MÓDULO 4 3. Triunfo dos estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII 3.3 Portugal dificuldades e crescimento económico



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Transcrição:

MÓDULO 4 3. Triunfo dos estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII 3.3 Portugal dificuldades e crescimento económico Grupo II 1. Apresentar, partindo do Doc. 1, as razões do lastimoso estado do nosso comércio. No século XVII, Portugal pouco produzia, vivendo sobretudo da reexportação dos produtos coloniais, como o açúcar, tabaco e especiarias, principalmente. Nas últimas décadas do século XVII, uma crise comercial de grandes proporções diminui a procura desses produtos. Em Lisboa, os stocks não se escoam, mesmo a baixos preços ( por falta de valor, não têm saca ). Deste modo, todas as nossas compras ao estrangeiro tinham de ser pagas em numerário, acentuando o défice da nossa balança comercial ( os estrangeiros para se pagarem das (mercadorias) que metem no Reino, levam o dinheiro ). 2. Referir, com base no Doc. 2, a solução encontrada para resolver a situação económica a que alude Duarte Ribeiro de Macedo (Doc.1). O contrato celebrado com Rolando Duclos é um exemplo da política industrializadora levada a cabo pelos governantes portugueses, em especial pelo vedor da Fazenda de D. Pedro II, o Conde da Ericeira. Na impossibilidade de continuar a pagar em numerário as importações, a solução encontrada foi libertar o país da dependência estrangeira, implementando no reino as manufaturas. 3. As Pragmáticas (Doc. 3): a) têm por objetivo proteger a indústria nacional diminuindo as importações. 4. Mostrar o carácter mercantilista de cada um dos documentos apresentados. O Doc. 1 expressa a ideia central do Mercantilismo, o valor do metal precioso para a riqueza do Estado, considerando-o o sangue das repúblicas. Os Docs. 2 e 3 enquadram-se na preocupação mercantilista relativamente à balança comercial de saldo positivo, vista como único meio de atrair ouro ao reino ou, pelo menos, de evitar a sua saída. Com esse fim, impunha-se a redução das importações, quer cerceando o luxo (Doc. 3), quer fomentando a produção nacional. O fomento manufatureiro promovido pelo Estado, que atrai artífices estrangeiros e lhes concede privilégios, foi uma das medidas mais comuns do Colbertismo. Grupo III 1. Explicar a evolução registada nas exportações de vinhos portugueses para Inglaterra (Doc. 1). No período considerado, o gráfico mostra uma tendência de crescimento das exportações de vinhos portugueses para Inglaterra. Essa evolução deve-se, em grande medida, ao Tratado de Methuen, assinado em 1703, que favorecia a entrada dos vinhos portugueses em Inglaterra, visto pagarem menos 1/3 dos direitos alfandegários cobrados aos vinhos franceses. 2. Indicar três produtos que, à data considerada, faziam a opulência do Brasil (Doc. 2). Ouro, açúcar e tabaco. 3. Apresentar, partindo do Doc. 3, duas evidências da dependência económica portuguesa face à Inglaterra. O ouro vindo do Brasil, bem como o lucro do nosso comércio com esta colónia, acabava nas mãos dos Ingleses, como pagamento dos produtos que nos vendiam. O mercado britânico nos fornecia ¾ do trigo e dos produtos manufaturados que consumíamos, o que revela uma dependência excessiva face às importações de Inglaterra; 4. O Marquês de Pombal: a) protegeu as manufaturas, criou companhias monopolistas de comércio e dignificou o estatuto da burguesia. 5. Sequência de letras correta: E); B); D); F); A); C) 6. Desenvolver o tema: Caderno do aluno 4 (Resolução) página 1 de 9

A economia portuguesa: do fracasso da política industrializadora de Ericeira à ação do Marquês de Pombal Introdução: Referência à atividade mercantil do país, baseada no transporte e comercialização de produtos coloniais e à debilidade permanente da nossa produção manufatureira. Fatores que condicionaram o abandono do esforço industrializador do fim do século XVII A política industrializadora das décadas de 1670-80 foi uma resposta à conjuntura de crise comercial que a Europa e o país atravessavam e que nos impedia de adquirir ao estrangeiro os muitos produtos que não produzíamos; inspirada pela ação de Colbert, reservou ao Estado um papel primordial. No fim do século, a conjuntura de crise inverteu-se e o açúcar, o tabaco e as especiarias voltaram a vender-se por bom preço nos mercados europeus, gerando uma maior liquidez. Concomitantemente, a descoberta de minas de ouro no território brasileiro trouxe a Portugal uma riqueza inesperada, permitindo aquisição fácil de todo o tipo de bens (Doc.1). Em complemento, o Tratado de Methuen, assinado entre Portugal e a Inglaterra em 1703, em troca das exportações dos nossos vinhos (Doc.2), anula as restrições à entrada dos têxteis britânicos, trazendo às nossas fábricas dificuldades acrescidas, dada a alta qualidade e o baixo preço dos tecidos ingleses. Fruto destas circunstâncias, o esforço industrializador esmoreceu, a maioria das fábricas encerrou e o país regressou à sua vocação comercial. Apropriação do ouro brasileiro pela Inglaterra Nossa aliada política e suporte da causa portuguesa no processo da Restauração, a Inglaterra recebeu em troca, grandes facilidades comerciais. A produção manufatureira inglesa muito competitiva e o poderio comercial que esta potência adquire nos séculos XVII e XVIII, permitem-lhe aproveitar devidamente as vantagens oferecidas pelo mercado português, sobretudo após a Tratado de Methuen. Deste modo, as exportações britânicas para Portugal, na primeira metade do século XVIII, não param de crescer. O défice da balança comercial portuguesa acentua-se e, compensado com dinheiro, drena o ouro que nos chega do Brasil (Doc. 3). Linhas de força da política económica de Pombal A política pombalina orienta-se por dois seguintes vetores principais: - redução do défice comercial com a Inglaterra, para o que implementa uma política de fomento industrial, com vista à autossuficiência do país ( Doc. 4): revitalização de antigas manufaturas, criação de novas unidades industriais, concessão de privilégios e outros incentivos; - nacionalização do comércio português, sobretudo o comércio colonial, que havia caído em mãos estrangeiras (Doc.4). Com esse objetivo em vista, cria um organismo regulador central, a Junta do Comércio, à qual entrega o controlo das alfândegas e o licenciamento das atividades comerciais, entre outras funções. Empenha-se também na constituição de companhias monopolistas privilegiadas, suficiente fortes para fazerem face aos interesses ingleses. Estas ações são reforçadas pela valorização do grande comércio, tornado profissão nobre, e pela formação profissional dos comerciantes, através de uma Aula do Comércio. MÓDULO 4 4. Construção da modernidade europeia 4.1 O método experimental e o progresso do conhecimento do Homem e da Natureza 4.2 A filosofia das Luzes Grupo I 1. Identificar o tipo de conhecimentos que o documento põe em causa. Os conhecimentos do saber tradicional, baseados nas afirmações das autoridades, sem recurso à observação dos fenómenos. 2. Na linha 8, o termo preocupações refere-se: b) ao temor de, ao contrariar o saber estabelecido, incorrer no descredito do mundo académico e até em sanções das autoridades. Caderno do aluno 4 (Resolução) página 2 de 9

3. Mostrar, com base no texto, o progresso da ciência, na época documentada. O texto enfatiza a importância do experimentalismo na construção do conhecimento. A observação direta dos fenómenos e a adoção do método experimental foram fundamentais no avanço da ciência, dando origem a uma verdadeira revolução científica. São referidas descobertas científicas recentes, nas áreas da Física e da Anatomia/Fisiologia, que contrariam os conhecimentos até aí tidos como certos e inquestionáveis. Grupo II 1. A teoria mais comum a que Galileu alude na sua carta é: b) o geocentrismo. 2. Apresentar, com base nos Docs. 1 e 2, dois contributos de Galileu para o conhecimento científico. (Escolher dois) Aperfeiçoamento do telescópio. Reforço da teoria heliocêntrica (Doc. 2). Adoção da Matemática como linguagem das ciências exatas (Doc.3). Importantes observações astronómicas que conduziram, por exemplo, à descoberta dos satélites de Júpiter (Docs. 2 e 3). 3. Referir, partindo da análise do Doc. 3, o papel desempenhado pelas academias nos meios científicos dos séculos XVII-XVIII. As academias científicas adotaram o experimentalismo como fonte do conhecimento. Tornaram-se, por isso, centros dinamizadores da revolução científica do século XVII. Estas associações dedicaram-se ao estudo das mais diversas disciplinas. Na gravura, faz-se uma clara alusão a algumas áreas do saber, nomeadamente: Anatomia (esqueleto humano), Biologia (esqueletos de animais), Astronomia (esfera celeste e Observatório Astronómico de Paris - visível pela janela, ao fundo), Geografia (mapas), Física (objetos de laboratório), Botânica (jardim botânico, visível pela janela). As academias receberam a proteção de monarcas e príncipes (neste caso, de Luís XIV, rei de França) que as dotaram dos meios necessários para a pesquisa científica que se propunham desenvolver. Grupo III 1. Esclarecer, no contexto do Doc. 1, o significado do termo Razão. O termo é utilizado como sinónimo de raciocínio, capacidade racional do Homem. 2. Indicar dois ideais do pensamento iluminista, presentes no texto de Diderot (Doc. 2). (Escolher dois) Igualdade Natural. Liberdade Natural. Soberania Popular OU rejeição do absolutismo régio. 3. Identificar o autor do livro a que se reporta o Doc. 3. Montesquieu 4. Fazer corresponder os conceitos apresentados na coluna A às definições que constam da coluna B. a) 3; b) 5; c) 4: d) 1. 5. Desenvolver o tema: O ideário das Luzes Introdução: Referência à modernidade do pensamento do século XVIII e ao papel relevante que desempenhou na destruição da ordem social e política do Antigo Regime. Crença no valor da Razão Caderno do aluno 4 (Resolução) página 3 de 9

O pensamento do século XVIII pauta-se, em geral, pelo otimismo, acreditando no progresso da Humanidade. Esse progresso seria fruto das capacidades racionais do homem, isto é, da Razão. Só o pensamento racionalista seria capaz de melhorar tanto a situação material do Homem como o funcionamento das sociedades, tornando-as mais justas. Na Razão residiria, pois, a chave da felicidade Humana, o que justifica a homenagem a que se reporta o Doc.1. Ideais e propostas políticas (Escolher três) Pondo a tónica no indivíduo, a filosofia iluminista defende os direitos que lhe são inerentes, como a igualdade e a liberdade, que considera dádivas da Natureza ( Doc.2). Decorrente da igualdade e liberdade naturais, defende-se que o poder político tem por base um contrato tácito entre os governados e os governantes, isto é o consentimento daqueles que lhe estão submetidos teoria do contrato social OU decorrente da igualdade e liberdade naturais, defende-se que o poder político reside no povo, que o confere aos governantes soberania popular ( Doc.2). Com vista a evitar a arbitrariedades do poder absoluto, propõe-se o desdobramento da autoridade do Estado em três poderes distintos: legislativo, que elabora as leis; executivo, que as põe em prática; judicial, que julga e pune a infração das leis. A teoria da separação dos poderes é enunciada por Montesquieu na obra O Espírito das Leis, ilustrada pelo Doc.3. Atitudes religiosas Defesa da liberdade religiosa - dotado de Razão e devendo usá-la com plena liberdade, todo o indivíduo tem o direito de escolher a fé que pretende professar (Doc. 4); Defesa da separação entre a Igreja e o Estado - pertencendo a escolha da religião a seguir a cada indivíduo, o Estado não deve ter qualquer interferência em matéria religiosa, separando-se claramente os dois domínios. Deísmo - considerando as religiões instituídas uma obra dos homens e não de Deus e vendo nelas uma fonte de violência e conflitos, alguns filósofos advogam a crença num ser supremo, ordenador do Universo que, depois da criação não mais se revelou. MÓDULO 4 4. Construção da modernidade europeia 4.2 A filosofia das Luzes 4.3 Portugal o projeto pombalino de inspiração iluminista Grupo I 1. Identificar os espaços de sociabilidade a que se reporta o Doc. 1. O documento refere-se aos salões culturais, que proliferavam em Paris. 2. Mostrar, usando dois aspetos do mesmo texto, o impacto dos filósofos iluministas nos meios intelectuais da época. (Escolher dois) O autor da carta, um dinamarquês: deslocou-se a Paris, ansioso por encontrar as gentes de letras, isto é, frequentar o círculo em que se moviam os filósofos iluministas; reconhece o prazer que lhe deram os escritos que deles leu; prevê ter de responder a perguntas sobre as gentes de letras que conheceu em Paris; o texto refere ainda que, nos salões, se endeusa Fontenelle, Voltaire e Montesquieu. 3. Realçar, com base no Doc. 2, a importância dos cafés como meios de difusão do pensamento. A ilustração mostra um ambiente de clara tertúlia literária, a avaliar pela quantidade de papéis que se espalham em cima das mesas e até nas paredes. Os cafés eram frequentados por pessoas cultas, que aí mostravam os seus escritos, declamavam poemas e debatiam ideias. 4. Explicar, tendo em conta o Doc. 3: A razão de uma homenagem aos enciclopedistas A Enciclopédia foi um dos mais importantes meios de divulgação do pensamento, das técnicas e conhecimentos científicos do século XVIII. Nela colaboraram os mais prestigiados vultos da época. Caderno do aluno 4 (Resolução) página 4 de 9

O realce dado às figuras de Diderot e D Alembert Os filósofos Diderot e D Alembert promoveram e coordenaram a publicação desta obra, razão pela qual lhes é dado um lugar de especial relevo. Grupo II 1. A designação déspota iluminado atribui-se: a) aos soberanos do século XVIII que, mantendo todo o poder dos reis absolutos, procuravam governar para bem do povo, segundo ideais do iluminismo. 2. Identificar, citando o documento, três ideias da filosofia iluminista. (Escolher três) O soberano deve governar para bem do povo - adornar a minha coroa com o amor do meu povo. O poder político é instituído para preservar os direitos naturais dos indivíduos atuar na administração do meu reino segundo princípios justos, imparciais e liberais. Tolerância religiosa concedi tolerância e eliminei o garrote que oprimiu os protestantes durante séculos OU o fanatismo será conhecido nos meus estados apenas pela malquerença que lhe dedico OU ninguém mais voltará a ser perseguido por causa do seu credo OU nenhum homem será obrigado a professar a religião do Estado Valor da Razão humana como motor do progresso benefícios trazidos pelo progresso do conhecimento melhoramento do espírito humano. 3. No último parágrafo do texto, a expressão grandes homens, entre outros vultos do pensamento e da ciência, designa: a) os iluministas, especialmente Voltaire. Grupo III 1. Dar um exemplo concreto do arrumar de casa a que se refere o historiador João Medina (Doc. 1). (Escolher um) Reorganização das finanças OU criação do Erário Régio. Reforma do sistema judicial OU criação da Intendência Geral da Polícia. 2. A decisão de criar um jardim botânico em Coimbra (Doc. 2) prende-se: a) com a reforma da Universidade, orientada por critérios experimentalistas. 3. Identificar, no quadro de Van Loo, os elementos que se reportam à reconstrução de Lisboa. Sob o braço e aos pés do retratado, estão os planos de reconstrução da cidade. Ao lado esquerdo, encontra-se a estátua equestre de D. José, que se ergueu na Praça do Comércio. 4. Desenvolver o tema: O projeto pombalino de inspiração iluminista Introdução: Referência ao despotismo iluminado como forma de conciliação entre o poder supremo dos soberanos e as ideias o Iluminismo, sobretudo no que concerne ao valor da Razão enquanto motor do progresso e bem-estar das sociedades humanas. Reforço do poder do Estado Racionalização da máquina burocrática do Estado: reorganização das finanças ( fazenda ) e da justiça através da criação de organismos coordenadores o Erário Régio e a Intendência Geral da Polícia, respetivamente (Doc. 1). Submissão das forças sociais privilegiadas, capazes de afinar o poder régio: processos decorrentes da tentativa de regicídio e expulsão dos Jesuítas (Doc.2). Projeto urbanístico de Lisboa O Terramoto de 1755 proporcionou a ocasião de levar a cabo uma reorganização urbanística da capital segundo critérios racionalistas. Caderno do aluno 4 (Resolução) página 5 de 9

A cidade foi reerguida segundo um traçado rigorosamente geométrico, de ruas largas e retilíneas que se entrecruzam em ângulos retos. O rigor de harmonização urbanística estendeu-se aos edifícios, cuja traça ficou prescrita no projeto aprovado para a reconstrução da cidade (Doc. 4), da autoria de Eugénio dos Santos. A preocupação com a saúde pública e a segurança das populações exprimiu-se no traçado urbano amplo e aberto, na rede de abastecimento de águas, na construção de um sistema de esgotos eficiente e, ainda, na adoção de um tipo de construção antissísmica, a gaiola. Reforma do ensino O pensamento iluminista vê no ensino um meio essencial para o melhoramento do espírito humano e, consequentemente, uma alavanca do progresso. A expulsão dos Jesuítas (Doc. 2), que controlavam as principais instituições de ensino, permitiu uma ampla reorganização deste setor; Assente em princípios e métodos modernos racionalismo e experimentalismo -, a reforma pombalina atingiu todos os graus de ensino, desde as primeiras letras (criação de postos para mestres de ler e escrever ) até ao ensino universitário; empenhou-se igualmente na educação da nobreza, para a qual criou um colégio próprio, o Real Colégio dos Nobres. Merece especial destaque a reforma da Universidade de Coimbra, cujo ensino foi modernizado de acordo com critérios racionalistas e experimentais. Para apoio do ensino, a universidade foi dotada de um moderno laboratório de Física, de um observatório astronómico, de um jardim botânico (Doc. 3) e de um teatro anatómico. MÓDULO 5 1. A Revolução Americana, uma revolução fundadora 1.1 Nascimento de uma nação sob a égide dos ideais iluministas Grupo I 1. Associar os excertos do Doc. 1 (coluna A) às situações históricas apresentadas (coluna B). a) 6; b) 5; c) 1; d) 2. 2. Distinguir os diferentes pontos de vista a propósito do acontecimento ocorrido a 16 de dezembro de 1773, no porto de Boston. A posição dos colonos e de John Adams (delegado dos colonos) que reagem à imposição das taxas da metrópole, impedindo o descarregamento do chá e lançando-o, por fim, ao mar. Apesar de se tratar de um atentado à propriedade privada, no próprio dizer de John Adams, o acontecimento representa uma manifestação popular de patriotismo contra a tirania do governo de Londres. A posição dos delegados da coroa britânica e da Companhia das Índias Orientais que representam os respetivos interesses e fazem cumprir as decisões do Parlamento. Para eles, a destruição do chá era um ato de rebeldia e de insubordinação às autoridades legais e que, por isso, deveria ser castigado. Grupo II 1. George Washington distinguiu-se na Revolução americana por: c) ter comandado os exércitos americanos durante a Guerra da Independência e ter sido o primeiro Presidente da República dos EUA. 2. Uma constituição é um diploma jurídico que: c) é elaborado pelos deputados, estabelecendo os direitos dos cidadãos, a soberania nacional e consagrando a tripartição dos poderes. 3. Apresentar dois aspetos da organização política dos EUA (Doc. 2) que comprovam a aplicação dos princípios iluministas. Caderno do aluno 4 (Resolução) página 6 de 9

A soberania da nação, exercida pelo povo dos diversos Estados: através de sufrágio direto na eleição da Câmara dos Representantes e de sufrágio indireto na escolha do Presidente, Vice-Presidente e do Senado. A separação dos poderes dos órgãos do governo federal: o Congresso exerce o poder legislativo, o Presidente detém o poder executivo e aos Tribunais (Supremo e Inferiores) cumpre o poder judicial. Grupo III 1. Indicar o nome do acontecimento que determinou as alterações verificadas no mapa. Guerra dos Sete Anos. 2. Apresentar, a partir do Doc. 1, dois motivos de satisfação dos colonos ingleses da América em 1763. (Escolher dois) A vitória da Inglaterra sobre a França durante a guerra dos Sete Anos. O aumento das possessões britânicas no Norte do continente americano. A expetativa de poderem expandir os seus territórios para oeste. 3. A Lei do Selo estabelecia que: b) todos os documentos em circulação nas colónias americanas deveriam receber selos provenientes da metrópole. 4. Apontar, a partir dos Docs. 2 e 3, três injúrias e desvantagens da ligação das colónias americanas à Grã- Bretanha. (Escolher 3) A indiferença da Inglaterra em relação aos interesses e necessidades das colónias OU a falta de uma verdadeira e desinteressada proteção da Inglaterra às colónias. O lançamento de taxas, aprovadas pelo Parlamento britânico sem a presença de representantes das colónias. O pacto colonial que obrigava as colónias a manterem a exclusividade de comércio com a metrópole, o que prejudicava os negócios dos colonos e limitava o desenvolvimento das colónias. As represálias exercidas sobre as colónias, como o encerramento do porto de Boston OU o envio de tropas britânicas. 5. Desenvolver o tema: A reação ao colonialismo e o nascimento de uma nova nação Integrar dois aspetos para cada um dos tópicos de desenvolvimento: A política colonial inglesa na América do Norte, na segunda metade do século XVIII (Escolher dois) A guerra dos Sete Anos (1756-1763) entre a França e a Inglaterra pela expansão das suas colónias. Na América do Norte, a vitória inglesa nesta guerra saldou-se na dilatação das áreas coloniais (Canadá, o vale do Oaio, a margem esquerda do Mississípi) (Doc. 1). O impedimento da expansão das colónias para oeste devido à criação, pela coroa britânica, de uma reserva índia a oeste dos Apalaches. A aprovação, pelo parlamento britânico, de novos impostos a serem suportados pelos colonos como forma destes contribuírem para as despesas tidas pelo Estado na guerra, alegadamente, para a proteção dos seus territórios: taxas aduaneiras sobre as importações de melaço, vidro, papel, chumbo e chá; imposto de selo sobre todos os documentos legais e publicações periódicas (Doc. 2). A vigência do pacto colonial que submetia as colónias à exclusividade de comércio com Inglaterra. A reação das colónias (Escolher dois) O Stamp Act Congress (Nova Iorque, Outubro de 1765): os representantes de nove das colónias rejeitaram o pagamento de qualquer contribuição sem que estas tivessem sido aprovadas pelos representantes das colónias. A desobediência ao exclusivo colonial: os colonos boicotaram as mercadorias inglesas. Caderno do aluno 4 (Resolução) página 7 de 9

A oposição popular: o Boston Tea Party protagonizado por um grupo de jovens disfarçado de índios, que lançou ao mar o carregamento de chá transportado pela Companhia das Índias; A organização de um dispositivo revolucionário: a mobilização da população através de jornais e panfletos (Doc. 3), a angariação de apoios através de comités de correspondência, a congregação das colónias em congressos, a organização de milícias armadas. O significado da Declaração de Independência dos EUA (Escolher dois) A rutura definitiva com a Inglaterra (metrópole) (Doc. 4). A assunção das 13 colónias como Estados independentes (EUA) (Doc. 4). A legitimação da independência com base nos princípios iluministas da igualdade, liberdade, contrato social e soberania popular (Doc. 4). MÓDULO 5 2. A Revolução Francesa paradigma das revoluções liberais e burguesas 2.1 A França nas vésperas da revolução 2.2 Da Nação soberana ao triunfo da revolução burguesa Grupo I 1. A crítica subjacente à caricatura (Doc. 1) incide sobre: c) a hierarquia e a desigualdade da sociedade francesa. 2. Os dados do gráfico (Doc. 2) permitem concluir: d) que em França, em 1789, o Terceiro Estado, embora possuísse a maior parte da propriedade fundiária (60%), era o estrato social com menor percentagem de terras por indivíduo. 3. O imposto territorial (Doc. 5) estabelecia que: b) todos os grupos sociais tinham de pagar imposto. 4. Identificar, nas palavras de Turgot (Doc. 4), três problemas que afetavam as finanças francesas em 1774. (Escolher três) O défice orçamental OU crise financeira. Os múltiplos empréstimos e os encargos com a dívida pública. O peso para as finanças do Estado, das pensões concedidas pelo rei aos privilegiados (cortesãos). A miséria do Terceiro Estado sobrecarregado de impostos. 5. Desenvolver o tema: A França nas vésperas da Revolução Introdução: A crise económica e financeira, as profundas desigualdades da sociedade francesa e a inoperância do poder político estiveram na origem da Revolução Francesa, iniciada em 1789. Integrar dois aspetos para cada um dos tópicos de desenvolvimento: O contexto político e social da França no Antigo Regime (Escolher dois) A monarquia absoluta de direito divino. A sociedade de ordens (clero, nobreza, Terceiro Estado) assente nos privilégios de nascimento. O clero e a nobreza, que constituíam 2% da população, ocupavam os altos cargos da administração pública e do exército, beneficiavam de privilégios (isenção de impostos, direitos feudais, benefícios judiciais, concessões régias ), possuíam grande parte (40%) da propriedade fundiária (Doc. 2), de onde retiravam uma boa parte das suas rendas. O Terceiro Estado (povo e burguesia), que constituía a maioria da população de França (98%) (Doc. 2), não tinha quaisquer privilégios e era a ordem tributária por excelência: devia os impostos ao rei, a dízima ao Clero e as obrigações feudais exigidas pelos senhores aos camponeses (Doc. 1). Caderno do aluno 4 (Resolução) página 8 de 9

A heterogeneidade do Terceiro Estado: a maioria constituída por camponeses, com percentagem reduzida de propriedade fundiária (Doc. 2), que viviam do trabalho nas terras senhoriais, sujeitando-se aos pesados encargos feudais que lhes eram exigidos (Doc. 1); o povo-miúdo das cidades, que vivia dos magros salários provenientes dos trabalhos precários nos serviços domésticos ou nas manufaturas, levava igualmente uma vida dura e miserável; um pouco melhor viviam os pequenos lojistas e mestres dos ofícios, médicos, advogados e intelectuais (pequena e média burguesia) e acima destes, uma pequena minoria de burgueses cujos rendimentos provinham da posse de manufaturas, dos investimentos no grande comércio e nos negócios bancários, cujas fortunas eram também aplicadas na compra de bens fundiários (Doc. 2). A situação económica e financeira (Escolher dois) A crise económica resultante da crise agrícola (maus anos agrícolas, quebra da produção, diminuição dos rendimentos dos senhores e dos camponeses; subida dos preços), industrial (concorrência dos tecidos ingleses, diminuição das vendas, falência das manufaturas), comercial (défice da balança comercial). A crise financeira resultante do défice crónico das finanças: no orçamento do Estado pesavam excessivamente os gastos com a corte e com as tenças concedidas aos cortesãos, as despesas diplomáticas, militares e administrativas e os encargos da dívida pelos sucessivos empréstimos contraídos (Doc. 3). A escassez de receitas do Estado, provenientes, essencialmente, dos impostos que recaíam sobre o Terceiro Estado, excessivamente sobrecarregado (Doc. 3). Os anseios do Terceiro Estado (Escolher dois) A convocação e participação nas Cortes. O fim dos privilégios das ordens (Doc. 4). A abolição dos direitos feudais. A igualdade tributária (Doc. 4). A igualdade de acesso (burguesia) aos cargos da administração pública e do exército. Caderno do aluno 4 (Resolução) página 9 de 9