O PAPEL DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NA PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS. Prevenir o uso de drogas é importante, principalmente, na



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1 O PAPEL DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NA PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS Ana Reppetto 1 Cecília Jaques 2 Mirian Hainzenreder 3 Eliane de Moura 4 RESUMO Prevenir o uso de drogas é importante, principalmente, na infância e adolescência. O presente artigo aborda o tema prevenção ao uso de drogas na infância e adolescência, procura desvendar os métodos utilizados nesta prevenção e também o papel da família e da escola neste processo. O método utilizado para realizar esta pesquisa foi o método indutivo e a pesquisa bibliográfica. O principal resultado encontrado na 1 Graduanda do 4º semestre do curso de Psicologia do CESUCA- Centro de Ensino Superior de Cachoeirinha. 2 Graduanda do 2º semestre do curso de Psicologia do CESUCA- Centro de Ensino Superior de Cachoeirinha. 3 Graduanda do 1º semestre do curso de Psicologia do CESUCA- Centro de Ensino Superior de Cachoeirinha. 4 Professora orientadora da Disciplina de Metodologia Científica e Seminário do CESUCA- Centro de Ensino Superior de Cachoeirinha.

2 pesquisa foi que uma das formas de prevenção, tanto na família como na escola, é o diálogo. Palavras-chave: drogas jovens prevenção ABSTRACT Prevent the use of drugs is important, especially in childhood and adolescence. This article discusses the subject drug prevention in childhood and adolescence, seeks to uncover the methods used in this prevention and also the role of the family and the school in this process. The method used to perform this search was the inductive method and the bibliographic search. The main result found in the survey was that one of the forms of prevention is the dialogue between the family and school. Keywords: drugs young people prevention INTRODUÇÃO O uso de drogas lícitas e ilícitas vem crescendo assustadoramente no Brasil, a cada ano que passa aumenta o número de dependentes químicos internados. Vemos através dos meios de comunicação que as instituições públicas de saúde mental estão lotadas de dependentes químicos e os hospitais estão abrigando temporariamente estes dependentes químicos tornando um caos as unidades de saúde 24 horas. É necessário trabalhar com uma política de prevenção, com crianças e adolescentes, pois segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento de 29,5% de internações de jovens pelo abuso

3 de álcool e drogas, passando de 2.426 nos primeiros meses de 2009 para 3.142, em 2011. Como em muitas famílias falar sobre uso de drogas é um tabu, enquanto outras acham o assunto natural, torna-se conveniente que os professores e pais tenham conhecimento sobre os diferentes tipos de drogas e sua ação no organismo e tomarem conhecimento de um método adequado para prevenir o uso de drogas de crianças e adolescentes. METODOLOGIA O método utilizado foi indutivo, isto é, analisamos as partes para chegar ao todo, as partes são as teorias sobre drogas, família e escola, para assim chegarmos a uma conclusão do todo que são os métodos de prevenção na família e na escola. Ruiz (2011) discorre sobre o que é o método indutivo: A indução é um processo de raciocínio inverso ao processo dedutivo. Enquanto a dedução parte de enunciados mais gerais para chegar à conclusão particular ou menos geral, a indução caminha do registro de fatos singulares ou menos gerais para chegar à conclusão desdobrada ou ampliada em enunciado mais geral... (p.139) Lakatos e Marconi(1982)salientam que neste método a conclusão é sujeita a variáveis: Se todas as premissas são verdadeiras a conclusão é provavelmente (grifo nosso) verdadeira, mas não necessariamente verdadeira. (p. 55)

4 O material foi coletado de pesquisas bibliográficas em livros, revistas e sites da internet. Ruiz (2001) define pesquisa bibliográfica: Bibliografia é conjunto das produções escritas para esclarecer as fontes, para divulgá-las, para analisá-las, para refutálas ou para estabelecê-las, é toda a literatura originária de determinada fonte ou a respeito de determinado assunto. (p. 58) O PAPEL DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NA PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS - Família: algumas concepções atuais O modelo tradicional de família vem se modificando com o passar dos anos com as constantes mudanças ocorrentes na sociedade. É notável que nos dias de hoje existam várias formas de organização familiar. Conforme Silva (1998): Estas mudanças sofridas pela instituição familiar, são decorrentes de alguns fatores: - A baixa taxa de fecundidade; - O aumento da esperança de vida e, consequentemente da crescente proporção da população com mais de 60 anos; - A banalização do divórcio; - O declínio da instituição do casamento; - Redução do número de filhos; - Aumento da união consensual havendo aumento de número de casamentos civis e declínio de casamentos religiosos; - Maior número de

5 pessoas vivendo sozinhas; - Aumento do número de famílias chefiadas por um só cônjuge, com maior reincidência sobre as mulheres. (p.2) Na verdade o que observamos não é exatamente o enfraquecimento da família, mas sim o aparecimento de novos arranjos e modelos familiares (SILVA, 1998). Podemos ver que Silva (1998) cita alguns exemplos dessas novas famílias : Família com base em união livre; - Famílias mono parentais dirigidas pelo homem ou pela mulher (sendo que grande porcentagem destas famílias são dirigidas por mulheres); - Divorciados gerando novas uniões (famílias recompostas); - Mães/ adolescentes solteiras que assumem seus filhos; - Mulheres que tem filhos através de produção independente (sem companheiro estável)(p.2 e 3) Esses novos e diferentes modelos de famílias precisam estar estruturados para educar seus filhos no que diz respeito a prevenir o uso de drogas, pois a curiosidade das crianças e principalmente dos adolescentes sobre o assunto drogas é inevitável, pertença ele a qualquer modelo de instituição familiar. E muitas vezes por não se ter uma base familiar estruturada e falta de diálogo, é que as crianças e adolescentes acabam entrando para o mundo das drogas. Sabemos

6 que também podem experimentar pela primeira vez apenas por curiosidade, mas também muitos acabam experimentando para serem aceitos no seu grupo ou para fugir dos problemas familiares, entre outros. A ESCOLA CONTEMPORÂNEA A função da escola é atender e canalizar o processo de socialização e também de formação do cidadão (GÓMEZ, 199-?). Hoje observamos que as escolas estão buscando novos métodos de ensino, com base no cotidiano, nos fatos que acontecem no dia-dia de todos nós, pois isso torna mais atrativo o ensino. E através disso a escola tenta assimilar o conteúdo de cada disciplina com os acontecimentos que ocorrem no mundo, atualmente. O assunto drogas é bem trabalhado nas escolas, mas às vezes, não o suficiente para promover prevenção ao uso entre os jovens. Segundo Maluf (20-?), a escola tem um papel importante na prevenção ao uso de drogas: A instituição educacional como um todo deve ajudar seus membros (educadores, familiares e jovens) a desenvolverem espírito crítico, discutindo as drogas em nossa sociedade, bem como a relação deles com as mesmas. A escola é um lugar privilegiado para a realização de atividades preventivas,

7 porque congrega as crianças e os jovens, é um lugar confiável, estimula o saber e o conhecimento e possibilita a construção de valores. (p.6) No caso da prevenção em si, Maluf (20-?) destaca: Portanto, a prevenção é mais adequada quando discute o uso de drogas dentro de um contexto de saúde. Neste sentido, o educador apresenta-se como um excelente condutor das atividades preventivas em função de seu papel fundamental na educação e formação intelectual e emocional dos jovens nas escolas. (p.7) Então, vimos que a escola é fundamental na prevenção as drogas, mas não esquecendo que a família deve ser a primeira instituição a tocar neste assunto em casa mesmo, alertando para os perigos da droga e a escola auxilia contemplando em seu planejamento curricular essa prevenção. DROGAS O uso de drogas é algo culturalmente aceito na sociedade, quando falamos de drogas lícitas, como o álcool, o tabaco e também os medicamentos. Mas no final do século XX e início do século XXI vêm crescendo o uso de substâncias psicoativas de uso ilícito. Esse grande aumento no uso das drogas ilícitas já é um problema de saúde pública.

8 O que conhecemos por drogas corresponde às drogas psicoativas, porque tem uma atuação direta no cérebro. As substâncias psicoativas podem causar sérios problemas e danos no ser humano, como por exemplo, alterando seu comportamento e/ou agir, modificando sua sensibilidade, causando danos psicológicos, físicos e sociais. Quando falamos de drogas lícitas, temos como exemplos: álcool, cigarro, cafeína e anfetaminas existentes nos produtos para emagrecer. E quando falamos de drogas ilícitas, podemos exemplificar: a maconha, o crack, a cocaína, entre outras. É importante diferenciar as lícitas das ilícitas quando falamos em drogas, pois não são todas iguais. As lícitas são legais e culturalmente aceitas pela sociedade em geral, já as ilícitas são ilegais e vistas com maus olhos pela sociedade em geral, o que está associado com a marginalidade, através do tráfico de drogas e armas, assassinatos, envolvimento de menores de idade no mundo do crime. O uso de drogas vem crescendo bastante entre crianças e adolescentes no Brasil e no mundo. Brasil (1998) alerta: O fato é que, no Brasil, as drogas legais representam mais de 90% dos abusos freqüentes praticados pela população em geral. Os estudos disponíveis mostram que, entre os escolares, destaca-se também o uso de drogas lícitas: em primeiro lugar

9 aparece o álcool, seguido pelo tabaco, por inalantes e tranqüilizantes. Todos esses produtos podem ser obtidos em mercados e farmácias. (p.272) As campanhas de prevenção contra as drogas, em geral, acabam não surtindo muitos efeitos no que diz respeito à diminuição do consumo de drogas. Porque na sua maioria das vezes o slogan: Diga não às drogas! vistos em folhetos de propagandas de prevenção ao uso de drogas, em televisão, cartazes, entre outros locais, são muito bonitos, a intenção é muito boa, mas está longe de ser o melhor método de prevenção. Para Brasil (1998): Não às drogas, neste caso, pode constituir-se em um discurso alarmante, mas vazio, que não leva em conta os sentidos sociais do fenômeno, nem repercute sobre a capacidade de discernimento dos verdadeiros riscos. (p.272) No Brasil existe o consumo abusivo de medicamentos, estando estes remédios muitas vezes disponíveis à criança e ao adolescente na sua própria residência (Brasil, 1998). Então, fica muito fácil o acesso aos medicamentos, para uso terapêutico ou não, para crianças e adolescentes, por estarem estes remédios disponíveis em lugares de fácil acesso, como na sua própria casa, ou na casa de familiares e amigos. Essa facilidade em conseguir esses medicamentos, acaba ocasionando

10 sérios problemas de saúde, inclusive internações hospitalares decorrentes destes abusos de produtos psicoativos. O álcool também é outro fator que causa muitas internações hospitalares ou até mesmo internações em casas de recuperação, para dependentes de drogas. No que diz respeito a essas internações, Brasil (1998) ressalta: o álcool, acessível com facilidade pelo seu baixo custo, oferta generalizada e propaganda ostensiva, ocupa, de longe, o primeiro lugar [...]. (p.272) Uma pesquisa realizada pelo IBGE (2009) (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nas capitais do Brasil e no Distrito Federal revelou que: Dos estudantes pesquisados, 24,2% já experimentaram o cigarro alguma vez na vida e 6,3% o consumiram alguma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa. O consumo de bebida alcoólica era mais disseminado do que o fumo: 71,4% já haviam experimentado álcool alguma vez, sendo que 27,3% disseram ter consumido no mês anterior à pesquisa. Quase 20% declararam ter obtido a bebida em supermercados ou bares e 12,6% deles na própria casa. Já haviam se embriagado 22,1% dos escolares [...] e 8,7% dos estudantes já usaram alguma droga ilícita.(ibge,2009).

11 Outra pesquisa, realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde, diz que o hábito de fumar, considerado pela entidade uma epidemia internacional, tem início, em 90% dos casos, na adolescência (Brasil, 1998, p. 273). FAMÍLIA E ESCOLA: a prevenção ao uso de drogas É na adolescência que o jovem é estimulado pela sociedade em geral, a iniciar sua vida social, inclusive ao uso do álcool para se inserir na sociedade, bebendo socialmente como se diz popularmente. E isto muitas vezes leva o adolescente ao consumo excessivo do álcool. Ele começa com pequenos goles na própria família, ou com amigos, ou em festas em geral, e em seguida passa a beber socialmente e por fim abusivamente. Devemos ressaltar que isto não ocorre com todos que começam a ingerir álcool na adolescência, mas com a maioria. Porque quanto mais cedo se inicia o consumo de álcool, mas riscos existem de a pessoa se tornar dependente do mesmo. O álcool é a droga mais consumida entre os adolescentes (Marques, 2000). Muitas vezes o álcool é a porta de entrada para o consumo de outras drogas, como o tabaco, medicamentos, e até drogas ilícitas. A adolescência é uma fase de descobertas e de novas experiências, e a curiosidade está sempre em alta entre os jovens. Para Almeida Filho (2007):

12 Na consideração de que o uso de drogas se constitui um hábito, os adolescentes acabam por fazer parte de um comportamento de risco, levando-se em conta o estágio em que se encontram. A formação de hábitos se inicia na infância, e, na adolescência, os sujeitos estão em fase de descobertas e autoafirmação de suas identidades.(p.608) A prevenção ao uso de drogas é essencial, deve-se iniciar já na infância, no contexto familiar e continuar na escola. A prevenção deve andar paralelamente entre família e escola, sem fugir a responsabilidade nenhuma das partes. Deve existir diálogo, iniciando na infância, dentro do lar. Não existe idade precisa para começar a conversar sobre o assunto drogas, cada família deve observar na criança se ela já está madura o suficiente para entender este tema. E na escola, o processo ocorre conforme a avaliação do educador cabe a ele avaliar se sua turma está pronta para debater este assunto: prevenção às drogas. O modelo pedagógico de prevenção deve ter por objetivo desenvolver a capacidade de tomar decisões responsáveis no que diz respeito à utilização das diversas drogas (Armelin,1999). Armelin (1999) destaca que A educação para a promoção da saúde como modelo pedagógico é um dos meios de prevenção primária para reduzir a demanda e o uso de drogas visando

13 melhorar o estado de saúde, nos aspectos físicos, psíquicos e sociais. Na escola essas promoções de prevenção acontecem através de palestras, feiras, trabalhos solicitados aos alunos e inclusive no dia-dia da sala de aula. Ocorrem conforme o educador sinta necessidade de abordar o tema ou conforme calendário pedagógico da própria escola. É de extrema importância a prevenção ao uso de drogas desde a infância no convívio familiar e na escola com programas de prevenção. Isso ocorre normalmente através do diálogo e debates entre jovens e educadores ou entre sua família. A prevenção pode ajudar o jovem a não se envolver no mundo das drogas, ou se ele já está iniciando o uso, poderá ajudá-lo a parar enquanto ele consegue sem a ajuda de profissionais especializados. CONCLUSÃO A família e a escola têm papel fundamental na prevenção ao uso de drogas entre crianças e adolescentes: a família, através do diálogo; e a escola, com métodos baseados no cotidiano e na atual realidade em que vivemos. Existe uma interação entre família e escola, o que favorece a prevenção. O diálogo na família e palestras oferecidas aos estudantes e seus familiares e também por meio de trabalhos e debates entre alunos e educadores na escola, pode contribuir para estabelecer na família e na escola o seu papel na prevenção.

14 Diante disso, foi possível alcançar os objetivos propostos na introdução deste artigo, ou seja, o de identificar o papel da família e da escola na prevenção ao uso de drogas e os métodos utilizados por eles na prevenção. Apenas campanhas publicitárias antidrogas não surtem efeitos na prevenção se não tiverem atreladas ao diálogo. Essa pesquisa pode auxiliar professores e outros profissionais que trabalham com crianças e adolescentes, família, estudantes e pesquisadores. Sugerimos que outras pesquisas sejam realizadas periodicamente entre jovens para avaliar se os métodos de prevenção ao uso de drogas estão sendo eficazes. Referências Bibliográficas: Almeida Filho, A et al.(2007)o adolescente e as drogas:consequências para a saúde. Rio de Janeiro: Escola Anna Nery. Armelim, M. G.(1999) Prevenção às drogas na escola. [s.l]: Mundo Saúde. Brasil. Secretaria de Educação Fundamental.(1998) Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/ SEF. 436 p. Gómez,A.L.P.(199?)As funções sociais da escola: da reprodução à reconstrução crítica do conhecimento e da experiência. In: SACRISTÁN, J. G.; GÓMEZ, A. L. P. Compreender e transformar o ensino. [s.l]: Artes Médicas, cap. 1, p. 1-5. IBGE. (2009)Pesquisa nacional da saúde do escolar 2009. Brasil: IBGE. Retirado em 03/11/11, do IBGE (Instituto

15 Brasileiro de Geografia e Estatística) <http://www. ibge.gov.br Maluf, D. P. Prevenção na escola: como fazer? [s.l]: [s.n], 20.Retirado de http://www.slideshare.net/dpinotti/prevenoao-uso-de-drogas-em-escolas. Marques, A.C.P.R., Cruz M.S.(2000) O adolescente e o uso de drogas. Rev.Bras Psiquiatra[on line.retirado do Scielo (Scientific Eletronic library Onlinehttp://www.scielo.com.br Ministério DA Saúde. Retirado em 21/11/11. <www.padreafonso.com.br>. Ruiz, J.A. (2011) Metodologia Científica. [s.l]: 6 ed. [s.n]. Silva, Flávia Mendes. Antigos e novos arranjos familiares:um estudo das famílias atendidas pelo serviço social. Franca, SP: UNESP, 1998 Retirado de: http://www.franca.unesp.br/.