PLANO DE SANEAMENTO FINANCEIRO



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Transcrição:

PLANO DE SANEAMENTO FINANCEIRO 2008 Reportado à data de 30/06/2014 Município de Santa Cruz

Conteúdo 1- Introdução... 4 2- O empréstimo de Saneamento Financeiro... 5 3- Montante e Destinatários do Empréstimo... 6 4- Plano Financeiro do Empréstimo... 8 5- Evolução dos Indicadores constantes do Plano de Saneamento Financeiro... 9 5.1- Medidas de redução de despesa com pessoal... 9 5.1.1. Suspender as alterações ao quadro de pessoal... 9 5.1.2. Reafectar o pessoal excedentário a outras unidades orgânicas onde se denote falta de recursos humanos para o exercício de funções compatíveis... 9 5.1.3. Alterar o posicionamento remuneratório nas respetivas categorias apenas quando legalmente obrigatório... 10 5.1.4.- Recorrer o menos possível a prestações de serviços para a elaboração de estudos, pareceres e consultadoria... 10 5.1.5.- Flexibilidade, dinamismo e inovação... 12 5.1.6.- Redução já em 2008, das despesas com utilização de viaturas, horas extraordinárias e telecomunicações... 12 5.2- Medidas de redução de despesa corrente... 16 5.2.1. Não arrendar mais espaços físicos para funcionamento dos serviços autárquicos... 16 5.2.2. Reforçar as condições de base para a inovação e o empreendedorismo... 17 5.2.3. Minimizar custos uniformizando documentos existentes... 17 5.2.4. Elaborar orçamentos anuais detalhados e realistas... 18 5.2.5. Restringir novos contratos de prestação de serviços individuais / avenças... 21 5.2.6. Planear recursos humanos de acordo com necessidades efetivas... 22 5.2.7. Reforçar a função de controlo financeiro ao nível orçamental... 22 5.2.8. Garantir a satisfação do princípio da economia, eficiência e eficácia na aquisição de bens... 23 5.2.9. Utilizar viaturas para o serviço estritamente necessário... 23 5.2.10. Reduzir os prazos de pagamento... 23 5.2.11. Reduzir o ciclo de caixa com a antecipação de receitas... 24 5.2.12. Negociação com fornecedores visando obter melhores prazos de pagamento... 25 6- Outros Indicadores...26 6.1.- Situação de Pagamentos em Atraso... 26 2

6.2.- Situação de FUNDOS DISPONÍVEIS... 26 6.3.- Evolução das receitas cobradas... 27 6- Conclusão...28 7- Proposta...30 3

1- Introdução Em obediência à Lei n.º 2/2007 de 15 de Janeiro, que instituiu a Lei das Finanças Locais, entretanto revogada pela Lei n.º 73/2013 de 03 de Setembro e tendo em consideração o estipulado no seu n.º 6 e alínea c) do n.º 5 do Artigo n. º 59.º da nova Lei das Finanças Locais, e ainda conforme o disposto no artigo 6.º do Decreto- Lei n.º 38/2008 de 07 de Março, vêm os serviços financeiros elaborar o presente relatório de acompanhamento ao cumprimento do plano de saneamento financeiro, reportado à data de 30/06/2014, salientando que o Município de Santa Cruz, no âmbito do processo de celebração do contrato de empréstimo para saneamento financeiro, aprovado pelo Tribunal de Contas a 24 de Novembro de 2008, se obrigou a executar, para que os órgãos municipais tenham conhecimento dos dados e da evolução dos indicadores e medidas que constaram do referido plano de saneamento. Este relatório, para além da legislação citada, vem ao encontro das recomendações que a Secção Regional da Madeira do Tribunal de Contas elaborou e que constam do Relatório n.º 3/2014 FS/SRMTC: Auditoria ao cumprimento do plano de saneamento financeiro da Câmara Municipal de Santa Cruz 2008 a 2012, nomeadamente do ponto n.º 1 das referidas recomendações, que passamos a citar: Dê cumprimento ao PSF e implemente mecanismos de acompanhamento das metas nele definidas incluindo nos relatórios de execução indicadores que permitam aferir o cumprimento dos resultados previstos. E ainda, relativamente ao ponto n.º 8 das supracitadas Recomendações: À Assembleia Municipal de Santa Cruz que: solicite e aprecie periodicamente os relatórios semestrais e anuais de acompanhamento à execução do PSF, dando cumprimento ao art.º 40 da LFL. Este plano de saneamento precede o mais recente plano de recuperação financeira do Município, PAEL, que à presente data se encontra em fase de execução da utilização do capital dos empréstimos. 4

2- O empréstimo de Saneamento Financeiro No dia 23/09/2008, a Câmara Municipal de Santa Cruz celebrou um contrato de empréstimo para saneamento financeiro com a Caixa Geral de Depósitos, S. A., no montante de 10.738.514,0712, pelo prazo de 12 anos, a ser reembolsado em 144 prestações, à taxa de juro EURIBOR a 6 meses, com a taxa de Spread de 0,672%, tendo como finalidade a liquidação de dívidas a fornecedores. O processo de saneamento financeiro foi aprovado pela Assembleia Municipal em 30/09/2008. O contrato de empréstimo foi visado pela Secção Regional do Tribunal de Contas a 24/11/2008. O empréstimo de saneamento financeiro contemplou 22 fornecedores da Câmara Municipal de Santa Cruz e totalizou o montante de 10.738.514,07. Da consulta do processo original, consta, verifica-se que o enquadramento legal tem por base a alínea b) do número 4º do artigo 3º do Decreto-Lei n.º 38/2008, de 7 de Março, segundo a qual constituem fundamentos da necessidade de recurso a empréstimo para saneamento financeiro ( ) a existência de dívidas a fornecedores de montante superior a 40% das receitas totais do ano anterior. 5

3- Montante e Destinatários do Empréstimo Quadro 1- Pagamentos por fornecedor FORNECEDOR VALOR (euros) IGA - INVESTIMENTOS E GESTAO DE AGUA, S.A. 2.876.971,27 FDO-CONSTRUÇÕES S.A. 2.294.457,34 TECNOVIA MADEIRA - SOCIEDADE DE EMPREITADAS, S.A. 1.702.297,91 VALOR AMBIENTE - GESTAO RESIDUOS DA MADEIRA, SA 1.661.178,56 EDIMADE, EDIFICADORA DA MADEIRA S.A. 643.029,91 ECOATLÂNTICO-ENGENHARIA ECOLOGICA, LDA 309.605,65 AVELINO FARINHA & AGRELA, S.A. 247.206,53 CONSTROPLANTE - CONSTRUÇÕES PLANTAÇÕES E ARBORIZAÇÕES, LDA 232.467,67 FLORASANTO AGRICULTURA E SILVICULTURA, LDA 202.902,71 SANTOS E ORNELAS, LDA 116.891,59 LOSOMECANICA CANICENSE, SA. 100.867,48 JAIME RIBEIRO E FILHOS, S.A. 78.406,28 EDIPLANEL-CONSTRUCOES E PLANEAMENTO LDA 71.537,51 CONSTRUTORA DO TÂMEGA MADEIRA, S.A. 50.232,00 LEIRISLENA ENGENHARIA E CONSTRUÇOES S.A 39.664,56 CONSTRUTORA DO TÂMEGA, S.A. 25.861,17 JOSÉ AURÉLIO PESTANA - SOCIEDADE UNIPESSOAL, LDA 25.532,00 BRASILITE, LDA 19.282,63 SERLIMA AMBIENTE (AMBIMADEIRA), S.A. 16.715,25 EMPRESA DO DIÁRIO DE NOTICIAS 11.769,59 SECUFOGO, LDA 6.797,83 SILVA & BETTENCOURT, LDA 4.838,63 TOTAL DO EMPRÉSTIMO 10.738.514,07 6

Gráfico1: Fornecedores abrangidos pelo empréstimo 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0 Fornecedores abrangidos pelo empréstimo de saneamento AFA Brasilite Constroplante Tâmega, S.A. Tâmega, Madeira Ecoatlântico Edimade Ediplanel Diário de Noticias FDO Florasanto IGA Jaime Ribeiro & Filhos, S.A. José Aurelio Pestana Leirislena Losomecânica Canicense Santos & Ornelas, Secufogo Serlima Ambiente Silva & Bettencourt Tecnovia Valor Ambiente. 1 7

4- Plano Financeiro do Empréstimo Reportado a 30/06/2014, o plano financeiro para amortização de capital, para o prazo remanescente do empréstimo, é o seguinte: Quadro 2 Plano Financeiro do empréstimo Ano Saneamento Financeiro / CGD 30-06-2014 456.365 2015 917.070 2016 929.945 2017 939.925 2018 950.013 2019 960.209 2020 973.514 Total por amortizar a 30/06/2014 6.127.041 Montante amortizado até 30/06/2014 4.611.472 Total empréstimo 10.738.514 No fim do primeiro semestre de 2014, o capital pago ascende a 4.611.472, o que corresponde a cerca de 42,9% do total do capital utilizado do empréstimo. Está por pagar o valor de 6.127.041., correspondente a cerca de 57,1%. A amortização de capital e o consequente acompanhamento do plano terão o seu término no ano 2020. 8

5- Evolução dos Indicadores constantes do Plano de Saneamento Financeiro De acordo com o estipulado no Plano de Saneamento Financeiro (P SF) e tendo como base o período decorrido entre 2008 e os primeiros seis meses do ano de 2014, demonstram-se, nos indicadores elencados no PSF, a sua evolução. De salientar que o presente relatório, sempre que possível, baseia-se nos dados que constam do supracitado Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas ao Plano de Saneamento Financeiro (PSF). 5.1- Medidas de redução de despesa com pessoal 5.1.1. Suspender as alterações ao quadro de pessoal O Município registou a diminuição de 48 trabalhadores face à situação de partida, (31/12/2008). No primeiro semestre do ano em curso registaram-se 4 saídas. O pessoal do quadro, reportado à DGAL, considerando efectivos, pessoal em licença sem vencimento e sem eleitos locais, totaliza 357 trabalhadores a 30/06/2014. 5.1.2. Reafectar o pessoal excedentário a outras unidades orgânicas onde se denote falta de recursos humanos para o exercício de funções compatíveis Dada a natureza da medida, de difícil quantificação e face à ausência de dados sobre a situação de início do Plano de Ajustamento Financeiro, não é possível quantificar o cumprimento desta medida. O novo Regulamento Orgânico e respetivo Organograma foi publicado no Diário da República, 2.ª Série n.º 85 de 5 de maio de 2014. 9

5.1.3. Alterar o posicionamento remuneratório nas respetivas categorias apenas quando legalmente obrigatório O relatório do Tribunal de Contas relativo ao processo de acompanhamento ao plano de saneamento financeiro de 2013 refere que "como a mudança de posição remuneratória não era obrigatória, conclui-se que a autarquia não cumpriu com o acordado com o Plano de Ajustamento Financeiro". Não é conhecimento dos serviços internos do Município o resultado de "Auditoria de fiscalização concomitante aos Municípios da RAM com vista a apurar a legalidade das alterações de posição remuneratória por opção gestionária efetuadas nos anos de 2009 e de 2010, Processo n.º 09/13-Aus/FC.". 5.1.4.- Recorrer o menos possível a prestações de serviços para a elaboração de estudos, pareceres e consultadoria Para apuramento da meta da redução de 2% ao ano das despesas afectas à rubrica "020214 - estudos, pareceres e consultadoria", procede-se seguidamente à comparação entre os valores constantes do Plano de Ajustamento Financeiro e ofício n.º 13121 de 30/10/2008 relativo a esclarecimentos, com o processamento de faturas, por data e ano de emissão, conforme quadro utilizado no Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento. 10

Quadro 3: Evolução das despesas registadas na rubrica 0202014 - estudos, pareceres e consultadoria Ano Despesa anual Previsão do PAF Poupança Valor de Faturas processadas, por ano Diferença apurada entre o faturado e o previsto 2007 229.375,27 0,00 24.507,80-204.867,47 2008 224.787,76-4.587,51 28.205,05-196.582,71 2009 220.200,26-4.587,50 178.221,66-41.978,60 2010 215.796,25-4.404,01 47.312,80-168.483,45 2011 211.480,33-4.315,92 72.841,04-138.639,29 2012 207.250,72-4.229,61 468.094,56 260.843,84 2013 203.105,71-4.145,01 42.669,50-160.436,21 30-06-2014 199.043,59-4.062,12 104.523,50-94.520,09 2015 195.062,72-3.980,87 - - 2016 191.161,47-3.901,25 - - 2017 187.338,24-3.823,23 - - 2018 183.591,47-3.746,77 - - 2019 179.919,64-3.671,83 - - 2020 176.321,25-3.598,39 - - TOTAL 2.824.434,68-53.054,02 966.375,91-744.663,98 Quadro 4: Por acumulado ou somatório entre 2008 a 30-06-2014: Somatório 2007 a 30-06- 2014 Previsão do PSF Despesa anual Poupança Acumulada estimada Valor de Faturas processadas, por ano - acumulado Diferença acumulada apurada entre o faturado e o previsto 1.711.039,89-30.331,68 966.375,91-744.663,98 Reportado à situação a 30/06/2014, o Município apresentou menos despesas acumuladas afectas a aquisição de serviços de estudos, pareceres e consultadoria, de 744.663,98, sendo que, somente o ano de 2012 registou faturação superior ao constante nas previsões do plano, por motivo de realização de projectos de 11

execução de empreitadas que serviram de objecto de candidaturas a fundos comunitários ao abrigo do PRODERAM. De realçar que o ano de 2014, apresenta despesas referentes a aquisição de serviços de revisão e certificação de contas (despesa que decorre de legislação em vigor) e despesas com a aquisição de serviços de serviços de jurídicos, decorrentes da auditoria de gestão em curso. 5.1.5.- Flexibilidade, dinamismo e inovação Esta medida não é quantificável, nem mensurável. 5.1.6.- Redução já em 2008, das despesas com utilização de viaturas, horas extraordinárias e telecomunicações Despesas com viaturas Não tendo sido definidas metas quantificáveis concretas, optou-se, por utilizar o mapa, tal como consta do Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento Financeiro, identificando, através da contabilidade analítica e orçamental, através do registo e demonstração da evolução das despesas associadas a viaturas, quer com aquisição de serviços de oficinas, aquisição de peças e ainda aquisição de combustível, procedendo-se à sua atualização à data de 30/06/2014. 12

Quadro 5: Evolução das despesas com viaturas, desde 2008 Viaturas 2008 2009 2010 2011 2012 2013 30-06-2014 Variação entre 30-06- 2014 / 2008 Águas 4 20.734,53 36.083,70 8.098,68 4.818,47 2.222,49 1.259,59 0,00-20.734,53 Ambiente 1 1.892,75 9.985,04 2.285,66 1.257,26 8.016,09 1.718,15 29,23-1.863,52 ASAD 13 36.687,07 117.697,47 35.259,86 65.344,78 44.027,92 6.676,85 1.061,75-35.625,32 Bombeiros 25 54.644,16 191.779,66 138.239,15 97.567,71 40.285,22 37.952,34 12.116,32-42.527,84 Desporto 1 699,37 3.777,75 493,31 3,00-0,00 0,00-699,37 Fiscalização 5 8.208,78 24.954,46 11.396,50 3.252,60 574,39 863,27 410,37-7.798,41 GIS 1 1.058,56 2.604,20 1.319,94 3.396,68 2.880,82 915,21 826,62-231,94 Presidência 4 8.275,32 11.659,03 11.958,06 7.325,53 2.428,87 2.213,68 504,99-7.770,33 RS 31 169.396,02 260.797,25 420.388,46 298.557,31 423.229,39 71.308,54 18.984,84-150.411,18 SLU 1 - - - 340,96 3.505,95 101,36 0,00 0,00 Renting 7 - - - 49.553,81 76.927,95 75.640,45 125.849,16 125.849,16 Subtotal 93 301.596,56 659.338,56 629.439,62 531.418,11 604.099,09 198.649,44 159.783,28-141.813,28 Combustível - 357.762,54 275.711,69 352.699,51 424.135,40 526.259,46 367.958,68 154.409,88-203.352,66 Total geral 93 659.359,10 935.050,25 982.139,13 955.553,51 1.130.358,55 566.608,12 314.193,16-345.165,94 O Município, no período de 01/01/2014 a 30/06/2014, processou faturas referentes a manutenção, seguros e outras despesas com viaturas no valor de 159.783,28, o que indica que o valor total a suportar este ano, deverá ser superior ao ano de 2013, o que poderá colocar em causa o cumprimento desta medida do Plano de Saneamento Financeiro. O início da execução do contrato de renting automóvel de 8 viaturas adstritas ao serviço Municipal de Recolha de Resíduos Sólidos será um dos motivos dos valores apresentados. Quanto às faturas referentes a combustível, o valor do ano de 2013 importou o montante de 367,958,68. Nos primeiros seis meses do ano em curso, deram entrada facturas de combustível no valor de 154.409,88, estimando-se pois a redução desta despesa. 13

Despesas com horas extraordinárias O Município comprometeu-se a reduzir as despesas na rubrica "010202 - Horas extraordinárias" na proporção de 1% ao ano. Utilizou-se o quadro constante no Relatório do Tribunal de Contas referente ao Plano de Saneamento Financeiro e o nosso ofício n.º 13121 de 30/10/2008 relativo a esclarecimentos, atualizando a data de reporte do presente relatório. Os valores apresentados dizem respeito aos pagamentos efetuados nos primeiros seis meses do ano em curso, na rubrica orçamental 010202. Quadro 6: Evolução das despesas pagas com Horas Extraordinárias Ano Despesa Anual Previsão do PSF Poupança Pagamentos Variação pagamentos / previsão 2007 455.189,60 0,00 455.189,60 0,00 2008 450.637,70-4.551,90 486.740,69 36.102,99 2009 446.131,33-4.506,37 506.599,71 60.468,38 2010 441.670,01-4.461,32 514.629,53 72.959,52 2011 437.253,31-4.416,70 460.887,41 23.634,10 2012 432.880,78-4.372,53 357.403,92-75.476,86 2013 428.551,97-4.328,81 268.420,05-160.131,92 30-06-2014 424.266,45-4.285,52 108.645,72-315.620,73 2015 420.023,79-4.242,66 - - 2016 415.823,55-4.200,24 - - 2017 411.665,31-4.158,24 - - 2018 407.548,66-4.116,65 - - 2019 403.473,18-4.075,48 - - 2020 399.438,44-4.034,74 - - Total 5.974.554,08-55.751,16 3.158.516,63-358.064,52 14

Em resumo, Quadro 7: Evolução das despesas pagas com Horas Extraordinárias: resumo Somatório 2007 a 30-06-2014 Despesa anual Previsão do PSF Poupança Acumulada prevista Valor de pagamentos acumulados efectuados Diferença acumulada apurada entre o faturado e o previsto 3.516.581,15-30.923,15 3.158.516,63-358.064,52 A partir do ano de 2012 e 2013 é que se regista uma diminuição dos pagamentos face à previsão constante do Plano de Saneamento. Os valores pagos acumulados estão abaixo dos valores previstos em cerca de 358.064,52 Despesas com telecomunicações Os valores apresentados têm como base as faturas processadas, por ano e classificadas na rubrica orçamental 020209- Comunicações. Quadro 8: Evolução das despesas com telecomunicações Ano Despesa Anual Previsão do PSF Poupança Faturado Variação faturado / previsão 2007 174.610,43 0,00 166.006,91-8.603,52 2008 172.864,33-1.746,10 174.902,48 2.038,15 2009 171.135,68-1.728,65 185.984,81 14.849,13 2010 169.424,33-1.711,35 198.121,18 28.696,85 2011 167.730,08-1.694,25 191.667,17 23.937,09 2012 166.052,78-1.677,30 158.692,01-7.360,77 2013 164.392,25-1.660,53 142.665,82-21.726,43 2014 162.748,33-1.643,92 66.983,76-95.764,57 2015 161.120,85-1.627,48-2016 159.509,64-1.611,21-2017 157.914,54-1.595,10-2018 156.335,40-1.579,14-2019 154.772,04-1.563,36-2020 153.224,32-1.547,72 - Total 2.291.835,00-21.386,11 1.285.024,14-63.934,07 15

Em resumo, Quadro 9: Evolução das despesas com telecomunicações - resumo Somatório 2007 a 30-06- 2014 Despesa anual Previsão do PSF Poupança Acumulada Valor de Faturas processadas, acumuladas Diferença acumulada apurada entre o faturado e o previsto 1.348.958,21-11.862,10 1.285.024,14-63.934,07 Os valores considerados por ano, dizem respeito às faturas registadas por ano na rubrica orçamental "020209 - telecomunicações" Considerando os valores acumulados entre 2007 e 30-06-2014, o Município está abaixo da despesa prevista em 63.934,07. Realça-se que o ano de 2013 foi o primeiro ano que registou valores abaixo do previsto no Plano de Saneamento Financeiro e nosso oficio n.º 11321 de 30/10/2008. 5.2- Medidas de redução de despesa corrente 5.2.1. Não arrendar mais espaços físicos para funcionamento dos serviços autárquicos O Relatório do Tribunal de Contas sobre o Saneamento Financeiro refere que: "Apesar da despesa com rendas ter atingido o montante de cerca de 137 mil euros em 2012 (11 mil euros por mês), verificou -se que após a implementação do PSF não foi arrendado mais nenhum imóvel pelo que se considera que a medida foi cumprida". De modo a facilitar o controlo deste tipo de despesa, logo desta medida, adopta-se quadro semelhante aos anteriores, tendo em consideração os pagamentos processados em cada ano económico, nas rubricas 020204 - Locação de Edifícios e 020208 - Locação de Outros Bens (terrenos). 16

Quadro 10: Evolução das despesas com rendas Ano Pagamentos: rubrica 020204 Pagamentos: rubrica 020208 Total pagamentos Diferença 2007 207.903,22 70.023,88 277.927,10 0,00 2008 121.000,00 68.210,10 189.210,10-88.717,00 2009 119.613,84 93.714,45 213.328,29 24.118,19 2010 105.706,83 72.886,80 178.593,63-34.734,66 2011 69.151,60 74.340,05 143.491,65-35.101,98 2012 101.444,76 61.331,03 162.775,79 19.284,14 2013 87.572,20 49.138,80 136.711,00-26.064,79 30-06-2014 38.150,96 24.812,64 62.963,60-73.747,40 2015 - - - - 2016 - - - - 2017 - - - - 2018 - - - - 2019 - - - - 2020 - - - - Total 850.543,41 514.457,75 1.365.001,16-214.963,50 Não foi efectuado nenhum contrato de arrendamento nos primeiros seis meses do ano em curso. Em 7 anos e seis meses, o Município processou o valor de 1.365.001,16, o que representa uma média mensal de cerca de 15 mil euros. 5.2.2. Reforçar as condições de base para a inovação e o empreendedorismo Esta medida não é quantificável, nem mensurável. 5.2.3. Minimizar custos uniformizando documentos existentes Esta medida não é quantificável, nem mensurável. 17

5.2.4. Elaborar orçamentos anuais detalhados e realistas Tendo como base o quadro constante no Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento Financeiro, acrescentaram-se os dados correspondentes ao ano de 2014, quanto às dotações, e aos primeiros seis meses, no que toca à execução e compromissos assumidos. Quadro 11: Evolução dos valores e taxas de execução orçamental Designação 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 (em euros) Orçamentada 52.355.022,07 41.910.779,49 41.874.429,86 40.379.954,34 37.132.549,54 25.160.662,98 54.689.118,52 Receita Cobrada 32.905.548,50 19.885.038,42 19.813.547,61 18.535.159,89 17.807.690,99 18.724.126,81 20.076.765,55 % Execução 63% 47% 47% 46% 48% 74% 37% Orçamentada 52.354.022,07 41.909.779,49 41.867.062,86 37.193.459,35 37.132.274,49 25.160.612,98 54.669.068,52 Despesa Cobrada 33.255.847,68 19.483.048,13 19.231.465,88 17.948.008,33 17.402.118,15 18.038.584,99 19.217.715,99 % Execução 64% 46% 46% 48% 47% 72% 35% Grau de Cobertura das despesas (1) Receita cobrada Despesa Assumida 32.905.548,50 19.885.038,42 19.813.547,61 18.535.159,89 17.807.690,99 18.749.862,64 20.076.765,55 39.406.007,99 33.867.373,31 33.751.732,44 33.224.128,43 35.226.353,74 32.007.176,27 40.360.658,63 % Cobertura 84% 59% 59% 56% 51% 59% 50% Quanto a estes indicadores, transcreve-se seguidamente parte do capítulo da introdução do relatório do Orçamento Municipal, que ajuda a explicar os valores apresentados, nomeadamente os valores da dotação: 18

Contexto: O orçamento do município de Santa Cruz 2014, não pode deixar de refletir a situação de rutura financeira, ou desequilíbrio financeiro estrutural em que se encontra a Câmara Municipal de Santa Cruz. Durante a elaboração do orçamento municipal, os serviços financeiros e o executivo permanente aguardam a formalização do Programa de Apoio à Economia Local, (PAEL), onde estão incluídos os empréstimos do PAEL e Reequilíbrio Financeiro. Após a assinatura de contratos, ainda no mandato anterior, aguarda-se o visto do Tribunal de Contas. Mais que a comparação entre anos, capítulos (que costuma ser o trabalho comum à elaboração de orçamentos e relatórios financeiros), importa salientar o seguinte: a proposta de orçamento inicial para 2014 contempla o total das faturas por pagar na posse dos serviços, reclamadas por fornecedores, acrescido das despesas obrigatórias para 2014, como despesas com pessoal, empréstimos, despesas de fornecimento contínuo e contratos celebrados cujo período de faturação abrange o ano de 2014. Engloba ainda o valor de 2,5 milhões de euros referentes a processos judiciais, que à presente data, não possuem acordo ou homologação judicial. Se, defendem as normas legislativas, o orçamento deve somente contemplar a média dos valores efetivamente cobrados e recebidos nos últimos 24 meses precedentes ao mês da elaboração do orçamento, sustentam também as entidades que tutelam e fiscalizam as contas do município, através dos princípios contabilísticos enumerados no POCAL, que não podem existir faturas/despesas sem a correspondente dotação orçamental 1. O empolamento do orçamento da receita ocorrerá somente até ao momento em que o valor da dívida esteja dentro do valor da verdadeira execução do orçamento. É uma desconformidade necessária para o registo integral do valor reclamado por fornecedores. 1 Conforme apontado no ponto 3.3 do Relato do Tribunal de Contas com a designação Auditoria ao cumprimento do plano de saneamento financeiro da Câmara Municipal de Santa Cruz 2008 a 2012 19

O valor do orçamento da receita, logo da despesa, deveria ser de 16 milhões de euros, acrescido de contratos de financiamento de fontes externas à Câmara, como os contratos programa, lei de meios e fundos comunitários. Só o valor das faturas na posse dos serviços financeiros, cuja conformidade está a ser verificada, através da auditoria de gestão que se encontra em curso, é de cerca de 27,4 milhões de euros. Valor que poderá aumentar, caso sejam considerados, em Tribunal, diversos processos, na ordem dos 2,9 milhões de euros, a somar a outro tanto, reconhecido, mas em análise da já citada auditoria. É propósito deste executivo, reduzir o valor da dívida. Neste primeiro ano de mandato, deverá ser o critério da evolução da dívida, o principal indicador de gestão e de tomada de decisões. A auditoria de gestão, o apuramento de responsabilidades, será acompanhada, por um novo paradigma de gestão. As despesas de funcionamento deverão diminuir, os prazos de pagamento devem ser cumpridos, os concursos devem ser públicos e os preços devem diminuir. Numa meta de médio/longo prazo, a redução das despesas de funcionamento, permitirão o reforço das intervenções e projetos de investimento. O retorno ao recurso da mão-deobra própria, à pesquisa e reforço de candidaturas a projetos comunitários, contribuirá para a melhoria da situação financeira. Ao nível da receita, os regulamentos deverão ser revistos. Os procedimentos de receita devem ser uniformizados e todos os munícipes, utentes, turistas, devem ser tratados de forma idêntica. Igualdade, transparência e critério do utilizadorpagador, devem nortear a ação dos serviços municipais, em particular, os serviços emissores de receita. Todas as taxas e tarifas devem possuir a adequada e obrigatória fundamentação económica e financeira, e paralelamente, estarem ajustadas à realidade social e económica que atravessamos. Para cumprir as competências respeitantes exclusivamente ao município, não fazer despesa que não seja imposta por legislação, ou que ponha em causa a saúde, 20

segurança de pessoas e bens, os órgãos municipais deverão, ter sempre em linha de conta, a necessidade imperiosa de redução do endividamento e a redução dos prazos médios de pagamento. Das primeiras prioridades a ter em conta, salientam-se a gestão da recolha de resíduos sólidos, bem como, a gestão do parque de viaturas. A existência de planeamento, fundamentação das necessidades, o controlo do combustível e do estado das viaturas serão metas e objetivos a cumprir. Depois da primeira fase, de urgência face à desfasada realidade financeira, bem como de desfragmentação de orgânicas, funcionários e falta de procedimentos, darse-á prioridade ao planeamento de despesas e atividades. Com planeamento, muitas das atuais urgências, deixarão de o ser. 5.2.5. Restringir novos contratos de prestação de serviços individuais / avenças O Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento Financeiro aponta que esta medida não é avaliável face aos termos amplos e não quantificados em que foi definida. Optou-se pois, por elaborar quadro com histórico de pagamentos efectuados por ano na rubrica "010107 - Pessoal em regime de tarefa ou avença", para o acompanhamento da evolução ao longo do período de vigência do plano. 21

Quadro 12: Evolução dos pagamentos da rubrica "010107 - Pessoal em regime de tarefa ou avença": Ano Pagamentos: 010107 Diferença 2007 14.935,10 0,00 2008 100.153,86 85.218,76 2009 134.282,92 34.129,06 2010 150.978,63 16.695,71 2011 153.974,04 2.995,41 2012 156.976,86 3.002,82 2013 141.792,57-15.184,29 30-06-2014 95.565,25-46.227,32 2015 - - 2016 - - 2017 - - 2018 - - 2019 - - 2020 - - Total 948.659,23 80.630,15 Em 2013 diminuíram os valores pagos com contratos de avença, face aos anos de 2012, 2011 e 2010. Em 2014, esta rubrica orçamental deverá aumentar face ao ano anterior, tendo por justificação a contratação de serviços jurídicos e de contencioso 5.2.6. Planear recursos humanos de acordo com necessidades efetivas Esta medida não é quantificável, nem mensurável. 5.2.7. Reforçar a função de controlo financeiro ao nível orçamental Esta medida não é quantificável, nem mensurável. 22

5.2.8. Garantir a satisfação do princípio da economia, eficiência e eficácia na aquisição de bens Esta medida não é quantificável, nem mensurável face a ausência de indicadores e metas definidas no estudo. 5.2.9. Utilizar viaturas para o serviço estritamente necessário Esta medida não é quantificável, nem mensurável face a ausência de indicadores e metas definidas no estudo. 5.2.10. Reduzir os prazos de pagamento Tendo como base o quadro constante no Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento Financeiro, acrescentaram-se os dados correspondentes ao ano de 2013. Quadro 13: Evolução dos Prazos Médios de Pagamento (PMP) Ano PMP Variação (%) 2007 241-2008 196-18,67% 2009 221 12,76% 2010 363 64,25% 2011 609 67,77% 2012 518-14,94% 2013 1.049 102,51% 30-06-2014 * - - 2015 - - 2016 - - 2017 - - 2018 - - 2019 - - 2020 - - * Não disponibilizado 23

Tendo por base os dados apresentados, consultando a DGAL e o Anuário financeiro dos Municípios Portugueses de 2013, o Município de Santa Cruz, é o que apresenta o 4.º pior registo entre os 308 Municípios Portugueses, necessitando em média, de 1049 dias para pagamento de facturas. Para esta situação contribui o elevado montante da dívida global e do nível percentual de endividamento. Por outras palavras, o Município não tem conseguido obter receitas que possibilitem o pagamento da dívida e o pagamento de novas despesas. Tem-se financiado à conta da dívida a fornecedores. A expectável concretização do PAEL e REEQUILIBRIO, que ao nível da utilização do capital para pagar dívidas, quer numa segunda fase, no aumento de receitas, poderá contribuir para diminuir os prazos de pagamento. De realçar que, a recepção e registo de juros de mora 2 contribui para o aumento do prazo médio de pagamentos e para o não pagamento a 90 dias, conforme estipulado na Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso. 5.2.11. Reduzir o ciclo de caixa com a antecipação de receitas Quadro 14: Dívidas de terceiros, curto prazo Ano Dividas de terceiros, curto prazo Variação (%) 2008 8.639.051,61-2009 9.048.367,51 4,74% 2010 11.458.208,55 26,63% 2011 8.660.722,98-24,41% 2012 6.267.261,06-27,64% 2013 4.800.048,91-23,41% 30-06-2014* - - 2015 - - 2016 - - 2017 - - 2018 - - 2019 - - 2020 - - * Valores não apurados à presente data 2 Não se compreende a falta de legislação que proteja as autarquias locais e demais entidades públicas, em situação de ruptura financeira e situação de desequilíbrio financeiro estrutural, em clara diferenciação com o sector empresarial privado, dando como exemplo a apresentação de juros de mora e a reestruturação da dívida. 24

Os dados utilizados têm como base o quadro constante do Relatório do Tribunal de Contas referente ao Saneamento Financeiro e os valores inscritos nos Balanços dos respectivos anos económicos. É de salientar que, dos valores considerados, fazem parte contas de ordem referentes a cauções e garantias por liberar que, por norma, não se transformam em receita e são devolvidos a terceiros. À presente data, os dados patrimoniais não foram apurados. 5.2.12. Negociação com fornecedores visando obter melhores prazos de pagamento Conforme exposto no Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento: "Esta medida não foi avaliada por estar em contradição com a medida 10 e com o próprio propósito do PSF". 25

6- Outros Indicadores PLANO DE SANEAMENTO FINANCEIRO Neste capítulo apresentam-se outros indicadores que julgamos ser pertinentes para o acompanhamento da situação financeira do Município. 6.1.- Situação de Pagamentos em Atraso No final do primeiro semestre o valor dos pagamentos em atraso era de 11.220.382,43. Este indicador evoluiu favoravelmente. 6.2.- Situação de FUNDOS DISPONÍVEIS A Lei n.º 8/2012 de 21 de Fevereiro (Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso) e posterior legislação que veio estabelecer regras relativas à assunção de compromissos e efetuar despesa, obriga à determinação da situação de FUNDOS DISPONIVEIS. Grosso modo, este conceito, visa apurar a situação entre receitas e despesas num período de três meses. A 31/12/2013, a situação de FUNDOS DISPONIVEIS, era NEGATIVA em 20.357.753,86. A 30/06/2014, a situação de FUNDOS DISPONIVEIS, permanecia NEGATIVA, embora com tendência favorável, em 3.628.287,17 26

6.3.- Evolução das receitas cobradas Quadro 15: Evolução das receitas cobradas desde 2001 Ano Correntes Capital Outras receitas Total 2001 8.664.987 15.983.185 54.286 24.702.458 2002 11.052.782 9.455.573 0 20.508.355 2003 10.013.380 6.681.823 578 16.695.781 2004 13.298.236 9.969.233 80 23.267.549 2005 13.436.446 9.415.063 2.093 22.853.602 2006 11.291.668 8.494.098 243 19.786.009 2007 14.716.393 7.148.748 810.531 22.675.672 2008 21.010.986 11.894.527 36 32.905.549 2009 14.342.106 5.542.474 458 19.885.038 2010 15.112.508 4.700.867 173 19.813.548 2011 13.771.673 3.734.293 1.029.194 18.535.160 2012 15.177.105 2.043.406 587.180 17.807.691 2013 15.744.694 2.597.884 407.284 18.749.863 30-06-2014 8.021.992 12.054.737 36 20.076.766 A 30/06/2014, há a ter em conta que as receitas arrecadas consideram, as verbas já utilizadas dos empréstimos do PAEL e REEQUILIBRIO, no valor de 11.305.135. 27

6- Conclusão A análise do processo de saneamento é indissociável da análise da situação financeira da câmara. Para além de terem passado cerca de sete anos, cerca de dois mandatos, o Município recorreu ao PAEL, o que contribuiu, para além da entrada em vigor de nova legislação, da qual se destaca a Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso, para a introdução de novas medidas de contenção de despesa e arrecadação de receita. O Município de Santa Cruz tem apresentado, desde 2013 até à presente data, melhorias na maioria dos indicadores apresentados. Globalmente, o valor da dívida total diminuiu. A dívida a fornecedores, exigivel a curto prazo, foi transformada em médio e longo prazo, com a utilização da primeira tranche do empréstimo do PAEL e do REEQUILIBRIO, o que tem implicações positivas nos indicadores de pagamentos em atraso e nos Fundos Disponiveis que, no entanto, permanecem negativos, ou seja, a não exisitirem receitas que possibilitem o pagamento da divida e de despesas correntes obrigatórias e à luz da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso, não devem ser realizadas novas despesas, e caso o sejam, devem os órgãos municipais ter em atenção a sua fundamentação e adequação à legislação em vigor. A existência de cerca de 3,5 milhões de provisões constituídas à data de 30/06/2014 é um aspecto que poderá prejudicar a situação financeira do Município. Como aspectos a ter ainda em conta, os serviços financeiros não podem deixar de realçar os seguintes, sempre com o objectivo de melhoria da situação financeira do Município e do aumento do sistema de controlo interno: A necessidade de aumentar ou concretizar as medidas ao nível do orçamento municipal da receita, destacando que algumas acções encontram-se em curso. Neste item, destaca-se: 28

Ao nível das receitas correntes: O aumento da eficiência e eficácia nos procedimentos a adoptar serviços emissores de receita, garantindo que todos os serviços ou bens prestados ou vendidos são cobrados, universalmente e sem expecpção e em condições de adequação aos regulamentos em vigor; Maximização dos preços cobrados pelo município, através da reapreciação dos tarifários. Destaca-se dentro desta medida, o aumento de tarifário de águas deliberado em sede de Assembleia Municipal a 27/06/2014; O aperfeiçoamento dos processos e do controlo sobre os factos suscetíveis de gerarem a cobrança de taxas e preços municipais, bem como ao nível da aplicação de coimas e da promoção dos processos de execução fiscal a cargo do município A exploração do património imóvel do Município; Avaliação e estudo do Imposto Municipal de Imóveis no Concelho; Concessão de exploração de parques de estacionamento e parquímetros; Ao nível de receitas extraordinárias: A venda de património definido do PAEL e/ou outro que não seja imprescindivel à operacionaldiades dos serviços municipais; A recuperação do IRS de 2009 e 2010. 29

7- Proposta Submetido a despacho do Senhor Vice-Presidente da Câmara, através da informação interna n.º 12196 de 30/07/2014, propomos que ao presente relatório deverá ser dada continuidade nos seguintes termos: a) Remeter DGAL, em cumprimento com a alínea c) do n.º 5.º do artigo n.º 59.º da Lei n.º 73/2013 de 03 de Setembro; b) Dar conhecimento aos membros do Governo responsáveis das Finanças e Autarquias Locais, em cumprimento do art.º 6.º do Decreto-Lei n.º 38/2008, conjugado com o n.º 7.º do art. º 59.º da Lei n.º 73/2013 de 03 de Setembro; c) Remeter para apreciação da Câmara Municipal e Assembleia Municipal, em cumprimento do n.º 6 do art.º 59.º da Lei n.º 73/2013 de Setembro; d) Publicar no Sítio da internet do Município, após apreciação da Assembleia Municipal; e) Dar conhecimento à Secção Regional da Madeira do Tribunal de Contas; Santa Cruz, aos 30 de Julho de 2014 O Chefe de Divisão Financeira Nuno César Cabaços Cruz 30