Solos Transportados (Sedimentares): Solo Aluvial, Solo Lacustre, Solo Coluvial, Solo Eólico e Solo Marinho



Documentos relacionados
GEOTÉCNICA Bibliografia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO ENGENHARIA CIVIL GEOTÉCNICA /2

CONCEITO DE SOLO CONCEITO DE SOLO. Solos Residuais 21/09/2017. Definições e Conceitos de Solo. Centro Universitário do Triângulo

Classificação dos Solos Quanto à Origem.

FUNDAMENTOS DE GEOLOGIA. Movimentos de Massa. Definição Fatores Influentes Tipos de Movimento de Massa Medidas Mitigadoras

ELEMENTOS SOBRE SOLOS

GEOTÉCNICA Bibliografia

Objetivo. Material de apoio. Curso básico de mecânica dos solos (Carlos Souza Pinto, Oficina de Textos, 2006); Sumário

Material de apoio. Origem e Constituição. Origem e Constituição. Curso básico de mecânica dos solos (Carlos Souza Pinto, Oficina de Textos, 2006);

Agentes Externos ou Exógenos

Ambientes tectônicos e sedimentação

UNIDADE I - SOLOS, ORIGEM, FORMAÇÃO E MINERAIS CONSTITUINTES

FSP Avaré 1º semestre 2013 Prof. Fabio Tonin MECÂNICA DOS SOLOS

Curso de Engenharia Civil

SOLOS. Prof Robert ROC

Formação dos Solos. Fundação Carmelitana Mário Palmério - FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil. Disciplina: Geologia Básica de Engenharia

Vanir Tiscoski Junior CURITIBA / PR RELATÓRIO DE SONDAGENS A PERCUSSÃO

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO LOCAL - GEOMORFOLOGIA

UNIDADE INTEGRADA SESI SENAI CATALÃO CURSO TÉCNICO EM MINERAÇÃO COMPONENTE: GEOLOGIA GERAL INSTRUTOR: DOUGLAS DE ASSUNÇÃO OLIVEIRA

GEOLOGIA GERAL GEOGRAFIA

MODELADO CÁRSICO OU KÁRSTICO

Oscilação Marinha. Regressão diminuição do nível do mar (Glaciação) Transgressão aumento do nível do mar (Inundação)

Processos denudacionais

GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA: AGENTES EXTERNOS MÓDULO 07

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO ENGENHARIA CIVIL GEOTÉCNICA /2. Marita Raquel Paris Cavassani Curbani

CARACTERÍSTICAS DOS RESERVATÓRIOS

O Sistema de Deposicão

AGREGADOS. Conceito AGREGADOS AGREGADOS

Conteúdo: Aula 1: As formas do relevo. A importância do estudo do relevo. A dinâmica do relevo. Aula 2: Agentes externos que modificam o relevo.

BRASIL: RELEVO, HIDROGRAFIA E LITORAL

MECÂNICA DOS SOLOS NOTAS DE AULA CAPÍTULO 1 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS E ROCHAS

EVENTOS METEOROLÓGICOS DE GRANDE MAGNITUDE. prof.: Robert Oliveira Cabral

TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRENTE 4A AULA 11. Profº André Tomasini

VULNERABILIDADE DE AQÜÍFEROS

Determinação das Propriedades Geotécnicas dos Sedimentos Eólicos da Cidade de Natal-RN

GEOLOGIA GERAL CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Morfologia Fluvial. Josué Souza de Gois

GEOLOGIA PARA ENGENHARIA CIVIL ELEMENTOS DOS SOLOS

Transformação do relevo. Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. [Antoine Lavoisier]

BRASIL: RELEVO, HIDROGRAFIA E LITORAL

Bacias Hidrográficas: - Erosão fluvial - Cheias - Exploração de inertes

Água subterrânea... ou... Água no subsolo

Geotécnica Ambiental. Aula 2: Revisão sobre solos

Ambientes de Sedimentação. Prof. Dr. Renato Pirani Ghilardi Dept. Ciências Biológicas UNESP/Bauru - SP

O que é tempo geológico

7. o ANO FUNDAMENTAL. Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente

27/08/ CICLO DAS ROCHAS 3. CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS MAGMÁTICAS 2. MAGMA: CARACTERÍSTICAS E PROCESSOS DE CONSOLIDAÇÃO

Professora: Jordana Costa

As rochas sedimentares

Campus de Botucatu PLANO DE ENSINO ( X ) OBRIGATÓRIA DO NÚCLEO COMUM ÁREA COMPLEMENTAR: ( ) OPTATIVA

GEOLOGIA GERAL GEOGRAFIA

O RELEVO DA TERRA Capítulo 2

Disciplina: Mecânica dos Solos e Fundações

GEOGRAFIA 6 ANO ENSINO FUNDAMENTAL PROF.ª ANDREZA XAVIER PROF. WALACE VINENTE

2 Plataformas Carbonáticas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS - CCJE DEPARTAMENTO DE GEMOLOGIA - CCJE.

Terra: origem e formação

Notas de aulas de Mecânica dos Solos I (parte 4b)

Geomorfologia Aplicada

EMISSÃO: DIRETRIZ TÉCNICA

GEOLOGIA PARA ENGENHARIA CIVIL SEDIMENTOS E PROCESSOS SEDIMENTARES: DO GRÃO À ROCHA SEDIMENTAR

Ocupação Antrópica e problemas de ordenamento

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS UFG - PPGA

AGENTES MODELADORES EXTERNOS. Profº Me. Claudio F. Galdino GEOGRAFIA

ANEXO 1 GLOSSÁRIO. Vegetação de Restinga

Análise da Susceptibilidade a Processos Erosivos, de Inundação e Assoreamento em Itajobi-SP a Partir do Mapeamento Geológico- Geotécnico

GEOLOGIA PARA ENGENHARIA CIVIL INTRODUÇÃO

Importância dos oceanos

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO SECRETARIA DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL. Profª Aline Cristina Souza dos Santos

CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Geologia e conservação de solos. Luiz José Cruz Bezerra

Sedimentação e Processos Sedimentares

3 Aspectos Geológicos e Geotécnicos

GEOMORFOLOGIA FLUVIAL: PROCESSOS E FORMAS

Composição dos Solos

Relatório da atividade nº 2 do módulo de Minas. Laboratório de Ciências do Ambiente I (modulo de Minas) Catarina Espregueira up @fe.up.

UNIDADES DE RELEVO DA BACIA DO RIO PEQUENO, ANTONINA/PR: MAPEAMENTO PRELIMINAR

O relevo terrestre e seus agentes. - Relevo: diversas configurações da crosta terrestre (montanhas, planícies, depressões etc).

Módulo 13. Agentes externos formadores do relevo Prof. Lucas Guide 1º ano EM

Escola: Nome: Turma: N.º: Data: / / FICHA DE TRABALHO. mineral degradação seres vivos. decomposição orgânica restos de plantas.

%

Disciplina: Geologia Geral

Geologia, problemas e materiais do quotidiano

Formação do Solo. Luciane Costa de Oliveira

SONDAGEM À PERCUSSÃO DATA: 15/04/2010 HORA: 07:36 / 23:41 COTA : 2,23 COORDENADAS: N: E:

IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS O Caos Ambiental das Cidades Brasileiras

Ciências Naturais, 5º Ano. Ciências Naturais, 5º Ano. FICHA DE TRABALHO 1 Completa o texto com os termos:

Paisagens sedimentares

GEOGRAFIA. Prof. Daniel San.

Difratometria por raios X

Figura 07: Arenito Fluvial na baixa vertente formando lajeado Fonte: Corrêa, L. da S. L. trabalho de campo dia

O que é tempo geológico

Notas de aula prática de Mecânica dos Solos I (parte 9) com respostas dos exercícios

EROSÃO EM ÁREAS URBANAS

Mapeamento Costeiro. Métodos e técnicas para configurar espacialmente feições costeiras para interpretações geológicas e geomorfológicas

Mecânica de Solos revisão: conceitos de solos. Prof. Fabio B. Tonin

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

Estudos Ambientais. Solos CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ - CEAP

Classificação dos Solos do Ponto de Vista da Engenharia

Transcrição:

Formação dos Solos Solos Transportados (Sedimentares): Solo Aluvial, Solo Lacustre, Solo Coluvial, Solo Eólico e Solo Marinho Bibliografia: Notas de aula (apostila) de Geotécnica, Prof. Reno Reine Castello (1998) Chiossi, N. J. (1979); Geologia Aplicada à Engenharia Teixeira, W.; Toledo, M.C.M.; Fairchild, T.R.; Taioli, F. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, pp. 1-26. Press, F., Siever, R., Grotzinger, J., Jordan, T.H. 2006. Para Entender a Terra. Porto Alegre, Bookman,656p. (4a edição). Vaz, L.F. Classificação genética dos solos e dos horizontes de alteração de rochas em regiões tropicais. In: Rev. Solos e Rochas, v.19, n. 2, ABMS/ABGE, São Paulo, SP, 1996. p. 117-136. Ortigão, J.A.R. (2007). Introdução à Mecânica dos Solos dos Estados Críticos.3ª ed. Sowers, G. F. (1979); Introductory Soil Mechanics and Foundations; MacMillan Publishing Co., Inc., 4a edição. Castello, R. R.; Polido, U. F. P. Tentativa de Sistematização da Baixadas Litorâneas Brasileiras: Origem, Caracterísitica Geotécnica e Experiências de Obras. vol. 2.

Solos Transportados (sedimentares) São aqueles formados pelo acúmulo do resíduo do intemperismo de uma rocha em local diferente do de formação. Ação da água Solos Aluvionares Solo Aluvial ou Fluvial (rio) Solo lacustre (lago) Solo Marinho (ação do mar) Ação da gravidade Solos Coluvionares Sem Blocos de rocha Com Blocos de rocha Coluvião Tálus Ação do vento Solos Eólicos Ação de geleira Solos Glaciais

Solo Aluvial - rios 3 Os solos aluviais se constituem através da deposição de materiais sólidos que são transportados e arrastados pelas águas dos rios. CABECEIRA Zona muito inclinada Atividade erosiva (velocidade elevada) Depósitos de piemonte primeiros sedimentos fluviais formados geralmente no sopé das montanhas. Curso Superior O tamanho dos detritos vai-se tornando cada vez menor, quanto maior for a distância das cabeceiras.

Solo Aluvial - rios 4 Curso Médio Formação de meandros (caminhos de fluxo) Inclinação diminui velocidade diminui menor poder de transporte Deposição no fundo (seixos e areia) Erosão lateral Vale de Inundação Baixa velocidade Curso Inferior Deposição de sedimentos finos (silte, argila e matéria orgânica

Solo Aluvial - rios 5 As águas procuram, tortuosamente, os caminhos mais fáceis para seu fluxo criando meandros. Maior velocidade e poder erosivo em um dos lados do canal erodindo e aprofundando o canal Menor velocidade do outro lado do canal deposição de sedimentos formando barras. Meandros abandonados transformam-se em braços mortos dos rios deposição de sedimentos finos, geralmente argilosos e orgânicos. Meandro de um rio

Solo Aluvial - rios 6 Estádios de desenvolvimento de meandros de um rio e seu vale de inundação.

Solo Aluvial - rios 7 Transporte de material por arrastamento, salto e suspensão Silte e argila Suspensão Areia Arrastamento e salto Pedregulho A figura ilustra os vários tipos de transporte da carga sólidas de um rio e a sua relação com a dimensão e forma dos sedimentos.

Solo lacustre 8 Os sedimentos em suspensão são transportados por rios e outros cursos d água e quando deságua num lago há uma perda brusca de velocidade e deposição de sedimentos mais grossos por exemplo, e chegam aos lagos. Acúmulo de sedimentos no período de cheia (sedimentos maiores e em maior quantidade) e de sedimentos mais finos na seca; Depósito de areia no delta do lago; Depósito de silte e argila quando as águas ficam calmas; Avanço da vegetação para o centro do lago; Transformação do lago em brejo. Alternância de silte e argila Depósito lacustre típico em região úmida (Sowers, 1970)

Solo Coluvial 9 Solos transportados pela gravidade nos deslizamentos de terra das encostas de morros. Colúvio: depósitos constituídos exclusivamente por solos. Tálus: restrito aos depósitos constituídos por solos e blocos ou apenas por blocos de rochas. Os tálus são formados pelo mesmo processo de transporte por gravidade, em encostas, que produz os coluviões, diferenciando-se pela presença ou predominância de blocos de rocha.

Solo Coluvial Muitas vezes, a presença de tálus pode ser identificada pelo tipo de vegetação. As bananeiras têm uma predileção especial por esses terrenos, devido à baixa compacidade (muitos fofos) e à elevada umidade. Ortigão, J.A.R. (2007). Introdução a mecânica dos solos dos Estados Críticos.

Solo Eólico 11 Solos formados pelos ventos. Classificação do vento segundo o efeito que produz (classificação de Beaufort) 0 Calmaria: velocidade < 1,5 km/h (fumaça sobe verticalmente) 1 Aragem leve: vel. 1,5 a 6,1 km/h (perceptível pelo desvio da fumaça) 2 Brisa leve: vel. 6,1 a 11,1 km/h (movimenta as folhas e é levemente perceptível nas faces) 3 Vento suave: vel.b 11,1 a 17,2 km/h (movimenta pequenos galhos) 4 Vento moderado: vel. 17,2 a 24,1 km/h (levanta poeira e movimenta galhos maiores) 5 Vento médio: vel. 24,1 a 31,6 km/h (movimenta pequenas árvores) 6 Vento forte; 7 Vento fortíssimo; 8 Ventania forte; 9 Ventania fortíssima; 10 a 12 - Furações

Solo Eólico 12 Dependendo da velocidade do vento e do tamanho das partículas o transporte pode ser: - por suspensão - por rolamento - por saltos Velocidade do vento em km/h 1,8 11 32 47 Diâmetros máximos em mm dos grãos movimentados 0,04 0,25 0,75 1 Características dos solos eólicos: Pequena capacidade de transporte areia fina Muito rolada areia arredondada

Solo Eólico 13 Na zona do litoral do Brasil o vento age sobre as areias soltas das praias, transportando-as e formando pequenas dunas. Duna é uma montanha de areia criada a partir de processos eólicos (relacionados ao vento) Dunas

Solo Eólico 14 Evolução de uma duna em Cabo Frio (RJ), (Leinz & Amaral, 1969) Seção de duna mostrando camadas cruzadas devido a mudança de direção de ventos. (Press/Siever, 1974)

Mapa Pedológico da Grande Vitória 15

16 Ex. Perfil típico na transição J. Camburi / J. Penha (Castello e Polido)