Senhor Ministro, Tenho a honra de acusar recebimento da Nota N. NR.9/96, de 17 de outubro corrente, cujo teor em português é o que segue: Senhor Embaixador, Tenho a honra de dirigir-me a Vossa Excelência com referência aos entendimentos vigentes entre nossos Governos para coibir a delinquência organizada na região fronteiriça entre o Paraguai e o Brasil, em especial no que se refere ao controle do narcotráfico e ao tráfico de armas. Sobre o assunto, tenho o prazer de informar Vossa Excelência de que o Governo da República do Paraguai, dentro do espírito de colaboração mútua que sempre norteou as relações entre nossos países irmãos, prope um Acordo com vistas a facilitar às autoridades competentes do Paraguai e do Brasil as informações necessárias para controlar mais eficazmente o comércio ilícito de armas entre os dois países, da seguinte forma: 1. O Governo da República do Paraguai fornecerá mensalmente ao Governo da República Federativa do Brasil, por via diplomática, durante a primeira quinzena posterior ao mês vencido, relação dos cidadãos brasileiros, estrangeiros residentes no Brasil ou pessoas jurídicas brasileiras que adquiram armas de fogo no território da República do Paraguai no mês imediatamente anterior, com a marca, modelo, calibre e
Nota nr.338/pag,2 número de série da arma adquirida e o nome, número do documento de identidade e endereço no Brasil ou no Paraguai do comprador; 2. O Governo da República Federativa do Brasil fornecerá, do mesmo modo, mensalmente ao Governo da República do Paraguai, por via diplomática, durante a primeira quinzena posterior ao mês vencido, relação dos cidadãos paraguaios, estrangeiros residentes no Paraguai ou pessoas jurídicas paraguaias que adquiram armas de fogo no território da República Federativa do Brasil no mês imediatamente anterior, com a marca, modelo, calibre e número de série da arma adquirida e o nome, número do documento de identidade e endereço no Paraguai ou no Brasil do comprador; 3. Tendo em vista a permeabilidade das regiões de fronteira, os Governos da República do Paraguai e da República Federativa do Brasil fornecer-se-ão mutuamente, no mesmo prazo, por via diplomática e com os mesmos dados da arma e do comprador, relação de todas as pessoas físicas e/ou jurídicas que adquiram, no território do Paraguai, armas de calibre superior ao permitido para porte legal no Brasil e, no território do Brasil, armas de calibre superior ao permitido para porte legal no Paraguai. 4. A Direção de Material Bélico da República do Paraguai ou o Órgão que a suceda e o Ministério da Justiça da República Federativa do Brasil ou o órgão que o suceda serão os encarregados de fornecer os dados requeridos, os quais deverão ser encaminhados através dos Ministérios das Relações Exteriores dos dois países. 5. As listas das armas que são consideradas "armas de guerra", no Paraguai e no Brasil figuram como Anexos a este Acordo.
Nota nr. 338/pag. 3 A presente Nota e a resposta de vossa Excelência em que conste a conformidade do Governo brasileiro constituem um Acordo.entre o Paraguai e o Brasil. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência os protestos da minha mais alta consideração. (Rubén Dario Melgarejo Lanzoni) Ministro das Relações Exteriores 2. Em resposta, tenho o prazer de informar que o Governo brasileiro concorda integralmente com os termos da referida Nota, e, por conseguinte, a mesma e a presente Nota constituem um acordo entre os dois Governos. 3. Permita-me acrescentar, Senhor Ministro, que, no entender do Governo brasileiro, esta iniciativa paraguaia acentua uma vez mais a permanente disposição com que o Governo do Presidente Juan Carlos Wasmosy vem agindo no sentido de por têrmo à criminalidade transnacional e aos flagelos do narcotráfico e do contrabando de armas que constituem uma ameaça ao desenvolvimento social e à tranquilidade da nossa região e dos nossos povos. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência o testemunho da minha mais alta e distinta consideração. (Marcio de Oliveira Dias) Embaixador