EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E AUTOMAÇÃO PARA SANEAMENTO

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Transcrição:

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E AUTOMAÇÃO PARA SANEAMENTO Sérgio Queiroz de Almeida Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Mestre em Instrumentação e Controle pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).. Endereço: Rua Professor Inácio Werneck, 380/202 Dom Bosco Juiz de Fora - MG - CEP: 36025-360 - Brasil - Tel: (32) 8420-5465 - e-mail: squeiroz@cesama.com.br Web site: www.cesama.com.br RESUMO Este trabalho tem o foco nas técnicas e variáveis pertinentes ao universo da automação aplicadas às áreas de Saneamento Básico, passando pelo desenvolvimento de um supervisório (SCADA), lógicas dos CLPs, pontos críticos de pressão, utilização de inversores de freqüência, eficiência energética e controle em tempo real para os reservatórios, boosters e elevatórias de água e esgoto. Apresenta algumas tecnologias disponíveis para telemetria e telecomando, comumente empregados em sistemas de abastecimento e saneamento, mostrando suas principais características, suas vantagens e desvantagens, tentando, assim, traçar um paralelo entre elas, disponibilizando, para os profissionais da área de automação, parâmetros para a escolha do melhor sistema de medição e comando à distância.sendo assim, o presente trabalho vem relatar um estudo de caso implantado na Companhia de Saneamento de Juiz de Fora CESAMA e mostrar os resultados obtidos com a implantação do sistema de supervisão e controle e das automações nos boosters, reservatórios e elevatórias da empresa, enfatiza as economias de energia elétrica e os ganhos operacionais conseguidos. Palavras-chave: Automação, Eficiência Energética, Transmissão de Dados, CCO, Supervisório, CLP (Controlador Lógico Programável). ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 1

INTRODUÇÃO/OBJETIVOS Há hoje no mercado inúmeras empresas de automação que prometem resolver qualquer problema das empresas de saneamento, vendendo as famosas caixas pretas e posteriormente oferecendo manutenções caras e inadequadas. Atenta a este fato, a CESAMA buscou desenvolver internamente uma equipe capaz de implementar e executar qualquer projeto na área de sistemas de automação, a qual tenha competência e experiência para atender às necessidades internas e capacitar outros colaboradores que por ventura venham a ser admitidos pela companhia. Ao implementar uma estrutura com funcionários de carreira, a empresa está motivando e valorizando seus colaboradores e ao mesmo tempo passando para o seu domínio o controle e a manutenção dos sistemas desenvolvidos, os quais recebem atualizações semanais sem nenhum ônus. A CESAMA é a concessionária de água e esgoto da cidade de Juiz de fora/mg, a qual atende cerca de 600 mil habitantes. O projeto inicial foi implantado em 2001 e remodelado no ano de 2012. Todo o projeto foi elaborado e implementado pelo corpo técnico da Cesama sem participação de terceiros, o que trouxe uma grande economia para a companhia e viabilizou a expansão do mesmo. As principais metas traçadas foram: Obter ganhos operacionais e financeiros (aumentar a produção e reduzir os custos); Aumentar a confiabilidade do sistema de controle; Reduzir o tempo de varredura das UTRs de 02h50min 9 minutos; Ampliar o número de UTRs de 50 140 até o final de 2012; Ampliar as ferramentas de gerenciamento de Alarmes; Redefinir algumas malhas de controle (Elevatória/Reservatório); Ampliar o número de pontos de Telemetria utilizando a tecnologia GPRS. Ampliar o monitoramento de pressões, vazões e outros parâmetros operacionais; Ampliar o programa de Eficiência Energética; MATERIAIS E MÉTODOS A CESAMA em números: Principais adutoras: o Dr. João Penido Filho - 9,7 km de extensão; o Menelick de Carvalho - 9.7 km de extensão; o Terceira Adutora - 13,5 km de extensão; ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 2

Tabela 1: Características da CESAMA - Dados: Dezembro de 2013. Índice de atendimento à população Água Tratada: 99,07% / Coleta de Esgoto: 98,25% Número de Ligações 132.205 ligações de água / 130.205 ligações de esgoto Volume de água consumido (micromedido) 2.479.408 m³ médio/mensal Volume de água macromedido 3.759.111 m³ médio/mensal Volume de água produzido 4.071.705 m³ médio/mensal Volume de água fluoretada 3.833.069 m³ médio/mensal Economias Água 224.246 Unidades Economias Esgoto 222.393 Unidades METODOLOGIA Os sistemas de abastecimento de água, devido suas características de esparsidade geográfica, necessitam de técnicas de medição e comando à distância para a implementação da supervisão e controle. Deste modo, o conhecimento das tecnologias de medição e comando à distância (Telemetria e Telecomando), no que diz respeito a sua aplicação, custo e benefício assume um papel fundamental na implantação dos sistemas SCADA. Existem muitas tecnologias de comunicação capazes de atender as necessidades da automação dos sistemas de abastecimento e saneamento urbano, sendo que a escolha da tecnologia mais adequada depende de fatores tais como: Confiabilidade da comunicação; Relação custo benefício; Facilidade de operação e manutenção; Conformidade com a arquitetura do fluxo de dados; Objetos Alvos da Automação na CESAMA: Reservatórios (controle de nível em malha fechada); Elevatórias e Boosters (Água e Esgoto) foco em eficiência energética; ETAs; ETEs; VRP e VMP; Pontos Críticos de Pressão. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 3

Medição e Comando à Distância: Medição e comando à distância são utilizados quando a distância entre o controlador e o atuador (ou variável do processo) ultrapassa o limite físico permitido pelas redes locais, que é tipicamente de 1 km. Nos sistemas de abastecimento e saneamento são comuns distâncias maiores que 20 km entre o CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL (CCO) e os pontos remotos. Nestes casos as tecnologias mais comuns para se estabelecer o ramo de comunicação entre a central e as estações são: Via par metálico da Linha telefônica; Via telefonia Celular (GPRS); Via satélite; Via rádio-freqüência (RF); Fibra ótica. Características dos Softwares SCADA O software adquire importância fundamental nas aplicações de automação, supervisão e controle. Termos comumente associados aos softwares de automação são: Gerenciamento de alarmes, monitoração em tempo real, dados históricos, controle, segurança, robustez, conectividade em rede com os pontos de I/O e com a Empresa (enterprise). Os softwares que apresentam estas características são usualmente denominados de SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition - Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados). Existe uma enorme variedade de softwares SCADA disponíveis no mercado, de modo que o engenheiro de automação deve saber identificar os parâmetros fundamentais para a escolha adequada do software de modo a otimizar a relação custo X benefício. Este trabalho procura apresentar as principais características dos softwares SCADA e alguns parâmetros que possam auxiliar na escolha do mesmo. As figuras 1 e 2 ilustram o supervisório desenvolvido na Cesama. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 4

Figura 1: Tela com o mapa de Juiz de Fora, a qual abre as demais telas do aplicativo ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 5

Figura 2: Tela da regional Leste Sudeste, contendo as informações das estações (elevatórias, boosters e reservatórios) status dos conjuntos moto-bombas, corrente, rotação, vazão, pressão, nível dos reservatórios e as informações dos alarmes por estação. Tecnologia Utilizada (GPRS) Na tecnologia GPRS (General Packet Radio Service) os pacotes de dados são enviados através de múltiplos slots de tempo e não há necessidade de reserva. Os slots são alocados conforme a demanda dos pacotes enviados ou recebidos, conseguindo desta forma um serviço de dados com conexão permanente (always on) sem a necessidade de reservar permanentemente slots de tempo para o transporte de dados. As principais características do GPRS são: Taxa de transporte de dados máxima de 26 a 40 kbit/s. Conexão de dados sem necessidade de se estabelecer um circuito telefônico, o que permite a cobrança por utilização e não por tempo de conexão e faz com que o serviço esteja sempre disponível para o usuário (always on). ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 6

Implantação implica em pequenas modificações na infra-estrutura instalada, o que facilita a sua adoção pelos operadores de GSM. Padronizado para transporte de dados definidos pelos protocolos IP e X.25. RESULTADOS Com a substituição do meio de comunicação dos Ramais Virtuais Integrados (RVI) pela tecnologia GPRS, foi possível reduzir o custo mensal da manutenção do sistema de telemetria em aproximadamente 70 %, uma economia de cerca de R$50.000,00 (cinqüenta mil reais) por ano. Além da redução das faturas mensais, o maior ganho foi operacional, visto a disponibilidade das informações no centro de controle operacional e a não dependência de meios físicos como o par trançado das linhas comutadas. Dentro da eficiência energética foram substituídos alguns motores antigos por motores de alto rendimento e o sistema de acionamento dos conjuntos moto-bombas foi substituído por inversores de freqüência, incorporando o controle das pressões críticas de trabalho e reduzindo as quebras e o tempo com manutenção corretiva. Ainda sobre os inversores e os controles das pressões, foi possível implementar set points horo-sazionais com ajuste automático e remoto, trazendo mais conforto para a operação e economia extra. Os trabalhos tiveram início em 2007, como ilustra a figura3 e as unidades escolhidas para a implantação do projeto foram: Elevatória de Água Zona D Média tensão; o Projeto 1A:Redução da Potência Instalada e Ganhos Operacionais; o Projeto 1B. Redução da Demanda Contratada. Elevatória de Água Santa Rita Baixa tensão; o Projeto 2: Redução da Potência Instalada, redução do tempo de funcionamento diário dos equipamentos e Ganhos Operacionais. Elevatória de Água Centenário Baixa tensão. o Projeto 3: Redução da Potência Instalada, redução do tempo de funcionamento diário dos equipamentos e Ganhos Operacionais. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 7

Figura 3: Redução na fatura de energia elétrica DISCUSSÃO FLUXO DE CAIXA DESCONTADO Tabela 2: Fluxo de caixa a 10%aa. FLUXO DE CAIXA DESCONTADO A TAXA DE 10% aa PERÍODO PROJETO1A PROJETO1B PROJETO2 PROJETO3 TOTAL 0 R$ (145.000,00) R$ (250,00) R$ (80.436,00) R$ (63.120,00) R$ (288.806,00) 1 R$ 40.022,21 R$ 2.259,54 R$ 40.195,49 R$ 66.992,49 R$ 149.469,73 2 R$ 40.022,21 R$ 2.259,54 R$ 40.195,49 R$ 66.992,49 R$ 149.469,73 3 R$ 40.022,21 R$ 2.259,54 R$ 40.195,49 R$ 66.992,49 R$ 149.469,73 4 R$ 40.022,21 R$ 2.259,54 R$ 40.195,49 R$ 66.992,49 R$ 149.469,73 5 R$ 40.022,21 R$ 2.259,54 R$ 40.195,49 R$ 66.992,49 R$ 149.469,73 VPL R$ 6.716 R$ 8.315 R$ 71.937 R$ 190.834 R$ 277.802 TIR 12% 904% 41% 103% 43% ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 8

QUADRO GERAL DAS MEDIDAS PROPOSTAS - ANÁLISE ECONÔMICA PROJETO 01 - ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA - ZONA "D" MEDIDAS REDUÇÃO DE POTÊNCIA INSTALADA (1A) REDUÇÃO DA DEMANDA CONTRATADA (1B) MEDIDAS REDUÇÃO DE POTÊNCIA INSTALADA SITUAÇÃO ANTERIOR AO PROJETO horas/dia kw kwh/mês Valor kwh horas/dia kw kwh/mês 19 190 108.236 R$ 0,25 19 166 94.895 145.000 40.022 43 6.716 12% 0 215 0 R$ - 0 170 0 250 2.260 1 8.315 904% SITUAÇÃO ANTERIOR AO PROJETO DADOS ESPERADOS APÓS IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DADOS ESPERADOS APÓS IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO horas/dia kw kwh/mês Valor kwh horas/dia kw kwh/mês INVESTI- MENTO INVESTI- MENTO ECONOMIA ANUAL ECONOMIA ANUAL PAY BACK (MESES) PROJETO 02 - ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA - "SANTA RITA" PAY BACK (ANOS) V.P.L (5ANOS) V.P.L (5ANOS) T.I.R (%a.a) T.I.R (%a.a) 24 19 13.672 R$ 0,49 18 13 6.836 80.436 40.195 24 71.937 41% MEDIDAS REDUÇÃO DE POTÊNCIA INSTALADA SITUAÇÃO ANTERIOR AO PROJETO DADOS ESPERADOS APÓS IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO horas/dia kw kwh/mês Valor kwh horas/dia kw kwh/mês INVESTI- MENTO ECONOMIA ANUAL PAY BACK (ANOS) PROJETO 03 - ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA - "CENTENÁRIO" V.P.L (5ANOS) 24 25 18.229 R$ 0,49 18 13 6.836 63.120 66.992 11 190.834 103% TOTAIS 449 140.137 362 108.567 288.806 149.470 23 277.802 43% T.I.R (%a.a) Figura 4: Quadro geral das medidas propostas Análise econômica CONCLUSÃO Após todos os projetos serem implantados houve uma economia de cerca de R$5,5 milhões de 2007 até o final de 2010, comprovando que a automação nas companhias de saneamento torna possível realizar velhos sonhos e demandas antigas do setor, tais como a redução de gastos, redução de perdas, a gestão pela qualidade e o gerenciamento de toda a planta em tempo real. Para o caso exemplo exposto, concretiza-se que é viável uma companhia de médio ou pequeno porte ter todos os recursos tecnológicos que as grandes possuem indo além, enfatiza a participação do corpo técnico próprio no desenvolvimento, implantação e manutenção dos projetos de automação. Hoje a Cesama não necessita contratar ninguém para os projetos de automação, sendo ela mesma a responsável e idealizadora de todos os projetos envolvidos nesta área em questão. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 9

Outro fato primordial é a manutenção do sistema, uma vez desenvolvido internamente pela companhia esta tem todas as condições de manter e expandir os aplicativos e lógicas de controle de acordo com as atuais e novas demandas. Para conseguir um grupo interno com essas características torna-se indispensável o investimento em capacitação continuada que estimule o colaborador a crescer, mas antes de tudo é impreterível uma boa formação técnica do funcionário, a qual pode ser conseguida com um edital de concurso externo bem criterioso e atualizado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, S. Q. Implantação de Sistemas de Automação de Redes de Água Urbana. Juiz de Fora. 2001. Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia de Juiz de Fora/MG. Universidade Federal de Juiz de Fora/MG 2001. Katsuhiko, O. Engenharia de Controle Moderno. 1998. Companhia de Saneamento Municipal, http://www.cesama.com.br, acesso em 15/04/2015 ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 10