PERFIL DO CONSUMIDOR DE LEITE BOVINO DA ZONA SUL DO MUNICÍPIO DE NATAL RIO GRANDE DO NORTE



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Transcrição:

PERFIL DO CONSUMIDOR DE LEITE BOVINO DA ZONA SUL DO MUNICÍPIO DE NATAL RIO GRANDE DO NORTE Daniel Henrique Correia André 1 ; José André Júnior 2 ; Magda Maria Guilhermino 3 RESUMO - Objetivou-se avaliar o perfil do consumidor na zona sul de Natal-RN quanto a sua percepção sobre os diferentes atributos do leite bovino e derivados. O estudo teve caráter investigativo e descritivo, com base em respostas obtidas a partir de 260 questionários aplicados, composto de questões abertas e fechadas. Observou-se que aproximadamente (38,00 %) consomem entre (200 e 300 ml) de leite por semana enquanto (15,00%) consomem menos de 200 ml. Os resultados apontaram para o conhecimento parcial sobre a qualidade nutricional do leite de vaca e indicam também que além da confiabilidade no produto, estão entre os elementos considerados na decisão de não comprar o leite o potencial benefício à saúde. Os consumidores tendem a comprar produtos regionais, mas sem desobedecer aos critérios de escolha de produtos como o preço e qualidade respectivamente. Unitermos: Alimentação. Mercado. Questionário. PROFILE OF CATTLE MILK CONSUMER OF RIO GRANDE DO NORTE NATAL CITY SOUTH ZONE ABSTRACT - The objective was to assess the consumer profile in the south of Natal- RN as their perception about the different attributes of bovine milk and dairy products. The study was investigative and descriptive, based on responses obtained from 260 questionnaires, consisting of open and closed questions. It was observed that approximately (38.00%) consume between (200 and 300 ml) of milk per week while (15.00%) consume less than 200 ml. The results pointed to the partial knowledge on the nutritional quality of cow's milk and also indicate that in addition to product reliability, are among the factors considered in the decision not to buy milk the potential benefit to health. Consumers tend to buy local products, but without disobeying the criteria of choice of products such as price and quality respectively. Key Words: Food. Market. Questionnaire. 1 Zootecnista.danielhcorreia@gmail.com 2 Mestre em Zootecnia.zeandre_ufersa@yahoo.com.br 3 Doutora em Zootecnia.magdaguilhermino@gmail.com 17

INTRODUÇÃO Os processos de globalização e urbanização acelerados nas últimas décadas favoreceram a modificação dos padrões alimentares das populações em países em desenvolvimento. Nesse contexto, o leite apresenta-se intrínseco da humana e os avanços nas técnicas de produção, processamento e distribuição têm favorecido ainda mais o seu consumo, em particular o leite de origem bovina. Apesar da importância do consumo de leite e derivados para todas as faixas etárias, poucos estudos têm avaliado a ingestão destes alimentos, sobretudo, entre adultos e idosos (MOLINA et al, 2007). No Brasil, dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares mostraram que o consumo de leite, a partir dos dez anos de idade, está aquém do recomendado, o que se traduz em elevadas prevalências de inadequação de ingestão de vitaminas e cálcio (IBGE, 2010). As recomendações do Ministério da Saúde para o consumo de leite, na forma fluida ou de derivados lácteos, variam de acordo com a idade das pessoas. A recomendação para crianças de até dez anos é de 400 ml/dia, isto é, 146 litros/ano de leite fluido ou equivalente na forma de derivados. Para os jovens de 11 a 19 anos, o consumo é maior, de 700 ml/dia ou 256 litros/ano e para os adultos acima de 20 anos a recomendação é de 600 ml/dia ou 219 litros/ano, inclusive para os idosos (BRASIL, 2006). O consumo per capita no Brasil está estimado em 178 litros/habitante/ano, com projeção para alcançar em 200 litros/habitante/ano em 2018, valores inferiores média dos países desenvolvidos estimado em 238 litros/habitante/ano e superior à média dos países em desenvolvimento estimado em 72 litros/habitante/ano (BRASIL, 2008). De acordo com Muniz et al. (2013), o conhecimento da frequência e da distribuição da ingestão de leite e derivados pela população é condição sine qua non para direcionar estratégias nacionais e locais de incentivo ao consumo desses alimentos. Os supermercados, em geral, são os principais locais de compra de alimentos incluindo o leite. A escolha dos estabelecimentos para realização desse estudo foi influenciada pelas considerações feitas por Martins et al. (2008). Assim, campanhas de marketing, melhor organização da cadeia produtiva, melhoria da qualidade, investimentos e um conhecimento mais profundo sobre o consumidor de leite são ações que podem aumentar a produção e o consumo de leite. E o conhecimento do perfil/preferências dos consumidores é importante, pois permite orientar o trabalho de produção, direcionar o processo de marketing e comercialização, além de dar uma ideia da importância desse segmento de consumo no mercado regional. Dessa forma, este trabalho objetivou avaliar o perfil do consumidor de leite bovino e seus derivados na zona sul de Natal-RN quanto a sua percepção sobre os diferentes atributos. 18

MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi desenvolvida no período de maio a junho de 2010, entre pessoas que foram escolhidas aleatoriamente em cinco estabelecimentos distintos da Zona Sul da cidade de Natal no estado do Rio Grande do Norte. Foram aplicados 300 questionários, na forma impressa, com um número final de 260 questionários válidos, os formulários foram compostos por questões abertas e fechadas, constituídos de três blocos referindo-se ao perfil dos entrevistados e aos tópicos abordados. No primeiro bloco, realizou-se a caracterização da população amostral, foram relacionados os dados quanto a sexo, idade, escolaridade e renda. Em seguida, foi avaliado o nível de conhecimento dos consumidores, bem como as informações pertinentes ao consumo do leite. No terceiro bloco, visou-se conhecer a aceitação dos produtos e sua frequência de consumo, detalhando-se o perfil do consumidor quanto aos seus produtos preferidos e mais consumidos, bem como os menos procurados, vantagens e desvantagens de beber leite segundo uma escala de Likert, atributos valorizados na compra de leite, preferência por embalagem e nível de informação sobre leite. Foi realizado um pré-teste, para observação das imprecisões do instrumento de pesquisa e foram efetuados ajustes no formulário, adicionando, modificando ou retirando questões. Os dados foram analisados por estatística descritiva por meio de frequências e percentagens das respostas obtidas. A pesquisa foi realizada em três turnos do dia, pela manhã no horário entre sete e oito horas à tarde entre 16 e 17 horas e a noite entre 19 e 20 horas, foram evitadas termos técnicos e palavras em outros idiomas. Os dados foram analisados de forma descritiva e tabulados em planilhas do software Microsoft Office Excel 2010, e os resultados dispostos em tabelas e gráficos. RESULTADOS E DISCUSSÃO No primeiro bloco foram entrevistados 260 indivíduos e elencado os dados de sexo, estado civil e idade conforme (Tabela 1). Tabela 1. Classificação dos entrevistados quanto ao sexo, estado civil e idade Classificação Frequência Percentual Sexo Masculino 110 57,69 Feminino 150 42,31 Estado civil Casado 140 53,84 Solteiro 115 44,23 Outros 5 1,93 Idade (anos) 18-29 65 25,00 30-59 136 52,31 60 ou mais 59 22,69 19

Percentual Percentagem PUBLICAÇÃO DO Ainda no primeiro bloco os entrevistados foram classificados quanto ao grau de escolaridade divididas em dez classes, classificadas conforme (Figura 1), observa-se prevalência entre os entrevistados dos níveis de escolaridade superior e médio completos. 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 2,42 3,16 29,94 19,23 26,54 6,57 4,05 2,08 2,01 4,00 Escolaridade Figura 1. Nível de escolaridade em percentagem do total de 260 entrevistados Na caracterização da renda e região sul de Natal, caracteriza-se como área de classe média, destacando-se a prevalência de entrevistados com renda entre três e cinco salários conforme descrito na Figura 2. 30,00 25,00 27,33 28,36 20,00 15,00 16,79 13,72 10,00 5,00 5,37 8,43 0,00 0-1 1-3 3-5 5-7 7-10 10 ou mais Renda média em salário mínimo Figura 2. Renda média em salário mínimo do total de 260 entrevistados 20

No segundo bloco de entrevistas o questionário teve o objetivo de avaliar o conhecimento dos consumidores, bem como as informações pertinentes ao consumo do leite e o tipo preferido pelos consumidores, também quais os fatores que influenciam no momento da escolha. Os participantes da pesquisa declararam conhecer as diferenças entre os tipos de leite pasteurizados e longa vida UHT, disponíveis no mercado, conforme registrado na Tabela 2. Tabela 2. Diferença entre os tipos de leites pasteurizados e longa vida (UHT) Percepção da diferença Frequência Percentual Percebe a diferença 81 31,02 Percebe pouco a diferença 67 25,67 Não percebe a diferença 73 28,02 Conhece apenas o UHT 11 3,08 Conhece apenas os Pasteurizados 9 2,51 Outros 20 7,0 No terceiro bloco representado pela (tabela 3), foram relacionados fatores que interferem no consumo e verificou-se que mais da metade dos entrevistados tiveram preferência pelo leite integral, seguido do desnatado e do semidesnatado. Poucos entrevistados relataram a preferência por algum outro tipo de leite, como o de soja e cabra. O consumo de leite de soja foi baixo, embora seu consumo seja muito importante para as mais variadas dietas e faixas etárias, por conter proteínas de boa disponibilidade e todas as vantagens funcionais do consumo de produtos à base de soja (CASÉ et al., 2005). Percebeu-se que a população potiguar levou em consideração qualidade do produto na hora da compra e alguns fatores estão associados a esse perfil tais como aspectos sensoriais como sabor, odor, cor. Além desses aspectos, a questão sanitária, praticidade e o tempo de vida de prateleira, marca do produto e preço também são observados, merecendo destaque para a qualidade e o preço como fatores que mais influenciaram na hora da aquisição. (VIDAL-MARTINS et al.,2005). Tabela 3. Fatores que interferem na aquisição e no consumo de leite Fatores que interferem no consumo Frequência Percentual Tipo de leite Integral 134 51,69 Semidesnatado 32 13,21 Desnatado 56 21,42 Não consome 13 4,82 Soja 3 1,31 Cabra 15 5,92 Outros 7 2,53 Fatores importantes na hora da compra Sabor 38 14,62 21

Valor nutricional 33 12,69 Considera insubstituível 18 6,92 Marca 9 3,46 Praticidade 14 5,38 Preço 53 20,38 Qualidade 86 33,08 Origem 3 1,15 Outros 6 2,31 Porque não consome Intolerância a lactose 5 36,87 Consome apenas derivados 1 8,21 Não gosta do sabor 3 24,21 Não gosta do odor 3 21,16 Outros 1 9,55 Quantidade consumida Até 200 ml 37 14,32 200 a 350 ml 96 36,98 350 a 500 ml 79 30,24 Mais de 500 ml 48 18,46 Frequência de consumo semanal 1 2 vezes 59 22,81 3 4 vezes 70 26,98 5 6 vezes 89 34,15 Mais de seis vezes 42 16,06 Dentre os fatores que influenciaram o entrevistado a não consumir o leite bovino, destaca-se a intolerância a lactose seguida pelo sabor e odor do produto. A lactose interfere na absorção de carboidratos, entretanto, a presença desse açúcar na alimentação humana, quando balanceada e moderada, é muito importante por estar associada a diversos benefícios à saúde, além de ter influência positiva na absorção de minerais como cálcio e magnésio (SCHAAFSMA, 2008). Por outro lado Haug et al. (2007), reportam que, o leite, sendo um alimento composto por uma matriz complexa, rico em diversos nutrientes, promove diversas atividades funcionais à saúde, devendo-se atentar aos cuidados de uma dieta balanceada e de acordo com os pré-requisitos do consumidor. A maior parte dos entrevistados consumiu entre 200 e 500 ml/dia, valor abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde, considerando que mais da metade dos entrevistados (52,31%) eram da faixa etária adulta, ou seja, deveriam estar consumindo acima de 600 ml, constatou-se que a população da zona sul de Natal consome abaixo do recomendado. 22

CONCLUSÕES Os dados coletados da pesquisa permitem concluir que os entrevistados da Zona Sul da cidade de Natal, consomem leite com regularidade, embora, em quantidades abaixo da recomendada pelo Ministério da Saúde, frequência, com alto percentual de aceitação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília, DF, 2006. 214 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Teste Como está sua alimentação?. Brasília, DF, 2008. CASÉ, F.; DELIZA, R.; ROSENTHAL, A.; MANTOVANI, D.; FELBERG, I. Produção de leite de soja enriquecido com cálcio. Ciência Tecnologia de Alimentos, v. 25, n. 1, p. 86-91, 2005. HAUG, A.; HOSTMARK, A. T.; HARSTAD, O. M. Bovine milk in human nutrition: a review. Lipids in Health and Disease, v. 6, p. 25, 2007. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE. Avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, 2010. MARTINS, B.R.; JACOB, S.C.; PERES, F. Avaliação qualitativa do hábito de leitura e entendimento: recepção das informações de produtos alimentícios. Ciência Tecnologia de Alimentos, v.28, n.3, p.579-585, 2008. MOLINA, M.C.; BETTIOL, H.; BARBIERI, M.A.; SILVA, A.A.M.; CONCEIÇÃO, S.I.O.; DOS-SANTOS, J.E. Food consumption by young adults living in Ribeirão Preto, SP, 2002/ 2004. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.40 p.1257-1266, 2007. MUNIZ, L.C.; MADRUGA, S.W.; ARAUJO, C.L. Consumo de leite e derivados entre adultos e idosos no Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Ciência saúde coletiva, vol.18, n.12, pp. 3515-3522, 2013. SCHAAFSMA, G. Lactose and lactose derivatives as bioactive ingredients in human nutrition. International Dairy Journal, v. 18, n. 5, p. 458-465, 2008. 23

VIDAL-MARTINS, A.M.C.; SALOTTI, B.M.; ROSSI JUNIOR, O.D.; PENNA, A.L.B. Evolução do índice proteolítico e do comportamento reológico durante a vida de prateleira de leite UAT/UHT. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 25, n. 4, p. 698-704, 2005. 24