Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (CPDA)



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Transcrição:

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (CPDA) Relatório com as principais notícias divulgadas pela mídia relacionadas com a agricultura Área Temática: Segurança Alimentar e Nutricional Período de Análise: janeiro de 2010. Mídias analisadas: Jornal Valor Econômico Jornal Folha de São Paulo Jornal O Globo Jornal Estado de São Paulo Sítio eletrônico do MDS Sítio eletrônico do MDA Sítio Eletrônico do MMA Sítio eletrônico do INCRA Sítio eletrônico da CONAB Sítio eletrônico do MAPA Sítio eletrônico da Agência Carta Maior Sítio Eletrônico da Fetraf Sítio Eletrônico da MST Sítio Eletrônico da Contag Sítio Eletrônico da Abag Sítio Eletrônico da CNA Sítio Eletrônico da CPT Revista Globo Rural Revista Isto é Dinheiro Rura

Índice Preço da cesta básica cai até 15% em 2009 Verena Fornetti - Folha de são Paulo Dinheiro 12/01/2010... 3 Plantação de cana cresce sem desalojar alimento, diz estudo Sítio Eletrônico da CNA 18/01/2010... 4 2

Preço da cesta básica cai até 15% em 2009 Verena Fornetti - Folha de são Paulo Dinheiro 12/01/2010 Alimentos têm deflação em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese; queda é a mais generalizada desde o Plano Real Em São Paulo, a fatia do salário mínimo necessária para comprar uma cesta básica foi de 49,47%, menor percentual desde 1971 A cesta básica ficou mais barata em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no ano passado. É o maior número de cidades com deflação no preço dos produtos básicos desde o Plano Real. Os preços da cesta básica no país recuaram até 14,92% no ano -percentual registrado em João Pessoa. Belém foi a única cidade pesquisada onde os preços subiram (2,65% no ano). Na capital do Pará, os produtos alimentícios foram pressionados pelo aumento do valor do tomate, do açúcar e da banana. Com a queda nos preços dos alimentos e os seguidos reajustes no salário mínimo, a fatia do rendimento-base comprometida com a compra dos alimentos essenciais é uma das menores da história. Em São Paulo, cidade para a qual o Dieese dispõe da série de dados mais longa, a parcela necessária foi 49,47%, menor percentual desde 1971. José Maurício Soares, coordenador da pesquisa, destaca que o salário mínimo vem ganhando poder de compra desde 1995. Em maio daquele ano, o governo federal concedeu aumento do rendimento, que passou de R$ 70 para R$ 100. Soares afirma que, particularmente em 2009, quando o salário mínimo subiu 5,8% acima da inflação e passou a R$ 465, o poder de compra aumentou porque os preços ficaram mais favoráveis aos trabalhadores. De acordo com o Dieese, no ano passado, o trabalhador que recebe salário mínimo precisou trabalhar 20 horas a menos ao mês que em 2008 para comprar a cesta. João Saboia, diretor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aponta o bom desempenho do mercado de trabalho, mesmo em ano de crise, como outro fator responsável pelo aumento do poder de compra. "A recuperação do mercado de trabalho a partir do meio do ano passado foi muito boa. Em 2009, a taxa de desemprego ficou menor do que era no ano anterior." A crise teve papel-chave para a deflação nos preços dos alimentos, ressalta Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas. A recessão diminuiu a demanda por commodities agrícolas (como soja, carne, milho etc.), o que abaixou os preços desses produtos. Ao mesmo tempo, houve aumento da oferta, pois a cotação dos alimentos, que estava em alta nos últimos anos, estimulou agricultores a elevar a produção. Perspectivas Neste ano, o crescimento da economia deve aumentar os índices de preços, segundo Quadros. Para o especialista da FGV, à medida que a recuperação da economia global se firmar, os preços voltarão ao terreno positivo, embora a alta de preços deva ser mais moderada do que a registrada em 2008. O poder de compra do salário mínimo, que passou para R$ 510 neste mês, então, dependerá do comportamento dos preços dos alimentos. Quadros afirma que, mesmo com a queda dos preços no ano passado, as cotações continuam atrativas para o produtor, de acordo com os indicadores já disponíveis sobre a próxima safra. 3

Por sua vez, o diretor da UFRJ acrescenta que o poder de compra do salário mínimo deve continuar aumentando, pois as perspectivas para o crescimento econômico neste e no próximo ano são favoráveis. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação são variáveis usadas pelo governo na fórmula para calcular o reajuste do mínimo ano a ano. Plantação de cana cresce sem desalojar alimento, diz estudo Sítio Eletrônico da CNA 18/01/2010 A ideia que há uma guerra por espaço acontecendo no interior do Brasil entre o plantio de comida e a produção de biocombustíveis é errada, dizem especialistas. A expansão do cultivo de cana-de-açúcar para para produzir etanol não afetou, até hoje, áreas de cultivo de alimentos, segundo os estudos. Até aconteceram mudanças localizadas de cultura, mas no todo não foi significativo. Existem 200 milhões de hectares de pasto no Brasil. Não são os cinco milhões que a cana ocupa que vão fazer falta, diz Roberto Schaeffer, especialista em energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de um trabalho sobre o assunto na última edição da revista científica Renewable Energy. O Brasil tem 60 milhões de hectares dedicados à agricultura (veja tabela à direita). Segundo cientistas como Schaeffer ou José Goldemberg, físico da Universidade de São Paulo e um dos pais do Proálcool (que também publicou um estudo recentemente sobre o tema na revista Energy Policy) é justamente para cima dos pastos -e não dos cultivos de alimentos- que a cana avança, com algumas exceções nos anos 1970 e em alguns poucos locais atualmente. Os dados mostram que os plantios de café, laranja ou feijão não se alteraram com o crescimento das plantações de cana mesmo em São Paulo, grande produtor nacional de etanol (veja ao lado). Isso não significa que o Brasil esteja produzindo menos carne. Goldemberg lembra que a densidade dos rebanhos vem crescendo. Só entre 2004 e 2005, passou de 128 cabeças por quilômetro quadrado para 141 nos pastos paulistas. Segundo ele, ainda há muito espaço para ganhos em produtividade. Uma eficiência maior poderia evitar inclusive que a pecuária se expandisse em função do desmate da Amazônia, como vem acontecendo no país. Além disso, a produtividade das plantações da cana vem crescendo com o avanço da biotecnologia. Ou seja, os produtores podem fazer mais etanol sem aumentar seus plantios. Mesmo porque o preço das terras de algumas regiões de plantio de cana está subindo rápido (Ribeirão Preto, Franca e Bauru, no interior paulista, por exemplo, tiveram uma valorização de mais de 160% entre 2001 e 2006). O mesmo acontece no norte do Paraná. Isso pode ser, porém, um sinal de que plantar está ficando caro, trazendo risco de aumento no preço dos alimentos no supermercado. Há algum fundamento em ficar preocupado. Hoje não há problema, mas, se as políticas não forem apropriadas, em alguns lugares eles podem aparecer. É bom ficar de olho aberto, diz Schaeffer. * Autor: Ricardo Mioto. Fonte: Folha de S. Paulo de 18/01/2010. 4

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