DIFICULDADES ESPECÍFICAS NA APRENDIZAGEM DA LEITURA: DISLEXIA RESUMO



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Transcrição:

DIFICULDADES ESPECÍFICAS NA APRENDIZAGEM DA LEITURA: DISLEXIA DORIS ADRIANE MEINE ELISANDRA DA SILVA SOUZA TÂNIA MARIA DE LONGARAY VALDETE LAZAROTI DE CARVALHO AGLAE CASTRO DA SILVA SCHLORKE RESUMO Este artigo tem por finalidade uma abordagem teórica mais aprofundada sobre as dificuldades específicas da aprendizagem, a Dislexia. Através de pesquisa a teóricos e entrevista com uma fonoaudióloga, buscamos compreender o que é dislexia e procuramos sugestões de atividades para tentar sanar as dificuldades no processo de leitura da criança, para que a mesma tenha um desenvolvimento normal em sua aprendizagem. Palavras-chaves: dificuldades de aprendizagem, leitura, criança INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo um aprofundamento teórico sobre as dificuldades específicas da aprendizagem da leitura, a Dislexia, e também, sugestões de atividades para que a criança possa superar esta dificuldade e ter uma vida normal. A Dislexia é um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletrada, que impede uma criança de ler e compreender com a mesma facilidade com que fazem as crianças da mesma faixa independente de qualquer causa intelectual, cultural ou emocional, é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Em entrevista com uma fonoaudióloga, ela nos colocou que não existe nenhuma atividade ou modelo de jogo específico para sanar o problema de dislexia numa criança,

mas sim um tratamento reeducativo para solucionar as dificuldades que impedem ou dificultam o desenvolvimento normal do processo da leitura. O QUE É DISLEXIA? De acordo com a ABD, Associação Brasileira de Dislexia, a definição vem do grego e do latim: Dis, de distúrbio, vem do latim, e Lexia, do grego, significa linguagem. Ou seja, Dislexia é uma disfunção neurológica que apresenta como conseqüência dificuldades na leitura e escrita. É um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletrada, que impede uma criança de ler e compreender com a mesma facilidade com que fazem as crianças da mesma faixa independente de qualquer causa intelectual, cultural ou emocional, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Para Selikowitz (2001, p.47) a dificuldade específica de leitura é a mais conhecida e a mais estudada forma de dificuldade específica de aprendizagem. Esta é uma condição a qual muitos se referem como dislexia. Segundo García (1998, p.173) o início costuma situar-se em torno dos 7 anos (segundo ano da Educação Primária) ou, em casos mais graves, antes, no nível anterior. Ainda que, nos casos mais leves ou quando se associa a níveis altos de inteligência, não se detecte até mais tardiamente, em torno dos 9 anos (quarto ano da Educação Primária) ou, inclusive, mais tarde. Todo o desenvolvimento da criança é normal até entrar na escola. É um problema de base cognitiva que afeta as habilidades lingüísticas associadas à leitura e à escrita, pois não existem disléxicos entre os analfabetos. A dislexia só vai ser diagnosticada quando a criança estiver na 1ª ou 2ª série do ensino fundamental. Nesse sentido, a dificuldade na leitura significa apenas o resultado final de uma série de desorganizações que a criança já vinha apresentando no seu comportamento pré-verbal, não-verbal, e em todas aquelas funções básicas necessárias para o desenvolvimento da recepção, expressão e integração, condicionadas à função simbólica. A dislexia, como dificuldade de aprendizagem, verificada na educação escolar, é um distúrbio de leitura e de escrita que ocorre na educação infantil e no ensino fundamental.

Em geral, a criança tem dificuldade em aprender a ler e escrever e, especialmente, em escrever corretamente sem erros de ortografia, mesmo tendo o quociente de Inteligência (QI) acima da média. Dislexia como causa dos distúrbios de leitura, porque a criança disléxica demonstra sérias dificuldades com a identificação dos símbolos e gráficos no início da sua alfabetização, o que acarreta fracasso em outras áreas que dependem da leitura e da escrita. Em geral, ela é considerada relapsa, desatenta, preguiçosa, sem vontade de aprender, o que cria uma situação emocional que tende a se agravar, especialmente em função da injustiça que possa vir a sofrer. (JOSÉ, 2004, p.91) Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela tem sido vista como uma condição hereditária devido a alterações genéticas mas tal só acontece numa pequena percentagem de casos. Ela também é caracterizada por apresentar alterações no padrão neurológico. (Internet) O quadro estatístico mundial afirma que cerca de 15% a 30% das crianças em idade escolar, apresentam dificuldades de aprendizagem, e desse quadro cerca de 10 a 15% da população mundial é disléxica.(internet) Selikowitz (2001, p.48) diz que a dificuldade específica de leitura é, portanto, uma forma de dificuldade específica de aprendizagem onde a leitura é a habilidade particularmente afetada e que o diagnóstico da dificuldade específica de leitura é baseado no grau de atraso da leitura e não em tipos específicos de erros que a criança comete. O diagnóstico precoce é imprescindível para o desenvolvimento contínuo das crianças disléxicas; reconhecer as características é o primeiro passo, para que se possam evitar anos de dificuldades e sofrimentos, induzindo esta criança, fatalmente ao desinteresse pela escola. Crianças com dificuldades escolares necessitam de atenção, de educação e ensino diferenciados para que possam desenvolver suas habilidades, e quanto mais cedo for detectado o problema, melhores serão os resultados. A dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica, dependendo do caso é necessário uma avaliação de outros profissionais, tais como Neurologista, Oftalmologista entre outros. O disléxico sempre contorna suas dificuldades. Ele responde muito bem a tudo que passa para o concreto. Tudo que envolve os sentidos é mais facilmente absorvido. O

disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente. Uma Leitura lenta sem modulação, sem ritmo e sem domínio da compreensão, interpretação do texto lido, confundir algumas letras, sérios erros ortográficos, dificuldades de memória, dificuldades no manuseio de dicionários e mapas, dificuldades de copiar do quadro ou dos livros, tendência a uma escrita descuidada, desordenada e às vezes incompreensível; inversões, omissões, reiterações e substituições de letras, palavras ou sílabas na leitura e na escrita, são apenas algumas das características disléxicas que podem ser observadas nas crianças com dificuldades escolares. Numa primeira etapa da aprendizagem, algumas crianças podem apresentar estas características, e esses são considerados erros normais dentro do processo da aprendizagem, é preciso então, distinguir, essas dificuldades das dificuldades disléxicas que são mais profundas, constantes e contínuas. Uma incapacidade para ler não somente cria problemas para a aprendizagem escolar como limita a maturidade social, as relações sociais e a tomada de responsabilidade. Leva à dependência em relação a outras pessoas numa intensidade que não se espera nas crianças com inteligência normal. As crianças que não aprendem a ler geralmente são categorizadas como sendo mentalmente limítrofes ou emocionalmente perturbadas. A criança disléxica não é nem uma coisa nem outra. Tipicamente, ela é de inteligência normal e deseja muito aprender a ler. Reprovações e abandono escolar são ocorrências comuns na vida escolar do disléxico. Existem também conseqüências mais profundas, no nível emocional, como diminuição do autoconceito, reações rebeldes e delinqüências, ou de natureza depressiva. Os disléxicos precisam de tratamento especializado tanto quanto outros deficientes na área da linguagem, mas precisam, e muito, do auxílio do professor. É somente através de um trabalho paciente e constante que o professor poderá prestar à criança a ajuda que ela tanto necessita. Uma mulher poder ter histórico de dislexia na família e algumas vezes apresentar uma dislexia leve que pode passar despercebida, mas a ocorrência é de duas a três vezes maior em homens.(internet)

Até muito pouco tempo atrás, antes de se saber que era um problema de natureza genética, a dislexia era tratada como um problema emocional causado por trauma de separação de mãe e de filho.(internet) O professor tem o papel de dirigir um olhar flexível para cada aluno que tenha dificuldade. Principalmente compreender a natureza dessas dificuldades, buscar um diagnóstico especializado e uma orientação para melhorar o dia-a-dia da criança. Começa com um distúrbio de leitura e escrita e acaba com um problema que pode durar a vida inteira, como depressão e baixa auto-estima. Você acaba tendo implicações sociais, culturais, emocionais e profissionais. O sentimento de incapacidade e a depressão fazem com que o disléxico tenha uma noção tão baixa de si mesmo que não consegue enxergar suas qualidades. O tratamento envolve diferentes profissionais, como fonoaudiólogos, psicopedagogos, pedagogos e neuropsicologos. A criança com dislexia precisa de acompanhamento para estudar. O tratamento inclui dinâmicas com exercícios auditivos, visuais e de memória. O tratamento da dislexia pode ser realizado por meio de exercícios que visam a melhorar as possibilidades de recuperação das crianças que sofrem desse distúrbio. O atual sistema escolar é desenvolvido para a maioria, que é não Disléxica, os Disléxicos ficam a margem de um sistema educacional que os exclui e os aprisiona. Como educadores, é preciso caminhar por conta própria, em busca das informações necessárias para que este quadro se modifique. Existe hoje o projeto Ícaro, que pretende dentro de uma perspectiva de sensibilização e informação, responder a uma necessidade que faz essencialmente presente no atual sistema educacional, pois a desinformação entre pais e educadores, tem deixado de lado as crianças disléxicas ou com problemas de aprendizagem.(internet) Muitos disléxicos, em determinadas atividades, conseguem obter uma performance superior à média do seu grupo etário (na música, desenho, pintura eletrônica, mecânica, na engenharia, nos esportes,...). Alguns estudos mostram que, dentre os inúmeros conceitos existentes, a Dislexia é uma desordem na maneira pela qual o cérebro processa a informação... é enfim, uma combinação de habilidades e dificuldades.

SUGESTÕES PARA AJUDAR A CRIANÇA DISLÉXICA Em conversa com uma fonoaudióloga, ela nos colocou que não existe nenhuma atividade ou modelo de jogo específico para sanar o problema de dislexia numa criança, mas sim um tratamento reeducativo para solucionar as dificuldades que impedem ou dificultam o desenvolvimento normal do processo da leitura. Este tratamento reeducativo deve basear-se num diagnóstico analítico do nível de leitura e das dificuldades específicas e sua formulação deve incluir de preferência o que se segue: - tipos de materiais que deverão ser utilizados; - tipos de exercícios que a criança irá realizar conforme seu nível de leitura e suas dificuldades específicas; - distribuição do tempo para o cumprimento dos objetivos; - avaliação do tratamento reeducativo. A avaliação é necessária para comprovar os resultados do ensino e para reajustar métodos e procedimentos reeducativos. Entre as atividades sugeridas para o tratamento reeducativo estão: - estabelecer horários para refeições, sono, deveres de casa e recreações; - reforçar a ordem das letras do alfabeto, cantando e dividindo-as em pequenos grupos; - leitura de histórias que se encontrem no nível de entendimento da criança; - uso de lápis ou caneta grossos, com película de borracha ao redor e que sejam de forma triangular; - dominó de palavras, onde a criança associa a palavra ao objeto correspondente; - textos com rimas; - ensinar a criança a sentir as letras através de diferentes texturas de materiais, como papel crepom, palito, massa de modelar, etc; - quebra-cabeça de desenho e nome correspondente; - jogo do o que é, o que é?; - bingo de palavras;

- uso de recortes de figuras para que a criança associe ao som correto; - adotar o uso de provas orais para que o aluno disléxico tenha um melhor desempenho; - a criança disléxica confunde-se com o volume de palavras e números com que tem de se defrontar. Para evitar isso, arranjar um cartão de aproximadamente 8 cm de comprimento por 2 cm de largura, com uma janela no meio, da largura de uma linha escrita e comprimento de 4 cm. Deslizando o cartão na folha à medida que a criança lê, ele bloqueia o acesso visual para as linhas de baixo e de cima e dirige a atenção da criança da esquerda para a direita, como exemplo abaixo. CONCLUSÃO Conclui-se que a dislexia é um problema de base cognitiva que afeta as habilidades lingüísticas associadas à leitura e à escrita, pois não se trata de uma patologia, uma doença. Acreditamos que as pessoas são disléxicas e não estão disléxicas. Sendo que é importante saber que a dislexia ocorre independentemente do fator sócio-econômico, cultural ou intelectual, mas seus efeitos vão além do seu corpo e de sua inteligência. E que o atual sistema escolar é desenvolvido para a maioria que não é disléxica, ficando os disléxicos a margem de um sistema educacional que os exclui e os aprisiona.portanto, cabe aos educadores ir em busca, por conta própria, das informações necessárias para que este quadro se modifique. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SELIKOWITZ, Mark. Dislexia e outras dificuldades de aprendizagem. Trad.Alexandre S.Filho. Rio de Janeiro: Editora REVINTER Ltda. 2001. JOSÉ, Elisabete da Assunção. COELHO, Maria Teresa. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Ed.Ática, 2004. GARCÍA, JESUS Nicasio. Manual de Dificuldades de Aprendizagem. Linguagem, leitura, escrita e Matemática. Trad.Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.