Síntese de diversas matérias fiscais de maior relevo ocorridas na 1.ª quinzena de abril de 2016 1



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Transcrição:

Síntese de diversas matérias fiscais de maior relevo ocorridas na 1.ª quinzena de abril de 2016 1 1 - Código do Trabalho: - Lei n.º 8/2016 de 1 de abril Procede a alteração do n.º 1 do artigo 234.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, restabelecendo feriados nacionais Nota: - Procede à reposição dos feriados nacionais do Corpo de Deus, da Implantação da República, a 5 de outubro, do Dia de Todos-os-Santos, a 1 de novembro, e da Restauração da Independência, a 1 de dezembro. 2 - Acesso à pensão de velhice do regime geral da segurança social: - Portaria n.º 67/2016 de 1 de abril Define a idade normal de acesso à pensão de velhice do regime geral da segurança social em 2017, o fator de sustentabilidade para 2016 e revoga a Portaria n.º 277/2014, de 26 de dezembro. Nota: - Fixa a idade normal de acesso à pensão de velhice em 66 anos e 3 meses e o fator de sustentabilidade para 2016 em 0,8666. 3 - Estampilha especial para selagem dos produtos de tabaco manufaturado: - Portaria n.º 67- A/2016, de 4 de abril. Determina a cor de fundo da estampilha especial para selagem dos produtos de tabaco manufaturado e fixa o preço unitário da estampilha especial. Nota: - A estampilha é de cor verde e o seu preço unitário é fixado, respetivamente, em 0,00433 e 0,03175, para a versão não autocolante e para a versão autocolante. 4 - Regime de comunicação de informações financeiras (RCIF): - Despacho n.º 64/2016-XXI, do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de 2016.03.31. Determina que o prazo previsto no artigo 9.º do RCIF para comunicação, pelas instituições financeiras à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), dos elementos e informações previstos no artigo 7.º do mesmo regime, seja prorrogado até ao último dia do mês de junho de 2016. Nota: - O novo regime de comunicação de informações financeiras (RCIF) foi aprovado pelo artigo 239.º da Lei do Orçamento de Estado para 2015 (Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro). 5 - Código do Trabalho - Imóveis construídos por empresa de construção civil: - Acórdão do STJ n.º 8/2016, publicado no D.R. n.º 74/2016 - Série I, de 2016.04.15. 1 Destina-se apenas a que os nossos associados tenham conhecimento, em tempo útil, da existência da norma ou instrução administrativa e fiquem com uma ideia sucinta do seu conteúdo. Não dispensa a leitura cuidada dos próprios documentos, aquando da sua aplicação prática.

Os imóveis construídos por empresa de construção civil, destinados a comercialização, estão excluídos da garantia do privilégio imobiliário especial previsto no artigo 377.º, n.º 1, alínea b), do Código do Trabalho de 2003. 6 - IVA OE 2016 Alterações ao Código do IVA e legislação complementar: - Ofício Circulado n.º 30180, de 2016.03.31. Clarifica as alterações mais significativas introduzidas no Código do IVA e legislação complementar. Nota: - De salientar a reintrodução das verbas 1.8 e 3.1 da Lista II anexa ao Código do IVA, as quais apenas produzem efeitos a partir de 1 de julho de 2016 e que passam a ter a seguinte redação: «1.8 Refeições prontas a consumir, nos regimes de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicílio. 3.1 Prestações de serviços de alimentação e bebidas, com exclusão das bebidas alcoólicas, refrigerantes, sumos, néctares e águas gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico ou outras substâncias. Quando o serviço incorpore elementos sujeitos a taxas distintas para o qual é fixado um preço único, o valor tributável deve ser repartido pelas várias taxas, tendo por base a relação proporcional entre o preço de cada elemento da operação e o preço total que seria aplicado de acordo com a tabela de preços ou proporcionalmente ao valor normal dos serviços que compõem a operação. Não sendo efetuada aquela repartição, é aplicável a taxa mais elevada à totalidade do serviço.» 7 - Declaração modelo 3 de IRS - Ano 2015 - Em vigor a partir de janeiro de 2016: - Ofício Circulado n.º 20187, de 2016.04.05. Identifica e esclarece as principais alterações introduzidas na declaração modelo 3 de IRS, em vigor a partir de janeiro de 2016 e em cada um dos novos modelos de impressos dos seus anexos e atualiza as respetivas instruções de preenchimento. Nota: - As presentes instruções são justificadas pelo facto de a Lei n. 0 82-E/2014, de 31 de dezembro, em vigor a partir de 1 de janeiro de 2015, ter procedido à reforma de tributação das pessoas singulares introduzindo alterações no Código do IRS, de que resultou a necessidade de reformular toda a declaração Modelo 3 e seus anexos, em conformidade com as alterações legislativas decorrentes da referida lei, bem como a atualização das respetivas instruções de preenchimento. 8 - ISV Incentivo fiscal ao abate de veículos em fim de vida: - Ofício Circulado n.º 35059, de 2016.04.05. Relativamente aos pedidos de concessão de incentivo fiscal apresentados até à entrada em vigor da Lei n.º 7- A/2016, de 30 de março-oe e cujos interessados estejam na posse de certificados de destruição válidos e emitidos até 31 de dezembro de 2015, é aplicável o montante de incentivo fiscal que se traduz na redução de ISV até 3.250,00, previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 25.º da Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro, na sua redação inicial. Nota: - Com a entrada em vigor da Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março-oe e por força da alteração introduzida à Lei da Fiscalidade Verde, o novo montante de incentivo que se traduz na redução de ISV até 1.125,00, deverá ter aplicabilidade de imediato aos pedidos apresentados nas alfândegas a partir da entrada em vigor do OE 2016 e até 31 de dezembro de 2016, enquanto que, para os pedidos apresentados no ano de 2017 é aplicável a redução de ISV até 562,50. 9 - IRS - Deduções à coleta- despesas de saúde realizadas com terapeutas ocupacionais: - Ofício Circulado n.º 20188, de 2016.04.12. Ainda que não esteja especificamente mencionada no Oficio Circulado n.º 20.179, de 2015.07.10, os encargos relacionados com prestações de serviços de terapia ocupacional integram o conceito de

despesas de saúde, por respeitarem a atividades paramédicas equivalentes às previstas na tabela a que se refere o artigo 151 do Código do IRS e por cumprirem os requisitos respeitantes à taxa de IV A. Nota: - Os sujeitos passivos que no ano de 2015 sejam titulares de despesas relativas a prestações de serviços de terapia ocupacional, devem optar pela faculdade introduzida pelo Decreto-Lei n.º 5/2016, de 8 de fevereiro, preenchendo o quadro 6C do Anexo H da declaração Modelo 3. 10 - Taxa de juro aplicada pelo BCE às suas principais operações de refinanciamento: - Informação da Comissão da U. E., publicada no jornal oficial C 117/2016, de 2 de abril, na página 7. A taxa de juro aplicada pelo Banco Central Europeu às suas principais operações de refinanciamento, é de 0,00 % a partir de 1 de abril de 2016. Nota: - Esta taxa define o fator da capitalização dos resultados líquidos constante da fórmula prevista na alínea a) do n.º 3 do artigo 15.º do Código do Imposto do selo, que determina o valor das ações, títulos e certificados da dívida pública e outros papéis de crédito sem cotação na data da transmissão. 11 - Derrogação do sigilo bancário Familiar - Âmbito do recurso: - Acórdão do STA, de 2016.03.16 - Processo n.º 0183/16. I - Nos termos do n.º 2 do art. 63.º-B da LGT, admite-se que a AT aceda à documentação bancária relativamente a familiar que se encontre em relação especial com o contribuinte. II - O familiar que pretenda reagir contenciosamente contra a decisão administrativa que assim decida quebrar o sigilo bancário relativamente a ele, só pode fazê-lo com fundamentos respeitantes a essa decisão e já não à decisão (que a antecedeu e de que é consequência) que determinou o acesso directo da AT à informação e documentação bancária do sujeito passivo ao abrigo de alguma das alíneas do n.º 1 do art. 63.º-B da LGT. III - O filho não pode deixar de ser considerado como familiar para os efeitos previstos no n.º 2 do art. 63.º-B da LGT (cfr. art. 1578.º do CC) e, sendo menor, a sua relação especial com o contribuinte resulta do poder que assiste aos pais dos filhos menores de os representar (cfr. art. 1881.º do CC), o que lhes permite, designadamente, movimentar as contas bancárias em que estes figurem como titulares. 12 - Cumulação de pedidos Impugnação - Imposto Municipal sobre Transmissão Onerosa de Imoveis - Imposto do Selo: - Acórdão do STA, de 2016.03.16 - Processo n.º 01122/15. I - Quando numa mesma petição de impugnação se cumula o pedido de anulação de um acto de liquidação de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e um acto de liquidação de imposto de selo que tem origem no mesmo contrato de compra e venda do mesmo imóvel, estamos com dois impostos que incidem sobre o património, em que há uma total identidade dos fundamentos de facto invocados sendo o tribunal competente para conhecer dos dois actos de liquidação. II - Razões de economia processual e que evitem a prolação de decisões contraditórias, nomeadamente na valoração dos mesmos factos para enquadramento num e noutro tributo, aconselham a sua apreciação conjunta, sendo a cumulação destes dois pedidos de impugnação admissível em face do disposto no art.º 104.º do Código de Processo e Procedimento Tributário.

13 - Responsável subsidiário - Reversão da execução Insolvência CPPT: - Acórdão do STA, de 2016.03.16 - Processo n.º 0647/15. I - A inexistência de bens da sociedade devedora originária, enquanto pressuposto da reversão da execução fiscal contra os responsáveis subsidiários, deve reportar-se ao momento em que a reversão ocorre e não ao momento em que o administrador ou gerente/responsável subsidiário exerceu esse cargo societário. II - É legalmente viável a instauração de processo de execução fiscal contra a sociedade devedora após a declaração judicial da sua insolvência, pese embora as execuções fiscais instauradas para cobrança de créditos vencidos antes da declaração de insolvência devam ser imediatamente sustadas e avocadas pelo tribunal judicial para apensação ao processo de insolvência, e as instauradas para cobrança de créditos vencidos após a declaração de insolvências devam prosseguir com a penhora de bens não apreendidos no processo de insolvência. III - É legalmente viável a prossecução da execução fiscal contra o responsável subsidiário, por reversão realizada antes ou depois da declaração de insolvência da sociedade devedora, com a penhora de bens do património do revertido independentemente da data da sua aquisição, na medida em que só relativamente à entidade insolvente fica a possibilidade de penhora limitada a bens ulteriormente adquiridos, não fazendo sentido invocar a restrição do nº 5 do artigo 180º do CPPT relativamente ao responsável subsidiário caso inexista declaração de insolvência quanto a si. 14 - IRC - Tributação autónoma Despesas Custos: - Acórdão do STA, de 2016.03.31 Processo n.º 0505/15. O art.º 81.º do CIRC, na redacção vigente à data da tributação definia as diversas taxas que seriam utilizadas para tributação dos tipos de despesas ali enunciadas, sem haver qualquer dispositivo legal que determinasse que essa tributação só ocorreria se estas despesas houvessem sido tidas como custos fiscais da empresa para a determinação do seu lucro tributável. 15 - Execução fiscal Reversão: - Acórdão do STA, de 2016.03.31 Processo n.º 0603/14 I - Nos termos do disposto no artigo 22/4 da LGT o responsável subsidiário para além da oposição à execução fiscal tem também a faculdade de poder de reclamar administrativamente ou de impugnar judicialmente o acto tributário donde decorre a dívida em cobrança. II - Em qualquer destes casos o responsável tem de agir tempestivamente sob pena de caducidade do seu direito. III - Tendo optado pela impugnação judicial onde efectuou pedido de extinção da execução e invocou fundamentos de oposição ocorre manifesta impossibilidade de convolação para o processo de oposição se a apresentação da impugnação ocorreu muito para além dos 30 dias contados a partir da sua citação em processo de execução como responsável subsidiário. 16 - Criação de emprego - Benefícios fiscais Majoração: - Acórdão do STA, de 2016.03.31 Processo n.º 0569/14. I - O benefício fiscal previsto no artigo 17º do EBF constitui-se quando ocorre a criação líquida de emprego legalmente relevante, pois, conforme o preceituado no artigo 11º do EBF, o direito aos

benefícios fiscais constitui-se na data da verificação dos respectivos pressupostos, salvo disposição legal em contrário. II - O benefício fiscal previsto no artigo 17º do EBF, na redacção vigente até 31.12.2002, concedia ao empregador, para efeitos de IRC, a consideração dos encargos mensais decorrentes do novo posto de trabalho, acrescidos de uma majoração de 50%, com o limite máximo de 14 vezes o salário mínimo nacional mais elevado. 17 - Derrogação do sigilo bancário Familiar: - Acórdão do STA, de 2016.03.31 Processo n.º 0288/16. I - Nos termos do n.º 2 do art. 63.º-B da LGT, admite-se que a AT aceda à documentação bancária relativamente a familiar que se encontre em relação especial com o contribuinte. II - O filho menor não pode deixar de ser considerado como familiar para os efeitos previstos no n.º 2 do art. 63.º-B da LGT. 18 - Prescrição da obrigação tributária Interrupção Citação Executado: - Acórdão do STA, de 2016.03.31 Processo n.º 0184/16. I - As causas de interrupção da prescrição que ocorreram antes da alteração ao nº 3 do art. 49º da LGT, introduzida pela Lei 53-A/2006, ou seja, antes de 01.01.2007, produzem os efeitos que a lei vigente no momento em que elas ocorreram associava à sua ocorrência: eliminam o período de tempo anterior à sua ocorrência e obstam ao decurso do prazo de prescrição, enquanto o respectivo processo estiver pendente ou não estiver parado por mais de um ano por facto não imputável ao contribuinte. II - A citação do executado tem, não só o efeito instantâneo de inutilizar o tempo decorrido, mas também o efeito duradouro de obstar ao decurso da prescrição até ao trânsito em julgado da decisão que puser termo ao processo em que a citação é levada a cabo (arts. 326., n. 1, e 327., n. 1, do CC). III - O reconhecimento deste duplo efeito - instantâneo e duradouro - à interrupção da prescrição decorrente da citação do executado, não viola o princípio da legalidade tributária ou as garantias dos contribuintes. 19 - Juros indemnizatórios - Excesso de pronúncia Requisitos: - Acórdão do STA, de 2016.03.31 Processo n.º 0120/15. I - Estando em causa nos presentes autos a decisão administrativa sobre o pedido de pagamento de juros indemnizatórios, formulado autonomamente na sequência da devolução em singelo do montante pago relativamente a imposto cujo liquidação foi anulada em reclamação graciosa, a apreciação contenciosa da legalidade do indeferimento desse pedido passava necessariamente pela análise e decisão dessa questão, pelo que não pode considerar-se que a sentença recorrida tenha incorrido em excesso de pronúncia quando considerou que o acto recorrido era ilegal por violação do art. 24.º do CPT (em vigor à data). II - A AT, ainda que oficiosamente, deve pagar juros indemnizatórios, desde que verificados os respectivos requisitos legais. III - É de considerar verificados os requisitos do art. 24.º do CPT se a liquidação de imposto foi anulada em sede de reclamação graciosa com fundamento em inexistência de facto tributário.

20 -Execução fiscal - Pagamento em prestações - Idoneidade da garantia: - Acórdão do STA, de 2016.03.31 Processo n.º 0223/16. I - O pagamento em prestações da dívida exequenda é uma das formas de suspensão da execução previstas no artigo 52 da LGT, mas está dependente da prestação de garantia idónea. II - A hipoteca voluntária é uma das modalidades de garantia admitidas por lei. III - Muito embora tal garantia esteja condicionada à concordância da AT tal concordância não é arbitrária devendo por isso a sua não-aceitação ser fundamentada. IV - Reputa-se fundamentado o despacho de indeferimento do oferecimento de uma hipoteca voluntária como garantia quando desse despacho consta, ainda que por remissão para informação anterior dos serviços, que tal decisão se deve à falta de capacidade dessa garantia para, se executada, satisfazer a dívida exequenda e o acrescido, dada a existência de hipoteca já registada a favor de terceiro a garantir um montante muito superior ao valor patrimonial tributário do imóvel a hipotecar. V - Não enferma do vício de violação de lei o despacho do OEF que indefere a prestação de garantia através de hipoteca voluntária por constatar o bem objecto da hipoteca já se encontra onerado por hipoteca registada e anterior a favor de terceiro por montante muito superior ao valor patrimonial tributário do bem em causa.