Meio Ambiente e Instituições Financeiras Análise dos Riscos Socioambientais à Luz da Resolução 4.327/2014 do Banco Central do Brasil
BRUNA LUÍSA CAPELLINI VILELA Advogada Professora de Direito Empresarial Graduada em Direito pela Faculdade Milton Campos Pós-graduada em Direito Público pela Anamages Mestre em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável pela Escola Superior Dom Helder Câmara SÉBASTIEN KIWONGHI BIZAWU Mestre e Doutor em Direito Internacional pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) Professor de Direito Internacional Público e Privado na Escola Superior Dom Helder Câmara Pró-Reitor do Programa de Pós-Graduação em Direito Professor de Metodologia de Pesquisa no Curso de Mestrado em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável na Escola Superior Dom Helder Câmara Meio Ambiente e Instituições Financeiras Análise dos Riscos Socioambientais à Luz da Resolução 4.327/2014 do Banco Central do Brasil Belo Horizonte 2015
Álvaro Ricardo de Souza Cruz André Cordeiro Leal André Lipp Pinto Basto Lupi Antônio Márcio da Cunha Guimarães Bernardo G. B. Nogueira Carlos Augusto Canedo G. da Silva Carlos Bruno Ferreira da Silva Carlos Henrique Soares Claudia Rosane Roesler Clèmerson Merlin Clève David França Ribeiro de Carvalho Dhenis Cruz Madeira Dircêo Torrecillas Ramos Emerson Garcia Felipe Chiarello de Souza Pinto Florisbal de Souza Del Olmo Frederico Barbosa Gomes Gilberto Bercovici Gregório Assagra de Almeida Gustavo Corgosinho Jamile Bergamaschine Mata Diz Janaína Rigo Santin Jean Carlos Fernandes CONSELHO EDITORIAL É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio eletrônico, inclusive por processos reprográficos, sem autorização expressa da editora. Impresso no Brasil Printed in Brazil Arraes Editores Ltda., 2015. Jorge Bacelar Gouveia Portugal Jorge M. Lasmar Jose Antonio Moreno Molina Espanha José Luiz Quadros de Magalhães Kiwonghi Bizawu Leandro Eustáquio de Matos Monteiro Luciano Stoller de Faria Luiz Manoel Gomes Júnior Luiz Moreira Márcio Luís de Oliveira Maria de Fátima Freire Sá Mário Lúcio Quintão Soares Martonio Mont Alverne Barreto Lima Nelson Rosenvald Renato Caram Roberto Correia da Silva Gomes Caldas Rodolfo Viana Pereira Rodrigo Almeida Magalhães Rogério Filippetto de Oliveira Rubens Beçak Vladmir Oliveira da Silveira Wagner Menezes William Eduardo Freire Coordenação Editorial: Fabiana Carvalho Produção Editorial e Capa: Danilo Jorge da Silva Revisão: Responsabilidade do Autor 344.046 Vilela, Bruna Luísa Capellini V699m Meio ambiente e instituições financeiras: análise dos riscos socioambientais à luz da Resolução 4.327/2014 do Banco Central do Brasil. Bruna Luísa Capellini Vilela, Sébastien Kiwonghi Bizawu.Belo Horizonte: Arraes Editores, 2015. p.104 ISBN: 978-85-8238-156-4 1. Direito ambiental. 2. Gestão ambiental Brasil. 3. Política ambiental Brasil. 4. Desenvolvimento sustentável. 5. Resolução 4.327 de 2014 Banco Central do Brasil. I. Bizawu, Sébastien Kiwonghi. II. Título. CDD 344.046 CDU 34:504 Elaborada por: Fátima Falci CRB/6-nº 700 Rua Oriente, 445 Serra Belo Horizonte/MG - CEP 30220-270 Tel: (31) 3031-2330 www.arraeseditores.com.br arraes@arraeseditores.com.br Belo Horizonte 2015
Às nossas mães, mulheres virtuosas, por nos ensinarem as virtudes e os princípios da vida. A todos os entes queridos, pela grandeza e nobreza de seu carinho. V
Agradecimentos Ao Bom Deus, Luz que ilumina os nossos caminhos e Guia que nos conduz pelas veredas seguras da docência; Às nossas mães que, pelo amor incondicional e pela vontade de lutar e de vencer, encarnam os ensaios e as esperanças de muitas mulheres trabalhadoras e heroínas anônimas; Ao Reitor da Escola Superior Dom Helder Câmara, Doutor Pe. Paulo Umberto Stumpf, pelo apoio nas atividades acadêmicas, na produção científica e pela busca de excelência no Programa de Pós-Graduação em Direito; A todos os colegas professores e professoras, advogados e advogadas e demais profissionais do Direito e das instituições financeiras e das empresas tomadoras de crédito; Aos nossos alunos e nossas alunas de graduação e pós-graduação em Direito; Aos nossos parentes, amigos e amigas de todas as horas que a vida se encarregou a colocar em nosso caminhar e cujos olhares se tornaram espelho do amor de Deus; A todos aqueles e aquelas que sofrem pelas injustiças sociais, mas cheios de esperança no Senhor da Vida! VI
No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade. 1 1 Francisco Alves Mendes Filho (Chico Mendes): acreano de Xapuri, nascido em 1944, foi líder seringueiro, sindicalista e ativista ambiental. Disponível em <http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/epv-verde.php.> Acesso em: 02 nov. 2014. VII
Lista de Siglas ABBC BACEN BNDES BEI CERCLA CONAMA COSIF Associação Brasileira de Bancos Banco Central do Brasil Banco Nacional do Desenvolvimento Banco Europeu de Investimento Comprehensive Environmental Response, Compensation and Liability Act Conselho Nacional do Meio Ambiente Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional CR/88 Constituição da República Brasileira de 1.988 EMAS Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria FEBRABAN Federação Brasileira de Bancos IFC ISO PRI PRSA SFN International Finance Corporation International Organization for Standardization Princípios para o Investimento Responsável Política de Responsabilidade Socioambiental. Sistema Financeiro Nacional VIII
Sumário PREFÁCIO... xi INTRODUÇÃO... 1 Capítulo 1 EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DO SETOR FINANCEIRO... 3 1.1 Política e Gestão Ambiental no Brasil Início da Consciência Ambiental no Setor Empresarial... 11 Capítulo 2 PRINCÍPIOS AMBIENTAIS E A RESOLUÇÃO 4.327/2014... 17 2.1 O Princípio do Desenvolvimento Sustentável... 18 2.2 O Princípio da Reparação Integral do Dano... 22 2.3 Os Princípios da Precaução e Prevenção... 26 Capítulo 3 PRECEDENTES PARA PUBLICAÇÃO DA RESOLUÇÃO 4.327 DE 2014... 28 Capítulo 4 O PAPEL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL SOBRE AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS... 36 Capítulo 5 RESOLUÇÃO 4.327/2014 DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL COMENTÁRIOS PONTUAIS... 44 5.1 A Resolução 4.327/2014: ativo ou passivo ambiental?... 61 IX
Capítulo 6 ALGUNS CASOS DA LEGISLAÇÃO ESTRANGEIRA... 70 6.1 Diretrizes Ambientais Adotadas pelo Banco de Investimento Europeu... 71 6.2 Estados Unidos (EUA)... 76 6.3 Os Brownfields no Reino Unido Responsabilidade das Instituições Financeiras... 83 CONCLUSÃO... 88 REFERÊNCIAS... 90 X
Prefácio A obra aborda a temática da responsabilidade ambiental das instituições financeiras e os reflexos gerados na sociedade com a adoção de medidas socioambientais pelas empresas, dando ênfase à Resolução 4.327/2014, publicada pelo Banco Central do Brasil. Apresenta-se, inicialmente, um estudo sobre a evolução histórica da responsabilização ambiental e dos principais fatores que contribuíram para a adoção de medidas socioambientais pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Em seguida, considerando o relevante papel que o poder judiciário desempenha junto ao setor empresarial, faz-se uma coleta de decisões que auxiliaram na caracterização da responsabilidade ambiental das instituições financeiras, assim como influenciaram a publicação da Resolução 4.327/2014. Propõe-se também analisar pontualmente a Resolução 4.327/2014 e os determinantes que, de alguma forma, poderão contribuir para a adoção das diretrizes nela previstas, partindo de um estudo comparativo entre a responsabilização ambiental das instituições financeiras no Brasil e a dos outros países. Busca-se ainda analisar o raciocínio lógico-dedutivo de que a responsabilização ambiental das instituições financeiras poderá contribuir de forma efetiva para a proteção ambiental e para o desenvolvimento sustentável. Percebe-se que as diretrizes que devem ser observadas no estabelecimento e na implementação da Política de Responsabilidade Socioambiental das instituições financeiras e demais outras instituições autorizadas a funcionar pelo banco Central do Brasil vêm corroborar com as preocupações contidas na Declaração de Estocolmo sobre o meio ambiente humano cujas proteção e melhoria constituem desejo premente dos povos do globo e dever de todos XI
os Governos, por constituírem o aspecto mais relevante que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento do mundo inteiro. (ESTOCOLMO, 1972) As instituições financeiras têm a responsabilidade de zelar pela proteção e melhoria do meio ambiente humano. O desenvolvimento econômico e social está umbilicalmente ligado à conservação e proteção do meio ambiente, bem como à responsabilidade socioambiental das instituições financeiras, observando-se os princípios da relevância e proporcionalidade e as ações estratégicas relacionadas à sua governança e aos fins de gerenciamento do risco socioambiental. Que este livro seja a nossa modesta contribuição na seara da ciência e da busca do conhecimento e do saber. Os autores. XII