denº 23 - Novembro de 2005



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Transcrição:

TURISMO LISBOA denº 23 - Novembro de 2005 Concorrência nos Short e City Breaks Lisboa penalizada pelo transporte aéreo Ministro Mário Lino afasta low cost de Lisboa OBSERVATÓRIO do TURISMO de LISBOA NO INTERIOR Índice LISBOA 1343 Outubro de 2005 Lisboa vista de fora New York Times elogia animação lisboeta MTV dá Best Host City Award a Lisboa Audiência atinge mil milhões de telespectadores

ÍNDICE Editorial, por Carlos Ornelas Monteiro... 6 Noticiário Nacional... 8 Noticiário Internacional... 18 Observatório... 21 Entrevista... 33 Boletim Interno... 36 Market Place... 40 A Fechar, por Vítor Costa... 50 Visões por João Lagos, Manuel Graça Dias e Fernando Nobre Lisboa vai ter 132 novos hotéis? LISBOA-DAKAR Pela primeira vez nos 28 anos de existência da prova, o Rali Dakar ficou com as inscrições fechadas a seis meses da partida. Pág. 4 Custo do transporte aéreo penaliza Lisboa Um estudo realizado pelo Observatório do Turismo de Lisboa concluiu que Lisboa fica a perder para a concorrência mais directa nos short city breaks, em grande parte pelo peso do transporte no custo final da viagem. Pág. 16 Entrevista com Mário Assis Ferreira Quando já falta menos de meio ano para o Casino Lisboa abrir as portas, a RTL quis saber, junto do presidente da Estoril-Sol, o que este novo equipamento vai trazer para a cidade e para a Região de Lisboa. Pág. 33 3 Até 2010, vão ser construídas 132 novas unidades hoteleiras na região da Grande Lisboa, que constituem a maioria dos 179 hotéis a instalar no país. Segundo um estudo da consultora imobiliária Cushman & Wakefield Healy & Baker, citado pela revista Visão, Lisboa tem a maior fatia, a que se segue o Algarve, com 32 novos hotéis. Os Açores recebem seis novas unidades, tantas como a região do Alentejo, e a Madeira, as restantes três.

VISÕES Lisboa-Dakar motiva entusiasmo sem prec João Lagos Presidente da João Lagos Sports 4 Que benefícios vai trazer o Rali Dakar a Lisboa e a Portugal, nomeadamente em termos turísticos? O rali Dakar já realizou 27 edições e é, sem dúvida, um dos eventos mais mediáticos no mundo. O facto inédito da partida para a 28ª edição ser organizada em Lisboa, põe o rali mais perto de África e obriga a que a concentração dos cerca de 700 concorrentes e de milhares de pessoas ligadas à organização, se faça na nossa cidade. A João Lagos Sports ao concretizar este desejo de milhares de aficionados e dos praticantes portugueses de Todo Terreno, põe estas máquinas do deserto ao alcance de todos quantos as queiram visitar na zona de concentração (junto ao Mosteiro dos Jerónimos donde, no dia 31 de Dezembro, será dada também a partida), ou que queiram acompanhar as duas provas especiais que se irão realizar, pela primeira vez em território europeu, em dois troços, o primeiro situado entre Lisboa ao Algarve e o segundo, com saída de Portimão, no dia 1 Janeiro, até à fronteira, já que a caravana embarcará para Marrocos a partir de Málaga. O programa completo e os horários previstos poderão ser consultados atempadamente na abundante documentação impressa e electrónica que na altura estará disponível. Um evento desta envergadura traz benefícios à cidade, desde logo os directos, na hotelaria, comércio, serviços, bastando calcular que se cada pessoa, directamente ligada ao evento e que aqui se desloca, gastar um mínimo de 150 euros por dia entre dormida, refeições e compras durante os 4/5 dias da concentração antes da partida, teremos, por alto, um valor não inferior a 2.000.000 de euros, provavelmente muito superior, se considerarmos os custos com os serviços diversos necessários à organização e os gastos daqueles que aqui se deslocarão apenas para ver as máquinas e a partida. Por outro lado, os benefícios mediáticos serão tremendos: o nome da cidade estará sempre ligado ao rali designado Lisboa-Dakar e figurará nas centenas de horas de emissão de televisão para todo o mundo, nas reportagens, artigos e crónicas que serão enviados para todo o mundo, ajudando a consolidar a imagem de Lisboa, como uma cidade aberta, atlântica, desde sempre ponto de partida para grandes aventuras, e de convergência para os viajantes de todo o mundo. Pela primeira vez nos 28 anos de existência da prova, o Rali Dakar ficou com as inscrições fechadas a seis meses da partida. O director daquele que é considerado o rali mais duro do mundo, Etiénne Lavigne, está consciente de que muita gente ficou insatisfeita e decepcionada, já que o Dakar nunca tinha conhecido um tal entusiasmo desde a sua criação, não só em França mas também noutros países estrangeiros, que constituem 70 por cento das inscrições. Foram muitos os pedidos que continuaram a chegar, mesmo depois de ter sido anunciado que o Dakar já estava esgotado. De facto, em Julho, já não havia lugares disponíveis em qualquer uma das categorias automóveis, motos, camiões e assistência. No total, estão inscritos 748 veículos, 508 dos quais em prova (240 motos, 188 automóveis e 80 camiões), numa edição que envolve 1700 concorrentes, 300 organizadores, 250 jornalistas (contando apenas os que estão integrados na caravana), 90 pilotos de aviação e pessoal de manutenção que vão garantir a operacionalidade de 19 aviões e dez helicópteros. Com 40 nações representadas, o rali confirma o seu carácter internacional. Os franceses serão o maior lote, com 33% dos inscritos, diante dos espanhóis, belgas, holandeses e italianos. Observa-se o reforço de outra tendência: o Dakar abre-se um pouco mais cada ano às mulheres. Serão 23 na partida de Lisboa: 8 em moto e 15 para as categorias Carro e Camião. Noutra vertente, muitos serão os que tentam a aventura pela primeira vez. Com efeito, estarão presentes 38% de caloiros em moto e 8% em automóvel. Visibilidade de Lisboa assegurada A palavra LISBOA estará presente em toda a comunicação da prova, que vai ser acompanhada por milhões de pessoas em todo o mundo. Para ter uma ideia mais aproximada do que a partida do Dakar vai representar para Lisboa e para o País, os números de 2005 ajudam a perceber que se trata de um evento catalisador de atenções, com uma forte mediatização. Na última edição, a prova foi acompanhada por mais de 780 representantes de meios de comunicação social dos cinco continentes, com 25 nacionalidades representadas. Apenas para a cobertura da Grande Partida, a organização acreditou mais de 440 pessoas ligadas aos media. Só em França, país de origem da prova, foram escritos mais de 2400 trabalhos jornalísticos sobre o Dakar, no período entre 20 de Dezembro de 2004 e 1 de Fevereiro de 2005, o que representa uma difusão acumulada de 186 milhões de exemplares. No que diz respeito às transmissões televisivas, em 2005, 84 canais difundiram programas dedicados ao rali, em 187 países, num total acumulado de 563 horas de emissão (mais 30% do que em 2004). Para além o site oficial do Dakar regista um grande número de visitas (2,7 milhões em 2005), especialmente durante os dias da prova.

dentes Lisboa é escolha natural Portugal torna-se, este ano, no terceiro país a receber a partida do principal rali de todo-o-terreno, depois da França e de Espanha, de onde já saíram quatro edições e no 24.º país a ser atravessado pela prova. A escolha de Portugal passou pelo facto de, pela sua localização geográfica e antecedentes históricos, se encontrar numa posição privilegiada para ser um traço de união entre a Europa e África. Por outro lado, o entusiasmo pelo fenómeno desportivo, como ficou provado com o Euro 2004, é outra garantia de que o Dakar vai ser recebido de forma entusiástica, nomeadamente durante as verificações, três dias antes da partida. A concentração das centenas de veículos vai ser feita a partir de 28 de Dezembro, no espaço entre o Centro Cultural de Belém e as instalações da Universidade Moderna, o que promete um período de verificações animado, com os muitos entusiastas que certamente não vão querer perder a oportunidade de assistir ao vivo ao trabalho das equipas. A partida está marcada para 31 de Dezembro, na Praça do Império, frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e a chegada ao Lac Rose, em Dakar, no Senegal, vai acontecer dia 15 de Janeiro de 2006. A lista de participantes portugueses é extensa. Dela fazem parte, em automóveis, Carlos Sousa, Paulo Marques, Ricardo Leal dos Santos, Francisco Inocêncio, Nuno Inocêncio, Hélder Oliveira, Pedro Grancha, Pedro Gameiro, Rui Sousa, Miguel Barbosa, Luís Costa, Madalena Antas e Céu Pires de Lima. Nas motos, Ruben Faria, Paulo Gonçalves e Rodrigo Amaral. Elisabete Jacinto volta entrar na prova ao volante de um camião. 5 Percurso final (etapas) DATA PARTIDA CHEGADA LIGAÇÃO ESPECIAL LIGAÇÃO TOTAL 31/01/05 LISBOA PORTIMAO 186 km 83 km 101 km 370 km 01/01/06 PORTIMAO MALAGA 65 km 115 km 387 km 567 km 02/01/06 NADOR ER RACHIDIA 237 km 314 km 121 km 672 km 03/01/06 ER RACHIDIA OUARZAZATE 56 km 386 km 197 km 639 km 04/01/06 OUARZAZATE TAN TAN 187 km 350 km 282 km 819 km 05/01/06 TAN TAN ZOUERAT 336 km 444 km 12 km 792 km 06/01/06 ZOUERAT ATAR 10 km 499 km 12 km 521 km 07/01/06 ATAR NOUAKCHOTT 34 km 508 km 26 km 568 km 08/01/06 Jornada de repouso em NOUAKCHOTT 09/01/06 NOUAKCHOTT KIFFA 30 km 599 km 245 km 874 km 10/01/06 KIFFA KAYES 1 km km 49 km 333 km 11/01/06 KAYES BAMAKO 50 km 231 km 424 km 705 km 12/01/06 BAMAKO LABE 197 km 368 km 307 km 872 km 13/01/06 LABE TAMBACOUNDA 7 km 348 km 212 km 567 km 14/01/06 TAMBACOUNDA DAKAR 107 km 254 km 273 km 634 km 15/01/06 DAKAR DAKAR 38 km 31 km 41 km 110 km TOTAL 1 541 km 4 813 km 2 689 km 9 043 km

EDITORIAL Por falar em competitividade 6 Numa altura em que o Governo acaba de anunciar os planos para o novo aeroporto internacional, com localização na Ota, convém relembrar o que temos vindo a defender sobre a necessidade de o Turismo, na Região de Lisboa, se manter competitivo. É preciso clarificar, definitivamente, o que se pretende com a criação de novas infra-estruturas de transportes, nomeadamente com um novo aeroporto. Não basta substituir a Portela pela Ota. É preciso analisar cuidadosamente o que acontece quando se afasta de Lisboa a infra-estrutura aeroportuária mais importante do País. O facto de o Aeroporto da Portela estar, para todos os efeitos, dentro de Lisboa, tem sido ao longo dos últimos anos uma vantagem competitiva quase imbatível sobre outros destinos concorrentes. É um facto que em nenhuma outra cidade europeia se pode chegar tão rapidamente ao centro depois de sair do avião. É assim que Lisboa tem conseguido ultrapassar a sua localização periférica, apesar de o custo dos transportes aéreos ser, por essa mesma razão, mais caro do que acontece com a nossa concorrência directa. De resto, isso mesmo é comprovado pelo estudo do Observatório Turismo de Lisboa, que publicamos nesta edição, segundo o qual Lisboa perde competitividade, no conjunto de sete cidades da Europa, pelo facto de as tarifas aéreas serem bastante penalizadoras, em particular quando falamos de companhias aéreas clássicas. A situação só melhora com a entrada em cena dos voos low-cost. No entanto, e mesmo depois de ter sido admitida oficialmente a possibilidade de criar um aeroporto dedicado para estas companhias, algumas das localizações entretanto apontadas não servem, de todo, a Região de Lisboa. Se actualmente já é assim, imagine-se com um aeroporto que fica a quase 50 quilómetros da capital, com as consequências que se adivinham, principalmente nos city e short-breaks, bem como no Turismo de congressos e de eventos. Num tempo em que a procura da competitividade está na ordem do dia, sinais como os que são dados pela Ota não podiam ir mais em sentido contrário. Tudo isto leva-nos a uma conclusão muito simples. O Turismo de Lisboa só pode continuar a ser competitivo se o transporte aéreo e, por maioria de razão, as infra-estruturas que o permitem também o forem. Não querer entender isto é condenar o sector turístico à condição de actividade subalterna, totalmente contrária à importância que efectivamente tem para a economia nacional. O facto de o Aeroporto da Portela estar, para todos os efeitos, dentro de Lisboa, tem sido ao longo dos últimos anos uma vantagem competitiva quase imbatível sobre outros destinos concorrentes. Carlos Ornelas Monteiro Presidente Adjunto do Turismo de Lisboa

HOTEL DTORRE A CONSISTE Uma Parceria de Sucesso 7 Os Hotéis Alexandre Almeida comunicam a selecção da empresa Consiste para a remodelação interior do Hotel da Torre, situado na zona histórica de Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Alexandre de Almeida Director Geral Em resultado da experiência adquirida nos últimos 20 anos, a Consiste encara a remodelação do Hotel da Torre como uma excelente oportunidade para demonstrar como a área da hotelaria se enquadra perfeitamente na sua actividade central de negócio, constituída pelas novas tecnologias e remodelação de edifícios. Fernando Costa Freire Chief Executive Officer Consiste: Beloura Office Park, Edifício 10, Quinta da Beloura, 2710-693 Sintra Tel. 21 910 02 00 Fax 21 910 02 99 Reabertura Prevista em Abril de 2006

NOTICIÁRIO NACIONAL Agências e hoteleiros contra Ota Ota mata Turismo de Lisboa 8 A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) e a Associação dos Hoteleiros de Portugal (AHP), numa posição conjunta, garantem que o aeroporto da Ota vai comprometer o mercado de short breaks e de congressos na cidade de Lisboa. Estes dois segmentos representam cerca de 77% das receitas da hotelaria na região da capital, pelo que se prevê um impacto negativo da deslocalização da maior infraestrutura aeroportuária para fora de Região de Lisboa. Segundo a APAVT e a AHP, a opção pela Ota vai traduzir-se num aumento de custos e de tempo, agravando o carácter periférico de Lisboa. Por isso, estas duas associações defendem que é preciso repensar esta decisão que não é irreversível. Para o presidente da APAVT, Vítor Filipe, a solução passa pela ampliação da Portela e pela instalação de um aeroporto secundário na base do Montijo. Vítor Filipe acrescenta que a Ota além de matar o Turismo em Lisboa, mata também o aeroporto do Porto, numa reacção defendida também pelo presidente da AHP, Alves de Sousa. Por outro lado, a hipótese de enviar os voos das companhias low-cost para a base de Beja, admitida pelo Ministério das Obras Públicas, motiva uma reacção igualmente negativa por parte das duas entidades pois, Beja não resolve os problemas de Lisboa nem do Algarve. Resolve mal os do Alentejo litoral, servindo apenas para o Alentejo interior e para o Alqueva. Não podemos aceitar que seja esta a segunda infraestrutura. Estas associações lamentam ainda que o sector não tenha sido ouvido pelo executivo sobre esta matéria. Mário Lino em entrevista ao Diário Económico Não se justifica fazer um aeroporto especial em Lisboa para as low-cost Que infra-estrutura é que vai ser o suporte das low-cost? As companhias low-cost ou outros param nos aeroportos que quiserem. É natural que as low-cost, que são companhias que prestam serviços com menos qualidade ou menos pessoal de cabine e que se destinam a praticar preços mais baixos possíveis no voo, nos serviços que prestam a bordo e outros, também no que diz respeito às taxas vão para aeroportos que pratiquem taxas mais baixas. E esses normalmente estão situados longe dos centros urbanos, com menos qualidade ou maior distância. Por estes factores qual é a estratégia? Não estamos a pensar interferir nessa matéria. Os voos de low-cost uns vêm para Lisboa, outros para Faro, outros para o Porto e depois, com o aeroporto de Beja, se quiserem vão para lá. É uma opção deles. O sector turismo continua a dizer ser importante ter infra-estrutura deste tipo Vendo a questão do outro lado, se viermos a ter, no processo de desenvolvimento do novo aeroporto da Ota, um desfasamento temporal entre o seu início da Ota e o esgotamento de capacidade da Portela, logo veremos. Ou seja, se o crescimento do tráfego for mais acelerado do que está previsto, vamos ter o aeroporto da Portela esgotado antes do outro estar pronto. Nesse contexto, podemos incentivar e não obrigar, que uma fatia dos voos para a Portela vão para outro lado. Como? Promovendo uma oferta de aeroporto susceptível de atrair interessados, e é aqui entram as low-cost. Mas sempre numa base provisória enquanto o da Ota não estiver pronto, porque não nos parece fazer sentido fazer um investimento significativo para ter um segundo aeroporto em Lisboa para as low-cost. Se houver necessidade, podemos destacar uma infra-estrutura aeroportuária existente na zona de Lisboa em termos de oferta. Mas nada obriga as low-cost a ir para lá. Não há portanto uma lógica específica para este segmento Não, as companhias é que têm de escolher. Posso é promover. Mas não se justifica fazer um aeroporto especial em Lisboa para as low-cost. Quais as alternativas? Há várias que estão a ser estudadas. Há umas falsas alternativas como Alverca, uma vez que o enfiamento da pista na Portela é o mesmo e portanto ou pára num ou noutro. Mas já Montijo não é assim. Mas é preciso não esquecer que esses aeroportos já têm outras utilizações, até com compromissos internacionais. Mas a filosofia não é construir um aeroporto para as low-cost, até porque são conceitos muito dinâmicos e os grandes aeroportos e companhias também sabem reagir a estas mudanças do mercado. Excerto da entrevista de Mário Lino, Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, publicada no jornal Diário Económico em 22 de Novembro de 2005

Novas rotas easyjet apresentadas em Lisboa SET esteve presente A companhia aérea low-cost easyjet e o Turismo de Lisboa apresentaram oficialmente, dia 25 de Outubro, duas novas rotas para Lisboa, a partir da Suíça, a primeira de Genebra, já em funcionamento, e logo a seguir de Basileia, a partir de Março de 2006. A directora de marketing da easyjet, Cristina Bernabé, adiantou que o objectivo da companhia consiste em lançar doze novas rotas para Lisboa, durante os próximos cinco anos, período em que vigora o acordo de parceria estabelecido com o Turismo de Lisboa. Só nestas duas novas rotas, a companhia líder europeia do sector low-fare quer trazer, anualmente, 173 mil turistas para a capital portuguesa. Para o Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, que fez questão de estar presente, a estimativa de 492 milhões de euros de acréscimo anual nas receitas turísticas, originado por estas 12 novas rotas, indicia que esta é uma realidade e uma tendência que Portugal e a Região de Lisboa, em particular, têm de seguir de perto. Bernardo Trindade acrescentou que o Governo reconhece que é preciso dar a devida atenção a estas novas dinâmicas do Turismo, cujas respostas, estamos certos, constituirão um importante contributo para o crescimento desta actividade em Portugal, reforçando a ideia de que a importância das companhias aéreas low-cost no crescimento e, acima de tudo, na criação de novos destinos turísticos tem merecido especial empenho pelo actual Governo. Em representação do Turismo de Lisboa, o Presidente Adjunto, Carlos Ornelas Monteiro, sublinhou a importância do acordo celebrado com a easyjet, que prevê o investimento em publicidade de 558 mil euros em 5 anos (pouco mais de 2,50 euros por cada turista novo e menos de 90 cêntimos por cada nova dormida na hotelaria da Região de Lisboa) que, apesar de significativo é muito pouco se comparado com o retorno em novas receitas de Turismo, estimado em 82 milhões de euros por ano só com estas duas novas rotas. O director do Aeroporto de Lisboa, Francisco Severino, também presente nesta conferência de Imprensa, assegurou que a Portela tem capacidade para receber estas novas ligações da easyjet e lembrou que está em curso, até 2009, um plano de expansão deste aeroporto que vai permitir atingir os 40 movimentos por hora, em vez dos 34 actuais. Poucos dias antes da entrada em funcionamento da rota Genebra-Lisboa, a easyjet já tinha vendido mais de 16 mil lugares, sendo que 75% das reservas tiveram origem na Suíça, o que demonstra o interesse gerado por esta nova ligação, esperando-se um resultado idêntico na rota Basileia-Lisboa. 9 Ligação Lisboa-Varsóvia aumenta turistas da Polónia O número de turistas polacos que visitaram Lisboa subiu 64 por cento relativamente ao ano passado, depois de ter sido inaugurada a ligação directa entre Lisboa e Varsóvia, assegurada pela companhia low-cost Centralwings. Estes dados, segundo os quais a Região de Lisboa registou 16.790 dormidas de turistas vindos daquela cidade, foram adiantados à agência Lusa pela delegação do ICEP na capital polaca. A região foi, em 2004, o destino mais visitado pelos turistas da Polónia, representando 45 por cento do total de dormidas realizadas pelos visitantes polacos em Portugal (35.585). Rui Almas, o delegado do ICEP em Varsóvia, destacou o papel das acções promocionais do destino Lisboa que têm sido conduzidas naquele país, pelo Turismo de Lisboa e pela Centralwings, com o apoio do ICEP e do Instituto de Turismo de Portugal.

NOTICIÁRIO NACIONAL Pousadas de Portugal crescem 50% O grupo Pestana Pousadas, que gere a rede das Pousadas de Portugal, vai fechar este ano com resultados operacionais que ultrapassam em 50% os de 2004. Só nos primeiros nove meses do ano em curso, a facturação das Pousadas representou um total de 3,7 milhões de euros, em grande medida devido ao facto de se ter conseguido triplicar a rentabilidade por quarto, em apenas três anos. Pelo que adianta a revista Prémio, até 2010, o grupo Pestana Pousadas pretende disponibilizar 563 novos quartos. 10 Portugal e Brasil cooperam no sector do Turismo Portugal e Brasil consolidaram, no final do mês passado, as relações na área do Turismo com a assinatura de um acordo de cooperação, no âmbito da visita oficial do Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, ao Brasil, de 28 a 31 de Outubro. Este acordo, que revela a importância do sector do turismo para o reforço das relações económicas e políticas entre os dois países, foi assinado pelo Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, e pelo Ministro do Turismo do Brasil, Walfrido Mares Guia, no âmbito do III Congresso Empresarial Brasil-Portugal, que decorreu em Salvador da Baía, promovido pelo Conselho Nacional das Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil. O acordo prevê a cooperação entre o turismo português e brasileiro com vista a um incremento dos fluxos turísticos entre os dois países e a uma agilização dos investimentos de capitais, portugueses, brasileiros ou conjuntos, no domínio do turismo. Esta cooperação envolve empresas, organizações e instituições, e concretiza-se nas áreas de intercâmbio de informação sobre a actividade turística (estatística, legislação), intercâmbio de experiências e boas práticas; cooperação na promoção (com a criação de redes de promoção e a organização de iniciativas promocionais conjuntas em mercados externos). SET testemunha internacionalização das Pousadas de Portugal Nesta deslocação, Bernardo Trindade presidiu à inauguração da Pousada do Convento do Carmo, localizada em Salvador da Baía, e que é a primeira unidade internacional da rede Pousadas de Portugal. Representando um investimento de seis milhões de euros, a abertura deste empreendimento turístico resulta da aposta da marca Pousadas de Portugal na internacionalização e, em particular, no mercado brasileiro. A importância do investimento foi sublinhada pela presença, nesta cerimónia, de membros do governo Brasileiro: o ministro do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior, Luís Fernando Furlan, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, o ministro da Cultura, Gilberto Gil e o governador do Estado da Baía, Paulo Souto. A nova unidade do grupo Pestana Pousadas está situada no centro monumental de Salvador, num antigo convento carmelita reabilitado, o que a torna no primeiro hotel histórico do Brasil. AHP e APAVT criam Centro de Arbitragem A Associação dos Hotéis de Portugal (AHP) e a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) vão criar um Centro de Arbitragem, resultado do protocolo que celebraram no passado dia 2 de Novembro. Este centro vai ser um elemento facilitador da resolução de eventuais diferendos entre as empresas que integram estas duas associações do sector do Turismo. O protocolo de cooperação agora assinado prevê, acima de tudo, o reforço da parceria e da cooperação entre a AHP e a APAVT, tendo em conta a relevância de ambas em termos nacionais. INFTUR galardoado em concurso europeu Carolina Sena, representante do Instituto de Formação Turística (INFTUR), recebeu a medalha de bronze no Concurso de Recepção, realizado no âmbito do Encontro Anual da Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo, que este ano decorreu entre os dias 22 e 27 de Outubro, em Antalya, na Turquia. Esta aluna, que frequenta o segundo ano do Curso de Alojamento Hoteleiro da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, integrou um grupo de 42 alunos de várias nacionalidades, num evento que juntou 650 participantes em representação de 130 escolas de hotelaria de 30 países.

Programa vasto vai até 2006 Câmara de Lisboa evoca Terramoto Na evocação dos 250 anos do Terramoto de Lisboa, a autarquia lisboeta convocou um conjunto de iniciativas, realizadas por várias entidades, assumindo o protagonismo desta efeméride. Iniciativas diversificadas 11 O projecto-âncora do programa das comemorações é a animação virtual da maqueta da Lisboa pré-terramoto, entretanto sujeita a conservação e restauro. Esta peça, que pode ser vista em exposição permanente no Museu da Cidade, ao Campo Grande, serviu de ponto de partida para a valorização de informação relevante sobre uma Lisboa que já não existe. Com recurso a novas tecnologias de informação, foi possível tirar partido dos dados fornecidos pela maqueta para, por exemplo estabelecer um confronto entre a cidade antes do Terramoto e a cidade actual. Assim, ao seleccionar um local, ou monumento, é-se transportado para o local no modelo virtual do passado. Esta animação vai permitir, ainda, visualizar cenas históricas e momentos do quotidiano do séc. XVIII, em três dimensões. Entre as dezenas de iniciativas que vão assinalar os 250 anos do Terramoto podemos encontrar também a exposição O Terramoto de 1755 na Hemeroteca de Lisboa: Fontes & Bibliografia, em exibição até 15 de Dezembro, para além de visitas guiadas e itinerários culturais, em que se vai ficar a conhecer, por exemplo, a origem da famosa expressão Rés-vés Campo de Ourique. São também várias as conferências e palestras sobre o Terramoto de Lisboa e outras de cariz didáctico sobre o que fazer se ocorrer um sismo. Durante o próximo ano vai ainda ser publicado um álbum de banda desenhada sobre o Terramoto de 1755, com autoria de Felipe Abranches, entre muitas outras iniciativas que vão analisar este fenómeno que mudou para sempre a face da capital portuguesa, sob os mais variados ângulos, que vão do social ao artístico, passando pelo técnico e arquitectónico, entre muitos outros Museu Militar evoca Terramoto de Lisboa Numa exposição que pretende lembrar o papel do Exército na reconstrução de Lisboa após o Terramoto de Lisboa, o Museu Militar promove, até dia 4 de Dezembro a exposição Os Engenheiros Militares e o Terramoto e 1755 Trabalhos e Consequências. De 24 a 28 de Novembro Arte Lisboa quer distinguir-se pela qualidade Vai já na quinta edição a Arte Lisboa, que agora iniciou uma nova etapa, com propostas de maior alcance e o objectivo de elevar os critérios de qualidade alcançados por este certame de arte contemporânea. Entre 24 e 28 de Novembro, 60 galerias ocuparam os 10 mil m 2 do Pavilhão 4 da FIL, no Parque das Nações, em Lisboa. Das galerias representadas, 42 são portuguesas, a que se juntaram 13 galerias espanholas, duas alemãs, outras duas brasileiras e uma galeria russa. Esta mostra, destinada a profissionais e ao público em geral, contou com obras de pintura, escultura, desenho, instalações, fotografia e vídeo. Pela primeira vez, a Arte Lisboa teve o Alto Patrocínio do Presidente da República, que presidiu à Comissão de Honra. A Associação Turismo de Lisboa integrou a Comissão Consultiva deste certame.

NOTICIÁRIO NACIONAL Mais 12,7% em 2006 Turismo de Portugal reforça promoção para travar perda de competitividade Em 2006, as verbas destinadas à promoção turística vão registar um aumento de 12,7% relativamente a este ano, com um valor global de 30.598.500 euros. 12 A intenção é travar a quebra de competitividade que se regista no sector desde 2001, comparativamente à Europa e aos principais concorrentes, essencialmente pela desvalorização do segmento Sol e Mar, o produto turístico tradicional português. No caso do orçamento do Instituto de Turismo de Portugal, (ITP), a evolução é de 21,56%, enquanto que no Programa de Intervenções para a Qualificação do Turismo (PIQTUR) se regista um aumento zero. Do montante global para promoção, 40%, aproximadamente 11.440.000, são destinados ao programa Marca Portugal. Os restantes 60 por cento vão ser distribuídos pelas Agências Regionais, com o Algarve a receber a maior fatia (6.177.276 ), seguido de Lisboa (4.804.584 ) e da Madeira (2.402.274 ). Captação de eventos prioritária A juntar à promoção turística, o investimento a realizar em 2006 contempla um montante adicional especificamente destinado à captação e promoção de eventos com capacidade de projectar o País internacionalmente. No Planeamento da Promoção Turística para 2006, do ITP, fica ainda a saber-se que o principal objectivo é manter o crescimento da geração de riqueza, aumentando o contributo do turismo para o Produto Interno Bruto e para o crescimento do saldo da Balança Turística. O caminho passa não só por captar mais turistas, internos e externos, mas também por reforçar a valorização dos fluxos captados. Por isso, nas áreas de intervenção prioritárias para 2006, vai ser privilegiado o desenvolvimento de novos produtos, o acesso a novos mercados, o reforço da imagem e da notoriedade do destino Portugal, fazendo esforços no sentido de captar eventos de forte impacto mediático. Mercados diferentes, promoção distinta Quanto às acções a desenvolver nos mercados emissores, vão ser diferenciadas, tendo em conta as perspectivas de desenvolvimento económico de cada um, para maximizar as receitas turísticas. A título de exemplo, se na Holanda e Noruega se vai optar por produtos nos quais Portugal apresenta vantagens competitivas relativamente a outros destinos, nos casos do Japão, Áustria e Rússia, a estratégia passa por desenvolver a notoriedade e imagem da oferta portuguesa, nomeadamente através de parcerias estratégicas e do aproveitamento de novas oportunidades de operação. A par deste conjunto de iniciativas, o ITP vai também dar prioridade à aposta nas novas tecnologias como um meio para divulgar e melhorar o acesso dos turistas ao que Portugal tem para oferecer. Marca Lisboa reforçada Partindo da avaliação do desempenho turístico das sete regiões do País, que ficou globalmente aquém das metas traçadas, o documento aponta para o reforço da imagem de marca de Lisboa e, também, do Porto e Norte. Já nos casos do Algarve e da Madeira, aponta-se para um reposicionamento da marca, enquanto que nas Beiras e no Alentejo a imagem de marca ainda tem de ser desenvolvida. Da lista de acções prioritárias para o próximo ano fazem também parte a captação de operações aéreas low-cost para as regiões de Lisboa e do Porto, bem como a continuação desta estratégia no Algarve, o destino nacional com maior número de passageiros transportados por estas companhias. Assim, em 2006, Portugal vai concentrar os esforços da promoção turística em produtos e mercados prioritários, que permitam um retorno a curto prazo, flexibilizando a acção promocional para conseguir aproveitar as oportunidades que possam surgir e ajustando a promoção aos vários públicos-alvo. De resto, esta opção pela concentração em mercados mais relevantes é assumida como estratégica pelo ITP.

Rock in Rio Lisboa vai ter novos espaços A edição de 2006, do Rock in Rio Lisboa, vai voltar a realizar-se no Parque da Bela Vista, na zona oriental da cidade, mas com novas estruturas e com um desenho diferente. Desta vez foi dado um especial relevo aos espaços de entretenimento para toda a família. Os vários palcos vão ser reposicionados para aumentar o conforto dos milhares de participantes e permitir uma circulação mais cómoda. Foi criado um novo espaço, o palco Futuro, para divulgar novos talentos portugueses e internacionais. Com um visual que pretende ilustrar uma garagem, vai receber 15 novas bandas. As crianças também vão ter um espaço próprio, o Kids, onde as esperam várias actividades, animadores, educadores, teatro de fantoches, pinturas faciais e contadores de histórias. Este espaço foi também pensado para que os pais possam assistir descansados aos concertos enquanto os filhos se divertem. Entretanto, já se sabe que a artista brasileira Ivete Sangalo vai abrir o evento no Palco Mundo, pelo qual vão passar mais 19 das melhores bandas nacionais e internacionais. Outros regressos são o da Tenda Electrónica, do Espaço Radical, que desta vez até tem neve (100 m 3 por dia) e a Tenda VIP. Está também de volta a campanha EU VOU, que apela à participação, na primeira pessoa e faz alusão visual às novidades desta edição, marcada para 26 e 27 de Maio e 2,3 e 4 de Junho. 13

NOTICIÁRIO NACIONAL Valência Summit Cascais vence prémio internacional Cascais conquistou, no passado dia 18 de Outubro, o prémio Valencia Summit International Awards, um galardão que destaca iniciativas internacionais na área da gestão de grandes eventos desportivos. Duarte Nobre Guedes recebe prémio das mãos de Iñaki Urgandarin 14 Cascais foi distinguido não só graças à captação de grandes eventos desportivos, mas também pela forma como foram organizados e promovidos de forma estratégica, com projecção mundial, associada ao desenvolvimento e requalificação de Cascais. Este ano, a JTCE investiu, neste segmento, cerca de 8,7 milhões de euros, sendo que as receitas para a hotelaria desta região devem rondar os 9,4 milhões de euros, em 2005, não contando com as despesas adicionais feitas pelos participantes nestes eventos, estimadas em 7 milhões de euros. Ao acolher competições como o Estoril Open de Ténis, Open de Portugal de Golfe, Concurso Internacional de Saltos, Campeonato do Mundo de Bridge, o Laureus World Sport, o Campeonato do Mundo de Windsurf, o Grande Prémio de Portugal de Motociclismo ou o Campeonato de Vela, que terá lugar em 2007, o Estoril posiciona-se como destino de referência no calendário desportivo, continuando a assegurar um elevado fluxo turístico e projecção internacional. O galardão foi entregue ao presidente da JTCE, Duarte Nobre Guedes, por Iñaki Urgandarin, duque de Palma e marido da princesa Cristina de Espanha, no Hemisféric da Cidade das Artes e das Ciências de Valência, onde decorreu a gala de entrega prémios. A par de Cascais, foram ainda premiadas outras sete entidades que, em 2004, se afirmaram no âmbito desportivo: a cidade de Auckland, na Nova Zelândia; a UBS; Tony Meenaghan, da Universidade de Dublin, um dos maiores peritos mundiais em estudos de patrocínio; a revista Sport Business; Klaus Heinemann, catedrático de sociologia do desporto; a Fundação Seawater e a Homeless World Cup. Este encontro internacional assumese como um espaço de debate e reflexão sobre a organização de eventos desportivos enquanto impulsionadores do desenvolvimento das cidades que os acolhem e o impacto que nelas geram. Para melhor reflectir essa realidade, a organização instituiu estes galardões que, para além de premiarem boas práticas empresariais e promocionais, pretendem desempenhar um papel activo na construção de uma sociedade mais responsável e solidária. Subordinada ao tema Novas Tendências na Gestão de Grandes Eventos Desportivos, a segunda edição da Valência Summit, reuniu em Espanha, até dia 21 de Outubro, um painel que integrou mais de 200 peritos internacionais da área académica e de investigação, empresários, gestores públicos e patrocinadores, organizações desportivas, consultores de topo e representantes do meios de comunicação. O Estoril posiciona-se como destino de referência no calendário desportivo, continuando a assegurar um elevado fluxo turístico e projecção internacional.

Empresas de animação turística IGAE alerta para falta de licenciamento No final do passado mês de Outubro, a Inspecção-Geral das Actividades Económicas (IGAE), lançou uma chamada de atenção para o facto de se ter vindo a constatar o exercício da actividade de animação turística por entidades que não se encontram licenciadas para o efeito. Nesta advertência, a IGAE esclarece que estas empresas estão abrangidas por legislação específica, com o objectivo de defender os interesses dos turistas que utilizam serviços prestados por este sub-sector da actividade turística. Assim, ao abrigo do Decreto-Lei 204/2000 de 1 de Setembro, posteriormente alterado pelo Decreto-Lei 108/2002, de 16 de Abril, há regras que têm de ser observadas por estes operadores, como são os casos de marinas, autódromos, balneários termais, campos de golfe, embarcações, aeronaves centros equestres, passeios pedestres, entre outros equipamentos que sirvam de suporte a actividades de natureza cultural, desportiva, temática e de lazer. Licença é obrigatória Qualquer uma destas empresas de animação turística precisa de uma licença e de alvará, a conceder pela Direcção-Geral do Turismo, e só nesse caso podem usar tal denominação, sob pena de utilização abusiva e enganosa. A IGAE lembra ainda a obrigatoriedade de um seguro que cubra de forma adequada os riscos decorrentes da actividade exercida, e da existência de um livro de reclamações no qual possam ser registadas quaisquer anomalias nos serviços prestados. A violação destas e de outras normas estabelecidas, que podem ser consultadas em www.igae.pt, é punida com coimas que vão dos 249,40 euros aos 3.740,98 euros no caso de pessoa singular, e dos 498,80 euros aos 14.963,94 euros caso se trate de pessoa colectiva. 15 APAVT com reunião em Maputo Congresso debateu cooperação e desenvolvimento A Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo (APAVT) realizou, de 26 de Novembro a 1 de Dezembro, o XXXI Congresso Nacional, desta vez em Maputo. O ponto de partida para a discussão foi Turismo: Cooperação e Desenvolvimento e a escolha de Moçambique para a realização do congresso, neste contexto, não aconteceu por acaso. Para o presidente da APAVT, Vítor Filipe, esta associação promoveu a redescoberta de Moçambique, como destino com grande significado para muitos portugueses e que faz parte do imaginário dos que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer este País. Durante este congresso, foi dado especial relevo ao papel que o Turismo pode desempenhar no desenvolvimento das economias e na promoção do bem-estar social, tão necessários à grande maioria dos países africanos, como é o caso de Moçambique. Vítor Filipe lembrou ainda que o Turismo aproxima os povos e as culturas e, por isso, é um factor determinante para a promoção da Paz, tão importante para os povos deste país que viveu, até há poucos anos, a experiência da guerra. Os temas em debate passaram pelo Turismo como factor de desenvolvimento económico e social e como desígnio nacional, e pela defesa do consumidor, entre outros. Falta de coordenação no Turismo CPLP preocupada Os ministros do Turismo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), reunidos no terceiro encontro organizado para o efeito, desta vez em Luanda, entre 11 e 13 de Outubro, manifestaram preocupação pelo reduzido incumprimento das acções planeadas na II Conferência, realizada durante o ano passado, em Lisboa. Esta falha foi atribuída, em grande parte, à falta de coordenação do secretariado executivo da CPLP, o que constituiu um entrave à adequada operacionalização do plano de acção. Desta forma, foram mantidos os objectivos traçados em 2004, dos quais fazem parte o incremento da cooperação empresarial entre os agentes do sector (agências de viagens, operadores turísticos e hoteleiros, companhias aéreas e associações empresariais), bem como a troca de experiências entre os oito países lusófonos da CPLP, nomeadamente no que diz respeito aos aspectos fiscais e financeiros, e de planeamento e gestão de recursos. Nesta III Conferência, na qual apenas não esteve o representante de Timor-Leste, foi também decidida a criação de uma imagem turística e cultural da CPLP, através de programas bilaterais e multilaterais. Os ministros do Turismo da comunidade de países lusófonos congratularam-se ainda com o apuramento das selecções de Angola, Brasil e Portugal para a fase final do Campeonato do Mundo de Futebol 2006, na Alemanha, sublinhando o facto de pela primeira vez, três selecções do universo lusófono estarem presentes, em simultâneo, neste evento, o que constitui uma oportunidade para a promoção da imagem turística da comunidade.

Custo do transporte aér Low-cost ajustam custos 16 Por outro lado, concluiu-se que a existência de voos low-cost induz um ajustamento dos preços oferecidos pelas chamadas companhias clássicas, no sentido da redução. Embora esta descida tenha vindo a ser gradual, ela é notória, de acordo com as características de cada mercado, sendo particularmente expressiva no caso do Reino Unido. No mercado britânico e futuramente no alemão, a tendência passa por uma aproximação cada vez maior dos preços, à medida que cresce o número de destinos oferecidos pelas low-cost e que vão entrar em concorrência directa com os já operados pelas companhias clássicas. Quanto aos preços do alojamento mais baixo, eles podem servir de factor concorrencial, ainda que não de forma sustentável a longo prazo, já que o mercado se encarrega de nivelar os custos na hotelaria, tal como já acontece com o transporte aéreo. Desta forma, a promoção turística dos destinos ganha ainda mais importância, nomeadamente no que diz respeito à imagem e à presença junto do potencial turista. Um estudo realizado pelo Observatório do Turismo de Lisboa concluiu que Lisboa fica a perder para a concorrência mais directa nos short e city breaks, em grande parte pelo peso do transporte no custo final da viagem. As companhias low-cost vieram melhorar a situação, mas há destinos em que a capital portuguesa é ultrapassada nomeadamente nos casos em que as ligações de baixo custo têm uma presença forte. O Observatório do Turismo de Lisboa fez a comparação e apurou que a competitividade de Lisboa relativamente a outras seis cidades europeias está a ser travada pelos custos do transporte aéreo. Nesta análise, Lisboa foi colocada lado a lado com Madrid, Barcelona, Amesterdão, Viena, Praga e Varsóvia, considerando um alojamento em quarto duplo, com taxas incluídas, para uma estadia de duas pessoas, de 25 a 27 de Novembro de 2005, com transporte de ida e volta, também com taxas incluídas. Uma das primeiras conclusões aponta para o facto de os custos de transporte serem a principal parcela a determinar o custo final da viagem, independentemente do mercado emissor ou da cidade de destino, o que, naturalmente, influencia de forma determinante a escolha do destino para viajar. O fenómeno das low-cost, na maioria dos casos, veio alterar o processo de formação dos preços, reduzindo o peso do transporte aéreo e melhorando a posição competitiva dos destinos com unidades hoteleiras mais acessíveis. Lisboa nos diversos mercados No caso dos turistas provenientes da Alemanha, Lisboa só consegue competir com outras cidades caso o transporte para a capital portuguesa possa ser feito por uma companhia low-cost e por companhias clássicas para as restantes cidades do estudo. Se a origem for o Reino Unido, Lisboa não é competitiva entre as companhias clássicas, mas oferece um preço que se situa na média dos praticados para as restantes cidades se o voo for feito numa low-cost. Já no que diz respeito ao caso da França, Lisboa apresenta alguma competitividade, se considerarmos apenas o transporte em companhia clássica. Nos mercados de Itália e da Holanda, em grande medida pela inexistência de rotas operadas por companhias low-fare, Lisboa é o destino mais caro dos sete analisados. Este estudo analisou também a competitividade de Lisboa quando se tem em conta o custo global da viagem (viagem+alojamento), registando comportamentos distintos consoante o mercado emissor.

o penaliza Lisboa É importante prosseguir com acções que levem à redução dos preços do transporte aéreo, ao mesmo tempo em que se actua junto do potencial visitante, promovendo o destino Lisboa. Na Alemanha, Lisboa pode considerar-se um destino caro para as categorias de alojamento mais baixas, sendo mais competitivo na hotelaria de cinco estrelas. No Reino Unido, a competitividade de Lisboa é mediana na generalidade das categorias, crescendo de forma significativa quando o alojamento é de cinco estrelas e a viagem é feita numa low-cost. Em França, Lisboa é igualmente concorrencial na categoria mais elevada, embora o seja menos nas restantes categorias de alojamento. No mercado italiano, Lisboa é fortemente penalizada pela concorrência, apresentando apenas uma competitividade média no alojamento de cinco estrelas. No entanto, o caso de maior gravidade é o da Holanda, onde Lisboa é o destino mais caro dos sete analisados e o segundo mais caro na categoria de cinco estrelas. Analisando apenas os preços praticados pelas 704 unidades hoteleiras em consideração neste estudo (com categorias que vão das duas às cinco estrelas), Lisboa encontra-se numa posição favorável, no conjunto das sete cidades consideradas, sendo apenas ultrapassada por Varsóvia. Genericamente, quanto mais alta é a categoria dos hotéis, maior é a competitividade de Lisboa. No entanto, os autores do estudo concluem que a vantagem competitiva de Lisboa nos preços do alojamento não constitui, a prazo, um benefício para a economia turística, sendo desejável que haja margem para a subida das tabelas, o que só será possível se os custos de transporte forem diminuindo e os níveis de procura aumentarem, em consequência disso mesmo. Acções prioritárias para Lisboa Desta forma, é importante prosseguir com acções que levem à redução dos preços do transporte aéreo, ao mesmo tempo em que se actua junto do potencial visitante, promovendo o destino Lisboa, para aumentar as possibilidades de esta cidade ser visitada face aos destinos concorrentes. Se estes dois objectivos forem alcançados, cresce a margem para que as receitas da actividade turística de Lisboa subam, sem perda ou até mesmo com ganhos de competitividade. À primeira vista, o posicionamento relativamente bom que Lisboa tem no mercado britânico deve-se ao desenvolvimento do transporte aéreo com origem no Reino Unido. Os preços das tarifas são mais reduzidos, quer no caso das low-cost, quer nas companhias clássicas, em reacção às primeiras. Desta forma, e antes de tudo, o estudo sugere que é preciso encontrar formas de, num curto prazo, ser estabelecida uma ligação low-cost entre Lisboa e Paris já que, pelos dados apurados, o actual posicionamento de Lisboa no mercado francês seria extremamente melhorado. Isto porque a capital francesa apresenta condições para uma emissão de turistas semelhante à de Londres. Quanto aos preços praticados pelas companhias low-cost alemãs, poderiam ser mais baixos, pelo que devem ser criadas condições que o tornem possível. Nos mercados italiano e holandês, especialmente no primeiro, a distância geográfica (Lisboa é o destino mais periférico) combinada com a ausência de voos low-cost resulta num claro prejuízo para a capital portuguesa. Como o nível de desenvolvimento do transporte aéreo nestes países não deve evoluir nos próximos anos, é preciso investir mais na promoção turística. Neste quadro podemos verificar que os custos médios do alojamento em Lisboa apenas são ultrapassados pelos de Varsóvia No mercado britânico é notória a influência das low-cost na redução geral das tarifas aéreas, ao contrário do que acontece com a Itália e com a Holanda, onde, inclusive, Lisboa é o destino mais caro 17

INTERNACIONAL LISBOA VISTA DE FORA Uma questão pessoal ABC Despegue Vertical Lisboa, uma questão pessoal em destaque no suplemento espanhol 18 Em espanhol, no suplemento distribuído com o jornal ABC, Lisboa, uma questão pessoal é o título do artigo publicado na edição de Outubro de 2005. Continuando em espanhol, na revista 2010, Sintra é o tema de artigo de três páginas na edição de Setembro de 2005. Experimenta Design 05 é o título da notícia publicada na revista espanhola Ronda Iberia, onde a bienal é um dos destaques na agenda internacional da revista. Em italiano, Quality Travel, o turismo de negócios na região de Lisboa é o tema de um artigo que ocupa quatro páginas da revista, na edição de Setembro de 2005. Na edição de 9 de Setembro do jornal inglês Times Educational Supplement, Lisboa é tema do artigo intitulado Lisbon? Hop on the number 28. Ainda em inglês, The Sunday Times Travel Magazine, o novo Hotel Bairro Alto, Hotel As Janelas Verdes e Hotel Metrópole são destaque na publicação de Outubro. Terminando em alemão, Revista Young Woman s Magazine, Lisboa é sugestão de visita. Quality Travel Turismo de Negócios na região de Lisboa em destaque na publicação italiana Ronda Iberia Experimenta Design 2005 em destaque na revista espanhola Times Educational Supplement Lisboa em inglês

New York Times recomenda vida nocturna lisboeta The Sunday Times Travel Magazine Hotéis Bairro Alto, Janelas Verdes e Metrópole na revista inglesa Revista 2010 Sintra em destaque na revista espanhola Young Woman s Magazine Lisboa é sugestão de visita na publicação alemã Num texto publicado a 30 de Outubro passado, no prestigiado New York Times, o jornalista Andrew Ferren elogia a animação nocturna de Lisboa e escolhe o Bairro Alto como ponto de partida. Com edifícios grandes mas delapidados, as ruas deste bairro ganham uma nova vida quando o sol se põe, numa imagem completamente oposta à que se pode ver durante o dia. O repórter do Times nova-iorquino alerta, por isso, os visitantes para que não se deixem enganar, pois as artérias do Bairro Alto, à noite, tornamse num desafio a qualquer passante. Sublinhando que beber na rua é legal, Andrew Ferren dá particular destaque às decorações dos intermináveis bares e ao facto de, como diz Vasco Sousa, do Club 43, o espírito do Bairro Alto passar por sair de casa e conhecer pessoas. E não falta oportunidades para isso, pois este é o local onde todos ricos, pobres, heterossexuais, homossexuais, portugueses ou estrangeiros são bem-vindos. Ao descer para a zona de Alcântara, são destacadas as conhecidas casas de diversão onde também se podem encontrar todos os tipos de pessoas. De saída para o fim da noite, o jornalista escolheu a zona de Santa Apolónia, marcada por um estilo diferente do que foi descrito no Bairro Alto, com a diversão a acontecer dentro de portas. Com o nascer do dia, Lisboa é descrita como uma cidade caracterizada pela sua beleza de cortar a respiração e comparada com a norte-americana São Francisco, com as suas colinas, as vistas de rio e até uma ponte quase igual. Este destaque é o segundo que o New York Times dedica a Lisboa, depois de, em Maio deste ano, ter também chamado a atenção para a vida nocturna da capital portuguesa, com o artigo In Two Lively Districts In Lisbon (Chiado e Bairro Alto), Every Night Is a Block Party. 19

20 VISÕES Manuel Graça Dias Arquitecto O que pensa do turismo em Lisboa e dos turistas que nos visitam? Uma tarde, em Manhattan, depois de uma visita a um qualquer museu e entusiasmados com que víramos, deambulámos, sem rumo certo, durante um bom bocado. A certa altura, estávamos em frente ao Hudson, virados para Brooklin, quando topámos um extravagante teleférico que corria em paralelo com a enorme ponte. Que divertido - dissemos - e, dez minutos depois, estávamos dentro de uma das cápsulas, de pé, com muita gente à volta, a caminho da outra margem. O passeio foi deslumbrante. A cápsula começou por elevar-se, sobrevoou coberturas e terraços (alguns com carros estacionados em cima, mistérios da elevação), ruas e avenidas, antes de se sobrepor ao rio. Ao lado, a ponte, atulhada de automóveis, já parecia pequena e longe. A meio, o teleférico parou numa ilha com uma escola e uma revoada de garotos, com mochilas e ar de fim de aulas, entrou em conversa e risotada. A travessia prosseguiu e pude assistir depois à rápida dispersão dos nossos diversos companheiros de viagem pelas ruas dessa outra margem da grande maçã. Turistas, ficámos só nós, sem saber muito bem o que fazer, na terra alheia, a indagar da partida para o outro lado. É notável - lembro-me de ter pensado -, este transporte tão divertido e, simultaneamente tão útil, para cá e para lá tão razoavelmente cheio de nova-iorquinos autênticos, gente que vem do trabalho, da escola ou das compras, e eu (nós) aqui, roubando-lhes estes instantes deles, por momentos compartilhando um troço das suas vidas, imitando-as, como se fizéssemos parte da metrópole, como se no-la tivessem, generosamente, emprestado. O discreto teleférico não vem (não vinha) nos guias turísticos, creio - embora eu não seja um leitor assíduo e fiel de semelhante literatura. Pelo menos não fará parte dos standards, como o Empire State, a Estátua da Liberdade, a Times Square, o Guggenheim de Wright ou uma noite no Blue Note. E é isto que é maravilhoso nas cidades, em qualquer cidade. Se não quisermos um turismo arregimentado pelos clichés, uma cidade verdadeira surpreender-nos-á a cada esquina. Tudo tão diferente dos estúpidos eléctricos vermelhos com bancos de veludo que percorrem Lisboa, autistas em relação a nós, lisboetas, oferecendo ao turista uma imagem congelada e absurda porque, ao lado, andam outros iguais, mas amarelos, a transportar ainda cidadãos teimosos. Preferia que os turistas os descobrissem sozinhos, que não fosse necessário falsear as estruturas de transporte, que não chegassem, também, à carreira do 28 com o compêndio nas mãos para observar a espécie em extinção. Disto me lembrei, nessa tarde em Nova Iorque, numa carlinga de teleférico bamboleante, por cima da massa líquida que reflectia bocados de sol encrespado verde e azul. INTERNACIONAL Johansens distingue hotéis portugueses A Condé Nast Johansens, o guia ilustrado mais completo sobre as melhores unidades de alojamento Britania e Cascais e de eventos da Grã-Bretanha, Europa e América do Norte, acaba Miragem integram de distinguir dois hotéis da Região de Lisboa. lista de hotéis O Hotel Britania, antigo Hotel recomendados. do Império, foi nomeado para a categoria Most Excellent Hotel for Design and Innovation. Na base da nomeação estiveram os trabalhos de restauro recentemente realizados no edifício projectado pelo arquitecto Cassiano Branco, nos anos 40, mantendo intactas as linhas art déco e o toque de modernidade que já ostentava na altura, ao conforto correspondente aos padrões quotidianos. O Hotel Cascais Miragem passou também a integrar a lista de hotéis recomendados pelo guia da Johansens, nomeadamente pela qualidade da arquitectura e pelo serviço de cinco estrelas que se pode encontrar em todas as dependências deste hotel, indica o site oficial www.johansens.com. Todos os anos, e sem aviso prévio, os inspectores desta instituição fazem visitas às unidades recomendadas para garantir que se mantêm as condições que originaram a distinção aos hotéis que constam neste guia internacional. China vai liderar Turismo dentro de 15 anos A China vai ser o principal mercado emissor mundial de turistas em 2020. De acordo com um estudo publicado pela corretora CLSA Asia Pacific Markets, dentro de pouco mais de uma década, mais de 115 milhões de chineses vão viajar anualmente para o estrangeiro. No ano passado, 29 milhões de chineses decidiram viajar para outros países, o que representou um crescimento de 43% em relação a 2003.