Humor e política na Corte do Império do Brasil: os periódicos ilustrados e a elite política no século XIX 1



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Transcrição:

Humor e política na Corte do Império do Brasil: os periódicos ilustrados e a elite política no século XIX 1 LOPES, Aristeu Elisandro Machado (Doutor) 2 Universidade Federal de Pelotas/Rio Grande do Sul Resumo: A imprensa ilustrada no Brasil se desenvolveu, sobretudo, a partir dos anos 1860 no Rio de Janeiro, então centro político do país e sede do Império do Brasil. Entre os principais jornais estavam: Semana Illustrada, Revista Illustrada, O Mosquito, A Vida Fluminense e O Mequetrefe. Notícias e temas variados eram tratados nas páginas de humor destes periódicos; um foco, contudo, foi à política do tempo, a qual constantemente era abordada nos desenhos ilustrados e noticiada como em uma história em quadrinhos. A proposta desta comunicação visa averiguar um dos temas políticos visados pelos caricaturistas: a elite política imperial através dos desenhos de humor sobre os presidentes dos Conselhos de Ministros do Império do Brasil. Notadamente, o trabalho abordará as ilustrações que satirizaram o presidente Lafayette Rodrigues Pereira publicadas na Revista Illustrada. Estes jornais de humor acompanharam, ao longo dos anos que circularam, as mudanças políticas que provocaram a queda, e em seguida a ascensão, de um novo presidente do Conselho. As ilustrações satirizavam os políticos representando-os em cenas cômicas e, assim, aproveitavam para tratar com humor os partidos, Liberal e Conservador, que se alternavam no poder. Este trabalho igualmente é uma contribuição à história do jornalismo no Brasil, considerando os jornais ilustrados como publicações precursoras do humor na imprensa brasileira. Palavras-chave: Imprensa ilustrada; Política; Humor; Brasil Considerações iniciais A imprensa ilustrada que circulou no Brasil do século XIX se caracterizou por suas ilustrações relacionadas ao humor. Contudo, ao mesmo tempo que publicavam em suas páginas desenhos humorísticos, também desenvolviam uma sátira aguçada. Os periódicos ilustrados alcançaram notoriedade nas últimas décadas do século XIX, sobretudo no Rio de Janeiro, centro político do Império do Brasil. Entre outros, destacaram-se a Semana Illustrada (1860-1876), A Vida Fluminense (1868-1875), O Mosquito (1869-1877), O Mequetrefe (1875-1893) e a Revista Illustrada (1876-1898). 1 Trabalho apresentado no GT de História da Mídia Audiovisual e Visual, integrante do 10º Encontro Nacional de História da Mídia, 2015. 2 Mestre e Doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor Adjunto do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pelotas. Coordenador do Laboratório interdisciplinar de pesquisa e ensino em entretenimento e mídias LIPEEM/UFPel. E-mail: aristeuufpel@yahoo.com.br

Nesse conjunto, a Revista Illustrada de Angelo Agostini alcançou um sucesso que até aquele momento nenhum outro periódico havia conquistado. Monteiro Lobato (1956, p.16) nas Ideias de Jeca Tatu, ao comentar sobre a caricatura no Brasil, assim se referiu ao periódico: Quadro típico de cor local era o do fazendeiro que chegava cansado da roça, apeava, entregava o cavalo a um negro, entrava, sentava-se na rede, pedia café a mulatinha e abria a Revista. A longa circulação do jornal lhe permitiu acompanhar momentos importantes da história política do Brasil como a Abolição dos escravos em 1889 e a Proclamação da República em 1889. O jornal teve uma atuação destacada na campanha pelo fim da escravidão no Brasil e no período republicano adotou uma posição abertamente republicana, com uma posição favorável aos governos dos primeiros presidentes, diferenciando-se dos demais que eram críticos 3. É a partir da Revista Illustrada que se pretende desenvolver o objetivo deste trabalho. Os periódicos do século XIX se caracterizam por sua vertente de humor, que satirizava tudo e, neste sentido, a política da época não passou despercebida. Tomando como direcionamento os desenhos humorísticos veiculados na Revista Illustrada pretende-se averiguar um dos temas políticos visados pelos caricaturistas: a elite política imperial notadamente os desenhos e considerações sobre os presidentes dos Conselhos de Ministros do Império do Brasil. Como foco da análise foram escolhidas duas ilustrações e textos veiculados sobre um desses presidentes, Lafayette Rodrigues Pereira responsável pela formação do Gabinete em 1883. Angelo Agostini: o fundador da Revista Illustrada A Revista Illustrada iniciou sua circulação em janeiro de 1876. O periódico se apresentou com uma referência implícita ao seu fundador: E notem bem que não sou nenhum calouro (...) sou, pelo contrário, um veterano, já há muito calejado nas lides semanais, que, tendo se recolhido temporariamente aos bastidores, volta agora resfolgado a cena (Revista Illustrada, 01/01/1876). O veterano era Angelo Agostini que, de fato, não era um novato no trabalho com periódicos ilustrados. Nascido na Itália 3 Sobre a campanha abolicionista na Revista Illustrada ver: BALABAN (2009). Já em relação a posição republicana ver: LOPES (2010).

em 1843, Agostini se mudou para Paris aos nove anos, permanecendo na capital francesa cerca de oito anos. Ele veio para o Brasil em 1859 e se estabeleceu em seus primeiros anos na cidade de São Paulo iniciando sua carreira de caricaturista com o lançamento de dois periódicos: Diabo Coxo (1864-1865) e Cabrião (1865-1867) (BALABAN, 2009). Ao se mudar para o Rio de Janeiro em 1867 contribuiu com o periódico Arlequim, substituído no ano seguinte por A Vida Fluminense, no qual ficaria até 1871 quando então assumiu o periódico O Mosquito, permanecendo neste até 1875. No ano seguinte, portanto, começava a veiculação da Revista Illustrada. O periódico contou na parte ilustrada, além de Agostini, com a colaboração de outros artistas como Bento Barbosa, Hilário Teixeira e Antonio Bernardes Pereira Netto. Este contribuiu com as ilustrações da Revista a partir de 1888 e, de maneira direta, após a saída de Agostini ainda nesse ano devido a sua mudança para Paris. Sobre a substituição Herman Lima (1963, p.903) destaca que Pereira Netto se tornaria mesmo quase um duplo, pela facilidade inaudita com que substituiria o mestre italiano. Pereira Netto permaneceu na Revista Illustrada até o encerramento de suas atividades em 1898 (OLIVEIRA, 2006, p.104). A elite política Imperial Entre os grupos que constituíam a elite da política brasileira do século XIX, o mais importante era aquele formado pelos ministros. Eles eram os agentes do poder executivo, cujo titular era o Imperador, que tinha total liberdade em escolhê-los (CARVALHO, 1996, p.49). Os ministros compunham um Gabinete que deveria desempenhar as funções administrativas do império, enquanto o Imperador desempenhava o Poder Moderador, o que lhe dava plenos direitos para demitir o presidente do conselho e convocar outro para formar um novo gabinete. Após a criação do cargo do Presidente do Conselho de Ministros em 1847 o Imperador passou a escolher apenas o presidente que deveria selecionar seus auxiliares, constituindo o Gabinete formado por sete membros (CARVALHO, 1996, p.49). Ao longo dos 49 anos do reinado de Dom Pedro II, houve 48 gabinetes, com uma média de quase um por ano (IGLÉSIAS, 1992, p.199). Contudo, vale considerar que na

presidência de alguns gabinetes nomes se repetiram, como, por exemplo, o Duque de Caxias que em três ocasiões entre 1856 e 1857, 1861 e 1862 e 1877-1878. Ainda, as mudanças constantes no cargo de presidente do Conselho de ministros levava a uma certa alternância entre os dois partidos monárquicos, o Partido Liberal e o Partido Conservador. Desde o final dos anos 1860, com a queda do Gabinete Zacarias, os conservadores se mantiveram no poder ao longo dos anos 1870. No entanto, os liberais retornaram a ocupar o principal cargo político do Império no final dessa década e se mantiveram no poder até meados dos anos 1880. Essa situação possibilitou a criação da expressão: nada tão parecido com um saquarema do que um luzia no poder (MATTOS, 2004, p.115). Essa frase, que identifica os saquaremas aos conservadores e os luzias aos liberais foi utilizada comumente a partir de meados do século XIX. Segundo Ilmar Mattos (2004, p.115) a frase serviu para caracterizar, com base numa ótica negativa, os partidos políticos no Brasil, quer estejam falando dos do Segundo Reinado, que estejam se referindo aos de época mais recente. Entre a ascensão, a queda e a formação de um novo Gabinete, a Revista Illustrada acompanhou 11 presidentes entre o primeiro ano de sua circulação até o final do Império do Brasil. Em 1876, quando o periódico foi lançado, presidia o Conselho o Duque de Caxias; já nos meses anteriores a Proclamação da República o periódico acompanhou as crises que levaram a derrocada em 1889 do Gabinete comandado por João Alfredo Correa de Oliveira, importante na atuação, ao lado da Princesa Isabel, pela Abolição dos Escravos em 1888 (DAIBERT JUNIOR, 2004). O seu substituto, Afonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto, ficaria no poder até a Proclamação da República em 1889. A posição da Revista Illustrada, no que se refere a esses Presidentes, foi, predominantemente, crítica. Única exceção é feita ao tratamento dado pelo periódico a João Alfredo, devido ao fim da escravidão que era a principal bandeira de reivindicação do periódico. Contudo, essa posição amigável não perdurou e quando de sua demissão do cargo o periódico já o satirizava em suas páginas. O posicionamento crítico do periódico pode ser averiguado num momento peculiar da história dos presidentes do conselho de ministros quando um político liberal, mas com um passado republicano, foi

convocado por Dom Pedro II para organizar um novo Gabinete: Lafayette Rodrigues Pereira. Lafayette Rodrigues Pereira, meio republicano, meio monarquista Lafayette Rodrigues Pereira (1834-1917), nasceu na cidade mineira de Queluz 4 e foi um político de destaque no Brasil Imperial. Em 1870 o Partido Republicano foi oficialmente fundado no Rio de Janeiro e entre os signatários do Manifesto Republicano estava Lafayette Rodrigues, o qual também atuou no Clube Republicano e colaborou na redação da jornal República entre 1870 e 1874 (BOEHRER, 2000, p.41-47). Logo após a entrada dos liberais no poder com o Gabinete presidido por Sinimbu em 1878 ele se tornaria Ministro da Justiça. A posição do político logo seria tratada na Revista Ilustrada numa de suas crônicas. O texto foi publicado na Revista Ilustrada em 04/05/1878 pouco após a formação do Gabinete dos liberais. A crônica intitulada O Cavalo de Tróia e assinada pelo pseudônimo Junio, iniciava pedindo que respeitassem o senhor Lafayette, uma vez que ele conserva ainda puras as suas crenças republicanas e que o fato de ter aceitado o cargo de ministro era uma tática de guerra. A estratégia era composta pelo dolo e a manha e, conforme o periódico, esses recursos foram usados pelos antigos como na guerra entre Grécia e Tróia narrada por Homero na Ilíada. O jornal assegurava que iguais soluções eram empregadas em terras brasileiras, e que para alcançarem seus objetivos os republicanos enviaram um presente para o Império: Há quase dez anos que o partido republicano dá caça a nossa velha monarquia. Vendo-a, porém, forte e com mantimento ainda para muito tempo, recorreu ao estratagema helênico. O Sr. Lafayette é o cavalo de Tróia que os republicanos destacaram para o ministério e que há de destroçar a monarquia; é um presente de grego que os republicanos fizeram a S. M o imperador. (Revista Ilustrada, 04/05/1878). Assim, afiançava o colaborador do periódico, não havia motivos para tantas críticas a Lafayette Pereira, o republicano sincero e capaz de todos os sacrifícios em 4 Atualmente a cidade se chama Conselheiro Lafaiete, uma homenagem a Lafayette Rodrigues Pereira.

bem da causa que abraçou. No final, o autor defendia o ministro, embora não comungasse de suas ideias, mas, ao contrário, declarava ser monarquista, muito monarquista. O texto da Revista foi escrito num tom irônico para satirizar o ministro e suas mudanças de posição política: antes republicano e agora liberal. Comparado com o cavalo de Tróia, o ministro surge como um presente para o Imperador Dom Pedro II, o qual aceitou a regalia; uma vez dentro do governo, o republicano Lafayette iria usar de todos os seus recursos para acabar com a Monarquia e implantar em seu lugar a República. A sátira ainda salientava que há dez anos os republicanos tentavam dar fim à Monarquia; mesma quantidade de anos que a Guerra de Tróia durou até a entrada do cavalo na cidade. O mesmo tom irônico foi dado ao noticiar o período de férias dos ministros, relatando as cidades para as quais deveriam se dirigir. Infelizmente, segundo a opinião do periódico, alguns deles não viajariam, como o Lafaytte Pereira, considerado meio senador, meio deputado, meio republicano, meio monarquista. (Revista Illustrada, 06/12/1879) A sátira a ele destacava sua mudança partidária e os cargos políticos que havia desempenhado em sua carreira até aquele momento. Lafayette Pereira foi presidente das Províncias do Ceará e Maranhão nos anos 1860, após tornou-se deputado e teve seu nome incluído na lista tríplice enviada ao Imperador como candidato ao Senado pela Província de Minas Gerais; mesmo não sendo o mais votado foi o escolhido e assumiu o cargo em 1879. Somente se retirou do Senado em 1883 para assumir, a convite do Imperador, o cargo de Presidente do Conselho de ministros. O novo quadro da reorganização política brasileira não passou despercebido na Revista Illustrada que, novamente, aproveitou o passado político do novo presidente para abordar sua chegada ao cargo mais prestigiado da administração imperial. Ao longo dos meses em que permaneceu no poder entre 24 de maio de 1883 e 06 de junho de 1884 a Revista publicou aproximadamente 28 desenhos ilustrados nos quais Lafayette Rodrigues Pereira aparece diretamente envolvido com a política de seu Gabinete. A ascensão de Lafayette começou quando terminou a gestão do Gabinete formado pelo Marques de Paranaguá. Contudo, mesmo pedindo demissão do cargo, Paranaguá se dispôs a colaborar com Dom Pedro II na formação de um novo Gabinete.

É provável que o seu auxílio estava relacionado ao fato de não deixar que no seu lugar fosse chamado um membro do Partido Conservador, o que de fato não aconteceu já que Lafayette, assim como Paranaguá, era filiado ao Partido Liberal. A Revista Illustrada passou, então, a narrar, em uma história em quadrinhos a busca pelo novo Presidente, enfatizando que ela era feita por salvadores da Pátria. Nos desenhos ilustrados analisados a seguir o periódico enfatizava que a nomeação de Lafayette Rodrigues foi feita somente depois que todos os possíveis presidentes previstos por Dom Pedro II recusaram o cargo. No primeiro quadro o desenhista apresentou o Diógenes paranaguaense, numa alusão ao ex-presidente associado ao filósofo grego Diógenes de Sínope. Uma das anedotas folclóricas sobre o filósofo afirmava que ele andava de dia pelas ruas com uma lanterna acesa procurando por homens verdadeiros, virtuosos. Essa é a mesma tarefa desempenhada por Paranaguá. Contudo, conforme a legenda do desenho afirmava, percorreu toda a cidade sem encontrar coisa que lhe servisse (Figura 1). No quadro seguinte parece que o Diógenes brasileiro encontra uma solução. Ao avistar do Largo do Paço a cidade de Niterói lembrou-se de José Bonifácio, mas a dificuldade estava em resolvê-lo a aceitar. No terceiro quadro surgem outras figuras de destaque do Partido Liberal, tratase, conforme o periódico, da comissão de resolvedores. Constituíam esse grupo os conselheiros Gaspar Silveira Martins, Senador Dantas e Bezerra de Meneses; os três foram ao encontro de José Bonifácio, agora chamado pelo periódico de novo salvador, levando a túnica, o manto e o resplendor e convencê-lo que deveria salvar a Pátria. Os elementos que são levados pelos conselheiros e a forma como o periódico chama os possíveis candidatos ao cargo remete a outra questão aproveitada nesse momento pelo periódico. Em outras palavras, ao transformarem os políticos procurados para ocupar o cargo no salvador da Pátria, fazem uma referência a crença religiosa em Jesus Cristo como o salvador do mundo. Para o periódico a ocupação do cargo político tinha um efeito salvador semelhante àquele desempenhado por Jesus Cristo na salvação da Humanidade. Assim, aceitar a túnica, o manto e o resplendor era uma demonstração de sacrifício pelo Império do Brasil que no começo dos anos 1880 começava a enfrentar uma cada vez mais organizada oposição: O que ocorreu na década de 1880, foi a

ampliação do espaço público através de associações, conferências, imprensa, livrarias, confeitarias, clubes, mobilizações populares, etc (MELLO, 2007, p.14). Figura 1: O Diógenes Paranaguaense Fonte: Revista Illlustrada, 26/05/1883, nº342, p.5. Acervo: Hemeroteca Digital/Biblioteca Nacional Apesar do contexto de politização do Rio de Janeiro ocorrer com mais afinco nos anos finais da década, já no seu começo a situação política não era calma. Desde os anos 1870 começou a se formar na capital do Império um grupo de opositores ao regime monárquico constituído a partir de matrizes políticas diferenciadas, entre as quais estavam os abolicionistas e republicanos (ALONSO, 2002). Aquele que assumisse a tarefa de constituir o Gabinete teria que lidar com essa oposição; é provável que José Bonifácio importante nome na luta contra a escravidão tenha negado tal convocatória justamente para não entrar em contradição com a causa abolicionista. Conforme a Revista, ele procurou o imperador e recusou a função: O novo salvador indicado e implorado apresentou-se ao Todo Poderoso: desistiu da honrosa incumbência e entregou a roupa de salvação (Figura 2).

Figura 2: O Diógenes Paranaguaense e Lafayette Rodrigues Fonte: Revista Illlustrada, 26/05/1883, nº342, p.8. Acervo: Hemeroteca Digital/Biblioteca Nacional

Essa legenda está nos desenhos da página 8 que compõem o segundo quadro da continuação da história em quadrinhos. É nessa página que o Imperador surge na história pela primeira vez. Ele é apresentado vestindo um traje peculiar: não está vestido com casaco e calças como os demais que aparecem nos desenhos como também não está com o seu traje de gala. Dom Pedro II, apesar de trazer um coroa com raios de sol, parece vestir um camisolão. A visão do imperador, criada por Agostini, não se distancia de outras produzidas pelo artista e compartilhada por outros desenhistas do império. Lilia Schwarcz (1998. p.420) destaca que o Imperador representado nas caricaturas, sobretudo a partir de meados dos anos 1870, era descrito como um Pedro Banana ou Pedro caju, que pensava em viagens, tinha mania de erudição e era sonolento. A forma desleixada com foi apresentado nesses desenhos não foge a essa regra. A interpretação do artista da Revista que era repassada aos leitores ganha mais sentido ao se verificar que ele está, nos três momentos nos quais aparece nessa página, de chinelos, ou seja, numa situação cômoda em seu palácio apenas esperando que o seu novo presidente se apresente para governar o país. O desleixo do Imperador com seus trajes parece mostrar que esse desleixo também era para com o Brasil Sem substituto, Paranaguá retoma a busca pelo novo presidente: O Diógenes do Paço foi de novo encarregado de descobrir um homem que quisesse aceitar a honrosa incumbência de organizar ministério. O quadro apresenta Paranaguá novamente com a lanterna e com os apetrechos destinados ao salvador ; contudo, como não achara coisa melhor, resolveu atirar com todo o aparelho de salvação no Dantas (pai) 5. No entanto, apesar de aceitar inicialmente, Dantas igualmente recusa o cargo afirmando que Esta situação política não é lá para que digamos quase tantos conservadores como liberais. A explicação da fala de Dantas e o porquê de não aceitar o cargo aparecem somente no penúltimo quadro quando, então, revela que o número de conservadores na câmara é o empecilho. Dantas resolve se dirigir ao paço e entregar a roupa de salvador. O imperador surge um tanto impaciente com a falta de uma solução, conforme a legenda Dom Pedro II indaga: Então ninguém o quer? Nem o Dantas!! 5 O periódico destaca que se trata de Manoel Pinto de Sousa Dantas e não de seu filho Rodolfo Epifânio de Sousa Dantas, ambos políticos atuantes naquele momento e filiados ao Partido Liberal.

Por fim, o imperador responde: Já sei, sei ; e aponta a solução para o impasse: Mandem-me o Lafayette, ouviu?. No último quadro aparece Lafayette Rodrigues curvado diante do imperador e segurando numa das mãos um turíbulo. O Imperador aparece em pé, numa posição que lembra as cerimônias de outorga de títulos de cavaleiros ou nobiliárquicos, e entrega as roupas de salvador para Lafayette que, apesar de tentar se explicar acaba assumindo o cargo de salvador da Pátria. O diálogo da legenda ressalta que o imperador, dessa vez, não aceitou recusas ao cargo, ao mesmo tempo que demonstra a hesitação de Lafayette Rodrigues em aceitá-lo: - Vossa Majestade desculpará se desisto da honrosa incum... - O que? Não senhor. Tome lá esta vestimenta; e fique sabendo que o senhor é o único homem para esta câmara. A natureza deu-lhe o dom de poder olhar tanto para os liberais como para os conservadores satisfazendo, assim, ambos os partidos. - Porém... - Assim o tenho entendido e mando executar. Através do diálogo é possível retornar a negativa de Saraiva, ou seja, se para este o problema estava no número de conservadores na Câmara, para Dom Pedro II a natureza de Lafayette Rodrigues saberia contornar essa situação. No entanto, o desenhista ao comentar sobre a natureza de Lafayette provavelmente não se referia apenas ao seu dom de olhar tanto para os liberais como para os conservadores, aqui estava implícita a própria carreira de Lafayette alicerçada por um começo liberal, mas com uma passagem pelo Partido Republicano. A Revista ressaltava a opinião do Imperador ao colocar na mão de Lafayette o turíbulo usado neste momento para incensar as vestes do salvador, as quais seriam vestidas por ele. Além disso, é possível considerar que o uso do turíbulo estava associado também a posição que seria adotada pelo novo presidente, ou seja, a fumaça provocada pelo incenso queimado no turíbulo envolveria os partidos satisfazendo, assim, a ambos. A Revista Illustrada, apesar de atribuir ao novo presidente a capacidade de governar olhando para os dois partidos imperiais, não adotou uma posição simpática. No artigo publicado logo após a solução do impasse e no qual apresentavam aos seus leitores quem fora o escolhido do imperador, o tom do periódico já era revelado: Abandonado, desprezado o Sr. D. Pedro Segundo, monarca, teve de, para ser servido,

ir bater à porta de um republicano, que aceitou pressuroso e contentíssimo. E querem ser tomados a sério! (Revista Illustrada, 26/05/1883). Na sequência o texto retoma a posição ambígua de Lafayette mas, ao contrário da situação abordada no quadro da ilustração acima, agora não era tratada a possível satisfação que seu nome proporcionaria tanto aos liberais como aos conservadores, tratava-se da sua militância dentro do Partido Liberal: Há de tudo no seu seio: todas as frações do Partido Liberal. Essas frações apontavam as escolhas políticas de Lafayette que se tornou um liberal da ala radical após o fim do Gabinete Zacarias em 1868 (CARVALHO, 2007, p.24). Depois integrou o grupo de políticos não satisfeitos com a re-estruturação do partido e que se aliaram com simpatizantes republicanos e criaram uma oposição externa às bases da Monarquia, se retirando do Partido Liberal e ingressando no Partido Republicano em 1870 (CARVALHO, 1996, p.207). Por fim, sua retomada aos liberais em 1878. O artigo ainda fazia uma previsão sobre o novo Gabinete: Esse que nos dá o senhor Lafayette por força, sem programa, sem principio e nem ideias, cairá ao primeiro choque. Lafayette resistiria por mais de um ano e nesse período foi motivo às sátiras da Revista Illustrada. Outra maneira de satirizar Lafayette Pereira foi aumentar os seus olhos, como pode ser visto no último quadro da figura 2. As legendas que acompanham outras ilustrações referem os olhos esbugalhados do presidente. A forma como Lafayette foi confeccionado nos desenhos da Revista podem ser considerados como caricaturas. Nelas são evidenciadas as características de uma caricatura: carregam, ampliam ou acentuam certos aspectos do caricaturado, aumentando desproporcionalmente os seus defeitos (BELLUZZO, 1992). Além dos olhos esbugalhados, Agostini explorou a cabeça desproporcional ao corpo e a calvície frontal deixando alguns fios de cabelo pendentes em frente a testa avantajada 6. Algumas semanas após a veiculação dessa ilustração Lafayette Rodrigues deixava o cargo substituído pelo Senador Dantas, o mesmo que antes havia recusado. Ao noticiar o novo presidente a Revista afirmava que para Lafayette o poder foi como aquele outeiro de que nos fala Camões: mais fácil de descer do que de subir (Revista Illustrada, 14/06/1884). 6 A melhor descrição satírica de Lafayette não foi publicada na Revista Illustrada, mas no periódico O Mequetrefe em 14/06/1879: O estrábico andou de olho fino. Sujeito caolho, manhoso como um caramujo, é por demais conhecido pelo olho torto.

Considerações Finais A situação de Lafayette Rodrigues Pereira elevou a inspiração de Angelo Agostini na parte ilustrada do periódico e também aquela de seus colaboradores na parte textual. Tanto nas imagens como nos artigos e notícias aproveitaram a verve humorística e satírica da Revista nas composições. Os desenhos de Lafayette exploravam a sua cabeça. Ele tinha uma testa saliente, anunciando um início de calvície; essa característica física foi acentuada nos desenhos, assim como os olhos esbugalhados. Contudo, a crítica publicada no periódico dirigida a Lafayette pode ser entendida a partir de alguns pontos essenciais para compreender a política do tempo. Inicialmente, os desenhos do presidente foram uma forma de criticar a infidelidade partidária dos ex-republicanos, que se tornaram liberais ou retornavam ao aconchego do Partido Liberal quando de seu retorno ao poder a partir de 1878. O caso de Lafayette tornou-se o mais visado por que ele foi o político com passado republicano que mais se destacou ocupando o cargo de Presidente do Conselho de Ministros do Império. A Revista Illustrada, assim como outros periódicos ilustrados do século XIX, é uma fonte importante à compreensão da vida política do Brasil Imperial. Os desenhos humorísticos transmitem de uma forma peculiar, se comparado com as notícias sérias veiculadas nos jornais diários, informações e opiniões preciosas e irreverentes sobre a construção das discussões políticas nesse momento da história do Brasil. Dessa forma, se considera os jornais de ilustração como uma fonte importante para a história do jornalismo brasileiro. A experiência de Lafayette Rodrigues Pereira no cargo de Presidente do Conselho de Ministros do Império do Brasil nas páginas da Revista Illustrada demonstra tal relevância, uma vez que apresenta um tema da política do Império a partir de outro viés, ou seja, com desenhos e textos humorísticos. Fonte: A Revista Illustrada pertence ao acervo da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional- Rio de Janeiro-RJ. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervodigital

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