ENTREVISTAS COLUNAS: METAL É A LEI ROCK DA GEMA MUNDO ROCK DE CALCINHA ANO 01 - Nº 06. Father s Face. ACOMPANHE O Rock Post NA ESTRADA



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Transcrição:

ANO 01 - Nº 06 COLUNAS: METAL É A LEI ROCK DA GEMA MUNDO ROCK DE CALCINHA ENTREVISTAS Father s Face ACOMPANHE O Rock Post NA ESTRADA A BIOGRAFIA COMPLETA DA BANDA QUE MARCOU GERAÇÕES

Carta ao leitor É com muito orgulho que anunciamos a nossa sexta edição. Em meio ano de trabalho, naturalmente estamos apenas engatinhando. Mal começamos e já recebemos excelentes críticas, muitas construtivas o que tem nos ajudado a melhorar cada vez mais nosso trabalho e com isso levar o melhor a você leitor. Como toda comemoração que se preze, não poderia faltar algo especial, pensando nisso a equipe Rock Post desenvolveu um CD Multimídia com todas as edições em um formato incrível para você guardar as melhores matérias e entrevistas dos últimos 6 meses. Para saber mais envie um e-mail para rockpost@rockpost.com.br e fique por dentro de como adquirir o seu exemplar. Aproveito para agradecer a todos que acompanham o nosso trabalho e espero que continuem nos prestigiando, porque ainda tem muita novidade para aparecer nas páginas da Revista Rock Post. Fernanda Duarte Editora-Chefe Equipe Rock Post (Colaboraram nesta edição) Fernanda Duarte - Edição e Redação Douglas Santos - Arte Gabriel Gardini Redação Alexandre - Redação e Tradução Lula Mendonça - Redação Maceió Renata Brant - Redação Rio de Janeiro Gisele Santos - Redação São Paulo Rogério Malgor Colaborador Júnior Viana - Depto. Comercial 04 Metal é a Lei - Lula Mendonça 09 Biografia: Pink Floyd 19 Rock da Gema - Renata Brant 22 Entrevista: Ravenland 26 Rock Post esteve lá: Show Arch Enemy em São Paulo 29 Entrevista: Taurus 32 Mundo Rock de Calcinha - Gisele Santos 36 Entrevista: Father s Face 39 Rock Post Na Estrada: Apocalypse e Hellish War 43 - Releases Nº 06 ANO 1 MAIO 2009

Quer saber como: envie um e-mail para rockpost@rockpost.com.br

HELLISH WAR ESTRÉIA NOVO SITE COM INFORMAÇÕES DA TURNÊ O HELLISH WAR continua se preparando para sua primeira turnê européia que acontece em setembro desse ano. Batizada de "European First Assault Tour", a turnê vai incluir três apresentações em festivais europeus: dia 05/09 no Back To Rock na Suíça, dia 12/09 no SwordBrothers Festival na Alemanha e dias 18/09 e 19/09 no Razorblade Festival, também na Alemanha. Outros shows já confirmados incluem dia 04/09 no Downstairs em Worblaufen na Suíça; 08/09 em Gent na Bélgica; 09/09 no De Rots em Antwerpen na Bélgica e dia 11/09 no Die Halle em Frankfurt na Alemanha. Mais datas serão anunciadas em breve. Todos os detalhes da turnê européia, já podem ser conferidos no novo site do HELLISH WAR. Agora hospedado em www.hellishwar.com.br, o site oficial do grupo também disponibiliza informações sobre toda carreira da banda, sua discografia, músicas e vídeos para download, fotos e muito mais. Site: www.hellishwar.com.br DEVENTTER VAI GRAVAR NOVO ÁLBUM NO CREATIVO STUDIOS EM SÃO PAULO No próximo dia 16 de maio, a banda de rock/metal progressivo DEVENTTER vai iniciar as gravações de seu novo álbum no conceituado Creative Studios em São Paulo, mesmo estúdio onde já gravaram Angra, Shaman, Krisiun, Paul Di Anno, Thram, entre outros. Deventter Embora a banda prefira manter segredo, o tracklist, capa e título do novo álbum já estão definidos. Serão 11 faixas, sendo que uma delas, provisóriamente intitulada "New Song", já pode ser conferida no Myspace do grupo - www.myspace.com/deventter. Já na página da banda no Youtube - www.youtube.com/deventter -, estão postados alguns vídeos da pré-produção do novo trabalho. Site: www.deventter.com DR. SIN: COMPONDO TRILHA PARA UM FILME INTERNACIONAL Os irmãos Andria e Ivan Busic, do DR. SIN, estiveram no programa Combo: Fala + Dr. Sin Joga, da Play Tv. Questionados sobre os projetos futuros do DR. SIN, os músicos adiantaram que em outubro e novembro a banda vai sair para uma turnê no exterior para tocar no mesmo palco que a banda dos exintegrantes do Yes. E em primeira mão eles deixaram escapar no programa uma grande novidade para os fãs do DR. SIN: Andria, Ivan e Edu Ardanuy estão finalizando o videoclipe da música "Nomad", do álbum Bravo, e estão preparando a gravação de um CD para a trilha sonora de um filme internacional! SHAMAN LANÇA NOVO SITE E DEFINE DATA DE LANÇAMENTO DE DVD 4 Rock Post - Maio 2009 Por Lula Mendonça Site: www.drsin.com.br

01/06/2009. Shaman O site do Shaman está de volta, completamente reformulado. Agora ele será um portal para a comunidade do Orkut, o Myspace Oficial da banda - onde podem ser conferidas as fotos da banda, o canal youtube e para o papolog onde serão publicadas todas as novidades em relação a uma das maiores bandas de Heavy Metal do Brasil. E falando em novidades, a data de lançamento do DVD mais aguardado da atualidade foi revelada. O Shaman AnimeAlive 2008 estará nas lojas a partir de Site: www.shamanimmortal.com O BATERISTA ANDRÉ MOREIRA DEIXA O FINITUDE O baterista André Moreira não faz mais parte da banda sergipana FINITUDE. O músico, que saiu do grupo amigávelmente, disse que outros horizontes para seu trabalho musical estão em vista: "Despeço-me da banda com a sensação de dever cumprido e esta é a melhor hora de partir. Tenho outros objetivos para minha carreira musical e também profissional. Admiro muito todos da banda e espero tudo de bom na carreira deles!". Em breve a banda divulgará o substituto. RICARDO BOCCI LANÇA SINGLE MY WAY PARA DOWNLOAD André Moreira Site: www.ricardobocci.com.br Nox Eterna NOX ETERNA LANÇA ÁLBUM DE ESTREIA Se você curte o trabalho do atual vocalista da banda VIPER, uma novidade quente, RICARDO BOCCI inicia sua carreira solo em um projeto de peso com o lançamento de "My Way", um single disponível inteiramente para download gratuito que conta com a participação de excelentes músicos. Com uma excelente produção, a mixagem ficou por conta do experiente ROY Z (BRUCE DICKINSON, ROB HAL- FORD, HELLOWEEN). O projeto contou com a participação especial de MARK BOALS (MALMSTEEN, ROYAL HUNT) e a masterização foi feita por MAOR APPELBAUM (ROB HALFORD, FIGHT, MALMSTEEN, REMOVE SILENCE). Ricardo Bocci As gravações de voz, cordas e teclados foram realizadas em São Paulo com ALEX- ANDRE CALVANESE (EROTIC JULIET). A banda paulista Nox Eterna, formada por Renato Zomignani (vocal), Renato Lorenccini e Alan Ricardo (guitarras), Luis Felipe Chagas (baixo) e Ricardo Mingote (bateria), acaba de lançar seu álbum de estreia, "Mind Abduction". O trabalho, que traz um Heavy Metal com peso e melodia, foi produzido pela própria banda. A gravação, mixagem e masterização ficaram a cargo do engenheiro de som Ricardo Cechi, do estúdio Cia do Som de Jundiaí/SP. Site: www.noxeterna.com.br OCULTAN LIBERA REGNUM INFERNALIS PARA DOWNLOAD Após se esgotar as duas tiragens, a banda OCULTAN disponibiliza para download o álbum Regnum Infernalis, lançado em 2007 pela própria gravadora da banda, Pazuzu Records. Além das músicas, o pacote de download conterá toda a arte do CD e estará disponível no site oficial da banda. Lembrando que a banda lançou recentemente seu primeiro DVD, e primeiro do estilo no Brasil, "Ceremony of Hate", pela Mutilation Records, e anunciou que seu próximo álbum, ainda sem título, sairá pela Free Mind Records no início de 2010. Site: www.ocultan.com.br Maio 2009 - Rock Post 5

COLUNA METAL É A LEI ENTREVISTA ALBERTO KURY (AQUARIA) O AQUARIA é uma das bandas brasileiras de heavy metal mais adoradas por asiáticos e europeus. Com dois álbuns lançados, "Luxaeterna" e Shambala a mistura do metal com a música brasileira e o rock progressivo vem cada vez mais aumentando a legião de fãs pelo Brasil e mundo afora. Nesta entrevista conversamos com o tecladista da banda, o carioca Alberto Kury. Durante o bate-papo, falamos sobre o sucesso da banda no exterior e principalmente sobre o mais recente álbum, Shambala. ML: O embrião do AQUARIA foi a banda UIRAPURU que lançou um EP de grande sucesso principalmente no Japão. Porque a mudança do nome da banda e qual a importância do nome AQUARIA para vocês? AK: Sim, o UIRAPURU virou banda Cult no Japão e em alguns lugares da Europa, especialmente França, um país muito ligado à cultura brasileira. O nome Aquaria sintetiza mais o que a gente acredita, uma vez que ele, o nome, remete a temas místicos. A mudança surgiu assim, dessa necessidade de ter um nome ligado aos rumos da banda. Alberto Kury ML: O primeiro álbum do AQUARIA, LUXAETERNA, além de comprovar toda a expectativa positiva em torno da banda consolidou a AQUARIA como um dos grandes nomes do Cenário Heavy Metal Brasileiro e Mundial. Esse sucesso todo do LUXAETERNA não gerou certa preocupação quanto ao resultado do seu sucessor? AK: Sim, o Luxaeterna é um grande álbum na minha opinião, daria uns três discos de material musical. Há uma energia concentrada e densa, algo um tanto da energia do universo, densa, condensada, transmutar em matéria outra, a impermanência, o caos. É claro que ficamos preocupados, mas o Shambala já existia de certa forma, as canções já existiam, e a ideia também. Então, foi algo que fluiu. Eu acho que os dois álbuns são diferentes e se complementam. ML: O segundo álbum, Shambala, também é um trabalho conceitual, dessa vez, narrando aspectos do Brasil Colônia. Fale um pouco sobre essa abordagem do álbum e comente sobre a importância desses trabalhos conceituais para a difusão do conhecimento humano? AK: O Shambala é um disco passado na Terra, por isso ele é tão terreno, tão humano, mais que o Luxaeterna. Optamos por um álbum mais pesado, tal qual a tensão de estar em uma floresta virgem, habitada por índios e seres fantásticos. Gostos de trabalhos conceituais por uma questão de forma, de unidade, têm essa obsessão. Acho que toda a formação de conteúdos culturais é importante para essa difusão que você diz. ML: Shambala teve seu lançamento no Japão a algo em torno de um ano. Porque no Brasil o álbum só esta sendo lançado agora? AK: Por uma questão de assuntos administrativos internos, mas resolvemos tudo. ML: Quanto a sonoridade do segundo álbum percebe-se que toda a essência musical que foi usada no Luxaeterna retorna de maneira mais forte no Shambala, principalmente os elementos da cultura musical brasileira. É uma coincidência ou uma proposta da banda usar esses elementos? AK: Sim, alguns gêneros brasileiros estão ali, o maracatu, o frevo, o baião, etc. Não é coincidência, a história se passa no Brasil colonial, e optamos por ambientalizar o álbum assim. Sou fã da música brasileira, fiquei muito feliz com o resultado. ML: Existe um clamor dos headbangers por uma tour do Aquaria por todo o Brasil. Quando começará essa tão esperada turnê? Existe a possibilidade do Helmut Quacken, baterista do Glory Opera, vir substituir o Bruno 6 Rock Post - Maio 2009

Agro, que tocará com o Revolution Renaiscense, nessa turnê? AK: Estamos avaliando as possibilidades. Queremos fazer bons shows. Não sei se vai ser com o Bruno por conta de sua agenda, mas, se ele não puder, certamente teremos um bom substituto. Quanto ao Helmut, ainda é cedo pra falar, mas é possível. ML: Para finalizar, mais uma vez, agradeço a atenção dada a nossa coluna e gostaria que você deixasse um recadinho para os leitores da Rock Post. Alberto Kury AK: Viva a vida leve, não tensione as relações, ouça boa música e cuide bem do espírito. Ame mais, abrace mais quem você gosta, acho que quem gosta de metal não pode ter vergonha de falar isso, pois somos humanos acima de qualquer subgênero, raça, cor, credo, etc. Maio 2009 - Rock Post 7

B I O G R A F I A PINK FLOYD Por Gabriel Gardini Em meados de 1965, um grupo de estudantes da faculdade politécnica de Londres formava uma banda de Rhythm & blues, a banda era composta por George Roger Waters, Richard Willian Wright e Nicholas Berkeley Mason, logo após dois colegas decidiram se juntar a eles. A banda foi então batizada como Sigma 6. E era composta por Wright (guitarra base), Waters(guitarra solo), Mason(Bateria), Clive Noble (baixo), e os vocais eram feitos pela namorada de Rick Wright, Juliet Gale e Keith Noble A banda passou por muitas mudanças de nome passando por T-set, Meggadeaths e por fim Abdabs (em algumas apresentações se apresentavam como Screaming Abdads e outras como Architectural Abdabs). A banda não foi além de 1965, quando o baixista Clive Metcalf e a vocalista Keith Noble sumiram do cenário musical e Juliet Gale se casou com Rick Wright. Com essa mudança, Waters chamou dois amigos de Cambridge para ingressarem no grupo, Roger Keith Barrett e Bob Close. Bob não se interessou muito, mas Barrett permaneceu pra valer. Syd como era chamado pelos amigos era um sujeito muito talentoso e inteligente, porém estranho e inquieto, ele chegou à banda já colocando ordem na casa. Colocou Roger Waters para tocar baixo e Rick Wright nos teclados e mudou o nome da banda para The Pink Floyd Sound. Segundo Barrett o nome vinha de dois blueseiros da Georgia, chamados Pink Anderson e Floyd Council, mas há quem diga que Pink Floyd era o nome de um ácido lisérgico de coloração rosada, muito usado pelos Junkies pobres da Inglaterra, mas até hoje não há nenhum fato confirmado sobre isso. Barrett era muito carismático entre os colegas, era visto por eles como uma espécie de Guru-Marginal. Já tinha experimentado vários tipos de drogas, o que causaria sérios problemas em sua vida, como veremos posteriormente. Já com a formação estabilizada, a banda passou a se apresentar em casas noturnas do underground inglês entre elas o UFO, cujo a sigla significa (Underground Freak Out, algo como agito subterrâneo), e também se apresentavam em diversas festas e universidades. Essa rotina de pequenos shows durou de 1966 a 1967, quando a banda pensava em dar um passo maior, foi quando conheceram Joe Boyd, que produziu a primeira gravação independente do Pink Floyd. As gravações foram feitas no estúdio Sound Techine, conduzido por John Woods. A demo saiu e quem mais se interessou pela gravação foi a EMI inglesa que ofereceu a banda um contrato milionário, e Joe Boyd e Jonh Woods ficaram de lado O primeiro compacto da banda foi lançado em Londres em 11 de março de 1967 e era composto pelas faixas Arnold Layne e Candy and a Currant bun, esta última faixa foi até bem recebida pela crítica, mas quanto a Arnold Layne, esta foi massacrada pela crítica e pelas rádios. A letra contava a história de um suposto ladrão de calcinhas, Syd Barrett explicou que concebeu a letra porque a mãe dele costumava alugar quartos para universitárias em Cambridge, e que a noite enquanto as roupas secavam no varal um gatuno as roubava. O conservadorismo da época não permitiu que a música circulasse tanto nas rádios quanto na BBC Inglesa. Por ironia nem as rádios piratas da época gostaram de música e ela não deu certo mesmo. Já na EMI o então produtor Norman Smith gastava em vão várias horas tentando produzir o segundo compacto do grupo que continha as faixas See Emily Play e Scarecrow. Não conseguindo ele encaminhou a banda para o Sound Techiniques e pagou uma bela grana para que John Woods (aquele que foi deixado de lado quando a banda fechou com a EMI) pra repetir o feito. O segundo compacto da banda saiu em 16 de junho de 1967, e teve aceitação melhor do que seu anterior, chegando à quinta posição nas paradas, sendo que o primeiro não chegou a trigésimo terceiro lugar, este compacto também foi o primeiro compacto a sair no Brasil. Maio 2009 - Rock Post 9

Em 16 de março de 1967, a banda dava início as gravações de Interestelar Overdrive no estúdio Abey Road, na sala ao lado os Beatles gravavam Sgt Pepper s loney Heart s Club band. E de vez em quando eles davam uma espiadinha no que os mestres estavam fazendo. Diz à lenda que Barrett e John Lennon conversavam muito sobre os discos um do outro, e é esse o fato que leva as primeiras músicas do Pink Floyd lembrarem tanto os Beatles. 1967 era o ano da piscicodelia, e Barrett usava e abusava de técnicas menos convencionais como, arrastar um cilindro de metal nas cordas de sua guitarra usando uma câmara de eco fazendo a tradicional zueira, o que caracterizava a banda naquela época. Mas eis que em 5 de agosto de 1967, chegava as lojas The Piper At Gates Of Dawn, chegando a 6ª posição nas paradas britânicas. Naquela época a banda fazia um som diferente de tudo que existia até então, e por isso encontrou muita dificuldade a ser encarado como rock mesmo sendo bem aceito pelo público e pela crítica, mesmo com o disco dos Beatles Sgt Pepper s loney Heart s Club band chegando ao topo das paradas Britânicas e Americanas. Mesmo assim o Pink Floyd encontrava certa simpatia com músicos eruditos, um dos muitos que se interessou pelo grupo foi o produtor Christoper Hunt que fez com que a banda se apresentasse no Queen Elizabeth Hall onde, então por la só haviam passados concertos eruditos. O show foi no dia 12 de maio de 1967 e recebeu o título de Games for May, nome dado a uma passagem da musica See Emily Play. Com o sucesso do primeiro LP, a banda começava a ganhar destaque na Inglaterra, mas o grande mercado dos discos estava do outro lado do oceano. Foi o que disse um cartola da gravadora, que decidiu levar a banda para terra do Tio Sam. Foi que no dia 24 de outubro do mesmo ano a banda embarcava para os EUA, sem saber que uma série de fiascos estavam por acontecer. Chegando lá já era de praxe entrevistas com grandes nomes como Ed Sulivan, Dick Clark e Pat Boone. Em todas as entrevistas o guitarrista Syd Barrett aprontava alguma. No Pat Boone Show, enquanto o apresentador tentava entrevistar o grupo, Syd não 10 Rock Post - Maio 2009 fazia nada mais do que ficar estático olhando pro nada mudo e desligado de tudo. Assim a banda voltava a Inglaterra querendo trucidar Syd. Mas no fim das contas o que era para o fim da banda, acabou servindo de chamariz, pois tais acontecimentos nos EUA colocaram a banda evidência no cenário mundial, sendo rotulados como a banda de garotos estranhos que ousaram a zombar de todos os garotos e garotas norte-americanos que estavam acostumados a ver os Beatles de terninho na TV. Mas ainda uma série de coisas estranhas estavam para acontecer, o que evidenciava que algo de muito errado estava acontecendo na cabeça de Syd Barrett. Com toda fama que a banda conquistava na época, era indispensável uma aparição na BBC britânica, em um programa chamado Top of Pops. Nas primeiras semanas Syd aparecia bem vestido, e na semana seguinte apareceu em trapos sem sequer fazer a barba. No início o restante da banda não ligou muito. Syd vivia drogado e pra banda isso não passava de uma Bad Trip passageira. No entanto nos shows Syd permanecia estático tocando somente um acorde o show inteiro, foi aí que a banda sentiu que precisava tomar atitudes. A solução veio rápida, quando resolveram contratar outro guitarrista. O convidado foi David Gilmour, amigo de Waters e Barrett. Gilmour tocava em uma banda de Rhythm & Blues chamada Jocker s Wild, ele também foi professor de Syd Barrett anos atrás em Cambridge. Gilmour chegou à banda no início de 1968, quando a banda acabava de lançar um compacto com as músicas Apples and Oranges e Paint Box, e no início das gravações do segundo álbum A Saucerful of Secrets. No começo a banda se apresentava como quinteto com Barrett e Gilmour nas guitarras, a ideia da banda era deixar Barrett mais nas composições. A Saucerful of Secrets foi lançado em 29 de julho de 1968, naquela época era comum chamar a música do Pink Floyd de Psicodélica, e fazia alusão direta às drogas, o que incomodava o pessoal da EMI, que tentava mascarar essa figura da banda, mas as letras de Barrett não enganavam ninguém. Na mesma data de lançamento do álbum a banda se apresentaria

em um concerto ao ar livre no Hyden Park em Londres. Esse show seria o primeiro da banda sem Syd Barrett, o que trazia certo desconforto a banda, pois Barrett até então era o front-man da banda. Mas David Gilmour não decepcionou, assimilando todos os truques de Barrett, como ficar esfregando um cilindro de metal nas cordas da guitarra. Os destaques de A Saucerful of Secrets, são as faixas Set the controls for the Heart of Sun e a suíte A Saucerful of Secrets, musicas que caracterizavam a nova fase da banda, saindo da psicodelia e caminhando para o progressivo. Em 1969 a banda iniciava a gravação de sua primeira trilha sonora, prática que se tornaria comum para a banda. More levava o nome da banda para as telas, o filme foi dirigido por Barbet Schroeder. A banda aproveitava dessa situação para lançar Soundtrack to more disco que continha a trilha sonora do filme. No ano seguinte foi à vez de Zabriskie Point, dirigido por Michelangelo Antonioni. Mas a banda não seria tão feliz quanto na primeira. Depois de a banda passar duas semanas em Roma trabalhando na trilha o diretor escolheu apenas três músicas do grupo. Após duas trilhas a banda começava as gravações de Ummagumma, no álbum havia dois discos, um em estúdio e outro ao vivo, com gravações em Birmingham e Manchester em abril e maio de 1969. Para muitos fãs era a oportunidade de ver a banda ao vivo, executando as músicas Carreful with that Eugene, Set the controls for the heart of the Sun, Astronomy Domine e A Saucerful of Secrets. O álbum em estúdio trazia muita psicodelia em suas faixas, é considerado por muitos o álbum mais surreal da banda. Neste disco coisas como esfregar um cilindro de metal nas cordas da guitarra, câmara de eco, vozes e gritos, ficaram muito frequentes. A banda partia então para mais uma excursão para os EUA, mas dessa vez com tudo em ordem como manda o figurino, com direito a entrevistas, tietes, autógrafos e aparições na TV. A receptividade da banda nos EUA foi além do esperado. As vendas dos discos começavam a subir. A banda então sentia que precisava de um disco de mais impacto, foi quando começaram a gravação de um novo álbum. No começo da década de setenta era comum o hábito de bandas de rock gravarem com uma grande orquestra, foi quando conheceram o maestro Ron A Saucerful of Secrets foi lançado em 29 de julho de 1968, naquela época era comum chamar a música do Pink Floyd de Psicodélica. Gessin, que com a banda começava a gravação de Atom Heart Mother. A faixa título do disco tinha a duração de 22 minutos, que ocupava o lado A do vinil, apesar de ser instrumental a música conta sobre uma mulher que teve um aparelho implantado no coração e que funcionava com uma bateria de longa duração feita com material radioativo. O disco da vaca como é conhecido foi lançado no dia 10 de outubro de 1970 em Londres, enquanto a banda estava em uma gigantesca turnê pelos EUA. Quanto à receptividade do disco, que mesmo sendo algo novo para a época revolucionou padrões, as lojas inglesas ficaram infestadas de gigantescos posters da vaca que chegavam a cobrir paredes. O disco posteriormente foi considerado em Best Seller. Após uma gigantesca turnê, milhões de cópias vendidas no mundo todo, o ano de 1970 para a banda não poderia ser melhor. Ao passar este período, Roger Waters e Ron Gessin lançavam o disco Music from the body, que não continha nenhum instrumento, os sons gravados são de órgãos do corpo humano, esse disco foi usado em um documentário sobre medicina. Em 1971 após o grande sucesso a banda começava trilhar novos rumos e entrando cada vez mais de cabeça no rock progressivo, nesta época os Beatles haviam se separado, Jimi Hendrix e Maio 2009 - Rock Post 11

Janis Joplin haviam morrido, e uma década de bons frutos estava em gestação. Bandas de rock progressivo como Yes, King Crismon, Elp e Genesis, começavam a botar as mangas de fora. Com o público cada vez maior e mais fiel, a banda decidiu corresponder com uma grande apresentação em 15 de maio de 1971 no Crystal Palace Garden em Londres. Com toneladas de som e milhares de watts de potência, a banda tocou por quase três horas. Num inesperado momento um gigantesco polvo inflável emerge ao lado do parque enquanto a banda executa uma versão inédita da música Echoes. Após uma breve turnê pela Austrália e Japão, a banda lança em 13 de novembro Meddle, com a suíte Echoes ocupando um lado inteiro do vinil. O disco foi muito bem recebido pelo público e crítica, mas que perceberam que a banda já não apresentava nenhum sinal da pisicodelia dos discos anteriores. Com isso começam a surgir rótulos sobre a música da banda, alguns por sinal pejorativos e limitadores, falava-se até em Space Rock. Mas a banda resolveu mesmo assimilar a moda e investir em climas. Os shows do Pink Floyd tornavam-se repletos de efeitos sonoros e visuais, era comum em seus shows ver queima de fogos, animais flutuantes voando pelo céu, e muita iluminação. Em fevereiro de 1972, o teatro Rainbow é invadido por toneladas de equipamentos sonoros e de iluminação. Lá a banda apresentava as músicas Set the controls for the heart of the Sun, Echoes, Carreful with that axe Eugene, One of these days, A saucerful of secrets e também tocaram em primeira mão Brain Damage que estaria no próximo disco. Este show foi o destaque de vários jornais e revistas, por estar totalmente fora dos padrões da época. Mas a banda não parou por ai, ainda em 1972, o Pink Floyd e seu gigantesco equipamento aportavam nas ruínas de Pompeia na Itália, ali somente para corujas, morcegos, fantasmas que habitavam o lugar 12 Rock Post - Maio 2009 Os shows do Pink Floyd tornavam-se repletos de efeitos sonoros e visuais e a equipe de som e filmagem que trataram de registrar todo o concerto no meio do nada. O filme foi lançado no mesmo ano em videocassete e com excelente repercussão pelo mundo todo, e até hoje é o registro mais enigmático da banda. Enquanto isso a banda gravava mais uma trilha sonora, dessa vez para o filme La Vallée do diretor Barbet Scheroeder. O Lp Intitulado Obscured by Clouds foi lançado em 3 de junho de 1972. No ano seguinte a banda novamente invadia os estúdios de Abey Road para a gravação do que seria maior disco de todos os tempos The Dark side of the Moon. Sob a batuta do produtor Alan Parsons, o disco teve uma minuciosa produção por parte da banda, que investiu pesado em gravação e mixagem. O disco traz uma temática que fala sobre vida, morte, problemas existenciais, ganância e loucura. A começar pela primeira faixa, Breath que contem vários elementos como batimentos cardíacos, respirações e a Lap stell (guitarra havaiana) de David Guilmour, dando um clima de paz a musica. Na segunda faixa On the run, a banda abria mão de instrumentos convencionais para trabalhar com sintetizadores e seqüenciadores, na época foi rotulado como musica do futuro, e hoje o que vemos por aí na mão dos DJ s é basicamente isso. Time traz em sua introdução relógios tocando sincronizadamente, além do magnífico solo de David Guilmour, outros pontos marcantes no disco são a presença das cantoras Lesley Duncan, Doris Troy, Barry St. John, Liza Strike e Clare Torry. Clare Torry em especial teve um ótimo desempenho na faixa The great Gig in the Sky, quando surpreendeu a todos gravando a musica em primeiro take e sem cortes, ao final da gravação, músicos e equipe técnica estavam emocionados com o desempenho da cantora. A faixa seguinte Money traz em sua introdução barulhos de caixas registradoras, papéis rasgando e moedas caindo, junto com o famoso riff

de baixo de Roger Waters e o solo de Saxofone do musico Dick Pary. A musica fala em sua letra sobre ganância e a loucura dos capitalistas em busca de poder. Us and then por sua vez tratava sobre assuntos existências da humanidade, na musica os vocais de Guilmour e Wright são bem característicos, alem de contar também com um solo de Saxofone de Dick Pary. Any Color you Like é uma instrumental em que Wright e Guilmour usam de muitos efeitos tanto nos teclados quanto na guitarra, ela também serve de ponte entre as faixas Us and Then e Brain Damage. Brain Damage por sua vez, fala do estado mental de Syd Barrett o que pode ser notado na frase The Lunatic is on the Grass (O lunático esta na grama). E fechando o álbum a faixa Eclipse. A capa do disco do Prisma como é chamado foi elaborada por Storm Thorgerson, da Hypnogis. Steve conta que foi até as pirâmides do Egito para buscar inspiração para a capa do disco. O sucesso de The Dark Side of The Moon foi Alem do esperado tanto pela banda quanto por gravadoras e empresários, que previam em um declínio nas vendas, mas não foi isso que aconteceu. O disco permaneceu por cerca de 724 semanas ( quase 14 anos) nas paradas americanas e britânicas e vendeu até hoje mais de 35 milhões de copias no mundo todo superando Beatles e Elvis Presley. O disco também se tornou muito enigmático, dizem que se colocado em sincronia com o filme o mágico de OZ, o disco se torna uma trilha sonora do filme. Após seu lançamento uma gigantesca turnê seguiu percorrendo o mundo todo lotando teatros e arenas de espetáculos por onde passava. O artefato de som e iluminação da banda que já era imenso, nessa turnê superou todos já usados. Em 4 de novembro de 1973 a banda faz um show no teatro Raimbow em beneficio do musico Robert Wyatt baterista do Soft machine que sofreu um acidente que o confinaria a uma cadeira de rodas, a renda do concerto foi revertida ao musico. Após uma longa turnê a banda começava a trabalhar em um algum álbum que chegasse pelo menos aos pés de The Dark Side of The Moon. A banda entrava de novo em Abey Road para as gravações do novo álbum Wish you were here. Dizem que durante as gravações Syd Barrett apareceu durante as gravações, estava gordo e careca, completamente irreconhecível. A imprensa cogitava uma possível volta de Syd ao Pink Floyd, mas o seu estado de saúde não permitia. Wish you were here foi lançado no dia 15 de setembro de 1975, o disco é uma homenagem a Syd Barrett como na faixa titulo Wish you were here e a peça Shine on you crazy diamond, que é dividida em 9 partes sendo que, abrindo o disco estão as partes 1 e 5 e fechando as partes 6 e 9. As faixas Welcome to the machine e have a cigar tratam sobre os aspectos negativos da industria musical. O disco chegou ma primeira posição nas tabelas da Billboard vendendo seis milhões de copias e ganhando disco de ouro em 17 de setembro de 1975. Durante a turnê de Wish you were here, Roger Waters lia um livro de George Orwell chamado A revolução dos bichos, daí então Waters começava a escrever as letras do próximo disco. O álbum foi gravado no Britannia Row Studios em Londres e lançado em 23 de janeiro de 1977. Todas as letras foram escritas por Roger Waters, apenas Dogs que é uma parceria de Guilmour e Waters. Para muitos fãs depois de The dark side of the moon, Animals é o melhor disco da banda. A capa do disco mostra um porco flutuando entre duas chaminés (dizem lendas que o porco arrebentou as cordas e saiu flutuando pelos céus de Londres). A turnê de Animals foi uma das mais megalomaníacas da banda, porcos gigantes eram soltos ao ar e incendiados, sem contar o grande equipamento de iluminação, a banda também contava com o Snowy Maio 2009 - Rock Post 13

White na guitarra de apoio. A turnê também foi bem conturbada com muitas brigas entre Gilmour e Waters, dizem que ao final de um dos últimos shows da turnê enquanto a banda se despedia do público, um fã gritava o nome de Roger Waters, que irritado desceu as escadas e foi até a grade e cuspiu no fã. Todas as paranóias da cabeça de Roger Waters explodiram em um álbum duplo. The Wall foi lançado no dia 30 de novembro de 1979, a temática do disco falava sobre problemas existenciais de Roger Waters, como o fato de ter perdido o pai na guerra, e de ter tido muitos problemas na escola quando era jovem o que pode ser notado na faixa Another Brick in the Wall part 2 na frase We don t need no education que em português quer dizer, Nós não precisamos de educação A turnê de The Wall parecia mais uma peça de teatro, enquanto a banda tocava um muro era construído entre a banda e no final era destruído, havia também no palco dois bateristas, dois tecladistas, dois baixistas e dois guitarristas. Exceto o segundo guitarrista e o segundo tecladista estavam tocando de verdade, os outros músicos faziam parte da peça onde na música In the Flesh Waters fala da banda substituta, um detalhe é que o segundo baixista que é idêntico a Waters, usa uma camisa branca com o numerro 1 estampado, e se observarmos alguns vídeos da turnê de Animals, nos últimos concertos (em um desses que ele cuspiu no fã) Waters está do mesmo jeito. No show, personagens do disco como o professor e o juiz apareciam por cima do muro como gigantescos bonecos infláveis. Após o final da turnê o tecladista Rick Wright foi demitido por Roger Waters, o motivo da saída de Wright, foi que ele não estava fazendo o que era pago para fazer. Em 1982 Waters em conjunto com o diretor Alan Parker, produzia o filme The wall utilizando da temática do disco. O filme conta a história do anti-herói Pink, que é martelado pela sociedade logo no começo de sua vida, sufocado pela mãe e oprimido pela escola Pink constrói um muro envolta de si e cria em sua mente uma realidade que o isola de tudo e de todos. Durante as alucinações causadas pela droga ele se transforma em um ditador fascista, apenas para que sua consciência rebelde o ponha no tribunal e o juiz mande por abaixo o muro para que ele se abra ao mundo. Em 1983 o que era para ser um disco solo de Roger Waters acabou envolvendo a banda toda. The Final Cut era um lamento de Roger Waters pelo pai que morreu na guerra, o disco é considerado o mais depressivo da banda e o primeiro sem Rick Wright. Após The Final Cut a banda se separarou, em 1985 Waters declarou que a banda estava extinta, então Gilmour, Mason e Wright entravam no tribunal para reivindicar o nome da banda ganhando a causa por uma simples razão, eram a maioria. Em 1987 a banda lançava A momentary lapse of reason, é o primeiro disco sem Roger Waters. Dizem que tanto Nick Mason tanto Rick Wright estavam desmotivados a continuar, mas que Gilmour os motivou a gravar o novo disco. Com os sucessos Learning to fly e On the turning away, o disco chegou ao 3º lugar nas paradas britânicas e americanas. Um dos shows da turnê foi registrado em Delicate sound of thunder de 1988 que saiu tanto em vinil quanto em VHS, e que mostra a banda em perfeita forma, o disco apresentava tanto faixas de álbuns como A momentary lapse of reason, Meddle, The dark side of the moon, Wish you were here e The Wall. Além de Gilmour, Mason e Wright outros músicos participaram do concerto como, o Baixista Guy Pratt (Sobrinho de David Guilmor), teclado de apoio Jon Carin, percursão Gary Wallis, Saxofone Scott Page, e nos corais Margaret Taylor, Rachel Fury e Durga Mc Broom. Após uma pausa a banda se reúne no estúdio particular de David Gilmour nas Bahamas para gravar o novo álbum. The division Bell foi lançado em 30 de março de 1994 e chegou ao 1º lugar nas paradas britânicas e americanas. As letras deste disco foram escritas por Gilmour, Wright e Poly Samson, namorada de David 14 Rock Post - Maio 2009

Gilmour na época, e falam de comunicação e a falta dela, e de coisas da vida, como vida e morte. O álbum teve músicas de destaque como Coming back to life e High Hopes The division Bell também é um álbum cheio de enigmas como o enigma de Publius que envolve a capa do disco e todas suas letras. Assim como Delicate sound of Thunder, a turnê de The diviosion bell foi registrada no show Pulse que saiu tanto em VHS quanto em CD. O show até hoje é considerado o maior de todos os tempos, tanto em som como iluminação. Além da banda tocando existia um telão que mostrava a visão ampliada de cada músico e os clipes das músicas que estavam tocando. Na faixa On the Run, enquanto a banda tocava e o clipe passava no telão, ao final da música um avião em chamas atravessava o teatro e explodia atrás do palco. Em 2006 foi lançado um DVD do espetáculo. Dizem lendas que em um dos shows da turnê, que aconteceu em lugar aberto, a quantidade de lasers e cachões de iluminação chamou a atenção de astronautas da estação espacial que constataram que havia algo estranho na terra. Quando foram checar de que local estava vindo à iluminação, encontraram a estrutura da banda montada. Após essa turnê a banda desapareceu do cenário musical, David Gilmour, assim como Roger Waters deram continuidade em seus projetos solo, possível volta da banda não faltaram, mas nada foi cogitado pela banda. No dia 7 de julho de 2006 morre Syd Barrett aos 60 anos, os motivos não foram divulgados por familiares. Syd morava em Cambridge e sobrevivia de direitos autorais e de quadros que pintava. Apesar de o funeral ser aguardado por muitos fãs, somente família e amigos mais próximos participaram. Especulações sobre uma possível volta da banda caíram por terra quando em 15 de setembro de 2008, Rick Wright foi encontrado morto em sua casa em Londres. Um pouco antes Wright apareceu tocando junto com David Gilmour no DVD Remenber that night live at Royal Albert Hall e Live at Gdańsk, tocando músicas lendárias como Echoes, Time, High Hopes e até A saucerful of secrets (em 1970 o Pink Floyd foi banido de Royal Albert Hall por executar essa música). Pink Floyd sem dúvida é um dos maiores grupos do planeta, com composições que nos fazem rir, chorar, pensar, amar e odiar. O registro que a banda deixou em todos os seus álbuns será lembrado para sempre como hoje são relembrados grandes clássicos de Beethoven e Mozart. Fontes: Wikipedia e Revista Clip Rock 1995 Nick Mason se divertia com os carros de corrida que pilotava e Rick Wright passava seu tempo ao lado de sua família. Em 2 de julho de 2005, a banda se reunia por completa depois de 24 anos para o espetáculo Live 8 que aconteceu no Hyde park em Londres, tocaram clássicos como Breath, Money, Wish you were here e Comfortable numb, especulações para uma AS MELHORES MATÉRIAS E ENTREVISTAS VOCÊ ENCONTRA AQUI www.rockpost.com.br Maio 2009 - Rock Post 15

Rede Rio Música Por Renata Brant - Jornalista (RJ) Fotos: Divulgação Desde de sua fundação em 2007 e de sua constituição em janeiro de 2008, a Rede Rio Música busca soluções criativas e sustentabilidade para a produção musical de todo o Estado do Rio de Janeiro. A RRm tem um objetivo de fortalecer os laços entre aqueles que já atuavam de maneira isolada e trazer novos agentes para a cena. Resumindo: é RRM - a idéia inicial começou depois de uma reunião na mesa sobre a Cena independente do Rio de Janeiro em fevereiro de 2007 quando eu conheci o Arthur Bezerra da recém criada área de economia criativa do Sebrae RJ. A partir dali, Arthur chamou a mim e o Bruno Levinson para pensar de que forma o Sebrae poderia interagir com o setor. Depois de 2 ou 3 encontros, surgiu a idéia de criar um coletivo, uma rede que se encontrasse constantemente e pensasse em ações. Com ajuda de consultores do Sebrae, estes encontros começaram a acontecer em meados de 2007. Em janeiro de 2008, a RRM tomou corpo com entrada de mais associados e o início de um planejamento mais prático. RG - A RRM tem uma parceria com o Sebrae. Como surgiu este casamento? RRM - A RRM é um projeto dos seus próprios associados com apoio e logísticas fundamentais da área de economia criativa do Sebrae RJ. Nada do que está acontecendo hoje seria possível sem o apoio do Sebrae. Mas a intenção, inclusive do próprio Sebrae, é que a RRM e seus associados andem com as próprias pernas. o famoso a união faz a força. Em entrevista exclusiva para a Coluna Rock da Gema, um dos representantes da RRM, Rodrigo Lariú, dono de uma produtora independente a MM Records, fala dessa iniciativa que está inovando a cena musical carioca. Rock da Gema - O que é a Rede Rio Música? Rede Rio Música - É um grupo de pessoas associadas livremente que querem pensar e agir pela cadeia da música no Estado do Rio de Janeiro. O ideal é bem simples no meu ponto de vista: união faz a força. RG - Quais as maiores dificuldades que vocês encontraram no início, para que alguma empresa acreditasse no projeto? RRM - A maior dificuldade sempre foi as pessoas acreditarem no projeto e não as empresas. Até hoje eu ainda acho que o mais complicado é fazer as pessoas entenderem qual é este novo modus operandi que faz a RRM andar: um por todos e todos por um, de verdade. Uma vez juntos, a empresas caem dentro. Equipe Rede Rio Música RG - Como e quando surgiu a idéia de formar a RRM? RG - Quem pode participar da rede? E ataualmente, quantas pessoas fazem parte do grupo? RRM - A Rede Rio Música é composta por qualquer Maio 2009 - Rock Post 19

Amapá, Norte do Brasil... RG - As bandas que participam são apenas de rock? Ou outros gêneros também são bem vindos? agente do cenário musical (músicos, produtores, bandas, gravadoras e selos, estúdios de gravação, empresas audiovisuais, advogados, jornalistas, etc) que se proponha a trabalhar em conjunto para realização de várias ações. Ou seja, a RRM é aberta a todos. Isso inclui você que está chegando hoje e também aquele amigo seu, que você pode convidar a participar no futuro. Para fazer parte da RRM, basta comparecer a pelo menos uma de nossas reuniões quinzenais. Participando de uma reunião, você vai assinar uma lista de presença e a partir dai, seu email será adicionado na nossa lista de discussão na internet, a MúsicaRJ. Atualmente existem quase 100 inscritos na lista de discussão de internet e mais outras centenas de associados vinculados. RG - Em outros estados também existem grupos parecidos ao da Rede Rio Música, como por exemplo a Rede Ceará de Musica, a RedeCem. Vocês acreditam que esses projetos são incentivos para música independente e o futuro da cena? Ou acham que hoje ser independente é algo que está em voga? RRM - Bem, na minha opinião, "em voga" não está. Eu pelo menos estou nesta há 20 anos...outro que está há tanto tempo e também faz parte da RRM é o gabriel thomaz, do Autoramas. Acho que o surgimento de coletivos na área da música é uma consequência óbvia dos tempos que vivemos. Com as mudanças, várias oportunidades surgem. E para aproveitar estas chances, quanto mais unidos e organizados, melhor. A RRM e a RedeCem são os novatos no grupo. Existem ainda ABRAFIN, Circuito Fora do Eixo, Casas Associadas, Música de Minas, além de grupos no Acre, RRM - para participar da RRM não é necessário ser músico ou de uma banda. Temos jornalistas, produtores, advogados, produtores, designers... A maioria das bandas por enquanto é de Rock mas acho que com o crescimento de associados, esta tendência pode mudar. RG - A Rede Rio Música organiza palestras, workshops e eventos. Como funciona esta produção? RRM - montar palestras e workshops é uma das ações que nós definimos como essencial durante a programação das ações. Descobrimos que precisamos capacitar o pessoal que trabalha com música no RJ. Temos coordenadores que cuidam destas ações que podem responder melhor que eu. Mas, só pra reforçar, no final de maio teremos o 2º Ciclo de Palestras da RRM, que vai acontecer nas faculdades Veiga de Almeida e Estácio de Sá. RG - Quando serão os próximos eventos da rede? Equipe Rede Rio Música RRM - Ciclo de palestras - final de maio Shows mensais no Cinematheque - começam 26/junho Shows mensais no Sérgio Porto - começam em 11/ junho Shows mensais no Centro de Referência da Música Carioca - começam em julho 20 Rock Post - Maio 2009

2º workshop interno no Sebrae RJ - 1º de junho com Gustavo Leão. Myspace http://www.myspace.com/rederiomusica e também a comunidade no Orkut. RG - Quais as mídias que vocês usam para divulgar a RRM? RRM - A RRM tem um blog que é atualizado pelos próprios associados (http://rederiomusica.blogspot. com ).Nosso site deve ficar pronto até final de junho. Será um simples bem simples para divulgar os associados (cada um terá uma página própria), as ações da rede através de blog e agenda e dinamizar a nossa comunicação com outras entidades e instituições Brasil afora. Nossa comunicação hoje se dá basicamente via internet, através da lista musicarj. Tem ainda o Equipe Rede Rio Música RG - Para terminar, gostaria que convidasse todos os leitores da Coluna Rock da Gema para conhecerem um pouco mais do trabalho da RRM. RRM - Gostaria de convidar todos os leitores da Coluna Rock da Gema e da Revista Rock Post para participarem da próxima reunião será dia 18/maio, segunda, a partir das 16h no Sebrae Centro - r. sta luzia, 685-9º andar http://rederiomusica.blogspot.com Esta coluna é produzida por Renata Brant, jornalista, apresentadora e idealizadora do Programa Na Veia (programa de rádio web que vai ao ar toda segunda às 19:00 hs pelo site www.naveiaprograma. blogspot.com).

Por Fernanda Duarte A Rock Post entrevistou a banda RAVENLAND, formada no fim de 1997 por Dewindson Wolfheart influeciado pelo poema de Edgar Alan Poe (The Raven), por James O Bar no filme (o Corvo) e por bandas de Dark Rock & Doom Metal Gótico europeu dos anos 80/90. Baseado na temática de que o corvo seria o único ser capaz de transitar entre os dois mundos, o dos mortos e o dos vivos, foi escolhido assim o nome da banda, que em suas músicas além de abordar temas de vida e morte, a sonoridade contida mesclaria o peso e a energia do metal com toda essa atmosfera gótica. A banda que vem ganhando a cada dia um maior destaque no cenário nacional, lançou sua primeira demo-tape October of... em 1998 qual obteve bastante repercussão no underground e foi bem elogiada pelo público e mídia especializada. Com isso, a banda logo recebeu um convite do selo Moonshadow para o lançamento do seu Debut álbum After the sun hides (2001) contendo 10 músicas e que seria distribuído em mais de 25 países. Infelizmente por motivos religiosos o selo veio a fechar antes mesmo de lançar o debut álbum da banda. Apesar de outras propostas para lançar, Dewindson preferiu engavetar o disco. Após outros fatos, saída de integrantes e uma pausa de três anos, em 2006, Dewindson conhece Camilla Raven que o convence a reativar a RAVENLAND, juntos trazem uma banda com nova formação, e lançam um novo EP. Em constante ascensão, a banda lança este ano o álbum intitulado...and a Crow Brings Me Back produzido por Ricardo Confessori. Confira o bate-papo com Dewindson e Camilla Raven. Rock Post: Como surgiu a ideia do nome RAVENLAND? Explique um pouco sobre o corvo como símbolo gótico. Dewindson - A RAVENLAND surgiu a partir do momento que resolvi unir a energia e o peso do metal com uma atmosfera sombria da música gótica influenciado pelo conto de Edgar Alan Poe The Raven, o filme O Corvo e toda a lenda mística que ronda esta bela ave negra. Isto me influenciou bastante, e o nome veio quando conheci a música Raven land da banda sueca LAKE OF TEARS, onde a letra e a sonoridade transmitiam tudo que eu queria para nossa música. Acredito que o corvo seja o elemento da natureza que mais transmite uma sombriedade, uma melancolia, é uma ave mística, lendária, não é a toa que quase todo filme de terror ou suspense tem que ter um corvo para ilustrar o cenário, por isso ele pode ser um símbolo vivo do goticismo. Rock Post: Sabemos que todo começo para uma banda não é fácil, os obstáculos são os mais diversos possíveis. Como foi para vocês o início de tudo isso, principalmente quando decidiram gravar a demo-tape OCTOBER OF 1998? Dewindson - A RAVENLAND enfrentou muitos obstáculos realmente, mas tivemos muitas vitórias, uma delas foi ter que transformar a minha ex-casa em um estúdio naquela época para podermos gravar a nossa primeira demo, na cara dura, sem produtor, só um técnico de som, éramos, eu, Xandão, André Cardoso e o Clécio Christian na produção, na raça, mas em seguida tivemos como resultado ótimas críticas com a demo October of 1998 em grandes revistas e zines, além dela ter nos ajudado a encontrar uma gravadora (Moonshadow) disposta a lançar um disco nosso. Infelizmente outro grande obstáculo foram as alterações na formação, pois o André Cardoso teve que se mudar para o interior de São Paulo com a sua família e depois de um ano, o Xandão nos deixou para integrar a banda ANDRALLS, logo após estas alterações tivemos o problema do fechamento do selo Moonshadow que iria lançar o nosso primeiro disco já todo gravado faltando apenas mixar e masterizar. Foram muitas as dificuldades e ainda existem muitas, mesmo a banda estando hoje em outro patamar, uma delas é a prova viva, o nosso disco foi um parto para concluirmos (risos), graças a FREEMIND, nossa 22 Rock Post - Maio 2009

gravadora atual o disco sairá até o fim deste semestre. Rock Post: Como foi a produção do álbum...and a Crow Brings me Back pelas mãos de Ricardo Confessori (ANGRA/ SHAMAN)? Vocês tiveram o resultado que esperavam? Dewindson - Olha, sinceramente, foi um resultado acima da média pra mim, só achei que faltaram alguns vocais guturais e rasgados que eu até cheguei a gravar, mas ele achou que não combinava com o nosso som e não os incluiu (risos). A produção está excelente, a meu ver, por ser o nosso debut álbum, bem, não poderia estar melhor. Camilla Raven - Também considero que a produção foi excelente, abrimos a mente para muitas coisas novas. Além disso, o Confessori foi muito legal conosco, principalmente a partir do momento em que o Rick Barrocks (baterista da banda na época) teve que deixar a RAVENLAND logo após a pré-produção do disco devido a um problema no joelho. Então o Ricardo Confessori se ofereceu para gravar a bateria do nosso disco inteiro e falou para que ficássemos tranquilos, que isso nos daria tempo depois para encontrar um outro baterista. Rock Post: Em entrevistas já concedidas anteriormente a outros sites, Dewindson alegou que as influências não vêm apenas de bandas ou músicos, mas também de livros, filmes, poesia gótica entre outros. Vocês acham que há um enriquecimento nas músicas maior do que o esperado devido estas influências? Falem um pouco sobre as influências da banda. Dewindson Acredito que sempre que você lê um livro, assiste a um filme, você passa a ver algo de forma diferente, um tema por outra ótica, e isso ajuda a você não usar somente a sua forma de ver ou entender as coisas, daí acredito que isso ajude bastante a enriquecer sim a parte lírica da banda. Camilla Raven As nossas influências circundam em torno de uma bagagem cultural adquirida no decorrer da vida. Deixamos que poemas, livros, filmes nos influenciem ou nos inspirem, mas sempre apostando em novas ideias, novas formas, para manter a nossa identidade própria. Algo que buscamos sempre no nosso trabalho com a RavenLand é transmitir uma personalidade própria, mas o que curtimos, o que lemos, forma o que somos e a nossa visão de tudo. Camilla Raven Dewindson Sobre as minhas influências, vem de bandas de metal em geral, doom, gothic, black metal e do gothic rock oitentista, Cure, Smiths, Sisters of Mercy, Depeche Mode...além de livros como de Edgar Alan Poe, Álvares de Azevedo, Cruz e Souza...sobre filmes, suspense e histórias verídicas. Camilla Raven Apesar de muitos sons que curtimos, entre outras coisas, serem parecidos, cada um na banda tem um gosto mais pessoal a parte, e acredito que isso ajudou a enriquecer o nosso som e a criar uma personalidade. Algo que possam escutar e dizer é RavenLand. Além de tudo que Dewindson citou, gosto muito de musicais como Sweeney Todd, Fastasma da Ópera, entre outras músicas que uso para estudar canto. Rock Post: Por existirem inúmeras bandas boas espalhadas pelo mundo, hoje para alcançar um lugar na mídia é necessário ter um diferencial. Na opinião de vocês qual o principal diferencial que a RAVENLAND apresenta? Camilla Raven Nós não deixamos que uma banda nos influencie a ponto de ser uma cópia. Tanto que eu Maio 2009 - Rock Post 23

quis chocar um pouco nesse primeiro disco oficial, usando uma voz mais incomum, mais grave, apesar de ter umas partes altas, mas sempre no estilo mais dramático, o que passa a sensação de ser mais grave do que é, além de poder mostrar mais força na voz, potência. Dewindson O nosso som apesar de estar enquadrado em um estilo comum como o Gothic Metal, fazemos algo diferente, os vocais da Camilla não são líricos, apesar dela saber cantar neste estilo também, e de outras formas, mas ela não faz uso deste tipo de canto na RAVENLAND, os meus vocais são limpos e graves, não são guturais na maioria do tempo, tem o violino também que é um instrumento exótico, a nossa música é mais simples e direta, não tem tanto virtuosismo, apesar do João Cruz (baixista) está se formando em regência e composição, e o Albanes ser um grande guitarrista assim como o Fernando Tropz que toca bateria há mais de 10 anos e é professor de bateria, mas em nossa música o som é simples e direto. Bem, além disto, procuramos sempre manter uma postura bem profissional na banda, mesmo sem termos muitos recursos escolhemos trabalhar com pessoas de grande gabarito e respeito na cena metal, como o Ricardo Confessori, o Waldemar Sorychta (produtor europeu), o Tommy Lindal (ex-theatre OF TRAG- EDY) e o Gustavo Sazes (responsável pela arte da capa do CD). Rock Post: Desde 1997, quando se iniciaram os trabalhos da banda, até hoje, passado 12 anos, como vocês resumiriam a trajetória da RAVENLAND? Dewindson - Olha, eu diria que com perseverança e trabalho conseguimos uma ótima posição na cena metal nacional, mas ainda é muito cedo e estamos escrevendo ainda a nossa história no metal nacional, tem muita estrada por vir. Eu costumo contar e avaliar não desde 1997/1998, mas desde 2006 quando voltamos a cena com tudo e estabilizamos a formação, pois com exceção do Fernando Tropesso, o resto da banda está comigo desde 2006, quando eu e a Camilla nos radicamos em São Paulo para investir 100% na RAVEN- LAND, e até então formamos um grande time com muita força e o mesmo objetivo. Rock Post: O mais novo trabalho de vocês...and a Crow Brings me Back, está sendo lançado pela gravadora FREE MIND, com quem vocês assinaram contrato no ano passado. Como está sendo esta parceria para a banda? Camilla Raven Foi um grande ponto positivo na nossa história. A gravadora acredita no nosso som, nos apóia e há uma grande relação de confiança, além dos laços de amizade que só crescem. Dewindson O Rodrigo, proprietário da FREEMIND, é um excelente empresário que está investindo muito no metal nacional. Temos um ótimo relacionamento com ele e espero podermos ver esta gravadora como a maior do Brasil um dia, pois eles trabalham muito e de forma honesta. Atualmente, além de distribuir para lojas especializadas em metal de todo o Brasil, a FREEMIND tem uma distribuição também na Alemanha e nos Estados Unidos. Rock Post: Vocês fizeram um show de pré-estreia do álbum em Uberaba (MG), como foi a receptividade do público? Dewindson Eu diria que este foi um dos nossos melhores shows em se tratando de energia do público, eles foram fantásticos e muitos já conheciam nossas músicas do Myspace e agitaram elouquecidamente. Foi muito legal tocar em Uberaba, retornaremos em breve para outro show, os produtores do evento adoraram o show, assim como Brings me Back Album...And a Crow o público, inclusive a segunda prensagem do nosso EP back acabou nesse show. O público foi fenomenal conosco, gostaríamos de mandar um forte abraço a todos os nossos fãs e amigos de Uberaba. 24 Rock Post - Maio 2009

Camilla Raven Realmente, também considero o nosso melhor show. Foi muito enérgico, o público agitou muito, inesquecível. Rock Post: Além do lançamento do álbum...and a Crow Brings me Back, quais são os projetos para 2009? Há alguma turnê já definida? Dewindson Estamos preparando uma ótima produção de palco e ensaiando para podermos reproduzir ao vivo toda a música e atmosfera contida no disco, provavelmente assim que o CD for lançado iremos trabalhar uma divulgação em massa na mídia junto com a gravadora e nossa acessória de imprensa para podermos agendar no segundo semestre uma grande turnê que possa passar em muitos estados do Brasil. Camilla Raven Inclusive, uma grande banda gringa que estará excursionando pela América do Sul no final do ano, já nos contatou para tentarmos fechar os shows com eles e assim fazermos várias datas pelo Brasil, Bolívia, Chile, Argentina e Peru, no momento está em negociação, assim que estiver confirmado divulgaremos na mídia. Rock Post: Agradecemos a oportunidade de entrevistar vocês e a equipe Rock Post deseja sucesso para a RAVENLAND. Deixem recado para os fãs da banda e nossos leitores. Camilla Raven Obrigada a todos que estão acompanhando a nossa trajetória e nos apoiando. Todo o apoio nos fortalece e é muito necessário para continuarmos na luta pelo metal no Brasil. Dewindson Gostaria de agradecer a vocês em nome da RAVENLAND pelo espaço e apoio as bandas nacionais. Para os fãs, adquiram o nosso CD...and a crow brings me back e confiram o nosso show, a energia e peso da nossa música ao vivo. Camilla Raven Confiram o nosso vídeo-clipe oficial da música End of Light no nosso canal no Youtube: www.youtube.com/ravenlandchannel. Para shows podem entrar em contato pelo email: manager@ravenland. net. Obrigada pelo apoio e um grande abraço sob as asas dos corvos da RAVENLAND. LINKS: www.ravenland.net www.myspace.com/ravenland www.youtube.com/ravenlandchannel Quer milhares de pessoas de olho em sua BANDA??? Seu sucesso já tem endereço certo www.rockpost.com.br Maio 2009 - Rock Post 25

esteve lá... Show do ARCH ENEMY em São Paulo Tarde do dia 3 de maio, após um fim de semana prolongado onde se espera qualquer coisa do começo da nova semana, porém o domingo vinha para fechar a semana aos berros da bela Ângela Gossow que com certeza fizeram uma multidão ensandecida delirar no espaço Lux em São Bernardo. Caravanas de todas as partes vinham para presenciar esse evento ilustre e com certeza não saíram desapontados. Iniciando pontualmente as 20 horas, abrem-se as cortinas e acendem-se as luzes para o Arch Enemy subir ao palco como um verdadeiro show. Luzes e mais luzes uma bandeira grande ao fundo atrás da bateria levava o nome da banda e a arte da turnê com o símbolo do Álbum Rise of The Tyrant (2007) e uma multidão gritando quando então dá-se o inicio do show. Começando a noite com Blood on Your Hands o set não se diferenciou do já anunciado que ocorreu em Bogotá na Colômbia dia 30/04, porém a reação do publico motivava a banda que com os riffs pesados e bem trabalhados dos guitarristas Michael Amott e Christopher Amott fizeram o publico gritar e cantar à melodia gutural da voz de Ângela Gossow, e há ainda quem diga que baixista sempre fica de canto foi porque não viu a perfeita presença de palco e técnica do baixista Sharlee D Angelo que em nenhum momento deixou a platéia quieta e agitou com o publico vibrante. O solo de bateria do grande Daniel Erlandsson mostrou a complexidade e a pegada forte e agressiva de um baterista de Death Metal onde deixou um eco que repetia aos gritos na única frase Daniel. Mostrando uma banda experiente e com uma sonoridade única o Arch Enemy marcou a noite e com certeza a satisfação dos espectadores mostrando-se uma obra prima do Death Metal Melódico, com um carisma perfeito e com direito até de levantamento da bandeira brasileira o Brasil não deixou feio aos nossos ilustres visitantes e demonstrou que aqui em terras tupiniquins temos uma grande força para o cenário mundial. Texto: Rogério Malgor Fotos: Luis Fernando de Castro Domingos Agradecimentos: Dark Dimensions 26 Rock Post - Maio 2009