Panorama Brasil-Portugal em Movimento IV Seminário Internacional luso-brasileiro

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Transcrição:

Panorama Brasil-Portugal em Movimento IV Seminário Internacional luso-brasileiro Identidades, Culturas Urbanas e Linguagens de Pertencimento 04 dezembro 2013 Panorama Brasil-Portugal em Movimento PBM, manifestação acadêmica, teve início no ano de 2009 em Lisboa- Portugal nas dependências instituicionais da Universidade Nova de Lisboa, por um grupo de investigadores ligados as áreas da humanidades interessados na reflexão da sociedade e a comunicação contemporâneas, suas inquietações e conflitos no estabelecimento da cidadania ativa e diversidade, acessibilidade, disseminação de valores solidários, cooperativos e de justiça social, nas mais diversas mídias e nos social network. O IV - Seminário Internacional luso-brasileiro 2013, nessa edição a ser sediado na UERJ, vem dar continuidade a essa experiência de encontro interdisciplinar, além de proporcionar o exercício de uma cidadania participativa, critica e interveniente. A missão do Panorama Brasil-Portugal em Movimento é buscar estimular o aumento dos fluxos de cooperação; compartilhar experiências e conhecimentos; divulgar a imagem do Brasil e Portugal contemporâneo; favorecer trocas e diálogos culturais; colaborar no levantamento de temas e pesquisas; e desenvolver alianças, onde houver potencial para avançar agendas de trabalho comuns. O mundo contemporâneo, ao mesmo tempo em que se abre a fluxos do capital financeiro globalizado, exibe inúmeros exemplos de fortalecimento dos controles territoriais, revitalização dos nacionalismos, invenção das raízes étnicas semi-xenofobas e da busca enlouquecida de definição de uma identidades fixa e fixada. Nesse horizonte, a sociedade global pode ser vista como uma totalidade fragmentada desde o início problemática, no sentido de complexa e contraditória; atravessada pelo desenvolvimento desigual, que se especifica no âmbito de indivíduos, grupos, classes, nações, sociedades, culturas, religiões,

línguas e outras dimensões singulares ou particulares Do mesmo modo, a noção de espaço como uma dimensão multi-identitária tem sido objeto de intensa discussão teórica, já que estes conceitos são não raras vezes construídos por dicotomias como fixação/mobilidade, espaço/tempo, instabilidade/concretitude. Tomando a perspetiva de TERRITÓRIOS MÓVEIS como construções ainda analogicas culturalmente multifacetadas e dinâmicas (Canclini, Appadurai), até a ubiquidade espaço/tempo digitalizada, no sentido da co-presencias conflitual entre analogico/digital, interessa-nos aqui a discussão acerca de ver o território material/imaterial luso-brasileiro desde o ponto de vista do hibridismo cultural, da ubiquidade comunicacional e subjetiva, como um fluxo em transitos, trocas e antagonismos, visibilidade e legitimidade, onde os sujeitos podem ser movimentar e expor suas idéias processuais ao buscar explorar e ampliar as possibilidades inovadoras comunicacional. O espaço/tempo social, por conseguinte, é isto: um conjunto de formas contendo cada qual frações de subjetividades plurais em movimento Organizadores: Leandro Mendonça (UFF/UERJ) Jorge Cruz (UERJ) Rosana Martins (CIMJ-Lisboa) Apoio

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES E BIOGRAFIA DOS CONGRESSISTAS Políticas de pertença em redes de associativismo jovem nas periferias lusobrasileiras Esta intervenção tem como foco central à análise das formas estabelecidas pelos jovens integrantes da Posse Hausa, de São Bernardo do Campo e o agrupamento juvenil Zulu Nation Portugal, em relação ao espaço de sociabilidade e às formas de representação. Ou seja, de que forma os membros expressam as saídas para os diversos conflitos presentes no cotidiano, e como cristalizam a idéia d renovação do espaço e das próprias relações sociais. Partindo do olhar sobre a própria experiência de vida dos componentes, que podemos analisar e se aproximar dos temas que são relevantes para os participantes de ambas as organizações, das suas contribuições à comunidade local visando à superação da violência ali existente, das tensões entre os jovens, uma presença que se traduz na promoção de atividades de cultura, lazer, tornando o espaço fortalecido de cidadania, participação popular e, no exercício constante dos direitos humanos. Como tais sujeitos se definem e se representam socialmente? Como definem suas representações e práticas? Qual o contributo dessas ações no âmbito das políticas públicas para juventude periférica? Nesse sentido, a partir do contributo dos agrupamentos de hip-hop buscamos alargar a discussão e agregar novos subsídios, teóricos e práticos, às reflexões em torno das políticas para a juventude periférica. Rosana Martins. Cientista Social pela Universidade de São Paulo- USP. Mestre e Doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes/USP. Pós-doutoranda e pesquisadora do CIMJ Centro de Investigação Media e Jornalismo, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, e Pesquisadora Associada a Rede Proprietas/UFF. Martins é membro The Transnational Lives, Gender and Mobility network (TLM & G) - Institute of Social Sciences - University of Lisbon / European Science Foundation. Rosana Martins é Visiting Fellow Research no Centre for Cultural Studies Goldsmith, University of London, UK. Autora dos livros: Hip-Hop. O estilo que ninguém segura (Esetec, 2006); Admirável Mundo MTV Brasil (Saraiva, 2006); Direitos Humanos Segurança Pública & Comunicação (Acadepol, 2007), e Lusophone Hip- Hop Who we are and Where we are : identity, urban culture and belonging (2013). Metrópoles Performática, design expandido e culturas extremas Culturas juvenis não cabem em pesquisas jornalísticas ou abordagens gerais. Fluido e multante, rompendo os poros da metrópole, um organismo vivo para respirar em um caleidoscópio de multi-indivíduos. Não há nenhuma maneira de detê-los ou classificá-los. Neste seminário, o antropólogo Massimo Canevacci reivindica "uma metodologia polifônica que atende todo o rigor monológico formal, a qualquer holística pensativa moral, para todas as estatísticas cruéis. Ao contrário do discurso científico, "uma ferramenta para obter financiamento, uma carreira, falando em nome de", o autor adota a metodologia do "gozo da diferença". Isso é o que lhe permite participar da confirguração urbana nos quais é estabelecido um fluxo direto de comunicação com os sujeitos, nunca objetos. Penetrante

Rave, techno, tatuagem, bodyscape, cut-up, ciberespaço, fanzine, videoarte - os fluxos líquidos de cultura por sótãos da cidade, despercebido entre as barras enferrujadas do método acadêmico centralizado. Em vez de tipologias, que são de interesse para Canevacci são áreas adjacentes, as lacunas, desafios panorama, cruzamentos. Massimo Canevacci Professor de Antropologia Cultural e Artes Digitais e Culturas da Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade de Roma "La Sapienza". Canevacci foi Professor Visitante na CUCN (Universidade de Comunicação, em Nanjing, China) e, na UFSC (Universidade de Florianópolis), e atualmente encontra-se vinculado ao Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Pela sua pesquisa em São Paulo, em 1995, ele recebeu a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul (Southern Cross) do presidente da República Federativa do Brasil. Entre seus livros: Comunicação Visual 2009a, Brasiliense Editora, São Paulo, 2009b fetichismos visuais, Atelier Editora, SP; La linea di polvere (A linha de pó) 2007, em Roma, Meltemi (publicado em Português pela Annablume Editora, SP, 2011), Culturas Extremas em 2005, DPA, Rio de Janeiro;, 1993 A cidade polifônica, Studio Nobel, SP (2010 3a ed.); A linha de pó. A cultura bororo entre tradição, mutação e autorepresentação, São Paulo Annablume, 2012 (The Line of Dust. The Bororo Culture between Tradition, Mutation and Self-representation, Sean Kingstone Publishing, Canon Pyon, GB, 2013), Sincretika, 2013, Studio Nobel, SP. Cinemão: veículo de ocupação tática da cultura O projeto Cinemão faz alusão ao Caveirão, veículo de ocupação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) que sempre está presente na pacificação das favelas cariocas. O projeto, que usa o cinema como ferramenta de inclusão, visibilidade e protagonismo social, estimula a cultura e o encontro social por meio de exibições gratuitas de filmes brasileiros, em espaços públicos de ambientes estigmatizados pela violência e ausência de aparelhos culturais. Cinemão funciona como uma ação divulgadora e democratizadora da produção nacional. Pretende-se nessa exposição contar um pouco dessa história, seu começo, desafios, resultados alcançados e futuros desdobramentos do projeto.

Cid César Augusto é documentarista e produtor. Formado em jornalismo com especialização em Cinema Documentário - FGV/RJ - produziu diversas séries para tv, filmes, publicidades, documentários e campanhas políticas. Idealizador e diretor do projeto " Cinemão ". É sócio da Maranduva Filmes e atua como diretor e produtor executivo. B-boys (Rio de Janeiro) e Rappers (Lisboa) em Busca de Reconhecimento. Uma breve comparação A intensificação da globalização e a importância da juventude na cena pública fez explodir as culturas juvenis (rockers, mods, punks, teddy boys, etc), agora impulsionada pelos rappers, b- boys, funkeiros, surfistas, emos e outros. Presentemente, há jovens em todo o mundo que cantam rap ou dançam break dance, vertentes da chamada "cultura hip hop". Eficiente meio de afirmação identitária e de conquista de visibilidade, é apropriado por jovens da periferia de Lisboa e do Rio de Janeiro para tentar contrariar o estado de subalternidade a que são sujeitos. Neste seminário, Otávio Raposo irá comparar a forma criativa como dois grupos de jovens b-boys da Maré (conjunto de favelas do Rio de Janeiro) e rappers da Arrentela (bairro da periferia de Lisboa) apropriam-se dos respectivos estilos culturais para desafiar os estigmas e subverter os dispositivos de confinamento territorial a que são sujeitos. Ambos os grupos utilizam a componente performativa como forma de ascender a uma resistência reconhecida e valorizada, ao mesmo tempo que constroem parâmetros mais abrangentes de inserção nos territórios da cidade. Otávio Raposo, antropólogo, vive entre o Brasil e Portugal. Doutor em Antropologia no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE- IUL), em associação com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/IFCS/PPGSA), é pesquisador do CIES (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia). Concluiu a Licenciatura em Sociologia na Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL) e o Mestrado em Antropologia Urbana no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e na Universidade Rovira i Virgili (Tarragona, Espanha). Além da carreira acadêmica, trabalha como documentarista, tendo realizado o filme Nu Bai. O rap negro de Lisboa (2006), disponível no site: http://vimeo.com/15137491 Central Única das Favelas (CUFA) inclusão, sociabilidade e cultura A Central Única das Favelas é uma organização fundada em 1998 por moradores de diversas favelas do Rio de Janeiro, negros em sua maioria, e originários do movimento hip hop. A equipe CUFA é composta, em grande parte, por jovens formados nas oficinas de capacitação e profissionalização das bases da instituição e oriundos de camadas menos favorecidas da sociedade. A CUFA é uma organização hibrida, caracterizada por uma identidade multipla,

ao combinar elementos de ONG, de movimentos sociais, de empreendedores e de produtores culturais; são agitadores, artistas, assistentes sociais e parceiros do Estado brasileiro. A CUFA é uma entidade que surge em Madureira, mas sua expansao vai muito além, conquistando parceiros nacionais e internacionais. Nega Gizza é uma das grandes nomes do rap feminino brasileiro e, ao lado de MV Bill e Celso Athayde, Nega Gizza fundou a CUFA (Central Única das Favelas), uma organização nãogovernamental cuja forma de expressão predominante é o hiphop, e que visa promover a produção cultural das favelas brasileiras, através de atividades nos campos da educação, esporte, cultura e cidadania. Atualmente, a rapper é uma das produtoras do Prêmio e do Festival Hutúz, que é o maior festival de hip-hop da América Latina, além de ser a presidente do núcleo MariaMaria, criado pela CUFA com projetos direcionados somente para mulheres e, presidente da LIBRA- Liga Internacional de Basquete de Rua, com competições e campeonatos em todo o território nacional.