ODEBRECHT CONFIGURAÇÃO DO ARRANJO PRELIMINAR DE SISTEMA DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES SANITÁRIOS GERADO NO ESTALEIRO E COMUNIDADE VIZINHA SÃO ROQUE BA Setembro 2010 1
ÍNDICE 1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO... 3 2 INTRODUÇÃO... 3 3 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE OPERAÇÃO... 3 3.1 - Sistema UASB - Wetland... 4 3.3 Sistema UASB Lodo Ativado... 6 4 REUSO... 8 5 ÁREA OCUPADA... 9 6 ESTIMATIVA DE PREÇO... 9 2
1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O sistema de tratamento de efluentes sanitário do empreendimento recebera os esgotos gerados de uma população média durante a obra de 2000 funcionários e no pico da obra de 4000 funcionários e como também os efluentes sanitário da comunidade de Enseada do Paraguaçu (700 usuários) localizado vizinho ao estaleiro. Esse arranjo leva a empresa FH Engenharia Ambiental considerar algumas hipóteses de projetos de tratamento, coleta e transporte de efluentes sanitários. 2 INTRODUÇÃO A área onde será localizado o empreendimento não dispõe de sistema público de coleta e tratamento de esgotos sanitários. Torna-se portanto necessário uma solução a fim de evitar o impacto ambiental e o risco à saúde pública causado por eventuais efluentes sanitários brutos lançados em corpos receptores. Resume-se a seguir as configurações concebidas para o sistema de coleta, transporte e tratamento para os efluentes sanitários proposto para o empreendimento, variando de acordo com a população atendida. Recomenda-se um sistema de tratamento que produza um efluente cristalino inodoro e desenfectado, reutilizável em irrigação de áreas verdes, garantindo por outro lado os padrões exigidos pelos orgão ambientais. Todos os sistemas de tratatmento neste relatório recomendados apresentam as seguintes vantagens: Produção de um efluente tratado aceitável pela legislação vigente, a baixo custo de investimento e operação vantajosa. O conjunto proporcionará uma eficiência de remoção da carga orgânica elevada. A existência de poucos equipamentos, peças móveis, limitada a equipamentos rotativos, e o baixo consumo de energia, fazem com que os sistemas requeiram pouca manutenção e operação. Os sistemas não exalarão odores desagradáveis e ocuparão área moderada, não concorrendo com as instalações hoteleiras. O sistema não apresentará superfícies de água livres e paradas, evitando assim o desenvolvimento de insetos vetores de doenças. Os sistemas proporcionarão um efluente utilizável na irrigação de áreas verdes, também com característica que facilitarão a infiltração do efluente em excesso. O sistema implantado na primeira etapa permitirá a integração com a soluções correspondentes a etapas posteriores. 3 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE OPERAÇÃO Os sistemas de tratamentos propostos terão os seguintes arranjos: DAFA convencional e wetland seguido de reuso ou disposição em águas superficiais; DAFA com lodos ativados seguido de reuso ou disposição em águas superficiais. O recalque quando necessário será realizado através de elevatórias, as quais serão dotadas de conjuntos motobombas, re-autoescovantes de funcionamento automático comandado por 3
um sensor de nível, dispondo ainda de um horímetro para registrar os períodos de funcionamento, de fácil operação, sendo a ação dos operadores resumida em: Remover os sólidos grosseiros coletados em cesto-grade, ou na escoltilha de visita aos rotores das bombas. Registro diário o número de horas trabalhadas, para calculo de vazão diária de esgotos afluentes a ETE. A fase sólida não será modificada de acordo com a população, portanto o sistema desta fase será sempre o mesmo, constituído de leitos de secagem. A seguir será explicado a fase líquida de cada hipótese estudada. 3.1 - Sistema UASB - Wetland O segundo sistema de tratamento proposto também será constituído por duas fases: Fase Líquida Elevatórias, UASB Digestor Anaeróbio de Fluxo Ascendente (DAFA)- e Wetlands (ver Figura 3.1). UASB Digestor Anaeróbio de Fluxo Ascendente Para a primeira hipótese levantada, de que o empreendimento tera uma população de 4700 habitantes, o DAFA precederá o Wetland com o objetivo de remover a carga orgânica suficiente para que o tratamento terciário seja satisfatório na remoção de nutrientes. Wetland Se trata de um filtro horizontal com leitos percolantes que possui bombas com baixa potência para recirculação do efluente. O cultivo de taboas sobre este filtro impede uma superfície com lâmina d água aparente, o que impede o aparecimente de odores e insetos tranmissores de doenças. Com esse sistema se adquire um efluente com remoção de carga orgânica e DBO acima de 95% e uma excelente remoção de nutrientes, evitando assim a eutrofização do corpo receptor. 4
Figura 3.1 UASB e Wetland seguido de reuso. 5
3.3 Sistema UASB Lodo Ativado O terceiro sistema de tratamento proposto também será constituído por duas fases: Fase líquida Elevatórias, UASB Digestor Anaeróbio de Fluxo Ascendente (DAFA)- e Lodo ativado (ver Foto 3.2). UASB Digestor Anaeróbio de Fluxo Ascendente Para a segunda hipótese levantada, de que o empreendimento terá uma população de 4700 habitantes, será dimensionado um sistema anaerobio-aerobio com o DAFA precendendo um tanque de aeração. Lodo Ativado Este sistema é composto de um tanque de aeração seguido de decantadores dortmund, onde há bombas de recirculação de lodo entre estes dois equipamentos.o tanque possuirá aeradores fornecendo uma condição aeróbia para a digestão do lodo, lodo este que do tanque irá para os decantadores e voltará ao tanque através de um elevatória de recirculação de lodo fechando um ciclo chamado de lodo ativado. O efluente tratado possui uma remoção de carga orgânica e de DBO maior que 95%. Foto 3.2 - Tanque de aeração. 6
Foto 3.3 - Decantador. Fase Sólida do Tratamento Esta fase se caracteriza pelo tratamento do lodo gerado na fase líquida dos sistemas descritos anteriormente. No caso do empreendimento o lodo gerado será encaminhado para adensadores e em seguida leitos de secagem. Adensadores de Lodo Se trata de uma unidade operacional que pode ser de fibra ou concreto e que tem por finalidade adensar o lodo a partir de seu próprio peso. Esta unidade é essencial para o futuro encaminhamento para o leito de secagem, já que o volume do lodo diminui consideravelmente e durante o adensamento o líquido excedente no lodo é expulso e volta ao início do sistema de tratamento. Leito de Secagem São tanques retangulares que recebem o lodo com a finalidade de secá-lo através da evaporação e drenagem da água. O lodo após desidratado pode ser usado em compostagem ou com adubação direta. 7
Foto 3.4 Leito de secagem de lodo. 4 REUSO A possibilidade do reuso agrícola pode ser considerada após a o tratamento de qualquer um dos sistemas apresentados. É alcançada a remoção de DBO e carga orgânica necessária para este fim, o mesmo acontece com a desinfecção após o efluente tratado passar por um tanque de contato de cloro. Como se sabe o efluente tratado é rico em nutrientes como nitrogênio, fosfóro, potássio e outros, ou seja, além da irrigação é possível se fazer uma fertilização do solo. As Fotos 4.1 e 4.2 mostram o aspecto do efluente final. Lembrando que o tratamento previsto enquadra o efluente tratado na classe 2, segue a seguir o Quadro 4.1 referente ao grau de tratamento necessário para uso múltiplo de efluente tratado de acordo com a NBR 13969/97. Quadro 4.1 CLASSE UTILIZAÇÕES / PADRÕES TRATAMENTO RECOMENDÁVEL Lavagem de carros e outros usos que Nesse nível serão geralmente requerem o contato direto do usuário necessários tratamento aeróbico (filtro com a água, incluindo chafarizes: aeróbico submerso ou LAB) seguindo por turbidez inferior a cinco, coliforme Classe 1 filtração convencional (areia e carvão fecal inferior a 200 NMP/100mL; ativado)e, finalmente, cloração. sólidos dissolvidos totais inferior a Pode-se substituir a filtração 200mg/L; ph entre 6,0 e 8,0; cloro convencional por membrana filtrante ; residual entre 0,5mg/L e 1,5 mg/l. Classe 2 Lavagens de pisos, calçadas e irrigação dos jardins, manutenção dos lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes: turbidez inferior a cinco, coliforme fecal inferior a 500NMP/100mL, cloro residual superior a 0,5 mg/l. Nesse nível é satisfatório um tratamento biológico aeróbico(filtro aeróbico submerso ou LAB) seguido de filtração de areia e desinfecção. Pode-se também substituir a filtração por membranas filtrantes. 8
Quadro 4.1 (Continuação) CLASSE UTILIZAÇÕES / PADRÕES TRATAMENTO RECOMENDÁVEL Reuso nas descargas dos vasos Normalmente, as águas de enxágüe das maquinas de lavar roupas sastifazem a Classe 3 sanitários: turbidez inferior a 10, este padrão, sendo necessário apenas coliformes fecais inferiores a 500 uma cloração. Para casos gerais, um NMP/100mL. tratamento aeróbico seguido de filtração e desinfecção satisfaz a este padrão. Reuso nos pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e outros cultivos através de escoamento superficial ou por Classe 4 sistema de irrigação pontual. Coliforme fecal inferior a 5.000 NMP/100mL e oxigênio dissolvido acima de 2,0 mg/l. As aplicações devem ser interrompidas pelo menos 10 dias antes da colheita. Tratamento Secundário Foto 4.1 Efluente tratado. Foto 4.2 Efluente tratado na saída do Weyland. Foto 4.3 Irrigação com efluente tratado. 5 ÁREA OCUPADA Estima-se preliminarmente que as ETE s com estes arranjos venham considerando o limite das faixas de população atendida a ocupar uma área em torno de: DAFA + Wetland = 2500m² DAFA + Lodos Ativado = 1000m² O UASB será totalmente fechado e o sistema de lodo ativado será elevado aberto mantendo um ambiente aeróbio oxidativo capaz de prevenir odores e mosquitos vetores de doença. 6 ESTIMATIVA DE PREÇO Estima-se preliminarmente que as ETE s custarão: DAFA + Wetland R$ 2.300.000,00 (dois milhões e trezentos mil reais) DAFA + Lodos Ativado R$ 1.900.000,00(um milhão e novecentos mil reais) OBS: O custo de rede para coleta da comunidade por metro linear é de R$ 350,00/m com assentamento de 0 a 2m. 9