimensão da seção transversal, NÃO deve exceder 50. 2. PARA AS BARRAS PRINCIPAIS: Asmín 2 50 cm e b mín 5,0 cm 3. PARA AS BARRAS SECUNDÁRIAS: Asmín 2 18 cm e b mín 2,5 cm

Dimensionamento à Tração na Direção das Fibras A CONDIÇÃO DE SEGURANÇA É EXPRESSA POR: σ td = f td Td Td σ t0,d é a tensão de cálculo, obtida dividindo-se a força de tração de dimensionamento pela área útil da seção transversal; f t0,d é a resistência de cálculo, obtida pela expressão abaixo: f t0,d = k mod f t0,k 1,8 k mod = k mod1.k mod2.k mod3

Valores de Cálculo das Propriedades da Madeira ft,d = (k mod1.k mod2.k mod3 ). ft,k γ w Classe carregamento Classe umidade Categoria Coef. Minoração

k mod,1 TIPOS DE MADEIRA Classe de Carregamento MADEIRA SERRADA MADEIRA LAMINADA COLADA MADEIRA COMPENSADA MADEIRA RECOMPOSTA Permanente 0,60 0.30 Longa Duração 0,70 0,45 Média Duração 0,80 0,65 Curta Duração 0,90 0,90 Instantânea 1,10 1,10

k mod,2 TIPOS DE MADEIRA MADEIRA SERRADA Classe de Umidade MADEIRA LAMINADA COLADA MADEIRA COMPENSADA MADEIRA RECOMPOSTA (1) e (2) 1,00 1,0 (3) e (4) 0,80 0,9

k mod,3 CATEGORIA Primeira Segunda Categoria da madeira DEFINIÇÃO Todas as peças classificadas como isentas de defeitos, por meio de um método visual normalizado, e submetidas à classificação mecânica que garante a homogeneidade da rigidez das peças que compõem o lote. Madeira não classificada ou de classificação inferior a descrita para madeira de primeira categoria K mod,3 1,00 0,80

Coeficientes de Ponderação (γ w ) Valores de γ w Situação Coef. de ponderação γ w PARA ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS Compressão Paralela às fibras 1,4 Tração Paralela às fibras 1,8 Cisalhamento paralela às fibras 1,8 PARA ESTADOS LIMITES DE UTILIZAÇÃO Adota-se o valor básico 1,0

Exemplo: Calcule a resistência de dimensionamento a tração do: IPÊ, JATOBÁ, OITICICA, na direção das fibras, supondo madeira de primeira, em Natal (Classe de umidade 3) e carga de longa duração. f t0, d = k mod. f γ t0,k w

IPÊ f t0,k = 96,8 MPa = 968 kgf/cm² Tabelado (Norma7190:1997) f t0, d = k mod. f γ t0,k w f t0,d = (0,7 0,8 1,0) 968 1,8 301kgf/cm²

JATOBÁ f t0,k = 157,5 MPa = 1575 kgf/cm² Tabelado (Norma7190:1997) f t0, d = k mod. f γ t0,k w f t0,d = (0,7 0,8 1,0) 1575 1,8 490 kgf/cm²

OITICICA f t0,k = 82,5 MPa = 825 kgf/cm² Tabelado (Norma7190:1997) f t0, d = k mod. f γ t0, k w f t0,d = (0,7 0,8 1,0) 825 1,8 257 kgf/cm²

f t0,k IPÊ = 96,8 MPa = 968 kgf/cm² Tabelado (Norma7190:1997) Considerando barra de 3 x 4 submetida a esforço de tração Td Td σ t0,d f t0,d σ t0,d f t0,d tensão de cálculoatuante tensão resistente de cálculo

IPÊ f t0,k = 96,8 MPa = 968 kgf/cm² Tabelado (Norma7190:1997) Considerando barra de 3 x 4 submetida a esforço de tração, calcule a força máxima resistida pela peça. Td Td σ t0, d f t0,d T d T = T A A d f = f t0,d d t0,d 301kgf/cm² = (7,5 10) 301 22575 kgf

Dimensionamento de barras com tração paralela às fibras IPÊ f t0,k = 96,8 MPa = 968 kgf/cm² Tabelado (Norma7190:1997) Td Td 6" 3cm 3" 4 parafusos Ø 16 mm Seção 1 R d1 = (7,5 15) 301 33862 kgf

Dimensionamento de barras com tração paralela às fibras Td Td 6" 3cm 3" 4 parafusos Ø 16 mm Seção 2 R d2 = (7,5 12) 301 27090 kgf

Dimensionamento de barras com tração paralela às fibras Td Td 6" 3cm 3" 4 parafusos Ø 16 mm Seção 3 R d3 = (7,5 11,8) 301 26673 kgf

Resistência (NBR 7190:1997) Nome comum (dicotiledôneas) ρ ap(12%) 1) (kg/m³) f c0 2) (MPa) f t0 3) (MPa) f t90 4) (MPa) f v 5) (MPa) E c0 6) (MPa) Guará Roraima 892 78,4 108,0 6,9 11,9 18359 Guaiçara 919 62,4 70,9 5,5 15,5 17212 Ipê 1068 76,0 96,8 3,1 13,1 18011 Jatobá 1074 93,3 157,5 3,2 15,7 23607 Louro preto 684 56,5 111,9 3,3 9,0 14185 Maçaranduba 1143 82,9 138,5 5,4 14,9 22733 Mandioqueira 856 71,4 89,1 2,7 10,6 18971 Oiticica amarela 756 69,9 82,5 3,9 10,6 14719 Quarubarana 544 37,8 58,1 2,6 5,8 9067 Sucupira 1106 95,2 123,4 3,4 11,8 21724 Tatajuba 940 79,5 78,8 3,9 12,2 19583

MAÇARANDUBA Tk Tk Calcular TRAÇÃO DE CÁLCULO para: 3 x 3 3 x 4 3 x 5 3 x 6

Dimensionamento

Construção do Apoio Dica: Quando terminar de levantar as paredes, faça um bom arremate.

Quando isso não é obedecido, haveráconcentração de esforços fora do ponto de apoio e pode acontecer coisas como a da foto abaixo. Detalhe construtivo a ser respeitado. Apoio

Construção da Linha A linha é confeccionada com uma viga 6X12 e deve ter um comprimento maior que o Vão. Recebe 2 entalhes, um em cada lado, onde vão ser encaixadas as Empenas. Linha Como fazer? O segredo da estabilidade da tesoura está no encaixe perfeito entre a Empena e a Linha. Se esse encaixe for mal realizado, o telhado ficará torto. Isso significa uma telhado feio e também um telhado que poderá permitir a infiltração da água nos dias de chuva forte. Por isso deve-se dar uma atenção especial nesse encaixe. Veja a seguir, etapa por etapa, como proceder para que o entalhe na Linha seja bem feito.

Etapa 3: Marcar a linha de corte do apoio.

Etapa 5: Cortar a Empena e marcar as linhas de Corte na Linha.

Construção do Pendural O Pendural é peça estratégica da tesoura e serve para segurar a linha para que ela não fique abaulada. Cuidado! algumas pessoas pensam que o Pendural serve para apoiar as Empenas mas é justamente o contrário: O Pendural é que se apoia das Empenas.

Na montagem do Pendural tomar os seguintes cuidados:

Construção da Empena A Empena é também uma peça estratégica da tesoura, serve para segurar as terças e deve ficar bem encaixada entre o Pendural e a Linha.

Travamento da Empena.

Construção da Diagonal A Diagonal é também uma peça estratégica da tesoura, serve para segurar as terças e deve ficar bem encaixada entre o Pendural e a Empena.

Construção do Chapuz O Chapuz é a peça que apoia a terça.

Construção das Terças As Terças são peças que servem para apoiar os caibros. Sem as terças, os caibros ficariam muito abaulados.

Construção dos Caibros Os caibros são as peças que apoiam as Ripas. Deve-se tomar o cuidado de não deixar vãos muito grandes, pois o caibro não vai aguentar o peso das telhas e vai envergar.

Construção das Ripas As Ripas são as peças que apoiam as Telhas. A distância entre uma Ripa e outra vai depender do fabricante da Telha. infelizmente os fabricantes não seguem um padrão único de tamanho de Telha. Aliás, é por causa disso que devemos guardar algumas telhas no sótão pois quando alguma telha quebrar, dificilmente encontraremos telhas exatamente do mesmo tamanho.

Meça a distância necessária montando um trecho de telhado. Confeccione um Gabarito com a distância determinada. Pregue as Ripas usando o Gabarito. CUIDADOS: Na montagem das telhas, tomar o cuidado para que cada telha fique bem incaixada nas demais. Não deixar muito apertado. Veja na foto abaixo um erro muito comum: As telhas estão mal encaixadas. Então, a água da chuva vai cair bem no meio do vão entre uma telha e outra.

Construção das Ferragens Algumas peças precisam de Ferragens para complementar a rigidez do conjunto.

Cálculo das Calhas Ler a norma brasileira NBR-10.844 - Instalações Prediais de Águas Pluviais. Para o cálculo das Calhas devemos calcular, antes, a quantidade de chuva que vai cair no telhado.

A quantidade de água que uma chuva joga sobre um telhado varia em função de diversos fatores como o clima (tropical, equatorial, etc.), a estação do ano (primavera, verão, etc.) e a localização geográfica (norte, nordeste, sul, etc.). Para o cálculo da quantidade de água, não se leva em consideração tais fatores mas apenas a maior intensidade da chuva. Mesmo em regiões de poucas chuvas como no nordeste brasileiro, quando chove a chuva pode ter uma intensiade pluviométrica tão grande como uma chuva em São Paulo. Não é a quantidade total de água que cai mas sim a quantidade em um determinado tempo. Um bom número para quantidade de chuva é o seguinte: Este número corresponde a uma chuva com período de recorrência de 100 anos e com intensidade pluviométrica de 240 milímetros por hora aplicável na maior parte do território brasileiro. Entretanto deve-se tomar o cuidado em determinadas regiões que podem apresentar valores bem acima. Veja na norma NBR- 10.844 uma tabela com as intensidades pluviométricas em diversas regiões do Brasil. Para um valor mais preciso consulte o serviço de meteorologia mais próximo.

Exemplo Prático Vejamos como calcular a quantidade de água nas calhas de um exemplo como o da figura abaixo.

Essa casa tem apenas uma água (para facilitar a compreensão). O telhado mede 8 X 11,70 metros. Primeiro você deve determinar os pontos de descida de água. Vamos colocar 3 condutores de descida nas posições indicadas na figura acima. Observe que o telhado ficou dividido em 2 áreas. A Área 1 de 7,20 X 8,00 e a Área 2 de 4,50 X 8,00 m. A água da chuva que cair na Área 1 será recolhida pela Calha 1. A Calha 1 tem duas caídas, metade da água corre para o Condutor 1 e a outra metade para o Condutor 2. Vamos chamar de V1 a vazão que corre para cada lado na Calha 1. DETERMINAÇÃO DAS CALHAS: V1 = 0,067 X 8,00 X 7,20/2 = 1,93 litros por segundo Com o mesmo raciocínio, temos a vazão V2 que corre para cada lado da Calha 2. V2 = 0,067 X 8,00 X 4,50/2 = 1,21 litros por segundo

Consultando a tabela acima, vemos que a Calha 1 pode ter o diâmetro de 100 mm podendo conduzir até 7,1 litros por segundo. Da mesma forma, vemos que a Calha 2 pode ter tembém um diâmetro de 100 mm. Estamos com bastante folga e podemos até pensar em algum obstáculo para o escoamento dentro da calha. Por exemplo, caso haja um entupimento dos condutores 1 e 3, toda a água deverá ser conduzida pelo condutor 2. Neste caso, a vazão total será de 2(1,93+1,21) = 6,28 litros por segundo, ainda dentro da capacidade da calha. DETERMINAÇÃO DOS CONDUTORES VERTICAIS: Pela figura, observa-se que o condutor mais solicitado é o Condutor 2 pois deve conduzir a vazão V1 e também a vazão V2. VC2 = V1 + V2 = 1,93 + 1,21 = 3,14 litros por segundo.

Para atender à vazão de 3,14 litros por segundo, teremos que instalar um tubo de 100 mm com capacidade de 3,83 litros por segundo. Algumas peças precisam de Ferragens para complementar a rigidez do conjunto. A montagem das calhas começa pela peça chamada bocal de descida que deve ser firmemente fixada: Depois que terminar a fixação de todos os bocais de saída, começa a instalar as calhas. Tomar sempre o cuidado de deixar um caimento de pelo menos 2% para garantir que a poeira, terra e areia que forem depositadas serão lavadas na primeira chuva.

DETERMINAÇÃO DOS CONDUTORES HORIZONTAIS: Chamamos de horizontais mas na verdade precisam ter um certa declividade. Com um caimento de apenas 1% já se consegue um bom escoamento de água. Entretanto, devemos sempre considerar que haverá partículas sólidas como terra e areia na água da chuva. Então o mínimo necessário será de 2%. Com esse caimento, consegue-se uma boa velocidade da água e essa velocidade é suficiente para carregar a areia junto. A tabela acima leva em consideração a declividade mínima de 2%, tubo de PVC (rugosidade = Lisa). Para outros tipos de materiais não vale. Para tubo de cerâmica, barro, ferro fundido e canaletas feitas com concreto, consultar outras tabelas.

Caimento de 2% significa que em um trecho de 1 metro ou 100 centímetros, o desnível deverá ser de 2 centímetros. As calhas de PVC possuem um encaixe tipo macho/fêmea com anel de borracha que garante a estanqueidade. As calhas de chapa de ferro galvanizados deverão ser rebitadas para garantia da resistência mecânica e estanhadas para garantir a estanqueidade. NOTA: As tabelas de calhas e condutores acima já levam em consideração o envelhecimento das peças.

A Calha tipo Moldura é aquela que tem um perfil parecido com o desenho seguinte: Sua instalação se faz com o auxílio de Suportes de Ferro conforme o desenho seguinte: Deve-se tomar o cuidado da telha não invadir muito a seção da calha. É necessário fazer a manutenção periódica, removendo folhas e galhos de árvores. O caimento da calha deve ser de pelo menos 2%. Com um caimento menor que isso, começa a acumular terra e areia.

A Calha tipo Moldura é aquela que tem um perfil parecido com o desenho seguinte: Sua instalação se faz apoiando as abas sofre sarrafos conforme o desenho seguinte:

Deve-se tomar o cuidado da telha não invadir muito a seção da calha. É necessário fazer a manutenção periódica, removendo folhas e galhos de árvores. O caimento da calha deve ser de pelo menos 2%. Com um caimento menor que isso, começa a acumular terra e areia.

A Calha tipo Moldura é aquela que tem um perfil parecido com o desenho seguinte: Sua instalação se faz apoiando-a sobre as ripas que se encontram na água furtada conforme o desenho seguinte:

O Rufo tipo Moldura é aquele que tem um perfil parecido com o desenho seguinte: Sua instalação se faz com o auxílio de pregos que o prendem na parede lateral conforme o desenho em perspectiva seguinte: Veja um corte esquemático:

Corte esquemático:

O Rufo tipo Pingadeira é aquele que tem um perfil parecido com o desenho seguinte: Sua instalação se faz mediante o emprego de pressão, ficando "encaixado" na parte de cima da parede ou mureta.

Não é recomendável o emprego de pregos ou parafusos para a fixação do rufo pingadeira, mesmo porque o furo será um ponto fraco, com tendência a enferrujar com mais facilidade. Além disso, ao furar, a chapa vai ficar levemente encurvada para baixo, favorecendo o empoçamento de água da chuva. Deixar um caimento de pelo menos 2% para um dos lados para evitar o acúmulo de poeira.