Composição, diversidade e similaridade florística de uma floresta tropical semidecídua submontana em Marcelândia - MT



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RESUMO. Palavras chave: Floresta estacional semidecidual, riqueza florística, potencial ecológico. INTRODUÇÃO

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Transcrição:

Composição, diversidade e similaridade florística de uma floresta tropical semidecídua submontana em Marcelândia - MT Elbert Viana FERREIRA JÚNIOR 1, Thelma Shirlen SOARES 2, Marcus Filipe Fernandes da COSTA 1, Versides Sebastião Moraes e SILVA 3 RESUMO O objetivo deste estudo foi avaliar a composição, diversidade e similaridade florística de uma área de floresta estacional semidecidual localizada no município de Marcelândia-MT, em área de tensão ecológica, na região de contato floresta ombrófila/ floresta estacional. Foram amostrados 4008 indivíduos, pertencentes a 33 famílias e 92 espécies, em 74 parcelas de 10 m x 250 m. As famílias que apresentaram maior valor percentual de árvores foram: Lauraceae (15,99%), Melastomataceae (12,97%), Sapotaceae (12,50%), Fabaceae Mimosoideae (9,91%), Burseraceae (9,13%) e Moraceae (7,29%). Os valores obtidos para os índices de diversidade Shannon-Weaver, de concentração de Simpson e de equitabilidade de Pielou indicaram que a área apresenta diversidade relativamente alta e baixa concentração de espécies com alta uniformidade nas proporções indivíduos/ espécies dentro da comunidade vegetal. Os padrões de similaridade florística evidenciaram baixa similaridade entre as áreas avaliadas evidenciando existência de padrões fitogeográficos baseados na distribuição das espécies. PALAVRAS-CHAVE: Fitossociologia, Floresta de transição, Mato Grosso. Floristic composition, diversity and similarity of a submontane semideciduous tropical forest in Marcelândia - MT ABSTRACT The objective of this study was to analyze the floristic composition, diversity and similarity of a submontane, semideciduous tropical forest in Marcelândia-MT, in an ecological tension area in the forest contact region. The 33 families and 92 species specimens were found in 4008 individuals, in 74 plots of 10m x 250 m. The families that contributed most frequently to the floristic composition were Lauraceae (15.99%), Melastomataceae (12.97%), Sapotaceae (12.50%), Fabaceae - Mimosoideae (9.91%), Burseraceae (9.13%) and Moraceae (7.29%). The Shannon-Weaver diversity, Simpson concentration and Pielou evenness indexes indicated that the area presents relatively high diversity and low concentration of species with high uniformity in the ratios of individuals per species. The floristic similarity standards had low similarity among the evaluated areas evidencing the existence of phitogeografic standards based on the species distribution. KEYWORDS: Phytosociology, Transition forest, Mato Grosso. 1 Acadêmico do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal, CEP 78060-900, Cuiabá-MT. e-mail: elbert.viana@gmail. com; marcusfilipe@gmail.com 2 Professora do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Departamento de Engenharia Florestal, CEP 39100-000, Diamantina-MG. e-mail: thelma.soares@ufvjm.edu.br 3 Professor do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal, CEP 78060-900, Cuiabá-MT. e-mail: versides@uol.com.br 673 vol. 38(4) 2008: 673-680

INTRODUÇÃO O Brasil destaca-se como um dos países de maior biodiversidade, mas que vem sendo ameaçado pela ação antrópica em que a vegetação vem sendo suprimida para dar lugar, principalmente, à expansão das fronteiras agrícola e pecuária. Em Mato Grosso, a exploração intensiva e, na maioria das vezes desordenada, tem levado à redução do estoque de madeira rapidamente. Satélites do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), detectaram um aumento do desmatamento na ordem de 107% no período de junho a setembro de 2007 em relação ao ano anterior (FAPESP, 2007). O atual modelo de exploração das florestas mato-grossenses está chegando a um ponto em que a coleta supera a capacidade de regeneração natural de algumas espécies, tornando o recurso não renovável. Conforme enfatiza Flint (1992) tal erosão genética pode implicar na perda de informações preciosas, inclusive para o interesse humano, como nas áreas da agricultura, na medicina e na indústria. De acordo com Morellato & Leitão Filho (1995), o conhecimento da biodiversidade das formações vegetais é a condição primária e fundamental para o desenvolvimento não só de investigações botânicas e ecológicas, mas, sobretudo para o estabelecimento de modelos de preservação e conservação dos ecossistemas. Considerando a importância das florestas nativas, no cenário estratégico, ambiental, social e econômico do país e as restrições ambientais sobre o uso das florestas nativas, estudos da composição e similaridade florística de um ambiente permitem o mapeamento da área e fornecem subsídios para elaboração de planos de manejo florestal para utilização sustentável do recurso. O presente estudo teve como objetivo realizar a análise da composição e diversidade florística de um fragmento florestal, localizado em Marcelândia, região norte do Estado de Mato Grosso, localizado em área de transição Floresta Ombrófila/ Floresta Estacional. Foram também realizadas comparações de similaridade florística com levantamentos realizados em florestas da região Amazônica. MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo (Figura 1) é um fragmento de floresta estacional semidecidual com 3000 ha localizado em Marcelândia-MT e pertencente à Tecanorte Empreendimentos Florestais Ltda., preservado como área de reserva da empresa e parte integrante do Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável na Amazônia (ProManejo) - MMA/IBAMA/ PPG7 - Projeto Huaia-Missu. Figura 1 - Localização da área de estudo. Conforme Brasil (1981), a área em estudo localiza-se em uma área de tensão ecológica, na região de contato floresta ombrófila/floresta estacional, com predominância da formação denominada floresta semidecidual, submontana, dossel emergente. Esta formação corresponde ao recobrimento vegetal das áreas do terciário, localizadas a sudoeste dos rios Telles Pires, Manissuá-Missu, Arraias e Xingu, em relevo plano capeado de latossolos. O método amostral aplicado foi o de parcelas (Mueller- Dombois & Ellenberg, 1974), tendo sido efetuada uma amostra de 18,5 ha de área amostral (74 parcelas de 10 m x 250 m). Em cada parcela foram amostradas todas as plantas lenhosas eretas com circunferência do caule a 1,3 m de altura do solo (CAP) maior ou igual a 45 cm. A identificação taxonômica das espécies avaliadas foi efetuada mediante consultas a herbários, consultas a especialistas e por meio de literatura especializada. A sinonímia e a grafia dos taxa foram atualizadas mediante consulta ao índice de espécies do Royal Botanic Garden e do banco de dados do Missouri Botanical Garden, disponível na página http://mobot.mobot.org/w3t/search/vast.html. O sistema de classificação adotado foi o APG II (2003), exceto para Fabaceae, a qual foi considerada com as três subfamílias. O material botânico coletado em estado reprodutivo está depositado no Herbário Central da Universidade Federal de Mato Grosso. Para avaliar a diversidade da área foram utilizados o índice de diversidade de Shannon-Weaver (H ) e o índice de concentração de Simpson (C ). Também foi avaliado o índice de equitabilidade de Pielou (J ), permitindo representar a uniformidade de distribuição dos indivíduos entre todas as espécies existentes (Magurran, 1988). A composição florística da área em estudo foi comparada com oito levantamentos florísticos realizados na região amazônica (Tabela 1). Todas as listagens tiveram sinonímias 674 vol. 38(4) 2008: 673-680 ferreira junior et al.

Tabela 1 Estudos realizados na região amazônica consultados para comparação florística com o presente estudo. Referência Local Coordenadas Barros (1986) Estação Experimental de Curuá-Una, PA 02º20 S e 58º45 W Amaral et al. (2000) São Sebastião do Uatumã, AM 02º32 S e 54º24 W Cunha (2003) Floresta Nacional de Tapajós, PA 02º40 S e 54º45 W Mendonça (2003) Itacoatiara, AM 02º43 S e 58º 31 W Ivanauskas et al. (2004) Gaúcha do Norte, MT 13 10 S e 55 15 W Medeiros (2004) Cláudia, MT 1 1 24 S e 55 19 W Oliveira e Amaral (2004) Estação Experimental ZF-2 do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, AM 02º35 S e 60º12 W Silva et al. (2007) ONF Brasil Cotriguaçú, MT 09º51 S e 58º13 W eliminadas por meio do software do índice de espécies do Royal Botanic Garden. A comparação foi feita por meio do índice de similaridade de Jaccard (SJ) que expressa a semelhança entre ambientes, baseando-se no número de espécies comuns. A matriz de similaridade florística resultante foi utilizada pra a análise de agrupamentos, pelo método de médias aritméticas não ponderadas (UPGMA) e pela geração de um dendrograma (Sneath & Sokal, 1973). RESULTADOS E DISCUSSÃO O levantamento florístico registrou uma densidade de aproximadamente 216 indivíduos/ha com CAP 45 cm totalizando 4008 indivíduos arbóreos distribuídos em 33 famílias e 92 espécies. Dessas, 26 espécies foram identificadas em nível de gênero e 15 em nível de família (Tabela 2). Tabela 2 - Relação das espécies arbóreas, número e percentagem de indivíduos em cada espécie na área em estudo. Família Espécie Nind %Total Anacardiaceae Anacardiaceae 1 1 0,02 Astronium lecointei Ducke 18 0,45 Annonaceae 1 1 0,02 Annonaceae 2 1 0,02 Annonaceae Guatteria sp. 1 0,02 Xylopia frutescens Aubl. 132 3,29 Xylopia sp. 4 0,10 Aspidosperma macrocarpon Mart. 4 0,10 Apocynaceae Aspidosperma sp. 18 0,45 Couma utilis (Mart.) Müll. Arg. 2 0,05 Himatanthus sucuuba (Spruce ex Müll. Arg.) Woodson 2 0,05 Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin 8 0,20 Bignoniaceae Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don 16 0,40 Bombacaceae Ceiba pentandra (L.) Gaertn. 7 0,17 Burseraceae 1 1 0,02 Burseraceae 2 1 0,02 Burseraceae Protium sp. 151 3,77 Trattinnickia burseraefolia Mart. 206 5,14 Trattinnickia sp. 7 0,17 Cecropiaceae Cecropia sp. 32 0,80 Chrysolabalanaceae Chrysolabalanaceae sp. 30 0,75 Clusiaceae Caraipa densifolia Mart. 2 0,05 Vismia brasiliensis Choisy 3 0,07 Combretaceae Buchenavia sp. 6 0,15 Alchornea glandulosa Poepp. 4 0,10 Croton sp. 1 0,02 Euphorbiaceae Euphorbiaceae 1 1 0,02 Hevea brasiliensis (Willd. ex A. Juss.) Müll. Arg. 9 0,22 Mabea fistulifera Mart. 20 0,50 675 vol. 38(4) 2008: 673-680 ferreira junior et al.

Tabela 2 - continuação Família Espécie Nind %Total Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. 11 0,27 Copaifera sp. 5 0,12 Fabaceae - Caesalpinioideae Hymenaea courbaril L. 4 0,10 Peltogyne sp. 181 4,52 Sclerolobium paniculatum Vogel 32 0,80 Alexa grandiflora Ducke 1 0,02 Bowdichia sp. 66 1,65 Fabaceae - Faboideae Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. 45 1,12 Hymenolobium sp. 3 0,07 Pterocarpus sp. 6 0,15 Abarema jupunba (Willd.) Britton & Killip 25 0,62 Albizia hassleri (Chodat) Burkart 147 3,67 Dinizia excelsa Ducke 24 0,60 Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong 10 0,25 Fabaceae - Mimosoideae Inga paraensis Ducke 6 0,15 Inga sp. 104 2,59 Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp. 12 0,30 Plathymenia reticulata Benth. 65 1,62 Zygia racemosa (Ducke) Barneby & J.W. Grimes 4 0,10 Lamiaceae Lamiaceae 1 1 0,02 Lauraceae 1 63 1,57 Lauraceae Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez 68 1,70 Ocotea aciphylla (Nees) Mez 1 0,02 Ocotea sp. 509 12,70 Cariniana sp. 1 0,02 Lecythidaceae Couratari sp. 2 0,05 Eschweilera sp. 30 0,75 Lythraceae Physocalymma scaberrimum Pohl 2 0,05 Malpighiaceae Byrsonima sp. 4 0,10 Bellucia grossularioides (L.) Triana 1 0,02 Melastomataceae Miconia sp. 249 6,21 Mouriri sp. 270 6,74 Brosimum lactescens (S. Moore) C.C. Berg 274 6,84 Moraceae Clarisia sp. 1 0,02 Ficus sp. 8 0,20 Helicostylis pedunculata Benoist 9 0,22 Myristicaceae Iryanthera macrophylla (Benth.) Warb. 6 0,15 Eugenia bracteata Rich. 1 0,02 Eugenia lambertiana DC. 43 1,07 Myrtaceae 3 1 0,02 Myrtaceae Myrtaceae 4 1 0,02 Myrtaceae 5 2 0,05 Myrtaceae 6 1 0,02 Psidium sp. 6 0,15 Ochnaceae Ouratea sp. 71 1,77 Quiinaeae Quiinaeae 1 1 0,02 676 vol. 38(4) 2008: 673-680 ferreira junior et al.

Tabela 2 - continuação Família Espécie Nind %Total Rubiaceae Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. ex DC. 9 0,22 Amaioua guianensis Aubl. 37 0,92 Rutaceae Esenbeckia leiocarpa Engl. 146 3,64 Zanthoxylum rhoifolium Lam. 2 0,05 Sapindaceae Matayba arborescens (Aubl.) Radlk. 29 0,72 Matayba guianensis Aubl. 1 0,02 Manilkara sp. 430 10,73 Micropholis melinoniana Pierre 57 1,42 Sapotaceae Pouteria macrophylla (Lam.) Eyma 10 0,25 Pouteria sp. 2 0,05 Sapotaceae 1 1 0,02 Sapotaceae 2 1 0,02 Tiliaceae Apeiba tibourbou Aubl. 67 1,67 Verbenaceae Vitex sp. 4 0,10 Vochysia divergens Pohl 48 1,20 Vochysiaceae Vochysia haenkeana Mart. 3 0,07 Vochysia sp. 95 2,37 4008 100,00 Em que: NF = número da família e NIF = número de indivíduos por espécies e por família. As famílias mais ricas em espécies (Figura 2) foram: Lauraceae (15,99%), Melastomataceae (12,97%), Sapotaceae (12,50%), Fabaceae Mimosoideae (9,91%), Burseraceae (9,13%), Moraceae (7,29%). Estas famílias representam 67,79% do total de indivíduos arbóreos ocorrentes, indicando predomínio destas famílias na área. O gênero mais rico é: Vochysia (Vochysiaceae), com três espécies. A área em estudo apresentou um valor de 3,35 e 0,05 para os índices de diversidade de Shannon-Weaver (H`) e de concentração de Simpson (C ), respectivamente, indicando trata-se de uma área com diversidade relativamente alta e baixa concentração de espécies. De acordo com Saporetti Jr. et al. (2003), valores acima de 3,11 para o índice de Shannon- Weaver indicam formações vegetais bem conservadas, definição que se enquadra na área em estudo. O grau estimado de equitabilidade foi de 0,74 o que sugere alta uniformidade nas proporções do número de indivíduos/número de espécies dentro da comunidade vegetal, constatação esperada, pois a equitabilidade é diretamente proporcional à diversidade e, antagônico à dominância (Uhl & Murphy, 1981). Teoricamente, esse valor indica que seria necessário o incremento de mais 26% de espécies para atingir a diversidade máxima da comunidade vegetal, segundo Brower et al. (1998). Os índices de similaridade florística calculados entre a área em estudo e as oito áreas consideradas estão expressos na Tabela 3. Figura 2 - Distribuição dos indivíduos amostrados dentro das principais famílias, para a área em estudo, em 2003. Os índices de similaridade (Tabela 3) variaram de 0,0046 (Cláudia, MT e São Sebastião do Uatumã, AM) a 0,9261 (São Sebastião do Uatumã, AM e Estação Experimental ZF-2 do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, AM). De acordo com Kent & Coker (1992), valores maiores ou iguais a 0,5 indicam alta similaridade. Assim, segundo esse conceito, a similaridade analisada entre as áreas pode ser considerada como baixa com exceção das áreas F e H (similaridade igual a 0,9261). A análise do diagrama de distância de ligação representado na Figura 3 indica a formação de dois grupos, dependentes da localização das áreas. Assim, constatou-se que houve 677 vol. 38(4) 2008: 673-680 ferreira junior et al.

Tabela 3 - Matriz de similaridade florística (Jaccard) do estrato arbustivo entre as nove áreas consideradas*. A 1 A B C D E F G H I B 0,0533 1 C 0,0412 0,1486 1 D 0,0851 0,3007 0,1053 1 E 0,1356 0,0134 0,0234 0,0135 1 F 0,0082 0,0476 0,0695 0,0325 0,0046 1 G 0,2258 0,0977 0,0788 0,1348 0,0504 0,0519 1 H 0,0084 0,0487 0,071 0,0335 0,0047 0,9261 0,0532 1 I 0,0417 0,1068 0,132 0,1091 0,0137 0,1085 0,0939 0,1189 1 * Em que: A = Marcelândia, MT (este estudo); B = Gaúcha do Norte, MT (Ivanauskas et al., 2004); C = Estação Experimental de Curuá-Una, PA (Barros, 1986); D = Floresta Nacional de Tapajós, PA (Cunha, 2003); E = Cláudia, MT (Medeiros, 2004); F = São Sebastião do Uatumã, AM (Amaral et al., 2000); G = ONF Brasil Cotriguaçú, MT (Silva et al., 2007); H = Estação Experimental ZF-2 do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, AM (Oliveira e Amaral, 2004); I = Itacoatiara, AM (Mendonça, 2003). Figura 3 - Dendrograma gerado a partir do índice de similaridade de Jaccard entre as floras arbórea das áreas consideradas. Em que: A = Marcelândia, MT (este estudo); B = Gaúcha do Norte, MT (Ivanauskas et al., 2004); C = Estação Experimental de Curuá-Una, PA (Barros, 1986); D = Floresta Nacional de Tapajós, PA (Cunha, 2003); E = Cláudia, MT (Medeiros, 2004); F = São Sebastião do Uatumã, AM (Amaral et al., 2000); G = ONF Brasil Cotriguaçú, MT (Silva et al., 2007); H = Estação Experimental ZF-2 do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, AM (Oliveira e Amaral, 2004); I = Itacoatiara, AM (Mendonça, 2003). relação entre a localização geográfica das áreas e a formação dos grupos. O primeiro grupo foi formado pelas áreas localizadas na região norte do estado de Mato Grosso (municípios de Marcelândia, Cláudia e Cotriguaçú) caracterizados por serem áreas de florestas de transição (contato entre vegetação florestal e cerrado). O segundo grupo foi formado pelas áreas localizadas nos estados do Pará e Amazonas, com exceção da área localizada em Gaúcha do Norte (região centro leste do Estado de Mato Grosso. O segundo grupo pode ser dividido em dois sub-grupos: o primeiro representando as áreas denominadas Amazônia Central (São Sebastião do Uatumã, AM e Estação Experimental ZF-2 do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, AM) os quais indicaram a maior similaridade flroística entre as áreas analisadas; o segundo sub-grupo foi formado pelas áreas localizadas em Gaúcha do Norte, MT; Estação Experimental de Curuá-Una, PA; Floresta Nacional de Tapajós, PA e Itacoatiara, AM. Comparando a área em estudo com as demais, verifica-se que a mesma apresenta baixos índices de similaridade com as demais áreas da Amazônia que foram comparadas neste estudo, o que poderá servir de referência florística para execução de futuras ações de conservação na região. A alta heterogeneidade do componente arbóreo entre as áreas comparadas corrobora com a existência de padrões fitogeográficos baseados na distribuição das espécies. As diferenças encontradas indicam que as espécies das florestas tropicais se caracterizam por se distribuírem espacialmente em mosaicos e mesmo as comunidades situadas em áreas próximas apresentam-se florística e estruturalmente diferenciadas corroborando com os estudos que relatam a alta diversidade da flora das áreas tropicais. Conforme relatam Machado et al. (2004), a heterogeneidade deve ser levada em consideração quando se buscam meios de conservar essa incalculável e ameaçada riqueza que é a diversidade biológica dos remanescentes de floresta tropical. CONCLUSÕES Com base na análise e discussão dos resultados, pode-se concluir que: a área estudada apresentou 4008 indivíduos arbóreos com um número estimado de 217 indivíduos por hectare, sendo que os índices de diversidade, concentração e equitabilidade, indicam que a área estudada apresenta diversidade relativamente alta e baixa concentração de espécies com alta uniformidade nas proporções indivíduos/ espécies dentro da comunidade vegetal sendo que os padrões de similaridade florística evidenciaram baixa similaridade 678 vol. 38(4) 2008: 673-680 ferreira junior et al.

entre as áreas avaliadas evidenciando existência de padrões fitogeográficos baseados na distribuição das espécies. BIBLIOGRAFIA CITADA Amaral, I.L.; Matos, F.D.A.; Lima, J. 2000. Composição florística e parâmetros estruturais de um hectare de floresta densa de terra firme no rio Uatumã, Amazonas, Brasil. Acta Amazonica, 30(3): 377-392. APG II. 2003. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society, 141(4): 399-436. Barros, P.L.C. 1986. Estudo fitossociológico de uma floresta tropical úmida no planalto de Curuá-Una, Amazônia brasileira. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná. 147pp. Brasil, Ministério das Minas e Energia. Projeto RADAMBRASIL. Rio de Janeiro: Departamento Nacional da Produção Mineral, 1981. 640pp. Brower, J.E.; Zar, J.H.; Van Ende, C.N. 1998. Field and laboratory methods for general ecology. 4 th WCB/McGraw, New York. 273pp. Cunha, U.S. 2003. Análise da estrutura espacial horizontal de uma floresta de terra firme da Amazônia. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná. 126pp. FAPESP, 2007. Cresce o desmatamento. Revista Fapesp, novembro de 2007. (http://www.revistapesquisa.fapesp. br/?art=4295&bd=4&pg=1&lg=). Acesso: 01/12/07. Flint, M. 1992. Biological diversity and developing countries. In: Markandya, A.; Richardson, J. (Eds.) The earthscan reader in environmental economics. Earthscan Publications, London. p. 437-469. Ivanauskas, N.M.; Monteiro, R.; Rodrigues, R.R. 2004. Composição florística de trechos florestais na borda sul-amazônica. Acta Amazonica, 34(3): 399-413. Kent, M.; Coker, P. 1992. Vegetation description analyses. Behaven Press, London. 363pp. Machado, E.L.M.; Oliveira-Filho, A.T.; Carvalho, W.A.C.; Souza, J.S.; Borém, R.A.T.; Botezelli, L. 2004. A comparative analysis of the structure and flora of the tree-shrub compartment from a remnant forest at Fazenda Beira Lago, Lavras, MG, Brazil. Árvore, 28 (4): 499-516. Magurran, A.E. 1988. Ecological diversity and its measurement. Princeton University Press, New Jersey. 179pp. Medeiros, R.A. 2004. Dinâmica de sucessão secundária em floresta de transição na Amazônia Meridional. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Mato Grosso Cuiabá, Mato Grosso. 102pp. Mendonça, A.C.A. 2003 Caracterização e simulação dos processos dinâmicos de uma área de floresta tropical de terra firme utilizando matrizes de transição. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná. 81pp. Morellato, P.C.; Leitão-Filho, H.F. (Orgs.) 1995. Ecologia e preservação de uma floresta tropical urbana: Reserva de Santa Genebra. Campinas: UNICAMP. 136pp. Mueller-Dombois, D.; Ellemberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. New York: Jonh Wiley Sons. 547pp. Oliveira, A.N.; Amaral, I.L. 2004. Florística e fitossociologia de uma floresta de vertente na Amazônia Central, Amazonas, Brasil. Acta Amazônica, 34(1): 21-34. Saporetti JR, A.; Meira Neto, J.A.; Almado, R.P. 2003. Fitossociologia de cerrado sensu stricto no município de Abaeté, MG. Árvore, 27(3): 413-419. Silva, V.S.M.; Colpini, C.; Travagin, D.P. 2007. Avaliação das potencialidades florestais e destinação de uso. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso/Faculdade de Engenharia Florestal. (Relatório Técnico). 60pp. Sneath, P.H.; Sokal, R.R. 1973. Numerical taxonomy the principles and practice of numerical classification. San Francisco: W.H. Freeman. 573pp. Uhl, C.; Murphy, P.G. 1981. Composition, structure, and regeneration of a tierra firme forest in the Amazon Basin of Venezuela. Tropical Ecology, 22(2): 219-237. Recebido em 17/12/2007 Aceito em 21/05/2008 679 vol. 38(4) 2008: 673-680 ferreira junior et al.