Perfil dos Alunos de Terceiro Ano do Ensino Médio, Período Matutino da Escola Estadual Jardim Das Flores Matupá-MT, No Ano De 2014



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Transcrição:

Perfil dos Alunos de Terceiro Ano do Ensino Médio, Período Matutino da Escola Estadual Jardim Das Flores Matupá-MT, No Ano De 2014 Autora: Cíntia Cavalcante de Souza (FAFIPA) * Autora: Letícia Queiroz de Souza Cunha (UEG) * Autora: Sueli Sanches (UEM) * Resumo: O presente trabalho teve por finalidade traçar o perfil dos alunos de terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Jardim das Flores, que atende na modalidade regular. A pesquisa foi realizada com duas turmas de terceiro ano do turno matutino. Partiu-se da necessidade de diagnosticar e compreender quem são os alunos da terceira série e quais suas expectativas em relação ao futuro. Os resultados foram obtidos por meio de questões semiabertas, as quais atenderam os objetivos de conhecer melhor as necessidades e anseios dos alunos. Estes dados passam a ser ferramentas que poderão ser utilizadas nas ações realizadas pela escola. Palavras-chave: Perfil; Terceiro ano; Objetivos Abstract: This paper aims to outline the profile of students in the third year of high school at the State School Garden of Flowers, which meets in regular mode. The survey was conducted with two groups of third year of the morning shift. We started from the need to diagnose and understand who are the third graders and what are your expectations for the future. The results were obtained through semi-open questions, which met the objectives to better understand the needs and desires of students. These data will be tools that can be used in the actions taken by the school. Keywords: Profile; Third year; objectives * Cintia Cavalcante de Souza, Licenciada em História pela Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí (FAFIPA, Paranavaí-PR, 2002), Especialista em Educação Ambiental e a prática escolar pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão ( IBPEX, Curitiba, 2005). Atualmente docente do ensino superior na Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte MT, Rua Jequitibá, nº 40, Jardim Aeroporto. Cep: 78520-000. e-mail: e-mail : cintiacavalcantti@hotmail.com * Letícia Queiroz de Souza Cunha, Licenciada em Ciências Habilitação em Biologia pela Universidade Estadual de Goiás (UEG); Pós Graduada em Educação Ambiental pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e em Metodologia e Didática no Ensino Superior pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte (FCSGN); Professora da Educação Básica de Mato Grosso, e-mail: letqs@hotmail.com * Sueli Sanches, Licenciada em Química pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Arapongas - Paraná (1984), mestrado em Química pela Universidade Estadual de Maringá (1997) e doutorado em Química pela Universidade Estadual de Maringá (2008). Docente da Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT); e da Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte (FCSGN; e-mail: ssanches.quimica@hotmail.com) 44

1. INTRODUÇÃO A finalidade deste trabalho é traçar o perfil dos alunos do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Jardim das Flores, situada na Rua 14 nº 36 bairro Jardim das Flores. A escola iniciou seu atendimento no ano de 1994 com o nome de Escola Estadual de Primeiro e segundo Grau (EEPSG), através do decreto de criação nº 4328 de 21/03/1994, o qual se manteve até o ano de 1999, após esta data o decreto nº 1826/2000 de 11/10/2000, altera o nome para E.E. Jardim das Flores. O nome da escola se deve ao projeto da Colonizadora Agropecuária do Cachimbo S.A. que é responsável pela ocupação da área onde está situado o Município de Matupá/MT. Até o ano de 1999 funcionou como escola de ensino fundamental e a partir de 2000 só funciona com a modalidade ensino médio. Hoje atende uma média de 700 alunos, distribuídos nos três períodos de funcionamento. Participaram da pesquisa duas turmas do terceiro ano turno matutino, onde responderam questões semi-abertas que contribuíram para a criação do perfil desses alunos, conhecendo suas necessidades e anseios. 1.1 Histórico do Ensino Médio Após sucessivas reformas a que tem sido sistematicamente submetido o ensino médio no Brasil, buscando romper a clássica dicotomia propedêutico/profissionalizante (Franco, 1999) um duplo impasse deve ser enfrentado: sua inclusão no âmbito da educação básica e obrigatória para os estudantes brasileiros e a proposta de reorganização de sua estrutura curricular. Muito se tem discutido em relação ao perfil desse novo ensino médio, embora a reorganização esteja prevista na Lei nº 9.394, promulgada em 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Na perspectiva de democratização de acesso do ensino médio a Lei de Diretrizes e Bases - LDB define a obrigatoriedade progressiva do ensino médio, embora a constituição de 1988 já contemplasse a discussão foi a LDB que conferiu legalidade. Por que criar um perfil do aluno do Ensino Médio? O objetivo desse estudo é caracterizar os jovens que cursam a terceira série do ensino médio no período matutino da Escola Estadual Jardim das Flores quanto à idade, gênero, 45

escolaridade dos pais, se exercem alguma atividade remunerada e expectativa de continuidade dos estudos. Além disso, pretende identificar as representações sociais que mantêm acerca da escola e trabalho, na medida em que elas possibilitem compreender melhor como os alunos apreendem o sistema de ensino em geral. O fato de o ensino médio ser a etapa final da educação básica, e essa geração ser uma geração que busca a independência é importante que a escola utilize essas ferramentas de pesquisa em suas ações, conhecendo o perfil dos seus alunos e quais seus anseios. Segundo Pilleti 2007, a eficácia da escola depende não apenas da atenção que dá as características comuns, mas de modo especial do nível em que considera as características diferenciadas. Assim, na medida em que escola identifica o perfil do seu aluno, não só a instituição ganha ao planejar suas ações pautadas na sua realidade, mas, sobretudo contribui para as reflexões em torno da implantação da atual reforma curricular deste nível de escolaridade no Brasil. Objetivos Tendo em vista as considerações já arroladas, procurou-se efetuar uma investigação junto a alunos do terceiro ano do ensino médio matutino, levando em conta: Características pessoais; Localização de moradia; Inserção no mercado de trabalho; Prosseguimento dos estudos; Procedimentos Metodológicos Na busca de traçar o perfil dos alunos, aplicou-se um questionário com 14 (quatorze) perguntas semi-abertas, onde buscava conhecer melhor esse aluno, bem como sua realidade. Participaram da pesquisa duas turmas de terceiro ano regular do turno matutino. O questionário foi respondido por 51 alunos das duas turmas. A fonte de investigação deste estudo estrutura-se no relatório dos questionários. Das leituras desses questionários são extraídas as seguintes variáveis: 46

Idade; Localidade onde reside; Responsável; Quantidade de horas disponibilizadas para estudo; Exerce alguma atividade remunerada; 2. RESULTADOS E DISCUSSÕES A pesquisa, realizada com 51 alunos da terceira série do ensino médio da escola estadual Jardim das Flores, período matutino, revelou que a idade média dos estudantes é dezessete anos, não havendo defasagem idade/série nessas turmas. Em relação ao gênero nota-se que a distribuição é homogênea, pois, elas são compostas por 26 moças e 25 rapazes. O bairro que a maioria dos estudantes pesquisados reside é o mesmo da instituição, Jardim das Flores, com um total de 21,57%, seguido pelo bairro Centro e zona rural (Chácaras) 17,65%, o bairro União aparece com 13,73%, Cidade Alta e setor Industrial com 5,89%, ZR1 e ZH3 com 1,96% e 13,7% não responderam. A responsabilidade em relação aos discentes foi relatada por 64,7% como sendo dos pais, caracterizando uma estrutura familiar tradicional, os quais se relacionam com os filhos, em 90,2% dos entrevistados, diariamente. Piletti (2007) afirma que mesmo que parte dos alunos trabalhe e receba seu próprio salário, isto não é suficiente para torná-los independentes: na maior parte dos casos vivem com a família e dependem dela, se não em sua sobrevivência material, ao menos quanto à organização da sua própria vida. A escolaridade dos responsáveis variou entre os que nunca estudaram e os que possuem pósgraduação, sendo que quando eles citaram os pais como responsáveis foi considerado o maior nível, como mostra o gráfico 01. Em geral, todos os alunos esperam que a escola contribua para que eles e suas famílias possam melhorar de vida. Os próprios pais alimentam essa expectativa, que transferem aos filhos: esperam que os filhos, tendo oportunidade de estudar, tenham uma vida melhor que a deles (PILETTI 2007) confirmando o resultado da pergunta sobre a pretensão de cursar ensino superior 98,03% afirmaram o desejo em continuar os estudos, demonstrando clareza na 47

escolha do curso pretendido, porém, somente 56,86% descreveram que estudam além das quatro horas oferecidas pela escola. O motivo elencado como fator de frequência na escola foi o aprender com 92,16% dos registros. Em relação às dificuldades para estudar o item que continha a opção conciliar escola e trabalho foi o mais assinalado, observe o gráfico 2. Conciliar trabalho e estudo Excesso de matérias Exigência dos professores Barulho Problemas familiares Horário da aula Cansaço Não possuem Em relação ao trabalho, 54,9% responderam que exerciam alguma atividade remunerada e que o destino do dinheiro era se manter em 32,14%, 28,57% ajudar em casa, 28,57% ajudar em casa e se manter e 10,72% não responderam. As expectativas em relação ao futuro são muitas nesta fase da vida. A última questão foi Como você se vê daqui a três anos? e percebe-se que há um pensamento positivo em relação à continuidade dos estudos. Veja o resultado no gráfico 3. 48

Como você se vê daqui a três anos Na faculdade Na faculdade e trabalhando Trabalhando 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conhecer o perfil dos estudantes que frequentam a escola possibilita o planejamento de ações que contemplem suas ansiedades e com isso proporcionar subsídios para uma melhor interação entre professor-aluno contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem. Através de nossa pesquisa percebemos que a composição das turmas não apresenta discrepâncias em relação à idade e ao gênero e que a maioria dos alunos são advindos do entorno da escola. A representação familiar encontrada foi a tradicional com um convívio diário. O trabalho está presente na vida da maioria dos discentes, mas estes ainda, de alguma forma, são dependentes dos responsáveis. Este fato contribui para o desejo em continuar os estudos, citado como objetivo a ser alcançado por eles. A questão relacionada à preparação para a vida universitária revelou que a preocupação dos discentes é pequena, visto que a quantidade de horas destinadas ao estudo fora da escola é baixa e conciliar trabalho e estudo é o desafio que a maioria enfrenta nesta fase da vida. 4. REFERÊNCIAS CASTRO, C. M. Escolas feias, escolas boas. Ensaio, v. 7, n. 25, p.343-54, 1 FRANCO, M. L. P. B. Ensino médio: desafios e reflexões. 2.ed. São Paulo: Papirus, 1997.. O Ensino médio e a nova LDB. Revista da Apeoesp, n.10, p.38-49, abr. 1999. 49

PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação. Edição reformulada e atualizada.18ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2007. 999. 50