Curso de Especialização em Gestão Estratégica em Finanças Direito empresarial



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7. DIREITO DO TRABALHO Direito do trabalho é um conjunto de princípios, normas e instituições atinentes à relação de trabalho subordinado a situações análogas, visando assegurar melhores condições sociais e de trabalho ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhe são asseguradas: 7.1 Princípios a) Da proteção: é uma forma de compensar a superioridade econômica do empregador em relação ao empregado, dando a este uma superioridade jurídica. Desmembra-se em três outros princípios: a.1) in dúbio pro operário: na dúvida, aplica-se a regra mais favorável ao empregado; a.2) da norma favorável ao trabalhador: havendo conflito de interesses, terá aplicação a norma que atenda melhor aos interesses do empregado; a.3) da condição mais benéfica: uma vantagem já conquistada não pode ser reduzida; devem-se respeitar os direitos adquiridos. b) Da irrenunciabilidade dos direitos: Leis de ordem pública ou imperativas não pode ser objeto de renúncia ou transação, mesmo diante da vontade do empregado; c) Da primazia da realidade: Não importam as cláusulas de um contrato de trabalho, mas sim o que o empregado faz. Os fatos é que são relevantes. Portanto um empregado que possui em sua carteira a anotação de que auxiliar administrativo, no entanto executa atividades insalubres, por certo que este deverá receber o adicional de insalubridade; d) Da continuidade da relação de emprego: Presume-se que o contrato de trabalho terá validade por tempo indeterminado, exceto aqueles por prazo determinado. 7.1.1 Fontes normativas São fontes normativas do direito do trabalho: a) Constituição federal que estipula as principais normas; b) leis, dentre elas a principal é a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); c) convenções e acordos coletivos, que são firmados entre sindicatos e empresas; d) sentenças normativas dos Tribunais Regionais do Trabalho ou do TST; e) atos do Poder Executivo; f) regulamentos da empresa e disposições contratuais; g) usos e costumes. http://professorhoffmann.wordpress.com 96

7.2 Sujeitos do contrato de trabalho Trabalho é todo esforço físico ou intelectual destinado à produção. Emprego é o trabalho subordinado, não eventual, sob dependência e remunerado. 7.2.1 Empregado Todo empregado é um trabalhador, mas nem todo trabalhador é empregado. De acordo com o art. 3º, trabalhador é toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Exclusividade não é requisito do contrato de trabalho. Empregado em domicílio É a pessoa que presta serviços em sua própria residência ao empregador, que o remunera estando presentes todos os elementos da condição de empregado (art. 6º). 7.2.2 Empregador É a empresa, individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços (art. 2º). Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas e outras instituições sem fins lucrativos ( 1º). Sucessão de empresas Alterações na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados (art. 10). Grupo econômico: Quando uma ou mais empresas estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, serão solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas (art. 2º, 2º). 7.2.3 Terceirização De acordo com a Súmula 331 do TST, a contratação regular por meio de empresa interposta não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta e fundacional (art. 37, II, CF). Responsabilidade: a) subsidiária: pela Súmula 331 do TST, inciso IV, o inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do empregador implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços; b) Solidária (empreitada): http://professorhoffmann.wordpress.com 97

responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar (art. 455). 7.3 Trabalhadores com regulamentação própria 7.3.1 Empregado doméstico Presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial desta. Tem seus direitos previstos no parágrafo único do art. 7º da CF e na Lei 5.859/72: salário mínimo, irredutibilidade do salário, 13º salário, repouso semanal remunerado, férias anuais mais um terço (férias anuais de 20 dias úteis), licença-gestante, licença-paternidade e aposentadoria. É facultada a inclusão do empregado doméstico no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mediante requerimento do empregador (Lei 10.208, de 23.03.2001). 7.3.2 Trabalhador avulso Prestador de serviços na orla marítima, controlado pelo sindicato da respectiva categoria ou por órgão gestor de mão-de-obra (OGMO). Tem os mesmos direitos que os empregados, conforme determina o inciso XXXIV do art. 7º da CF. 7.3.3 Trabalhador temporário Empresas de trabalho temporário colocam mão-de-obra à disposição de outras empresas, por meio de um contrato de prestação de serviços, que não poderá exceder três meses, salvo autorização do Ministério do Trabalho. Somente se justifica pela necessidade transitória dos serviços. Tem suas regras previstas na Lei 6.019/74 e no Decreto 73.841/74. 7.3.4 Empregado Rural É a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços com continuidade a empregador rural, mediante dependência e salário. A norma que cuida do trabalhador rural é a Lei 5.889/73. A CF igualou seus direitos aos do trabalhador urbano no caput do art. 7º. http://professorhoffmann.wordpress.com 98

atividade por conta própria. 7.3.5 Trabalhador autônomo Não há subordinação. A CLT não se aplica ao trabalhador que exerce 7.3.6 Trabalhador eventual Presta serviços de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego. 7.3.7 Trabalhador voluntário Pessoa física que presta atividade não remunerada a entidade pública ou privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. Não gera vínculo empregatício nem obrigação trabalhista. Previsto na Lei 9.608/98. 7.3.8 Cooperativas de trabalho Celebram contrato de cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro (art. 3º, Lei 5.764/71). 7.4 Contrato de trabalho Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso correspondente à relação de emprego (art. 442). Requisitos: consensual, sinalagmático (dependência recíproca de obrigações), continuidade, subordinação, onerosidade, pessoalidade, alteridade (prestação de serviço por conta alheia, não há qualquer risco do trabalhador). Anotação do contrato de trabalho: O empregador terá o prazo de 48 horas para anotar na carteira de trabalho, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais (art. 29). Pelo art. 443, o contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. 7.4.1 Prazo indeterminado http://professorhoffmann.wordpress.com 99

prazo determinado (art. 452). É todo contrato que suceder, dentro de seis meses, a outro contrato por 7.4.2 Prazo determinado É o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado, da execução de serviços especificados ou da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada (art. 443, 1º). Não poderá ser estipulado por mais de dois anos. 7.4.3 Contrato de experiência O contrato de experiência não poderá exceder 90 dias (art. 455, parágrafo único), podendo ser prorrogado uma só vez. 7.4.4 Alteração do contrato de trabalho Nos contratos individuais de trabalho, só é licita a alteração das respectivas condições por mútuo consenso e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade (art. 468). A lei admite exceções: a) retorno ao cargo efetivo anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança; b) substituição eventual ou temporária; c) readaptação do trabalhador em nova função. Transferência do empregado É vedado transferir o empregado, sem sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, acarretando a mudança de seu domicilio (art. 469). Não estão compreendidos na proibição desse artigo os empregados que exerçam cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham a transferência como condição. É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento. O empregador ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25%, enquanto durar essa situação. 7.4.5 Suspensão e interrupção do contrato de trabalho (art. 471) Na suspensão: não há trabalho; não há pagamento de salário; não há contagem do tempo de serviço. Por sua vez, na interrupção: não há trabalho; há pagamento de salário e, há contagem do tempo de serviço. http://professorhoffmann.wordpress.com 100

7.5 Remuneração e salário Salário É o valor econômico pago diretamente pelo empregador ao empregado em função da prestação dos serviços. Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, porcentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador (art. 457, 1º). Remuneração Compreende, além do salário, as gorjetas que receber (art. 457). Considera-se gorjeta a que é dada pelo cliente e também cobrada pela empresa ao cliente. Formas: a) por tempo: mês, semana, quinzena ou hora; b) por produção: calculada com base no número de unidades produzidas pelo empregado; c) por tarefa: com base na produção; a economia de tempo traz vantagem ao empregado; d) por comissão: geralmente estipulada pelos empregados no comércio, podendo ser um valor determinado por unidade vendida (ex.: R$ 5,00 por unidade) ou um percentual sobre as vendas (ex.: 3% sobre as vendas). 7.5.1 Salário in natura Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras formas de prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas (art. 458). Não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: a) vestuários, equipamentos e outros acessórios para a prestação do serviço; b) educação; c) transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno; d) assistência médica; e) seguros de vida e de acidentes pessoais; f) previdência privada. A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade não poderão exceder, respectivamente, 25% e 20% do salário contratual. 7.5.2 Características Salário é impenhorável, salvo para pagamento de prestação alimentícia. O salário é irredutível, pois que, é direito dos trabalhadores urbanos e rurais. Só será http://professorhoffmann.wordpress.com 101

possível a redução salarial em caso de: a) acordo coletivo deliberado em assembléia por maioria de votos; b) empresa que se encontre comprovadamente em dificuldades; c) redução da jornada ou dias de trabalho pelo prazo não superior a três meses. A redução do salário mensal não poderá ser superior a 25% do salário contratual, respeitando o salário mínimo. O salário é intangível, pois que, ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resulta de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que essa possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado (art. 462). É vedado o salário complessivo (Súmula 91 do TST). 7.5.3 Equiparação salarial Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregado, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. Trabalho de igual valor será o que for eleito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a dois anos. O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada por órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial (art. 461). 7.5.413º Salário Ou gratificação natalina. É direito dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, 13º salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria (art. 7º, VIII, CF). A fração igual ou superior a 15 dias será havida como remuneração integral. O pagamento será feito em duas parcelas, a primeira até 30/11 e a segunda até 20/12. 7.5.5 Fundo de Garantia http://professorhoffmann.wordpress.com 102

Os trabalhadores urbanos e rurais têm direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS (art. 7º, III, CF). É o depósito bancário efetuado pelo empregador, a favor do empregado, no montante de 8% sobre todas as parcelas que integram a remuneração. 7.5.6 Comprovação de pagamento O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária (art. 464). 7.5.7 Verbas rescisórias Em caso de rescisão do contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data de seu comparecimento à Justiça do Trabalho, as verbas incontroversas, sob pena de pagá-las acrescidas de 50% (art. 467). 7.6 Duração do trabalho O art. 7º, inciso XIII, da CF assegura a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. 7.6.1 Jornada in itinere O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para seu retorno não será computado na jornada de trabalho, salvo se for local de difícil acesso ou não servido de transporte público e o empregador fornecer a condução (art. 58, 2º). 7.6.2 Horas extraordinárias A duração normal do trabalho não poderá exceder a duas horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado ou mediante contrato coletivo de trabalho (art. 59). Não serão descontadas nem computadas variações não excedentes de cinco minutos, limitadas a dez minutos diários. 7.6.3 Acordo de compensação de horas http://professorhoffmann.wordpress.com 103

Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas não exceder, no período máximo de um ano, a soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem for ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. Exceções quanto à limitação da jornada de trabalho pelo art. 62: a) os empregados que exercerem atividade externa; b) os gerentes. 7.6.4 Descanso interjornada Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso (art. 66). Também é assegurado um descanso semanal de 24 horas consecutivas (art. 67). 7.6.5 Descanso intrajornada Em qualquer trabalho continuo cuja duração exceda seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo de uma hora, não podendo exceder a duas horas, salvo acordo escrito ou contrato coletivo de trabalho (art. 71). Se o trabalho não exceder seis horas, será obrigatório um intervalo de 15 minutos quando a duração ultrapassar quatro horas. Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do ministro do Trabalho. 7.6.6 Jornada noturna O trabalho realizado entre as 22 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte terá remuneração acrescida de no mínimo 20% sobre a hora diurna. À hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. 7.6.7 Turnos de revezamento Os trabalhadores urbanos e rurais têm garantido o direito a jornada de seis horas para o trabalho realizado em turno ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva (art. 7º, XIV, CF). http://professorhoffmann.wordpress.com 104

7.6.8 Sobreaviso Considera-se de sobreaviso o empregado efetivo que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. As horas de sobreaviso serão contadas à razão de um terço da hora normal (art. 244, 2º). 7.6.9 Jornadas especiais São jornadas especiais: a) advogado: 04 horas continuas e 20 semanais (art. 20, Lei 8.906); b) bancário: 06 horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, num total de 30 horas semanais (arts. 224 e 225); c) telefonista: seis horas diárias ou 36 semanais (art. 277); d) professores: em um mesmo estabelecimento de ensino, não poderá o professor dar, por dia, mais de quatro aulas consecutivas, ou mais de seis intercaladas (art. 318 a 320); e) jornalistas profissionais: cinco horas diárias (art. 303); f) médicos: quatro horárias diárias (art. 8º, Lei 3.999/61). 7.7 Férias anuais 7.7.1 Período aquisitivo Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias de 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de cinco vezes (art. 130). 7.7.2 Período concessivo As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. Aviso da concessão o empregado será avisado com antecedência mínima de 30 dias (art. 135). Época da concessão a época da concessão será a que melhor consulte os interesses do empregador (art. 136). Concedida após o prazo, o empregador pagará as férias em dobro (art. 137). 7.7.3 Remuneração das férias O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data de sua concessão e um terço a mais (art. 142). http://professorhoffmann.wordpress.com 105

7.7.4 Abono pecuniário É facultado ao empregado converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes (art. 143). 7.7.5 Férias coletivas Poderá ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa, em dois períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a dez dias corridos. Os empregados contratados há menos de 12 meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se novo período aquisitivo (arts. 139 a 141). 7.7.6 Perda do direito a férias (art. 133) Não terá direito a férias o empregado que: a) deixar o emprego e não for admitido dentro de 60 dias; b) permanecer de gozo de licença remunerada por mais de 30 dias; c) deixar de trabalhar por mais de 30 dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços; d) estiver em auxílio-doença, ou acidente de trabalho por mais de seis meses, mesmo que descontínuos. Será iniciado novo período aquisitivo após o retorno do empregado aos serviços. 7.8 Medicina e segurança do trabalho 7.8.1 Atividades insalubres (arts. 192 a 198) São aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde. O fornecimento de aparelhos protetores, aprovados pelo órgãos competente do Poder Executivo, exclui a percepção do adicional respectivo. O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade, cabendo-lhe tomar as medias que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. http://professorhoffmann.wordpress.com 106

O exercício de trabalho em condições insalubres assegura a percepção de adicional de determinada porcentagem do salário mínimo: a) 40% para o grau máximo; b) 20% para o grau médio; c) 10% para o grau mínimo. O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salário profissional será sobre este calculado (Súmula 17, TST). 7.8.2 Atividades perigosas São aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com: a) inflamáveis ou explosivos; b) eletricidade. O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. O direito cessará com a eliminação do risco a sua saúde ou integridade física (art. 194). A caracterização e classificação de insalubridade e periculosidade serão feitas por meio de perícia a cargo de médico ou engenheiro do trabalho (art. 195). Mesmo havendo a exposição de forma intermitente, terá direito ao adicional, que só será proporcional ao tempo de exposição se estiver pactuado em convenção ou acordo coletivos (Súmula 364, TST). 7.9 Proteção da Mulher Determina o artigo 7º da CF: XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; (...) XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 7.9.1 Licença maternidade Será concedida licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias (art. 7º, XVIII, CF), prorrogáveis por mais 60 dias (Lei 11.770/08). http://professorhoffmann.wordpress.com 107

7.10 Proteção do menor Determina o art. 7ºda CF: XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;(...) XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; 7.11 Estabilidade e Garantia de Emprego São direitos dos trabalhadores: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; Diz o art. 10 do ADCT: Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcentagem prevista no art. 6º, "caput" e 1º, da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966; 7.11.1 Dirigente sindical É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei (art. 8º, VIII, CF). 7.11.2 Membro da CIPA É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa de empregado eleito para cargo de direção de CIPA, desde o registro de sua candidatura até um ano após o mandato (art. 10, b, I ADCT). 7.11.3 Gestante http://professorhoffmann.wordpress.com 108

Fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto (art. 10, b, II, ADCT). 7.11.4 Acidentado Tem a garantia, pelo prazo mínimo de 12 meses, da manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxilio acidente (art. 118, Lei 8.213/91). 7.11.5 Membros da comissão de conciliação prévia É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de conciliação prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave nos termos da Lei (art. 625-B, 1º). 7.11.6 Extinção da estabilidade Ocorre por: morte do empregado, aposentadoria espontânea, ocorrência de força maior, falta grave praticada pelo empregado ou pedido de demissão. 7.12 Aviso Prévio O artigo 7º, inciso XXI, da CF garante aos trabalhadores aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei. A parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra de sua resolução com a antecedência mínima de 30 dias. Se a parte notificante reconsiderar o ato antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração. Horário de trabalho durante o aviso prévio (art. 487) Será reduzido de duas horas diárias, sem prejuízo do salário integral. É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das duas horas diárias. 7.13 Rescisão do contrato 7.13.1 Dispensa do empregado sem justa causa Art. 7º, CF - I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa: http://professorhoffmann.wordpress.com 109

Verbas rescisórias: saldo de salário, aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais adicionadas de 1/3 do abono constitucional, guias de liberação do FGTS e guias para o seguro-desemprego. 7.13.2 Dispensa do empregado por justa causa Caracteriza-se por: a) ato típico: o fato não poderá extrapolar os limites fixados pelo art. 482; b) reação imediata: não afasta o decurso de tempo razoável para reflexão e apuração, variável com a complexidade da empresa; na falta, haverá perdão tácito ou expresso; c) ato grave: gravidade tal que impossibilite a normal continuação do vinculo; d) relação de causa e efeito: o fato é efetivamente o determinante da rescisão, não podeno ser substituído. Verbas rescisórias: saldo de salário e férias vencidas adicionadas de um terço do abono constitucional. 7.13.2 Motivos para a justa causa (art. 482). a) ato de improbidade: atentado contra o patrimônio do empregador, de terceiros ou de companheiros de trabalho. b) incontinência de conduta ou mau procedimento: ligada ao desagregamento do empregado no tocante a vida sexual, obscenidades e pornografia; c) negociação habitual: por conta própria ou alheia, sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções. É a negligencia, caracterizada pela prática ou omissão de vários atos, comparecimento impontual, ausência, produção imperfeita. f) embriaguez habitual do empregado em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) Abandono de emprego; http://professorhoffmann.wordpress.com 110

j) Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legitima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensa físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legitima defesa; l) prática constante de jogos de azar. liberado pelo empregador. 7.13.3 Pedido de demissão O empregado deverá trabalhar durante o aviso prévio, salvo se for 7.13.4 Verbas rescisórias a) 13º salário proporcional; b) férias proporcionais adicionadas de um terço do abono constitucional (Súmula 171, TST). 7.13.5 Rescisão Indireta O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização (art. 483) quando: a) forem exigidos serviços superiores a suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivos; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderam-no fisicamente, salvo em caso de legitima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma afetar sensivelmente a importância do salário. 7.13.6 Verbas rescisórias http://professorhoffmann.wordpress.com 111

a) saldo de salário; b) aviso prévio indenizado; c) 13º salário proporcional; d) férias proporcionais adicionadas de um terço do abono constitucional; e) multa de 40% sobre o FGTS; f) guias para liberação de FGTS; g) guias para o segurodesemprego. 7.13.7 Culpa recíproca Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484), o empregado tem direito a 50% do valor do aviso prévio, do 13º e das férias proporcionais (Súmula 14, TST). 7.14 Garantias Constitucionais Consta do artigo 7º da CF: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; http://professorhoffmann.wordpress.com 112

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;(redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943) XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 1º) XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; http://professorhoffmann.wordpress.com 113

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;(redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. http://professorhoffmann.wordpress.com 114