PLANO DE RECUPERAÇÃO PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAÇÃO



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Transcrição:

Capítulo: NOTA PRÉVIA PLANO DE RECUPERAÇÃO PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAÇÃO CONSTRUÇÕES EUROPA AR-LINDO, S.A. Administrador Judicial Provisório: Nuno Albuquerque Tribunal Judicial de Braga 4º Juízo Cível Processo n.º 3729/14.2TBBRG 2014 1

Capítulo: NOTA PRÉVIA ÍNDICE 1. NOTA PRÉVIA... 5 2. INTRODUÇÃO... 6 2.1. IDENTIFICAÇÃO DA REQUERENTE... 6 2.2. ESTRUTURA JURÍDICA E OBJECTO SOCIAL... 6 2.3. CAPITAL SOCIAL, SÓCIOS E ADMINISTRAÇÃO... 6 2.4. ADMINISTRADOR JUDICIAL PROVISÓRIO... 7 2.5. DATAS DO PROCESSO... 7 3. SITUAÇÃO PATRIMONIAL, FINANCEIRA E REDITÍCIA... 8 3.1. LÓGICA EVOLUTIVA DA EMPRESA E ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS 8 3.2. DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL, FINANCEIRA E REDITÍCIA DO DEVEDOR;... 9 3.2.1. ANÁLISE DA SITUAÇÃO EXTERNA - ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO... 9 3.3. ANÁLISE ECONÓMICO FINANCEIRA 2011 A 2014... 11 3.4. SITUAÇÃO DA CONTABILIDADE E SISTEMA DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA... 15 3.5. SITUAÇÃO DOS CLIENTES... 18 3.6. SITUAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS... 18 3.7. SITUAÇÃO DOS TRABALHADORES... 18 3.8. SITUAÇÃO DOS CREDORES... 19 3.9. ACCIONAMENTO DE GARANTIAS... 19 3.10. ENQUADRAMENTO E OBJECTIVO DO PLANO ESPECIAL DE REVITALIZAÇÃO... 20 4. CONTEÚDO DO PLANO... 23 4.1. DISPOSIÇÕES GERAIS AO PLANO DE RECUPERAÇÃO... 23 2

Capítulo: NOTA PRÉVIA 4.1.1. ESTRATÉGIA DE RECUPERAÇÃO EMPESARIAL... 23 4.1.2. DISPOSIÇÕES GERAIS... 24 4.1.3. LEGITIMIDADE... 25 4.1.4. VOTAÇÃO E QUÓRUM... 25 4.1.5. FINANCIAMENTOS E PRIORIDADE DE NOVOS CRÉDITOS... 27 4.1.6. FORNECIMENTOS A CRÉDITO... 28 4.2. CONDIÇÕES DOS PAGAMENTOS AOS CREDORES... 29 4.2.1. Conteúdo do Plano Relativamente à Satisfação dos Credores. 29 4.2.2. PROVIDÊNCIAS COM INCIDÊNCIA NO PASSIVO... 31 4.2.2.1. Redução dos créditos por perdão e moratória, nos seguintes termos: 31 4.2.2.1.1. Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I.P.:. 31 4.2.2.1.2. Créditos comuns e privilegiados do Estado: Autoridade Tributária e Aduaneira... 33 4.2.2.1.3. Créditos garantidos: Bancos, Caixas Económicas e outros operadores financeiros:... 35 4.2.2.1.4. Créditos comuns: instituições bancárias e financeiras... 37 4.2.2.1.5. Fornecedores e credores diversos:... 39 4.2.2.1.6. Créditos referentes às garantias prestadas nos contratos de empreitada de obras:... 40 4.2.2.1.7. Créditos Laborais:... 41 4.2.2.1.8. Créditos Subordinados:... 41 4.2.2.1.9. Créditos Comuns decorrentes de leasing ou Locação financeira imobiliária / mobiliária / Renting / Aluguer de Longa Duração 41 4.2.2.1.10. Créditos sob condição... 42 4.2.3. ÂMBITO... 43 4.3. PRINCÍPIO DA IGUALDADE... 43 3

Capítulo: NOTA PRÉVIA 4.4. IMPACTO EXPECTÁVEL DAS ALTERAÇÕES PROPOSTAS... 45 4.5. PRECEITOS LEGAIS DERROGADOS:... 47 4.6. EXECUÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO E SEUS EFEITOS:... 48 4.7. OUTRAS PROVIDÊNCIAS E INFORMAÇÕES:... 49 4.7.1. INCUMPRIMENTO... 49 4.8. FINALIDADE E MEDIDAS NECESSÁRIAS À EXECUÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO, JÁ REALIZADAS OU AINDA A EXECUTAR... 50 4.8.1. OBJECTIVOS A ATINGIR... 50 4.8.2. PRESSUPOSTOS PARA A VIABILIDADE DA SOCIEDADE - ESTRATÉGIAS E ORIENTAÇÕES GERAIS... 51 5. ANEXOS... 53 4

Capítulo: NOTA PRÉVIA 1. NOTA PRÉVIA Por sentença judicial proferida no Processo Especial de Revitalização nº 3729/14.2TBBRG, a correr termos no 4.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Braga, e por se verificarem os respectivos pressupostos processuais, foi admitido processo especial de revitalização da sociedade EUROPA AR- LINDO, S.A., sociedade comercial anónima, NIPC 503 335 207, com sede no, freguesia de Vimieiro, 4705-670 Braga. Para administrador judicial provisório foi nomeado o Dr. Nuno Albuquerque. Pela sociedade foi iniciado o procedimento a que alude o artigo 17.º-D, n.º 1 do CIRE. No Plano de Recuperação a apresentar à aprovação dos credores, a devedora deverá descrever a sua situação patrimonial, bem como perspectivas de viabilidade económica e financeira, tendo em consideração o seu plano de negócios. O Plano deverá, igualmente, visar estruturar a orgânica de funcionamento da empresa, os investimentos necessários, os recursos humanos necessários, a estratégia comercial a utilizar com vista a permitir a manutenção da actividade e a valorização do know-how intrínseco da empresa. Dessa forma ter-se-á que assegurar o mercado que a sociedade possui, valorizando a sua competência técnica e humana que se considera capaz de sustentar a sua atividade. Na base deste Plano terá que estar a manutenção da relação com os fornecedores e clientes de referência da sociedade e, dessa forma, permitir gerar um volume de negócios que perspetive a revitalização da devedora e, consequentemente, o cumprimento atempado de todos os seus compromissos. 5

Capítulo: INTROdução 2. INTRODUÇÃO 2.1. IDENTIFICAÇÃO DA REQUERENTE SOCIEDADE CONSTRUÇÕES EUROPA AR-LINDO, S.A. NIPC 503 335 207 SEDE Lugar da Talharinha, Parque Industrial de Celeirós, 2ª Fase, freguesia de Vimieiro, 4705-670 Braga. MATRICULA Conservatória do Registo Comercial de Braga 2.2. ESTRUTURA JURÍDICA E OBJECTO SOCIAL Natur. Jurídica OBJECTO SOCIAL Sociedade Anónima Indústria de construção civil e obras públicas CERTIDÃO PERMANENTE: código de acesso 1735-6833-0687 CAE 41200-R3 Construção de edifícios (residenciais e não residenciais) 2.3. CAPITAL SOCIAL, SÓCIOS E ADMINISTRAÇÃO CAPITAL SOCIAL 4.600.000,00 (quatro milhões e seiscentos mil euros) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO - DOMINGOS FERREIRA CORREIA, residente na Rua do Bom Jesus, nº 59B, Aflitos, Fenais da Luz, 9545-234 Ponte Delgada; 6

Capítulo: INTROdução - ARLINDO AUGUSTO XAVIER CORREIA, residente no Lugar de Santa Cruz, Vimieiro, 4705-667 Braga; - ROSA GONÇALVES FERREIRA, residente no Lugar de Santa Cruz, Vimieiro, 4705-667 Braga. FORMA DE OBRIGAR a) pela intervenção do seu Presidente ou Vice- Presidente, ou Administrador Único; b) um ou mais procuradores com poderes para o acto. 2.4. ADMINISTRADOR JUDICIAL PROVISÓRIO Nuno Carlos Lamas de Albuquerque NIF/NIPC: 188049924 Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 4710-358 Braga Telef: 253 609310 253 609330 917049565-962678733 E-mail: nunoalbuquerque@nadv.pt 2.5. DATAS DO PROCESSO Data da prolação do despacho de admissão do PER: 15-07-2014. Anuncio Portal CITIUS 15 de Julho de 2014. Lista Provisória de Credores - art.º 17º D, n.º, 3 publicada em 21-08-2014. 7

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia 3. SITUAÇÃO PATRIMONIAL, FINANCEIRA E REDITÍCIA 3.1. LÓGICA EVOLUTIVA DA EMPRESA E ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS A sociedade CONSTRUÇÕES EUROPA AR-LINDO, S.A. dedicou-se à indústria de construção civil e obras públicas. CAE 41200-R3 Construção de edifícios (residenciais e não residenciais). EVOLUÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS Total de Empregados Data 77 31/08/2014 75 31/12/2013 100 31/12/2012 119 31/12/2011 Constata-se pois que o número de funcionários a laborar na empresa tem vindo a ser reduzido, num esforço de contenção de custos e adaptação à nova realidade da empresa. Com feito, desde o ano de 2011, a política de reajustamento ao nível do quadro do pessoal já proporcionou uma redução em cerca de um terço dos efectivos. 8

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia 3.2. DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL, FINANCEIRA E REDITÍCIA DO DEVEDOR; 3.2.1. ANÁLISE DA SITUAÇÃO EXTERNA - ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO Portugal, durante a primeira década do séc. XXI, passou por duas recessões técnicas nos anos de 2003 e 2008 encontrando-se, actualmente, no contexto da maior crise financeira e económica mundial dos últimos 80 anos. Esta crise internacional deteriorou a economia mundial, levando a que economias avançadas entrassem em recessão e as economias de mercado emergentes revelassem um abrandamento significativo. Tais desenvolvimentos afectaram a economia portuguesa, quer pela sua forte integração económica e financeira, quer por fragilidades que condicionam a produtividade dos factores e restringem as condições de solvabilidade dos agentes uma perspectiva intemporal. Estes factores contribuíram, em 2008, para a desaceleração acentuada da economia portuguesa. Portugal voltou a registar um dos crescimentos mais baixos entre os países da área do euro e da União Europeia, iniciando no segundo semestre um período recessivo que se antevê como o mais profundo e prolongado das últimas décadas. O défice externo da economia portuguesa, em 2008, aumentou significativamente condicionado, por um lado pela quebra abrupta da procura externa e das exportações de bens e serviços sobretudo na parte final do ano contrastando com uma menor desaceleração das importações (considerando um quadro de virtual estabilização do crescimento consumo privado), e por outro, pela evolução desfavorável dos termos de troca, fruto do forte aumento anual (em média) do preço 9

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia das matérias-primas nos mercados internacionais, nomeadamente, do petróleo. Em termos macroeconómicos, esse aumento do défice externo reflecte a diminuição da taxa de poupança do sector privado e das Administrações Públicas e a manutenção do investimento em percentagem do PIB. Deverse-á referir que, após dois anos de significativo ajustamento estrutural, assistiu-se a uma inversão, em 2008, do processo de consolidação estrutural das contas públicas. Num quadro de elevada incerteza e aversão ao risco, as perspectivas para o crescimento a nível global têm vindo a ser marcadamente revistas em baixa. De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no primeiro trimestre de 2009, o PIB diminuiu 3,7 por cento. Tal comportamento deveu-se, essencialmente, à diminuição homóloga da procura interna, das exportações e das importações. Conforme revela a FEPICOP-Federação Portuguesa da Indústria da Construção na sua mais recente análise de conjuntura, entre 2010 e 2012, o Sector bateu, em todos os segmentos de produção, os recordes de quebra de que há registo. A procura de Habitação, por exemplo, caiu 50%, o investimento nos edifícios não residenciais protagonizou igual queda e o investimento público reduziu-se 43,5%. Na sequência destes factores, os Stocks de casas para venda no mercado dispararam, provocando um aumento substancial do crédito malparado na Banca, licenciaram-se menos 1,6 milhões de m2 de espaços destinados a turismo, comércio, escritórios e outros serviços, equivalentes a uma produção de cerca de 400 milhões de euros, e foram lançados menos 1,7 mil milhões de euros em obras públicas. 10

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia Ato contínuo, a crise estrutural do tecido empresarial do Sector piorou. No período em análise, o número de insolvências duplicou, afetando 1.440 novas empresas, enquanto o desemprego atingiu mais 110 mil trabalhadores. Por ter funcionado, durante décadas, como financiador de grande parte das obras realizadas no País, sendo obrigado a garantir para o efeito os meios financeiros necessários junto da Banca, a Construção endividou-se, tendo de lidar, presentemente, com compromissos de cerca de 44 mil milhões de euros. Mas, ao aumentar desta forma a sua exposição à crise financeira, o Sector tornou-se igualmente uma das suas maiores vítimas. Nos últimos dois anos, a Construção sofreu um corte violento no acesso ao crédito, na ordem dos 2,1 mil milhões de euros, o que coloca problemas acrescidos de tesouraria às empresas, mesmo que ainda economicamente viáveis. Face ao peso e gravidade dos números apurados e convicta de que o referido colapso pode ser evitado, a FEPICOP sublinha a necessidade premente de uma nova política e de um programa de emergência, que, por um lado, promova o investimento e, por outro, contribua para desendividar as empresas de construção. 3.3. ANÁLISE ECONÓMICO FINANCEIRA 2011 A 2014 A explicitação da actividade da empresa nos últimos anos resulta, de uma forma mais rigorosa, de uma análise à informação contabilística disponível da sociedade. 11

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia Assim, é possível retirar e verificar a evolução do volume de negócios da requerente e dos respectivos gastos e perdas. EVOLUÇÃO DO VOLUME DE NEGÓCIOS Ano 2011 2012 2013 2014 (até Julho) Volume de Negócios 37.668.344,77 26.105.109,48 17.786.690,83 5.772.751,09 Tendo em conta os valores constantes da Tabela supra, constata-se que o volume de negócios da sociedade diminuiu na ordem dos 52% entre os anos de 2011 e 2013. O mesmo se verifica em relação aos seus gastos e perdas, que entre os mesmos anos sofreram um aumento na ordem dos 41%, entre os anos de 2011 e 2013. Previsivelmente esta queda acentua-se no ano de 2014 devido às medidas de redução de gastos implementadas. EVOLUÇÃO DOS GASTOS E PERDAS Rubricas 2011 2012 2013 CMVMC(*) Fornecimentos e serviços externos Gastos com o Pessoal 4.371.462,76 4.039.575,63 2.272.740,49 27.667.012,77 15.664.956,22 12.857.266,86 3.757.853,47 3.840.374,92 2.880.915,77 12

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia Outros Gastos e Perdas 566.047,56 1.815.729,57 3.118.674,20 Totais 36.362.376,56 25.360.636,34 21.129.595,32 RESULTADOS LÍQUIDOS Ano 2011 2012 2013 Total 265.478,93 88.783,56 12.970,03 Os resultados líquidos, referentes aos últimos exercícios económicos em que a sociedade apresentou contas, ou seja, 2011, 2012 e 2013 foram positivos. Balanços Históricos Imobilizado Corpóreo/ Activos Fixos Tangíveis Ano 2011 2012 2013 2014 Total 1.653.744,92 1.009.622,80 1.121.636,15 1.069.499,39 A evolução do imobilizado corpóreo líquido ao longo dos últimos anos da sociedade mostra um valor constante. Outros Activos Financeiros 13

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia Ano 2011 2012 2013 2014 Total 67.500,00 17.500,00 17.530,68 18.017,31 Activos Intangíveis/ Investimentos Financeiros Ano 2011 2012 2013 2014 Total 2.337,75 687,91 0,00 0,00 Inventários Ano 2011 2012 2013 Total 154.776,38 298.805,86 352.423,91 Ao fazer uma análise à realidade da empresa, é de salientar o peso do activo circulante, em que as existências têm um peso relativamente pequeno, sendo que o maior peso se encontra nas dívidas de terceiros, as quais representavam no final do ano de 2013 mais de 37% do total do activo da empresa. Dívidas de Terceiros Ano 2011 2012 2013 2014 Total 19.980.914,66 20.635.360,80 13.346.958,22 14.169.510,25 14

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia Deste modo, verifica-se que a rubrica Dívidas de Terceiros apresenta um saldo significativo. Esta rubrica tem um peso acentuado na estrutura do activo da empresa. Disponibilidades Ano 2011 2012 2013 2014 Total 146.144,85 343.911,81 449.910,95 617.380,01 Total do Passivo Ano 2011 2012 2013 Total 32.383.519,50 35.210.184,45 28.616.388,49 O passivo da sociedade apresenta um valor significativo ao longo dos últimos três anos. De salientar que na relação de responsabilidades perante terceiros, as dívidas mais significativas são às instituições financeiras. Em segundo lugar surgem as responsabilidades assumidas perante fornecedores. 3.4. SITUAÇÃO DA CONTABILIDADE E SISTEMA DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA 15

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia A contabilidade tem de transmitir uma imagem verdadeira e apropriada da realidade económica e financeira da sociedade e tem de ser compreensível para o conjunto de entidades com as quais se relaciona, nomeadamente investidores, empregados, mutuantes, fornecedores, clientes, Estado e outros. Nos termos do art.115.º do CSC, as sociedades comerciais são obrigadas a dispor de contabilidade organizada nos termos da lei comercial e fiscal e não são permitidos atrasos na execução da contabilidade superiores a 90 dias. Da análise dos documentos juntos relativos aos exercícios de 2011 a 2013, verifica-se que a contabilidade da sociedade satisfaz os princípios de natureza comercial e fiscal e permitem apurar, àquela data, a respectiva verdadeira posição financeira. EXACTIDÃO DO BALANÇO APRESENTADO De acordo com o que foi verificado, concluímos que foram adoptados os procedimentos contabilísticos que decorrem do Sistema de Normalização Contabilística (SNC). SITUAÇÃO DA ESCRITURAÇÃO COMERCIAL As contas dos exercícios de 2011 a 2013 foram depositadas na Conservatória do Registo Comercial, conforme determinado por lei. Por outro lado, é possível apontar as seguintes notas organizadas em conformidade com o POC e SNC. I. DERROGAÇOES AO POC E SNC 16

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia Não resulta dos elementos facultados que as demonstrações financeiras do exercício não tenham sido elaboradas em conformidade com as disposições do SNC II. COMPARABILIDADE DE VALORES Não resulta dos elementos facultados que as demonstrações financeiras do exercício não sejam comparáveis com as contas do exercício precedente. III. CRITÉRIOS VALORIMÉTRICOS A) Existências/ Inventários As existências encontram-se valorizadas ao custo de aquisição, respeitando o princípio contabilístico do custo históric o. Imobilizações Corpóreas/ Activos Fixos Tangíveis Não resulta dos elementos facultados que as imobilizações corpóreas não tenham sido contabilizadas pelo respectivo valor de aquisição. Os valores apresentados no balanço não incluem reavaliações efectuadas ao abrigo dos diplomas legais bem como reavaliações extraordinárias, conforme referido nos diplomas legais utilizados na reavaliação de imobilizado. B) Imobilizações Incorpóreas / Activos fixos Intangíveis Não resulta dos elementos facultados que as imob ilizações incorpóreas não estejam relevadas pelo respectivo valor histórico de aquisição. 17

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia 3.5. SITUAÇÃO DOS CLIENTES Apesar da forte concorrência instalada no sector, a Requerente possui bons níveis de notoriedade e reconhecimento n o país onde se insere, que lhe conferem alguma tranquilidade a nível comercial por via de uma solidificada carteira de clientes. Não obstante a empresa ter de créditos sobre clientes um valor de cerca de 14.169.510,25, em Julho de 2014, o valor de clientes com reais expectativas de recebimento, no imediato, é uma percentagem bastante inferior, havendo contudo uma sincera expectativa que esse valor aumente, substancialmente, caso a empresa se mantenha em funcionamento. 3.6. SITUAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS O imobilizado da Requerente é, na sua essência, constituído por equipamentos de apoio à respectiva actividade, nomeadamente máquinas, imóveis, viaturas entre outros. Numa perspectiva de continuidade, não é expectável, no curto prazo, que a empresa tenha necessidade de efectuar grandes investimentos em imobilizado. 3.7. SITUAÇÃO DOS TRABALHADORES A Requerente emprega actualmente cerca de 77 trabalhadores. 18

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia Encontram-se por regularizar aos trabalhadores direitos laborais que constam da reclamação de créditos: foram reclamados créditos referentes a direitos vencidos no montante de 444.177,38 e 768.565,95 sob condição suspensiva (indemnizações e demais direitos que possam resultar de eventuais resoluções dos respectivos contratos). 3.8. SITUAÇÃO DOS CREDORES O montante total dos créditos reconhecidos pelo Administrador provisório ascende a 73.885.177,69, repartidos por 409 credores, que correspondem a fornecimentos, financiamento bancário, garantias bancárias e indemnização pela cessação dos contratos trabalho. Os créditos dos trabalhadores contêm uma componente já vencida ( 396.674,43) e uma componente sujeita a uma condição suspensiva ( 711.880,87), correspondendo esta última, às indemnizações e demais direitos que possam resultar de eventuais resoluções dos respectivos contratos. 3.9. ACCIONAMENTO DE GARANTIAS Em face do contínuo acompanhamento pós-venda por parte da sociedade às obras em curso e concluídas, não se perspectiva o accionamento de garantias bancárias de boa execução (técnicas). A empresa está atenta a todas as eventuais anomalias que possam vir a ocorrer e por essa razão não admite como provável o acionamento de tais garantias, pese embora o risco que continua a existir, associado muitas vezes a fatores exógenos às obras que não se podem controlar. 19

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia Acresce que existe grande probabilidade de muitas destas garantias bancárias virem a ser canceladas total ou parcialmente em face de alterações legislativas recentes sobre esta matéria, no âmbito das empreitadas de obras públicas. 3.10. ENQUADRAMENTO E OBJECTIVO DO PLANO ESPECIAL DE REVITALIZAÇÃO A empresa sempre teve como principal actividade a indústria de construção civil e obras públicas. Desde a sua constituição que a atividade da sociedade CONSTRUÇÕES EUROPA AR-LINDO, S.A. foi crescendo de forma gradual e sustentada, acompanhando a evolução do sector e mantendo uma posição mediana em termos dimensionais. Apesar da empresa se encontrar inserida num mercado fortemente competitivo, sempre logrou obter resultados que lhe permitisse cumprir as suas obrigações para com a administração fiscal, trabalhadores, fornecedores e demais credores. Todavia, devido à crise que se faz sentir no sector da construção, a devedora passou a ter algumas dificuldades de tesouraria, e, com o abrandamento substancial da actividade económica nacional, foram agravando ainda mais. Com efeito, o abrandamento substancial da actividade económica do sector da construção civil, do qual a s CONSTRUÇÕES EUROPA AR-LINDO está totalmente dependente, do aumento dos custos de produção, da difícil conjuntura económica do país, que se fez sentir a partir de meados da presente década e que se tem vindo a acentuar gradualmente sobretudo no sector da 20

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia construção e imobiliário, teve como consequência directa a diminuição de adjudicação de novas empreitadas, públicas e privadas. Perante este cenário nada favorável, a empresa foi recorrendo a capitais alheios, pedindo financiamento junto da banca, no sentido de fazer face às necessidades de tesouraria. Todavia, a empresa deixou de conseguir cumprir as suas obrigações junto dos seus credores. É indelével que para tal concorreu os sucessivos incumprimentos por parte dos seus clientes que se arrastam há muito tempo, tendo sido obrigada a recorrer a um elevado nível de capitais alheios para fazer face às dificuldades de tesouraria, que tais incumprimentos geraram, fazendo com que os resultados financeiros onerassem de forma muito prejudicial os resultados operacionais. Perante a conjuntura supra descrita, a administração da sociedade promoveu diligências e levou a cabo todo um conjunto de acções e esforços para evitar a situação de ruptura financeira, quer por carência de meios próprios, quer por impossibilidade de obtenção de crédito, designadamente, junto de instituições bancárias também elas, em larga medida, afectadas pela crise económico-financeira internacional e nacional para equilíbrio da sua tesouraria, tais esforços não produziram, no imediato, os efeitos pretendidos para fazer face à crise instalada. Contudo, não obstante todos os esforços desenvolvidos não foi possível lograr esse acordo e permitir, desde logo, estabelecer um programa de apoio à tesouraria, através do restabelecimento e reforço de linhas de financiamento ba ncárias que permitissem à 21

Capítulo: situação patrimonial, financeira e reditícia mesma manter o regular pagamento de fornecimentos, impostos e outras obrigações. Foi no referido contexto que a sociedade, em conjunto com um dos seus credores e fornecedor, apresentou este PER, por se encontrar em situação económica difícil, estando impossibilitada de cumprir com a generalidade das suas obrigações vencidas. É convicção da administração que a aprovação de um Plano de Recuperação constitui, nas circunstancias atuais, o melhor cenário para, por um lado, evitar a liquidação da sociedade e, por outro lado e simultaneamente potenciar, não só a sua continuidade, como também a sustentabilidade da sua atividade e, desse modo e por essa via, melhor acautelar a satisfação dos interesses dos seus credores. O cenário de continuidade da atividade da empresa e de consequente implementação de um plano de reestruturação e revitalização da sua atividade e compromissos, será aquele que melhor salvaguarda os interesses dos credores, tendo em consideração a diversidade de interesses que lhes está inerente, na medida em que: a) Permite uma maior expectativa de recuperação de créditos; b) Assegura a continuidade da actividade de uma u nidade de relevante interesse económico e social; c) Permite manter um número importante de postos de trabalho. O presente Plano de Revitalização obedece, salvo melhor opinião, a todos os requisitos consignados no CIRE. 22

4. CONTEÚDO DO PLANO 4.1. DISPOSIÇÕES GERAIS AO PLANO DE RECUPERAÇÃO 4.1.1. ESTRATÉGIA DE RECUPERAÇÃO EMPESARIAL Atendendo ao exposto anteriormente sobre o contexto histórico da sociedade e à sua situação patrimonial, financeira e reditícia, a manutenção da empresa, com o pagamento aos credores dos créditos reconhecidos no PER (Processo Especial de Revitalização), à custa dos rendimentos futuros, é sem margem de dúvidas, a melhor e mais vantajosa solução para os credores. Com a reestruturação do Passivo, via perdão parcial da divida e consolidação do remanescente, a sociedade recupera o equilíbrio financeiro e o fundo de maneio resultante é suficiente para evitar eventuais rupturas de tesouraria. A conjuntura económica atual não facilitará a tarefa de recuperação da empresa pelo que a estratégia assentará numa dinâmica comercial centrada no segmento da reabilitação associada à racionalização e rentabilização dos recursos e das competências. Desde o início do ano de 2011, a política de reajustamento ao nível do quadro do pessoal já proporcionou uma redução em cerca de metade dos efectivos, o que permite uma maior agressividade comercial dado dispor duma maior leveza e agilidade da estrutura. 23

4.1.2. DISPOSIÇÕES GERAIS O Plano de Recuperação tem em vista a recuperação e manutenção da empresa em atividade, estabelecendo -se de forma inequívoca os termos exatos para o pagamento dos créditos sobre a sociedade, nomeadamente no que respeita a prazos e condições, respeitando sempre o princípio de igualdade entre credores. O pagamento dos créditos sobre a sociedade, bem como a sua responsabilidade depois de findo o Processo de Revitalização, são regulados no presente Plano de Recuperação (artigo 17º - A, nº. 1 do CIRE). Na presente proposta de Plano de Recuperação é apresentado um cenário que consiste no perdão parcial e moratória dos créditos detidos pelos credores. Estão previstas algumas derrogações ao Código da Insolvência e Recuperação de Empresas [Decreto-Lei N.º 53/2004, de 18 de Março, com as alterações do Decreto-Lei N.º 200/2004, de 18 de Agosto]. A presente proposta de Plano de Recuperação é apresentada para ser votada pelos Credores, sendo que a mesma considera - se aprovada quando tiverem participado nas negociações encetadas pelo devedor credores cujos créditos representem, pelo menos, um terço do total dos credores cujos créditos tenham direito a voto (artigo 212º aplicável por força do artigo 24

17º.-F,nº 3º), carece da maioria qualificada de 2/3 dos votos emitidos para ser aprovada. 4.1.3. LEGITIMIDADE A presente proposta de Plano de Recuperação é da responsabilidade da Devedora e surge na consequência do Processo Especial de Revitalização, iniciado por esta. Não se prevê que qualquer pessoa que responda legalmente pelas dívidas da devedora, qualquer Credor ou grupo de Credores, cujos créditos representem pelo menos um quinto do total dos créditos não subordinados, que venham a ser reconhecidos por Sentença de Verificação e Graduação de Créditos, apresente uma Proposta de Plano alternativa, que possa ser objectivo de análise, discussão e votação pelos Credores. 4.1.4. VOTAÇÃO E QUÓRUM Nos presentes autos foram reconhecidos, créditos no montante total de 73.885.177,69, encontrando-se atribuídos direitos de voto em igual número, cuja natureza se encontra melhor descrita na tabela seguinte. 25

DIREITOS DE VOTO Tipologia Reconhecido % Comum sem Condição Bancos e OIC's 5.492.746,25 7,43% Outros 11.411.669,95 15,44% Fazenda Nacional 11.504,79 0,02% Locação Financeira Comum sob Condição 737.200,76 0,99% Bancos e OIC's 13.763.290,63 18,63% Locação Financeira Garantido sem Condição 1.800.000,00 2,44% Bancos e OIC's 37.722.171,83 51,06% Garantido sob Condição Bancos e OIC's 1.184.431,56 1,60% Total 72.123.015,77 97,61% Privilegiado sem Condição Fazenda Nacional 158.400,43 0,21% Segurança Social 491.333,54 0.67% Trabalhadores 396.674,43 0,54% Privilegiado sob Condição Trabalhadores 711.880,87 0,96% Total Privilegiado 1.758.289,27 2,38% Subordinado Bancos e OIC's 3.872,65 0,01% Total Subordinado 3.872,65 0,01% 26

Totais 73.885.177,69 100% A votação efectua-se por escrito, aplicando-se-lhe o disposto no artº 211º do CIRE com as necessárias adaptações e sendo os votos remetidos ao administrador judicial provisório, que os abre em conjunto com o devedor e elabora um documento com o resultado da votação (artº 17 F, nº 4). A proposta de plano de recuperação considera-se aprovada, quando recolher mais de dois terços da totalidade dos votos emitidos, não se considerando como tal as abstenções dos créditos com direito de voto, segundo a sentença de verificação e graduação de créditos. Devem ainda dar assentimento expresso ao plano de recuperação credores representantes de pelo menos metade dos créditos não subordinados. Todos os créditos conferem direito de voto, já que não existem créditos que não sejam modificados pela parte dispositiva do Plano. 4.1.5. FINANCIAMENTOS E PRIORIDADE DE NOVOS CRÉDITOS Terão prioridade sobre os créditos da devedora anteriores ao PER, os reclamados em novo Processo de Insolvência aberto no período de 24 meses após o trânsito em julgado da sentença de homologação do PER, bem como todos os créditos que se tenham destinado a financiar a actividade da Requerente e que, sejam constituídos nesse período com indicação do montante abrangido e confirmação pelo Administrador da Insolvência [Artigo 221º do CIRE]. 27

4.1.6. FORNECIMENTOS A CRÉDITO Como condição necessária para revitalizar a empresa será necessário negociar e obter junto dos fornecedores condições de fornecimentos a crédito. Os valores por fornecimentos correntes a crédito no período de 24 meses após o trânsito em julgado da sentença de homologação do PER, serão tratados com prioridade em relação aos demais créditos reclamados nos mesmos termos previstos em 4.1.5 financiamentos e prioridade de novos créditos. 28