EKOAR EMPRESA DE ASSESSORIA E CONSULTORIA AMBIENTAL DA AMAZÔNIA LTDA. PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL PAE CHICO MENDES



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Transcrição:

PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL PAE CHICO MENDES Associação de Pequenos Produtores Rurais Fé em Deus apuri Novembro 2008

ÍNDICE APRESENTAÇÃO... 1 CONTETO GOVERNAMENTAL... 1 PMFS COMUNITÁRIO... 2 ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE... 2 1. INFORMAÇÕES GERAIS... 3 1.1. REQUERENTE/DETENTOR... 3 1.1.1. TITULARIDADE, AMBIENTE PREDOMINANTE E ESTADO NATURAL DA FLORESTA... 3 1.2. RESPONSÁVEIS PELO PMFS... 3 1.3. OBJETIVOS DO PMFS... 4 1.3.1. OBJETIVOS GERAIS... 4 1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 4 1.4. PRODUTORES ENVOLVIDOS NO PMFSC... 4 2. DESCRIÇÃO DA PROPRIEDADE... 6 2.1. DENOMINAÇÃO... 6 2.2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA... 6 2.2.1. ACESSO... 6 2.3. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE... 7 2.3.1. MEIO FÍSICO... 7 2.3.2. MEIO BIOLÓGICO... 9 2.3.3. MEIO SÓCIO-ECONÔMICO... 10 2.4. ZONEAMENTO DA PROPRIEDADE... 11 2.4.1. MACROZONEAMENTO DA PROPRIEDADE... 11 2.5. DESCRIÇÃO DOS RECURSOS FLORESTAIS INVENTÁRIO FLORESTAL AMOSTRAL... 13 2.5.1. PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIRÁVEIS... 13 2.5.2. INVENTÁRIO FLORESTAL DIAGNÓSTICO... 13 3. INFORMAÇÕES SOBRE O MANEJO FLORESTAL... 14 3.1. SISTEMA SILVICULTURAL... 14 3.1.1. CRONOLOGIA DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DO MANEJO FLORESTAL... 14 3.2. ESPÉCIES FLORESTAIS A MANEJAR E A PROTEGER... 15 3.2.1. ESPÉCIES FLORESTAIS PRIORITÁRIAS AO MANEJO FLORESTAL, CLASSIFICADAS POR USO.. 15 3.2.2. LISTA DE ESPÉCIES A SEREM PROTEGIDAS DE CORTE... 17 3.2.3. MEDIDAS DE PROTEÇÃO DAS ÁRVORES LOCALIZADAS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE... 17 3.3. REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO... 17 3.3.1. MÉTODO DE REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO... 17 3.3.2. INTENSIDADE E CICLO DE CORTE... 18 i

3.3.3. ESTIMATIVA DA PRODUÇÃO ANUAL DA FLORESTA... 18 3.3.4. NÚMERO E TAMANHO PLANEJADO DA UPA... 18 3.4. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES PRÉ-EPLORATÓRIAS EM CADA UPA... 22 3.4.1. DEFINIÇÃO DAS UNIDADES DE PRODUÇÃO ANUAL (UPA S) E UNIDADES DE TRABALHO (UT S) 22 3.4.1.1. Delimitação e demarcação da UPA... 22 3.4.1.2. Identificação das unidades de trabalho da UPA 2009... 23 3.4.1.3. Picadas, faixas e linhas virtuais de orientação... 23 3.4.1.4. Subdivisão da UPA em unidade de trabalho... 24 3.4.1.5. Coordenadas geográficas dos principais vértices da UPA... 24 3.4.2. INVENTÁRIO FLORESTAL (100%)... 27 3.4.3. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NOS INVENTÁRIOS... 27 3.4.3.1. Definição das informações a serem coletadas... 27 3.4.4. MICROZONEAMENTO... 29 3.4.5. PROCESSAMENTO DOS DADOS... 29 3.4.6. CORTE DE CIPÓS... 30 3.4.7. DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE ÁRVORES PARA CORTE E MANUTENÇÃO... 30 3.4.7.1. Definição dos critérios de seleção de árvores para corte... 30 3.4.7.2. Definição dos critérios de seleção de árvores para manutenção... 30 3.4.8. PLANEJAMENTO DA REDE VIÁRIA... 31 3.4.8.1. Estrada primária... 31 3.4.8.2. Estradas secundárias... 32 3.4.8.3. Pátios de estocagem... 32 3.5. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE EPLORAÇÃO... 33 3.5.1. INFORMAÇÕES DO PLANEJAMENTO DA EPLORAÇÃO... 33 3.5.2. MÉTODO DE CORTE E DERRUBADA... 34 3.5.2.1. Mapas de Exploração... 34 3.5.2.2. Equipamentos a serem utilizados... 34 3.5.2.3. Composição e função dos membros da equipe de corte... 35 3.5.3. TÉCNICAS PARA O CORTE DE ÁRVORES... 35 3.5.3.1. Seccionamento de toras... 39 3.5.4. MÉTODO DE ETRAÇÃO... 39 3.5.4.1. Planejamento para construção de ramais de arraste... 39 3.5.4.2. Máquinas e equipamentos utilizados no arraste de toras... 42 3.5.5. MÉTODO DE DEMARCAÇÃO DE RAMAIS DE ARRASTE... 42 3.5.5.1. Composição e função dos membros da equipe de arraste... 42 3.5.6. OPERAÇÃO DE PÁTIO... 43 3.5.6.1. Método para medição de toras no pátio... 43 3.5.6.2. Procedimentos para o controle da origem da madeira... 43 3.5.7. CADEIA DE CUSTÓDIA... 43 3.5.8. CARREGAMENTO E TRANSPORTE... 45 3.5.8.1. Veículos utilizados no transporte da madeira... 45 3.5.8.2. Máquinas e equipamentos utilizados no carregamento... 45 3.5.8.3. Medidas para a prevenção de acidentes durante o carregamento... 45 3.5.8.4. Procedimentos e equipamentos para a contenção de toras... 46 3.5.8.5. Documentos de transporte... 46 3.5.9. DESCARREGAMENTO... 46 3.5.9.1. Procedimentos e equipamentos utilizados... 46 3.5.9.2. Medidas de prevenção de acidentes durante o descarregamento... 47 3.5.10. PREVISÃO DE TREINAMENTO... 47 ii

4. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES... 48 4.1. RELAÇÕES DENDROMÉTRICAS UTILIZADAS... 48 4.2. DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE TÉCNICA EM RELAÇÃO AO TAMANHO DA UPA... 48 4.8.1. EQUIPE DE INVENTÁRIO FLORESTAL 100%... 48 4.8.2. EQUIPE DA EPLORAÇÃO FLORESTAL... 50 4.3. DIRETRIZES DE SEGURANÇA NO TRABALHO... 51 4.4. PRIMEIROS SOCORROS... 53 4.5. DIMENSIONAMENTO DE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS... 53 4.6. INVESTIMENTOS FINANCEIROS E CUSTOS PARA A EECUÇÃO DO MANEJO FLORESTAL.. 54 4.7. AVALIAÇÃO E PROPOSTA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS... 55 4.8. DIRETRIZES PARA REDUÇÃO DOS IMPACTOS... 55 4.8.1. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS... 56 4.8.1.1. Meio-físico... 56 4.8.1.2. Meio-biológico... 56 4.8.1.3. Meio-econômico... 57 4.8.1.4. Matriz de impactos ambientais... 57 4.9. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS... 57 4.10. MEDIDAS DE PROTEÇÃO DA FLORESTA... 60 4.10.1. FISCALIZAÇÃO DO USO DO SOLO E DA FLORESTA... 60 4.10.2. PREVENÇÃO E COMBATE DE INCÊNDIOS... 60 5. BIBLIOGRAFIA... 61 iii

ÍNDICE DE TABELAS TABELA 1: PROPRIETÁRIOS E COLOCAÇÕES ENVOLVIDAS NO MANEJO 5 TABELA 2: RESULTADOS OBTIDOS COM O MACROZONEAMENTO 12 TABELA 4: CRONOLOGIA DAS ATIVIDADES A SER DESENVOLVIDAS NO MANEJO FLORESTAL 14 TABELA 5: ESPÉCIES ENCONTRADAS CLASSIFICADAS PARA SERRARIA E LAMINAÇÃO 16 TABELA 6: LISTA DAS ESPÉCIES PROTEGIDAS DE CORTE 17 TABELA 7: PLANEJAMENTO DO MANEJO PARA AS UNIDADES DE PRODUÇÃO ANUAL. 19 TABELA 8: LISTA DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM CAMPO PELA EQUIPE DE CORTE 34 TABELA 9: MODELOS DE SKIDDERS UTILIZADOS NA EPLORAÇÃO FLORESTAL 42 TABELA 10: COMPONENTES DA EQUIPE DE ARRASTE E SUAS RESPECTIVAS FUNÇÕES 42 TABELA 11: MODELOS DE PÁS CARREGADEIRAS UTILIZADAS NA EPLORAÇÃO FLORESTAL 45 TABELA 12: PRODUTIVIDADE DA EQUIPE DE INVENTÁRIO FLORESTAL 100%, PARA UPA 2009 COM 582,280 HA 48 ÍNDICE DE ORGANOGRAMAS ORGANOGRAMA 1: ORDEM HIERÁRQUICA DA EQUIPE DE INVENTÁRIO 49 ORGANOGRAMA 2: ORDEM HIERÁRQUICA DA EQUIPE DE EPLORAÇÃO 51 ÍNDICE DE FÓRMULAS FÓRMULA 1: CÁLCULO DO VOLUME... 43 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES ILUSTRAÇÃO 1: LOCALIZAÇÃO DO MANEJO DA ASSOCIAÇÃO FÉ EM DEUS... 7 ILUSTRAÇÃO 2: DEMARCAÇÃO DE PÁTIO NA FLORESTA... 33 ILUSTRAÇÃO 3: TÉCNICA PADRÃO DE CORTE... 36 ILUSTRAÇÃO 4: LARGURA DA DOBRADIÇA... 37 ILUSTRAÇÃO 5: CORTE DE ÁRVORES COM TENDÊNCIA À RACHADURAS... 37 ILUSTRAÇÃO 6: SEQÜÊNCIA DE CORTE PARA ÁRVORES OCAS... 37 ILUSTRAÇÃO 7: ETAPAS PARA O CORTE DE ÁRVORES COM O DIÂMETRO GRANDE... 38 ILUSTRAÇÃO 8: ETAPAS PARA O CORTE DE ÁRVORES COM INCLINAÇÃO ECESSIVA... 38 ILUSTRAÇÃO 9: TÉCNICA DE CORTE PARA ÁRVORES COM SAPOPEMAS... 39 ILUSTRAÇÃO 10: CORTE DE ÁRVORES COM INCLINAÇÃO E SAPOPEMAS... 39 ILUSTRAÇÃO 11: PRIMEIRA FASE DO PLANEJAMENTO DE ARRASTE - MAPEAMENTO DAS ÁRVORES DERRUBADAS... 40 ILUSTRAÇÃO 12: SEGUNDA FASE DO PLANEJAMENTO DE ARRASTE - ESTRADAS SECUNDÁRIAS... 41 ILUSTRAÇÃO 13: TERCEIRA FASE DO PLANEJAMENTO DE ARRASTE - RAMAIS DE ARRASTE... 41 ILUSTRAÇÃO 14: ESQUEMA DE NOMENCLATURA PARA SECCIONAMENTO DE TORAS... 44 ILUSTRAÇÃO 15: CARROCERIA PARA TRANSPORTE DE TORAS NO SENTIDO LONGITUDINAL... 46 iv

APRESENTAÇÃO O Manejo Florestal Sustentável de Uso Múltiplo na Amazônia Legal busca, através de instrumentos legais, valorizar a vocação eminentemente florestal da região amazônica. Um dos grandes desafios atuais do manejo de florestas tropicais é convencer os produtores e empresários que a aplicação das técnicas de manejo de impacto reduzido (EIR, senso Sabogal et al. 2000) não apenas favorecem ao meio ambiente, como também podem contribuir no aumento de rendimentos e diminuição dos custos das atividades de exploração florestal. Apesar dos incentivos à aplicação do bom manejo mediante mecanismos nacionais, regionais e internacionais (Putz et al. 1997), na prática ainda não é dada a prioridade necessária ao planejamento da exploração (Pinar et al. 1995). Normalmente as atividades de exploração nas empresas florestais são realizadas sem planejamento gerando elevado nível de dano, desperdício (ex. Uhl e Vieira, 1988) e perda de rendimento. Segundo UHL et al. (1.996), fazendo uma abordagem ao manejo florestal na Amazônia, comenta que uma exploração madeireira manejada apresenta um custo adicional, devido à aplicação de inventário e o censo florestal, planejamento técnico, corte de cipós, etc., porém, este custo é suplantado com a eficiência e a redução do desperdício de madeira. Os custos do manejo florestal podem ser abatidos com o aumento da eficiência da exploração e ainda, existe a possibilidade de utilização de outros produtos da floresta, como resinas, óleos, frutos entre outros produtos, incrementando os retornos do investimento. Um dos resultados logrados por empresas que adotaram técnicas adequadas de exploração florestal foi o aumento da produtividade através da racionalização e planejamento das atividades envolvidas, com diminuição considerável dos danos causados à floresta remanescente, de acordo com dados divulgados pela Embrapa-AC sobre avaliações do manejo florestal da empresa ST Manejo de Florestas, no município de Lábrea-AM (OLIVEIRA, BRAZ & THAINES, 2002). Os estudos sobre os custos das atividades e os impactos causados à floresta (parcelas permanentes) demonstram uma redução em relação à exploração florestal sem critérios de manejo florestal, visto que o planejamento das atividades proporcionou melhores rendimentos e menor desperdício de matéria-prima. CONTETO GOVERNAMENTAL Com base nas experiências já acumuladas no Estado do Acre, no tocante ao Manejo Florestal Comunitário, torna-se consenso entre as instituições que apóiam essas iniciativas produtivas florestais, que é preciso criar alternativas mais eficientes de manejo e adequação tecnológica ao ambiente de produção específico da floresta. Isto supõe novos processos e produtos, conforme a diversidade dos recursos ambientais e as vantagens comparativas e competitivas oferecidas nos mercados locais, nacionais e internacionais. Sob a SEF surge a responsabilidade de formular, promover e coordenar a execução de políticas públicas referentes à produção florestal e programas de desenvolvimento florestal sustentável. O acúmulo de experiências aliado ao fato de que mais de 90% do Estado mantém sua cobertura florestal original permite e exige do Governo e sociedade, sabedoria para gerenciar esta base de recursos naturais de forma sustentável e socialmente includente. O manejo florestal possui um imenso potencial de geração de riqueza e inclusão social, sendo também uma importante estratégia de conservação. Porém, esbarra em diversos fatores limitantes de ordem estruturais (educação, capacidade de gestão comunitária, questão fundiária, infra-estrutura e burocracia) e outros gerados por políticas setoriais que exercem influência negativa (política agrícola, política de crédito, controle ambiental, políticas de incentivo fiscal, política de ordenamento territorial entre outras) dificultando seu estabelecimento. 1

Vale ressaltar que as atividades de extração madeireira, por suas características de intervenção, exigem, para minimizar os impactos causados a níveis aceitáveis, de uma efetiva organização de ações, as quais obrigatoriamente devem ser identificadas tanto no planejamento como na fase operacional. PMFS COMUNITÁRIO A denominação de Projeto de Assentamento Agroextrativista surgiu em 1996, substituindo a original Projeto de Assentamento Extrativista feito pelo INCRA, o qual viabilizava a exploração dos recursos naturais pelos seringueiros. Essa nova modalidade de assentamento destina às populações tradicionais a exploração das riquezas extrativas por meio de atividades economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis. A concessão de uso é feita através de regime comunal, seja através de associações, condomínio ou cooperativa, a critério da população beneficiada. O Projeto de Assentamento Agroextrativista Chico Mendes, conhecido também como Cachoeira, foi criado pela Portaria/INCRA/P/Nº 158 de 08 de março de 1989 e possui área total de 24.898,00ha. Sua gerência é feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA e está localizado BR 317, Ramal do Cachoeira, município de apuri e Epitaciolândia, no Acre. Os moradores do PAE Chico Mendes estão organizados em Associações, neste caso na Associação de Pequenos Produtores Fé em Deus que conta atualmente com um grupo de 28 manejadores e área total de manejo florestal de 2.638,115 ha com exploração de 582,280 ha da UPA1(2009). As atividades específicas do PMFS Comunitário serão executadas adotando a metodologia do inventário digital assim como de acordo com legislação vigente sobre manejo florestal, principalmente: Instruções Normativas nº. 04 e 05 de 11/12/2006 do Ministério do Meio Ambiente MMA, Resolução Conjunta CEMAT/CEF 003/08/2008, assim como as Normas de Execução 1 e 2/2007-IBAMA. ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE O envolvimento da comunidade no manejo florestal madeireiro tem como objetivo a sedimentação desta atividade econômica na cultura da população local, transformando-os em manejadores florestais. Estes não seriam simples extrativistas, e sim moradores de áreas florestais que tivessem uma atividade econômica organizada, atendendo aos princípios clássicos do economicamente sustentável, ecologicamente correto e socialmente viável, trabalhando com produtos madeireiros e não madeireiros oriundos da floresta em que residem. Nos trabalhos a serem realizados, um dos principais objetivos será identificar moradores com potencial e perfil de manejadores florestais, fazendo com que estes tenham entendimento e domínio do processo envolvido no manejo florestal, servindo posteriormente como multiplicadores. Esta identificação será feita através de reuniões na comunidade, com o apoio das associações envolvidas e até mesmo durante a execução dos serviços na floresta. Portanto, nessa fase será identificado o contingente de trabalhadores que já tenham trabalhado e que tenham capacitação nas atividades de manejo florestal, tais como: abertura de picadas, delimitação, inventário florestal, identificação botânica, microzoneamento. Com o advento do uso cada vez mais constante do GPS na atividade de inventário florestal, os trabalhadores receberão treinamento sobre o manuseio de GPS, pois, muitas dessas atividades serão realizadas com o uso desse equipamento, inclusive o rastreamento das árvores, localização da infraestrutura (estradas e pátios de estocagem), árvores para corte, arraste e monitoramento da exploração. 2

1. INFORMAÇÕES GERAIS 1.1. Requerente/Detentor Quadro 1: Informações sobre o Requerente/Detentor NOME Associação de Pequenos Produtores Rurais Fé em Deus RG CNPJ 04.815.648/0001-77 PRESIDENTE Reinaldo Ferreira da Silva CPF 150289 SSPAC 359.815.632-49 ENDEREÇO BR 317 - Seringal Cachoeira Colocação Chora Menino II, Zona Rural. 1.1.1. Titularidade, Ambiente Predominante e Estado Natural da Floresta Quadro 2: Informações sobre o Manejo Florestal TITULARIDADE Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA DETENTOR Associação de Pequenos Produtores Rurais Fé em Deus AMBIENTE PREDOMINANTE Floresta de Terra Firme ESTADO NATURAL DA FLORESTA MANEJADA Floresta Primária MODALIDADE PRODUTO FORMA DE EPLORAÇÃO Comunitário Madeira Mecanizado N DE PROTOCOLO DO PMFS ÁREA DE MANEJO FLORESTAL 1.2. Responsáveis pelo PMFS Quadro 3: Informações sobre o Responsável Técnico Elaboração e Execução DENOMINAÇÃO Juliana Fortes e Silva Eng a Florestal 2.638,43 ha CPF CREA VISTO/AC 050.358.476-50 PR-91.431/D 9171 ENDEREÇO R. Sebastião Dantas, 194 casa 04 Estação Experimental Telefone E-MAIL FA (68) 92140258 jufortes20@yahoo.com.br (68) 3227-5273 3

1.3. Objetivos do PMFS 1.3.1. Objetivos Gerais Este Plano de Manejo Florestal Comunitário tem como principais objetivos: Diminuir o desmatamento realizado pelas famílias agroextrativistas para a ampliação de roçados e pastos; Diversificar e ampliar a geração de renda dos produtores florestais comunitários e melhorar a infraestrutura local, aumentando assim a qualidade de vida no meio rural e valorizando a floresta em pé; Fortalecer a organização social e os trabalhos de educação ambiental; Diminuir o êxodo rural através da construção da florestania ; Produzir matéria-prima de origem certificada e desestimular a exploração ilegal de madeira que ocorre nas áreas adjacentes ainda não regulamentadas; entre outros. Além disso, este plano de manejo tem como objetivo também buscar cada vez mais o uso múltiplo da floresta. Assim, é consenso na comunidade que a madeira é apenas mais um produto agroextrativista a ser trabalhado pelas famílias do PAE Equador, ou seja, as atividades demandadas pelo mesmo devem respeitar o calendário das atividades já tradicionalmente realizadas, como o extrativismo da borracha e da castanha, a agricultura familiar, etc. 1.3.2. Objetivos Específicos Fornecer matéria-prima em toras destinadas à serraria e laminação. 4

1.4. Produtores envolvidos no PMFSC Abaixo se podem observar os participantes deste manejo, seguem a colocação e o nome do proprietário/participante do manejo. Tabela 1: Proprietários e colocações envolvidas no manejo PROPRIETÁRIOS José Ricardo de Oliveira Francisco Menezes da Silva João Nunes Moreira Milton Nunes Moreira Ilsiney Sena Castro José Ribeiro da Silva Manoel Ribeiro da Silva Reinaldo Ferreira da Silva Francisco Paes de Souza Ilson Medeiros de Castro Raimundo de souza Maciel José Maria Evangelista da Silva Raimundo Nonato Santiago Manoel das Graças Santiago Edival Alves da Silva Isaias Rodrigues de Menezes Marcus Sebastião Nobre Menezes Sebastião Paes de Souza Narciso Gonçalvez Bezerra Mario Aurélio Santiago Marilzo Alves de Moura Marciano, Marcelo e Osmar Alves Miranda Antônio e Emir Alves Miranda Sebastião Reis da Silva Gilson Soares de Oliveira COLOCAÇÕES Botafogo Brasil Caco da Cuia I Caco da Cuia II Centro dos Caboclos I Centro dos Caboclos II Chora Menino I Chora Menino II Limoeiro I Limoeiro II Nova Vida I Nova Vida II Nova Vida III Nova Vida IV Palmares I Paçoca I Paçoca II Salvador Santa Julia São Bento São Raimundo II São Salvador I São Salvador II Tabocal Vitória 5

2. DESCRIÇÃO DA PROPRIEDADE 2.1. Denominação Projeto Agroextrativista Chico Mendes. 2.2. Localização Geográfica O Projeto de Assentamento Agroextrativista Chico Mendes está localizado no município de apuri, e até julho de 2004 pertencia ao município de Epitaciolândia quando, com a aprovação, pela Assembléia Legislativa no final de 2003, da definição dos novos limites municipais do Estado, passou a fazer parte do Município de apuri (LEI 1568 de 19 de julho de 2004, publicada em 23 de julho de 2004 no Diário Oficial do Estado no. 8842). O PAE Chico Mendes foi criado em 1989 através da portaria 158 de 08 de março de 1989, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e conta com uma área de 24.898,00 ha. A Associação Fé em Deus está localizada dentro do PAE Chico Mendes e é composta por 28 manejadores. O acesso se dá através da BR 317, ramal do cachoeira (passando pelo trevo de apuri, alguns quilômetros a frente), colocação Chora Menino II. Os confrontantes do PAE Chico Mendes estão listados abaixo: NORTE: PAE Equador e a BR 317; SUL: Rio ipamano e República Plurinacional da Bolívia LESTE: PAE Equador; OESTE: Município de Epitaciolândia e PAE Porto Rico. 2.2.1. Acesso O PAE encontra-se na região do Alto Acre fazendo divisa com o território boliviano (rio ipamano), PAE Equador e PAE Porto Rico. Está situado entre as coordenadas 62 52 05 Longitude oeste, e 10 53 11 latitude sul. O acesso se dá pelo ramal do Cachoeira no km 197 da BR 317, próximo à entrada para apuri, segue-se aproximadamente 17 km, passando pela Colocação Fazendinha, seguindo sempre em frente. 6

Ilustração 1: Localização do Manejo da Associação Fé em Deus 2.3. Descrição do Ambiente Para a descrição do ambiente, a principal fonte de informações foi o zoneamento ecológico econômico do Estado do Acre (ZEE - Acre, 2006), o restante das informações, foram adquiridas de publicações feitas pela EMBRAPA, Universidade Federal do Acre - UFAC e observações em campo. 2.3.1. Meio Físico 2.3.1.1. Geologia O Estado do Acre, do ponto de vista geológico, caracteriza-se como uma resultante da ação de processos tectônicos e paleoclimáticos ocorridos em eras geológicas distintas, provocando erosão e posterior sedimentação destes detritos. Durante o processo de evolução geológica local, distinguiram-se três regiões geológicas, sendo a área da Associação Fé em Deus inserida nas áreas de relevo mais suave e áreas aluviais. Serras Rio Branco, Juruá-Mirim, Moa e Jaquirana: constituem o Complexo Fisiográfico da Serra do Divisor; formadas por sedimentos do Cretáceo (principalmente), Pré-Cambriano e Paleozóico. Áreas de relevo mais suave: distribuem-se na maior parte do estado, apresentando sedimentos das formações Ramon e Solimões. Áreas aluviais: compõem esta área os terraços fluviais e as áreas aluvionares. 7

2.3.1.2. Topografia e Solos Os solos acreanos, ao contrário do que se pensava, são de origem sedimentar, ou seja, a concentração de materiais decompostos (areia) é alta, além de existir certas restrições para o uso agropecuário. Na região as formas geomorfológicas originaram predominantemente as seguintes classes de solo: Latossolos apresentam avançado estágio de intemperização, pois são destituídos (virtualmente) de minerais primários e secundários; normalmente são muito profundos. Presentes: Latossolo Vermelho Amarelo Álico. Argissolos Caracterizam-se pela baixa atividade da argila; são considerados de forte a moderadamente ácidos. Presentes: Argissolos Vermelho Amarelos Distróficos. Em suma, a geologia e a geomorfologia caracterizam os solos mantendo uma estreita relação com a paisagem, neste caso, cobertura vegetal do tipo Floresta Densa, e subordinadamente Floresta Aberta. 2.3.1.3. Geomorfologia A geomorfologia, enquanto ciência estuda as formas de relevo, os processos endógenos e exógenos ocorridos e sua evolução. Aplicam-se a geomorfologia nas áreas rurais e urbanas, nos projetos de rodovias, ferrovias e na manutenção e conservação de estradas, entre outros. A estrutura geomorfológica do Estado do Acre está representada pelas seguintes unidades morfoestruturais: Depressão Amazônica Planalto Rebaixado (da Amazônia Ocidental) Planície Amazônica O PAE Chico Mendes encontra-se inserido no Planalto Rebaixado da Amazônia Ocidental, que é uma extensa unidade, cuja principal característica são os baixos platôs que margeiam a planície do rio Amazonas, e a existência de áreas aplainadas ainda conservadas e de relevos dissecados em interflúvios tabulares. Formado por litologias da Formação Solimões e cobertura vegetal de Floresta Densa e Campinarana. No Acre este conjunto de relevo ocupa a parte leste e constitui o segundo nível mais elevado da área, comportando altimetrias de cerca de 250 a 300 m. O nível mais alto da área localiza-se no extremo leste onde esta unidade morfoestrutural comporta relevos residuais. As formas geomorfológicas representativas são os interflúvio tabulares de médias e grandes dimensões e de entalhes incipientes com litologia constituída de material síltico-siltoso com intercalações de arenitos de idade plio-pleistocênica. 2.3.1.4. Clima O clima do Estado do Acre, como um todo, é úmido e a umidade relativa apresenta-se em níveis elevados durante todo o ano, com médias mensais em torno de 80-90%. É um clima quente e úmido com duas estações definidas: seca e chuvosa. A estação seca estende-se de maio a outubro, podendo se 8

estender até novembro, e os meses menos chuvosos são junho, julho e agosto. A estação chuvosa, o inverno, caracteriza-se por chuvas constantes, prolongando-se de novembro a abril (Mesquita 1996). Na estação seca, são freqüentes as friagens, fenômeno efêmero, porém muito comum na região, que resulta do avanço da Frente Polar que, impulsionada pela Massa de Ar Polar Atlântica, avança pela Planície do Chaco e chega até a Amazônia Ocidental, onde provoca brusca queda de temperatura, chegando a valores em torno de 10ºC (Ribeiro, 1971). A região do PAE Chico Mendes possui o clima segundo classificação de Köppen, do tipo Am (clima tropical úmido), que se caracteriza por apresentar temperatura média anual entre 26 e 27º C, apresentando uma estação seca de pequena duração. O período mais quente ocorre nos meses de setembro, outubro e novembro com médias máximas de 38 C, e o período mais frio em junho, julho e agosto com médias mínimas de 20 C. Trata-se da região que tem menor índice pluviométrico do Estado do Acre. A faixa anual está entre 1.773 a 1.877 mm. Os meses mais chuvosos duram de 6 a 5 meses e correspondem aos meses de novembro a março/abril e os meses com menor índice pluviométrico são junho a agosto. Analisando as máximas e mínimas, observa-se que há uma grande variação da quantidade de chuvas para o mesmo mês durante os anos, sendo que esta maior variabilidade ocorre no período de chuvas. Estes dados dão uma visão da disponibilidade de água no ano agrícola, podendo ser a base para um calendário agrícola no assentamento, principalmente, para as fases críticas de semeadura e colheita. 2.3.1.5. Hidrografia O estado do Acre é formado por duas bacias hidrográficas Vale do Alto Juruá e Vale do Acre/Purus, que formam as duas mesorregiões existentes: Alto Juruá e Vale do Acre. Estas duas mesorregiões, com um total de 22 municípios, estão subdivididas em cinco microrregiões duas no Vale do Juruá (Cruzeiro do Sul e Tarauacá) e três no Vale do Acre (Rio Branco, Sena Madureira e Brasiléia). O principal recurso hídrico na área é o rio ipamanu, que margeia o PAE no extremo sul. No interior do assentamento, vários igarapés ocorrem, inclusive com nascentes localizadas no seu interior. 2.3.2. Meio Biológico 2.3.2.1. Vegetação A tipologia florestal dominante na área é o de Floresta Densa, com ocorrência de floresta aluvial nas margens do rio ipamano e principais Igarapés. Observa-se no mapa que o PAE está localizado em área de Floresta Densa + Floresta Aberta com Palmeiras. A ocorrência dessas tipologias está intimamente ligada ao relevo onde estão instaladas. O ZEE do Acre descreve esses tipologias com as seguintes características: Floresta Aberta com Palmeiras - Essa fisionomia se caracteriza como floresta de dossel aberto com presença de palmeiras, apresentando também cipós em algumas áreas. Ocorrem palmeiras como A. murumuru Mart (murmuru), Astrocaryum sp. (tucumã), A. excelsa. (uricuri), E. oleraceae (açaí), Bactris maior acq. (marajá), Guilielma macrocarpa Hub. (pupunha brava), A. wallissii Huber (jaci), Maximiliana regia Mart. (inajá) e P. macrocarpa R. e p. (jarina), sendo esta em maior concentração. Iriartea sp. (paxiubinha) nas áreas de baixio e margem de igarapés. Ocorre também bananeira brava (Phenakospermum guianensis) no subosque. Observou-se grande número de clareiras naturais, fato que permite levantar a, hipótese de que as manchas de floresta aberta com grande concentração de cipós sejam originadas de clareiras antigas. A espécie Hevea brasiliensis Muel. Arg (seringueira) apresentou, nessa fisionomia, a maior concentração de indivíduos, comparando-se com as outras fisionomias. 9

Floresta Densa - As comunidades dessa floresta são caracterizadas por apresentarem árvores emergentes com aproximadamente 50 metros de altura. Nos dissecados em cristas e colinas, o estrato superior ocorre em agrupamentos arbóreos menores e bastante uniformes, atingindo aproximadamente 30 metros de altura. Apresenta bastante regeneração arbórea nas diferentes situações topográficas, no entanto há maior número de espécies de porte arbustivo e palmeiras nos talvegues. As espécies mais encontradas são: Assacú (Hura creptans), Amarelão (Apuleia moralis), Castanha do Brasil (Bertholletia excelsa), Mata-matá (Eschweflera odora), Tauari (Couratari macrosperma). 2.3.2.2. Fauna De acordo com informações obtidas do ZEE/AC, a lista de espécies existentes no Acre apresenta cerca de 1.319 espécies confirmadas, além de 116 animais que só foram identificados até o nível de gênero (podendo significar uma nova espécie ou não). Da ocorrência de espécies da fauna de vertebrados 8% são anfíbios, 52% aves, 15% mamíferos, 18% peixes e 7% são répteis. O grupo das aves apresentou maior riqueza de espécies, ACRE (2000). A fauna na região foi descrita de acordo com as informações obtidas com as populações residentes ao entorno da área e por observações em campo entre outras coletas de dados. Dentre os mamíferos podemos citar alguns representantes como: morcegos, cutia, paca, onça, macacos (com várias espécies), porcos do mato, cateto, quatipurú, tatu, veado, dentre outros. A avifauna está representada por: araras, papagaios, sanhaço, gavião, urubu-rei, jacu, garça, corujas, tucano, dentre outras várias espécies. Dentre os répteis podemos destacar as diferentes espécies de cobras como: pico de jaca, boipeva, caninana, surradeira, coral, papagaio, papa-ova, jibóia, salamandra, etc. Além dos ofídios, podemos citar: jacaré, jabuti entre outros. Os peixes são representados por grandes bagres como: surubim, jaú, pirarara, bico de pato, etc; ainda, pode-se encontrar: jatuarana piabas, piau, piranha, entre muitos outros. 2.3.3. Meio Sócio-Econômico O Projeto de Assentamento Agroextrativista Chico Mendes foi criado pelo INCRA. Apesar de a comunidade ali residir a muitos anos, somente em abril de 1989 é que se deu o ato de criação do PAE. Atualmente todos já receberam os Créditos Habitação do INCRA. Em 2002 foi construído um ramal financiado pelo INCRA e administrado pela prefeitura de Epitaciolândia, que atende à maioria das famílias. Hoje, este ramal, distante a 19 km da saída da BR 317, possui 9 km até o final de uma das bifurcações e mais 5 km até o final da outra e sua manutenção anual é feita pela Prefeitura de apuri. A comunidade é organizada, sindicalizada e comercializa sua produção de borracha e castanha com a Cooperativa Agroextrativista de apuri, da qual os produtores são associados. Os seringueiros têm o suporte da fábrica de camisinhas Natex, com postos de recolhimento do látex. Há o posto de recolhimento principal e outros menores espalhados pelo seringal para que o material de armazenamento da borracha, como a amônia não contaminem as pessoas que vivem no local. Toda semana os encarregados da fábrica de camisinhas Natex buscam a produção da semana, a qual já teve devidamente medida, a porcentagem de água contida no látex. Na área do PAE-CM, vizinho ao Seringal Equador, existe um núcleo na colocação Fazendinha onde estão instalados galpões para a compra e armazenamento da castanha e da borracha. Neste núcleo existe também uma hospedagem com pousada, instalações sanitárias, cozinha, um chapéu de palha (uma barraca, coberta de palha e sem paredes) para reuniões e cursos. Além disso, neste local existe um sistema de iluminação, utilizando-se da rede elétrica estadual, e há também dois postos de saúde e quatro escolas. 10

2.4. Zoneamento da Propriedade O uso atual de terras é basicamente composto por roçados, pastagens para a criação de bovinos, eqüinos, caprinos e ovinos (acontece com menos freqüência) e floresta. Nos roçados observam-se as seguintes culturas: mandioca, arroz, feijão, banana e em algumas localidades mamão. A floresta contribui com parte da renda, como já foi descrito, através da castanha do Brasil e açaí, principais produtos extrativistas explorados. 2.4.1. Macrozoneamento da propriedade Com o objetivo principal de mapeamento dos diferentes usos das áreas das colocações para melhor planejar suas atividades, ressaltando que o zoneamento é a base para o planejamento do manejo florestal, os trabalhos foram realizados através da coleta de pontos dos limites e confrontantes das colocações participante do grupo de manejadores. Com uso de GPS portátil e com o auxílio dos moradores e de seus confrontantes (vizinhos), foram levantados os seguintes dados: Limite da colocação: os moradores juntamente com os seus vizinhos em comum acordo para evitar possíveis contestações sobre a definição dos limites indicaram os pontos extremos que formam os limites da colocação. Cada ponto foi registrado no GPS, enumerado e catalogado para posterior processamento; Área de atividade agrícola (roça): as áreas destinadas para cultivo agrícola foram mapeadas e catalogadas; Área de pastagem: assim como a roça, as áreas de pastagem foram levantadas. O macrozoneamento das áreas da propriedade foi realizado usando como base os seguintes passos: Legislação sobre meio ambiente (Código Florestal e 2.166-67/2002); Informações de imagem de satélite georreferenciada (CBERS II, 178-111, com passagem em 11/12/2006); Base Cartográfica DSG 1:100.000; Informações dos manejadores e informações coletadas em campo através de GPS portátil. Abaixo pode ser observada a tabela com os resultados do macrozoneamento da área das colocações envolvidas no manejo. 11

Tabela 2: Resultados obtidos com o macrozoneamento Proprietário Colocações Propriedade Área de Manejo Florestal % AMF Áreas Convertidas %AC José Ricardo de Oliveira Botafogo 318,84 ha 106,27 ha 33,33% 12,29 ha 3,85% Francisco Menezes da Silva Brasil 1052,71 ha 98,78 ha 9,38% 43,66 ha 4,15% João Nunes Moreira Caco da Cuia I 372,81 ha 98,17 ha 26,33% 10,47 ha 2,81% Milton Nunes Moreira Caco da Cuia II 298,39 ha 101,47 ha 34,01% 13,64 ha 4,57% Ilsiney Sena Castro Centro dos Caboclos I 296,47 ha 101,56 ha 34,26% 20,71 ha 6,98% José Ribeiro da Silva Centro dos Caboclos II 601,29 ha 103,66 ha 17,24% 22,57 ha 3,75% Manoel Ribeiro da Silva Chora Menino I 131,47 ha 80,43 ha 61,18% 24,61 ha 18,72% Reinaldo Ferreira da Silva Chora Menino II 383,34 ha 97,38 ha 25,40% 16,48 ha 4,30% Francisco Paes de Souza Limoeiro I 174,68 ha 100,33 ha 57,44% 26,94 ha 15,42% Ilson Medeiros de Castro Limoeiro II 454,00 ha 98,43 ha 21,68% 59,63 ha 13,13% Raimundo de Souza Maciel Nova Vida I 157,48 ha 100,82 ha 64,02% 1,24 ha 0,79% José Maria Evangelista da Silva Nova Vida II 278,18 ha 100,46 ha 36,11% 10,76 ha 3,87% Raimundo Nonato Santiago Nova Vida III 104,89 ha 85,70 ha 81,71% 0,00 ha 0,00% Manoel das Graças Santiago Nova Vida IV 202,87 ha 99,64 ha 49,12% 1,41 ha 0,69% Edival Alves da Silva Palmares I 183,14 ha 101,14 ha 55,23% 0,00 ha 0,00% Isaias Rodrigues de Menezes Paçoca I 81,97 ha 61,24 ha 74,71% 0,00 ha 0,00% Marcus Sebastião Nobre Menezes Paçoca II 229,50 ha 98,69 ha 43,00% 2,47 ha 1,08% Sebastião Paes de Souza Salvador 285,55 ha 101,49 ha 35,54% 17,72 ha 6,21% Narciso Gonçalves Bezerra Santa Julia 385,16 ha 101,76 ha 26,42% 17,35 ha 4,51% Mário Aurélio Santiago São Bento 211,46 ha 101,54 ha 48,02% 14,12 ha 6,68% Marilzo Alves de Moura São Raimundo II 245,02 ha 101,78 ha 41,54% 3,89 ha 1,59% Irmãos Alves Miranda São Salvador I e II 820,83 ha 412,49 ha 50,25% 19,91 ha 2,43% Sebastião Reis da Silva Tabocal 220,59 ha 100,31 ha 45,47% 6,14 ha 2,78% Gilson Soares de Oliveira Vitória 110,35 ha 84,87 ha 76,91% 10,29 ha 9,32% TOTAL 7.600,99 ha 2638,43 ha 34,71 % 356,260 ha 4,69%

2.5. Descrição dos Recursos Florestais Inventário Florestal Amostral 2.5.1. Produtos Florestais Não Madeiráveis Produtos florestais não madeireiros (PFNM), embora utilizados há centenas de anos, apresentam baixo valor comercial agregado, principalmente devido à escassez de capital e tecnologia no processo de produção (Ticktin, 2004). Mesmo com o aumento do uso de Produtos Florestais Não Madeireiros PFNM - ainda pouco se sabe acerca dos padrões de produção e comercialização, talvez pela falta de investimentos financeiros, políticas públicas e pesquisa científica em prol de novas descobertas sobre a flora não madeireira Amazônica. Os produtores envolvidos nesta atividade, geralmente extrativistas, ficam à margem de conseguir um retorno econômico justo pelo seu trabalho. Falta agregar valor aos produtos extraídos o que possibilitaria aumento nos lucros dos extrativistas, já que a maior parte da renda fica concentrada nas mãos dos intermediários. A assistência técnica ajudaria também a aprimorar e colaboraria para a continuidade da atividade, cujos métodos tradicionais de extração normalmente geram um grande desperdício de matéria prima, qualidade e um baixo preço pago por estes produtos. A dificuldade de acesso às áreas onde os PFNM são mais abundantes, particularmente na Amazônia, é também um dos entraves que mantêm a retirada a granel destes produtos, colocados imediatamente à venda sem maior possibilidade de agregação de valor, devido ao alto custo de transporte até os pontos de comercialização dos centros consumidores. 2.5.2. Inventário florestal diagnóstico Utilizou-se como parâmetro para o inventário Florestal diagnóstico o Plano de Manejo Florestal de Uso Múltiplo com rendimento sustentado da reserva extrativista São Luis do Remanso Braz et AL 1997, localizada a aproximadamente 50km da área em questão, na mesma bacia hidrográfica. Este documento encontra-se em meio digital, em anexo. 13

INFORMAÇÕES SOBRE O MANEJO FLORESTAL O manejo florestal visa obter benefícios econômicos, sociais e ambientais de forma sustentável, colaborando na melhoria da qualidade de vida dos comunitários, na continuidade do estoque de matériaprima para indústrias madeireiras e promovendo a regeneração natural, através do monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente, para isso faz o uso dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos de forma sustentável, socialmente justa e economicamente viável. 3.1. Sistema Silvicultural O sistema de manejo adotado tem como princípio a exploração de apenas uma parte das árvores comerciais que atingiram o tamanho de corte. Árvores de tamanho intermediário e parte de árvores com diâmetro de corte constituem o estoque para o próximo ciclo. A floresta é submetida a uso de técnicas silviculturais que reduzem os danos à floresta residual, bem como os custos de exploração, visando aumentar a produção das espécies de valor comercial, com redução do ciclo de corte. Este sistema é denominado Sistema de Manejo CELOS SMC e foi desenvolvido nas florestas tropicais do Suriname, pela Universidade de Waginengen da Holanda e apela Universidade de Kom, do Suriname, tendo início em 1965. No presente Plano Operacional Anual (POA) o ciclo de corte previsto será de 25 anos e a intensidade de corte de no máximo 10 m³/ha. O princípio geral do sistema proposto preconiza que a regeneração natural de espécies desejáveis pode ser promovida pela distribuição dos impactos ao longo do tempo, reduzindo a competição com espécies pioneiras, com menos danos ao ecossistema como um todo e sem perda de produtividade (D'Oliveira, 2000). A repetição das intervenções feitas na floresta, em menor escala do que nos projetos de manejo florestal tradicional e em períodos curtos, junto com a aplicação de tratamentos silviculturais, cria um mosaico de clareiras, com diferentes idades, que permite o crescimento e regeneração da floresta conservando sua estrutura e biodiversidade (D'Oliveira et al., 1998). O presente Plano de Manejo contará com uam área de Manejo dividida em 24 colocações, onde, após exploração florestal, serão mantidas em pousio durante 25 anos. Os trabalhos de campo são realizados exclusivamente por profissionais da área e os agentes florestais comunitários já capacitados para tal fim, o que aumenta a experiência dos comunitários, bem como diminui a dependência pela assistência técnica, cujo maior papel é facilitar o processo de aprendizagem da comunidade. Procura-se também incentivar a geração de trabalho através da prestação de diversos serviços pelo pessoal da própria comunidade como: motosserristas, donos de bois para o arraste, entre outros. 3.1.1. Cronologia das Principais Atividades do Manejo Florestal As cronologias das atividades a serem desenvolvidas e respectivas descrições estão apresentadas na tabela a seguir: Tabela 3: Cronologia das atividades a ser desenvolvidas no Manejo Florestal FASES ATIVIDADES DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 1 a Fase Zoneamento das colocações Delimitação das colocações dos proprietários que desejam executar o manejo em sua área de floresta. O zoneamento é importante na organização dos dados que serão coletados no inventário, pois é ele que irá fornecer informações sobre a área de cada colocação e uso do solo. Depois de realizado, o zoneamento é apresentado aos manejadores para aprovação, caso todos concordem com os limites estabelecidos. 14

FASES ATIVIDADES DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 2 a Fase Inventário Florestal Diagnóstico 3ª Fase 4 a Fase 5 a Fase Abertura das picadas e delimitação das UT s Inventário Florestal a 100% Microzoneamento Processamento dos dados Elaboração de mapas Elaboração do PMFS Elaboração do POA Apresentação junto ao órgão ambiental - IMAC Acompanhamento da exploração Processamento de dados pós-exploratório Elaboração do Relatório pós-exploratório Inventário amostral realizado na área de manejo florestal, com objetivo de estudar as espécies com potencial florestal e seus estoques (regeneração florestal), os quais nortearam as atividades de exploração florestal. Essa atividade é a base para o manejo florestal, pois irá abrir picadas na floresta para que a equipe de inventário florestal possa realizar a coleta dos dados, bem como delimitar as unidades de trabalho O inventário florestal é o levantamento das árvores inseridas nas unidades de trabalho. É ele que fornece informações como: estado físico, localização na UT, DAP, altura estimada, qualidade de fuste e faz observações. O microzoneamento tem a função de acrescentar informações importantes ao inventário tais como declividade da área, áreas de preservação permanente, hidrografia, usos do solo e outras. O processamento consiste na fusão das informações obtidas com o inventário e com o microzoneamento. A partir dessas informações realiza-se desde a seleção das árvores até o planejamento da exploração. Os mapas indicam e nos fornecem informações importantes sobre a área, localização, usos do solo, etc. Documento que reúne as informações necessárias ao Manejo Sustentável, sobre a área em questão. São as informações coletadas e processadas, é composto basicamente por planilhas e mapas. Protocolo. Atividade suporte para que o planejamento realizado aconteça obedecendo todas as normas impostas. Informações coletadas durante a exploração são processadas e a partir delas é elaborado o relatório pós-exploratório. União das informações coletadas, e já processadas, durante o acompanhamento da exploração. 3.2. Espécies Florestais a Manejar e a Proteger 3.2.1. Espécies Florestais prioritárias ao manejo florestal, classificadas por uso Foram consideradas no inventário todas as árvores acima de 120 cm de circunferência a altura do peito (CAP), equivalente a 40 cm de diâmetro (DAP), com exceção de árvores protegidas por lei, como castanheira, seringueira e mogno, bem como algumas outras espécies cujas propriedades da madeira são impróprias para utilização comercial, bem conhecidas pelos seringueiros das áreas e o mateiro. Também as árvores mortas naturalmente, em pé e caídas, são consideradas no inventário 100%, já que terão sua madeira aproveitada para fins comerciais. Abaixo segue a lista das espécies encontradas na área, com o uso classificado em Serraria, para espécies cuja madeira tem utilidade para construção civil, estacas, movelaria, e caixotaria. Laminação é a classificação dada às espécies que se destinam exclusivamente para a confecção de painéis de madeira laminada. 15