Texto 3. Texto adaptado com a Resolução 212, de 19 de 10 de 2006 do CNAS e Decreto Nº 6.307 de dezembro de 2007 do Poder Executivo Federal.

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Transcrição:

Texto 3 Texto adaptado com a Resolução 212, de 19 de 10 de 2006 do CNAS e Decreto Nº 6.307 de dezembro de 2007 do Poder Executivo Federal. ESFORÇOS PRÓ-REGULAMENTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS E SEUS PROGRESSOS Desde 1996, com a regulamentação do BPC, os Benefícios Eventuais vêm sendo alvo de preocupações coletivas, ainda que intermitentes. Para muitos dos que participaram, em 1993, do difícil processo de aprovação da LOAS, após cinco anos de tentativas frustradas nesse sentido, não bastava que o BPC fosse regulamentado três anos após essa aprovação. Era preciso compensar esse tempo indevidamente perdido e fazer gestões contínuas e organizadas para regulamentar todos os instrumentos de proteção social previstos na Lei. Contudo, em se tratando dos Benefícios Eventuais, era preciso decifrá-los, defini-los e identificar o seu papel político estratégico no conjunto das provisões assistenciais concebidas como direitos. Só assim, poder-se-ia apresentar propostas de regulamentação dos BEs fundamentadas tanto na Lei quanto nos avanços democráticos e civilizatórios, que o Brasil passou a experimentar depois de vinte e cinco anos de regime de exceção e de séculos de prática assistencialista. Essa providência se fazia necessária porque nunca, no Brasil, a Assistência Social tinha sido concebida como política pública concretizadora de direitos sociais, declarados legalmente; e nunca o atendimento, por governos locais, de necessidades contingenciais das camadas mais pobres da população tinha se transformado em ação de caráter cívico. PARÂMETROS NACIONAIS PARA REGULAÇÃO DOS BENEFÍCIOS: CNAS e MDS Avanço da regulamentação dos benefícios eventuais, conforme estabelece a LOAS, deu-se em 2006, quando o CNAS em atendimento ao parágrafo 1º, do art. 22 da Lei Orgânica aprovou a Resolução nº 212. No ano seguinte, o governo federal, em complemento às diretrizes do Conselho, editou o Decreto nº 6307. Tais iniciativas visaram propor critérios orientadores para a provisão dos benefícios eventuais no âmbito da política pública de assistência social. A Resolução 212, de 19 de outubro de 2006, propõe critérios orientadores para a regulamentação da provisão de benefícios eventuais no âmbito da política pública de assistência social. RESOLVE: Art. 1 º Estabelecer critérios e prazos para a regulamentação da provisão de benefícios eventuais no âmbito da política pública de assistência social. Art. 2º O benefício eventual é uma modalidade de provisão de proteção social básica de caráter suplementar e temporário que integra organicamente as garantias do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, com fundamentação nos princípios de cidadania e nos direitos sociais e humanos. Parágrafo único. Na comprovação das necessidades para a concessão do benefício eventual são vedadas quaisquer situações de constrangimento ou vexatórias.

Art. 3º O benefício eventual destina-se aos cidadãos e às famílias com impossibilidade de arcar por conta própria com o enfrentamento de contingências sociais, cuja ocorrência provoca riscos e fragiliza a manutenção do indivíduo, a unidade da família e a sobrevivência de seus membros. Art. 4º O benefício eventual, na forma de auxílio-natalidade, constitui-se em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em pecúnia ou em bens de consumo, para reduzir vulnerabilidade provocada por nascimento de membro da família. Art. 5º O alcance do benefício natalidade, a ser estabelecido por legislação municipal, é destinado à família e terá, preferencialmente, entre suas condições: I atenções necessárias ao nascituro; II - apoio à mãe no caso de morte do recém-nascido; III apoio à família no caso de morte da mãe; e IV - o que mais a administração do Município considerar pertinente. Art. 6º O benefício natalidade pode ocorrer na forma de pecúnia ou em bens de consumo. 1º Os bens de consumo consistem no enxoval do recém-nascido, incluindo itens de vestuário, utensílios para alimentação e de higiene, observada a qualidade que garanta a dignidade e o respeito à família beneficiária. 2º Quando o benefício natalidade for assegurado em pecúnia deve ter como referência valor das despesas previstas no parágrafo anterior. 3º O requerimento do benefício natalidade deve ser realizado até noventa dias após o nascimento. 4º O benefício natalidade deve ser pago até trinta dias após o requerimento. 5º A morte da criança não inabilita a família a receber o benefício natalidade. Art. 7º O benefício eventual, na forma de auxílio-funeral, constitui-se em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em pecúnia, por uma única parcela, ou em bens de consumo, para reduzir vulnerabilidade provocada por morte de membro da família. Art. 8º O alcance do benefício funeral, preferencialmente, será distinto em modalidades de: I - custeio das despesas de urna funerária, de velório e de sepultamento; II - custeio de necessidades urgentes da família para enfrentar os riscos e vulnerabilidades advindas da morte de um de seus provedores ou membro; e III - ressarcimento no caso de perdas e danos causados pela ausência do benefício eventual no momento em que este se fez necessário. Art. 9º O benefício funeral pode ocorrer na forma de pecúnia ou na prestação de serviços. 1º Os serviços devem cobrir o custeio de despesas de urna funerária, velório e sepultamento, incluindo transporte funerário, utilização de capela, isenção de taxas e colocação de placa de identificação, dentre outros serviços inerentes que garantam a dignidade e o respeito à família beneficiária. 2º Quando o benefício for assegurado em pecúnia, deve ter como referência o custo dos serviços previstos no parágrafo anterior. 3º O benefício, requerido em caso de morte, deve ser pago imediatamente, em pecúnia ou em serviço, sendo de pronto atendimento, em unidade

de plantão 24 horas. 4º O Distrito Federal e os Municípios devem garantir a existência de unidade de atendimento com plantão 24 horas para o requerimento e concessão do benefício funeral, podendo este ser prestado diretamente pelo órgão gestor ou indiretamente, em parceria com outros órgãos ou instituições. 5º Em caso de ressarcimento das despesas previstas no 1º, a família pode requerer o benefício até trinta dias após o funeral. 6º O benefício funeral, em caso de ressarcimento, deve ser pago até trinta dias após o requerimento. 7º O pagamento do ressarcimento será equivalente ao valor das despesas previstas no 1º. Art. 10 Os benefícios natalidade e funeral serão devidos à família em número igual ao das ocorrências desses eventos. Art. 11. Os benefícios natalidade e funeral podem ser pagos diretamente a um integrante da família beneficiária: mãe, pai, parente até segundo grau ou pessoa autorizada mediante procuração. Art. 12. Ao Distrito Federal e aos Municípios compete: I - a coordenação geral, a operacionalização, o acompanhamento, a avaliação da prestação dos benefícios eventuais, bem como o seu financiamento; II - a realização de estudos da realidade e monitoramento da demanda para constante ampliação da concessão dos benefícios eventuais; e III - expedir as instruções e instituir formulários e modelos de documentos necessários à operacionalização dos benefícios eventuais. Art. 13. Aos Conselhos de Assistência Social competem fornecer aos Estados, Distrito Federal e Municípios, informações sobre irregularidades na aplicação do regulamento dos benefícios eventuais, avaliar e reformular, se necessário, a cada ano, a regulamentação de concessão e valor dos benefícios natalidade e funeral. Art. 14. A regulamentação dos benefícios eventuais e a sua inclusão na lei orçamentária do Distrito Federal e dos Municípios dar-se-ão no prazo de até doze meses e sua implementação até vinte e quatro meses, a contar da data da publicação dessa Resolução. Art. 15. O Estado definirá a sua participação no cofinanciamento dos benefícios eventuais junto aos seus Municípios a partir de: I identificação dos benefícios eventuais implementados em seus Municípios, verificando se os mesmos estão em conformidade com as regulamentações específicas; II - levantamento da situação de vulnerabilidade e risco social de seus Municípios e índices de mortalidade e de natalidade; e III - discussão junto à CIB e aos Conselhos Estaduais de Assistência Social. Parágrafo único. O resultado desse processo deverá determinar um percentual de recursos a ser repassado a cada Município, em um prazo de oito meses após a publicação desta Resolução. Art. 16. O Distrito Federal e os Municípios devem promover ações que viabilizem e garantam a ampla e periódica divulgação dos benefícios eventuais e dos critérios para sua concessão.

Art. 17. Recomendar que o critério de renda mensal per capita familiar para acesso aos benefícios eventuais estabelecido pelo Distrito Federal e pelos Municípios atenda ao determinado no art. 22 da Lei 8.742, de 1993, não havendo impedimento para que o critério, seja fixado em valor igual ou superior a ¼ do salário mínimo. Para o artigo 17 a LOAS, alterada pela Lei 12.435 de 2011, apresenta uma mudança, pertinente ao sugerido por esta Resolução. Assim ficou o artigo 22, 1º: A concessão e o valor dos benefícios de que trata este artigo serão definidos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios e previstos nas respectivas leis orçamentárias anuais, com base em critérios e prazos definidos pelos respectivos Conselhos de Assistência Social. No que se refere ao Decreto 6. 307, foi estabelecido que: Art. 1º Benefícios eventuais são provisões suplementares e provisórias, prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública. 1º Os benefícios eventuais integram organicamente as garantias do Sistema Único de Assistência Social - SUAS. 2º A concessão e o valor dos auxílios por natalidade e por morte serão regulados pelos Conselhos de Assistência Social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante critérios e prazos definidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS. Art. 2º O benefício eventual deve atender, no âmbito do SUAS, aos seguintes princípios: I - integração à rede de serviços socioassistenciais, com vistas ao atendimento das necessidades humanas básicas; II - constituição de provisão certa para enfrentar com agilidade e presteza eventos incertos; III - proibição de subordinação a contribuições prévias e de vinculação a contrapartidas; IV - adoção de critérios de elegibilidade em consonância com a Política Nacional de Assistência Social - PNAS; V - garantia de qualidade e prontidão de respostas aos usuários, bem como de espaços para manifestação e defesa de seus direitos; VI - garantia de igualdade de condições no acesso às informações e à fruição do benefício eventual; VII - afirmação dos benefícios eventuais como direito relativo à cidadania; VIII - ampla divulgação dos critérios para a sua concessão; e IX - desvinculação de comprovações complexas e vexatórias de pobreza, que estigmatizam os benefícios, os beneficiários e a política de assistência social. Art. 3º O auxílio por natalidade atenderá, preferencialmente, aos seguintes aspectos: I - necessidades do nascituro; II - apoio à mãe nos casos de natimorto e morte do recém-nascido; e III - apoio à família no caso de morte da mãe. Art. 4º O auxílio por morte atenderá, prioritariamente: I - a despesas de urna funerária, velório e sepultamento;

II - a necessidades urgentes da família para enfrentar riscos e vulnerabilidades advindas da morte de um de seus provedores ou membros; e III - a ressarcimento, no caso da ausência do benefício eventual no momento em que este se fez necessário. Art. 5º Cabe ao Distrito Federal e aos Municípios, de acordo com o disposto nos arts. 14 e 15 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelo Conselho de Assistência Social do Distrito Federal e pelos Conselhos Municipais de Assistência Social, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) Art. 6º Cabe aos Estados I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de participação no custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Estaduais de Assistência Social; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito regional ou local; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) III - atender, em conjunto com os Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência; IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as associações e consórcios municipais na prestação de serviços de assistência social; V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou ausência de demanda municipal justifiquem uma rede regional de serviços, desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado. VI - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social e assessorar os Municípios para seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 12.435, de2011) Art. 7º A situação de vulnerabilidade temporária caracteriza-se pelo advento de riscos, perdas e danos à integridade pessoal e familiar, assim entendidos: I - riscos: ameaça de sérios padecimentos; II - perdas: privação de bens e de segurança material; e III - danos: agravos sociais e ofensa. Parágrafo único. Os riscos, as perdas e os danos podem decorrer: I - da falta de: a) acesso a condições e meios para suprir a reprodução social cotidiana do solicitante e de sua família, principalmente a de alimentação; b) documentação; e c) domicílio; II - da situação de abandono ou da impossibilidade de garantir abrigo aos filhos; III - da perda circunstancial decorrente da ruptura de vínculos familiares, da presença de violência física ou psicológica na família ou de situações de ameaça à vida; IV - de desastres e de calamidade pública; e V - de outras situações sociais que comprometam a sobrevivência.

Art. 8º Para atendimento de vítimas de calamidade pública poderá ser criado benefício eventual de modo a assegurar-lhes a sobrevivência e a reconstrução de sua autonomia, nos termos do 2º do art. 22 da Lei nº 8.742, de 1993. Atenção: Em relação ao 2º do art. 22 da Lei nº 8.742, de 1993, ao qual se refere o Artigo 8º, do referido decreto, informamos que após regulamentação da Lei 12.435 de 2011, que altera a Lei 8.742, o assunto tratado no referido parágrafo perde a validade. Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, entende-se por estado de calamidade pública o reconhecimento pelo poder público de situação anormal, advinda de baixas ou altas temperaturas, tempestades, enchentes, inversão térmica, desabamentos, incêndios, epidemias, causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade ou à vida de seus integrantes. Art. 9º As provisões relativas a programas, projetos, serviços e benefícios diretamente vinculados ao campo da saúde, educação, integração nacional e das demais políticas setoriais não se incluem na modalidade de benefícios eventuais da assistência social. Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, N.G. Os Benefícios Eventuais como direitos sociais. Trabalho de conclusão de Curso de graduação apresentado ao Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília. Brasília, 2006 CHAUI, M. Público, privado, despotismo. In: Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. HELLER, A.; FEHER, F. A condição política pós-moderna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. PEREIRA-PEREIRA, P.A. Controle democrático como garantia de direitos da pessoa idosa. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos/ Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, 2007. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. BRASIL. Lei Orgânica de Assistência Social: Lei 8742, de 7 de dezembro de 1993. Brasília: Senado Federal, 1993. BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução n. 212, de 19 de outubro de 2006. Brasília, MDS: 2006. BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução n. 212, de 19 de outubro de 2006. Brasília, MDS: 2006. BRASIL. Decreto Federal n. 6.307, de 14 de dezembro de 2007. Presidência da República: 2007.