IPSAS 18 RELATO POR SEGMENTOS



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Transcrição:

115f IPSAS 18 RELATO POR SEGMENTOS Cristina Maria Oliveira Veríssimo Mestranda em Auditoria Empresarial e Pública Ramo Instituições Públicas Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra Área Temática: F) Sector Público. Palavras-chave: Normativo Internaciona público, IPSAS 18, Relato por Segmentos, Segmentos de Serviços e Segmentos Geográficos 1

IPSAS 18 RELATO POR SEGMENTOS Resumo O IFAC tem sido responsável pelos principais esforços no processo de harmonização contabilística do sector público e grande parte das organizações aceitam como órgão emissor de padrões contabilísticos internacionais. A Comunicação debruça-se sobre a as principais características das tendências na reforma da contabilidade pública internacional e desenvolver a IPSAS 18 Relato por Segmentos, analisando o corpo da Norma e apresentar uma aplicação prática. A informação segmentada por área geográfica e por actividade mostra-se essencial, indispensável, e integral para todo o processo de análise financeira e de investimento. 2

Índice Lista de Siglas... 4 1- Introdução... 5 2- Panorama actual da Contabilidade Pública... 6 2.1 - O normativo internacional da contabilidade pública... 6 2.2 - A Normalização da contabilidade pública em Portugal... 7 3- IPSAS 18 Relato por segmentos... 8 3.1 Objectivo... 8 3-2 Âmbito de Aplicação... 8 3.3 Definições... 9 3.4 Relato por Segmentos... 9 3.5 Segmentos de Serviços e Segmentos Geográficos... 9 3.6 Definições de Rédito, Gasto, Activos, Passivos e de Políticas Contabilísticas de Segmento... 11 3.7 - Segmentos Identificados pela Primeira Vez... 14 3.8 Divulgação... 14 4 Aplicação Prática... 16 4.1 - Informação Acerca dos Segmentos... 16 4.2 - Resumo das Divulgações Exigidas... 17 5 - Comparação da IPSAS 18 com a IAS 14... 18 6 Conclusão... 20 7 - Bibliografia... 21 3

Lista de Siglas BM Banco Mundial CNCAP Comissão de Normalização Contabilística da Administração Pública FEE Féderation dês Experts Comptables Européens FMI Fundo Monetário Internacional IAS - International Accounting Standards IFAC International Federation of Accountants IPSAS - International Public Sector Accounting Standards IPSASB - Internacional Public Sector Accounting Standards Board NATO Organização do Tratado do Atlântico Norte NIC - Normas Internacionais de Contabilidade OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OCG Empresas Comerciais Governamentais POCP Plano Oficial de Contabilidade Pública UE União Europeia 4

1- Introdução As organizações que integram o sector público estão a ser confrontadas com novos desafios em matéria contabilística. De facto, o movimento em curso tendente a normalizar, a nível mundial, a contabilidade do sector público, levado a cabo pelo Comité do Sector Público da IFAC International Federation of Accountants, que prevê mudanças significativas na contabilidade adoptada pelos organismos do sector público em diversos países. Ao mesmo tempo, estabeleceu um novo quadro conceptual, paralelamente à contabilidade das empresas. Na primeira metade dos anos noventa, introduziu muitas reformas e inovações na contabilidade pública portuguesa. No entanto, os novos desenvolvimentos no plano internacional requerem uma profunda reforma do nosso sistema, para conseguir a sua adaptação às novas exigências de informação macro e macroeconómica. Os objectivos deste trabalho são a apresentação das principais características das tendências na reforma da contabilidade pública internacional e desenvolver a IPSAS 18 Relato por Segmentos, analisando o corpo da Norma e apresentar uma aplicação prática. 5

2- Panorama actual da Contabilidade Pública À semelhança do sector privado, o sector público é confrontado com os novos desafios em matéria contabilística, tendo em vista a normalização a nível mundial. O principal impulsionador da normalização contabilística no sector público é a própria Administração Pública, que carece de um instrumento eficaz de controlo e de uma fonte fiável de informação económico-financeira para a gestão. Neste sentido, consagrou-se a nível nacional a Comissão de Normalização Contabilística da Administração Pública (CNCAP) como órgão normalizador para o sector público, com a missão de assegurar a normalização e acompanhar a aplicação e aperfeiçoamento do POCP e dos planos sectoriais, de uma forma gradual, de modo a garantir a necessária segurança e eficácia. 2.1 - O normativo internacional da contabilidade pública A IFAC tem o Comité do Sector Público que é constituído por membros e observadores, com o objectivo a elaboração de um conjunto de normas para o sector público as IPSAS (International Public Sector Accounting Standards), baseadas nas IAS existentes, recentemente substituídas pelas IFRS International Financial Reporting Standards emitidas pelo IASB International Acconunting Standards Board. Uma das preocupações principais do Comité do Sector Público da IFAC tem sido a promoção de uma contabilidade elaborada na base de acréscimo (accrual basis) por parte dos organismos do sector público e fixação de regras no respectivo período de transição, para além de elaboração de uma norma dos fluxos de caixa específica para o sector público. No desenvolvimento do programa até ao momento foram emitidas 28 normas de contabilidade pública, adaptadas das IAS existentes. O processo de aprovação de uma norma é semelhante ao que tem vigorado para as IAS. Inicia se com a apresentação de um draft a que se segue um complexo sistema de audição de diversas partes interessadas até que finalmente é aprovada pelo Comité. As IPSAS dividem se em duas partes: a primeira contém as opiniões recolhidas e os pressupostos adoptados e na segunda apresentam se as divulgações a levar a cabo. Entre as características principais destas normas destacase o carácter de recomendações, pelo Comité da FEE da IFAC, que se passou a denominar Internacional Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB), que 6

necessita encontrar apoio nas autoridades públicas para a sua aplicação nos diferentes países e níveis de governo (nacional, regional e local). Certos organismos de âmbito mundial adoptaram entretanto as IPSAS: a OCDE, a NATO e a própria União Europeia. A diferença do sector empresarial, em que as exigências de transparência e comparabilidade dos mercados financeiros são um claro impulso para a generalidade das NIC (normas internacionais de contabilidade); nas entidades públicas o impulso para o desenvolvimento e aplicação das normas internacionais é mais complexo e o resultado não é tão efectivo. As entidades financeiras e de crédito internacionais (BM Banco Mundial, FMI Fundo Monetário Internacional) e os próprios governos e instituições da União Europeia, que podem ter uma influência e um alcance mais amplo na implantação das normas internacionais de contabilidade pública. Segundo Vicent Montesinos, esta linguagem financeira internacional para o sector público ainda necessita de apoio e interesse generalizado por parte dos diferentes governos e organismos internacionais. 2.2 - A Normalização da contabilidade pública em Portugal Em Portugal, a prestação de contas dos organismos estatais tem vindo a ser efectuada na base de caixa, desde o século XIX. Durante várias décadas a contabilidade não apresentou quaisquer alterações até aos anos 90 do século passado em que se levantou o problema da normalização das contas do Estado. Aquando da realização dos estudos tendentes à elaboração do projecto do POCP várias hipóteses se levantaram em matéria de adopção de ópticas de base. Após diversas discussões foi opinião unânime que não se deveria continuar a privilegiar a óptica de caixa, mas ao mesmo tempo as operações deveriam ser também registadas na óptica de acréscimo. Assim, o POCP contém simultaneamente as duas ópticas. A execução orçamental tem reservadas contas na classe 0 para a evidenciação de algumas das suas fases, ao passo que as classes de contas do código 1 ao código 8 prevêem rubricas para a ópticas de acréscimo de caixa, esta última prevista na fases de pagamento das despesas e de recebimento das cobranças. O diploma que aprovou o Plano também previu a criação da Comissão de Normalização Contabilística da Administração Pública (CNCAP). Em matéria de contabilidade pública, Portugal optou por um modelo semelhante aos adoptados noutros países do continente europeu e que previu a 7

aprovação de um plano de contas geral e de planos de contas orientados para as necessidades de informação de certos sectores de actividade. As permanentes preocupações normalizadoras por parte dos elementos que integraram a estrutura de missão encarregada de elaborar o projecto de plano de contas levou a que as divergências entre o plano e o plano das empresas tenham sido mínimo. Dado que muitas das orientações constantes das normas de contabilidade do então IASC foram sistematicamente introduzidas no POC empresarial, as possíveis divergências entre o que consta do POCP e as IPSAS estão muito esbatidas. Ao nível dos países que integram a União Europeia constata se que não existe normalização em matéria de contabilidade pública, pelo que a comparabilidade entre as respectivas contas dos países não está ainda assegurada. A proposta de normalização, a nível mundial, levada a cabo pela IFAC, vai necessariamente enfrentar obstáculos, pela dificuldade em alterar procedimentos contabilísticos implementados ao longo dos tempos, havendo que contar com a normal e compreensível resistência à mudança. 3- IPSAS 18 Relato por segmentos Esta Norma Internacional de Contabilidade do Sector Público é principalmente extraída da Norma Internacional de Contabilidade (IAS) 14-Relatos por Segmentos, que consiste em estabelecer critérios para a publicação de informações sobre o segmento de negócios e sectores geográficos de uma entidade. 3.1 Objectivo O objectivo desta Norma é o de estabelecer princípios para relatar informação financeira por segmentos, que ajudem os utilizadores das demonstrações financeiras a entender melhor o desempenho passado da entidade, a avaliar melhor os riscos e retornos da entidade, de forma a aumentar a transparência da informação financeira e permitir que a entidade cumpra melhor as obrigações de sua responsabilidade. 3-2 Âmbito de Aplicação O âmbito de aplicação desta norma vem definido nos parágrafos um a sete. A IPSAS 18 aplica-se a todas as entidades do sector público que não sejam Empresas Comerciais Governamentais (ECGs). Uma entidade que prepare e apresente demonstrações financeiras segundo o regime contabilístico do acréscimo deve aplicar esta Norma na apresentação de informação por segmentos. Deve ser aplicada ainda, a conjuntos completos de demonstrações financeiras publicadas que estejam em conformidade com as Normas Internacionais de 8

Contabilidade do Sector Público (IPSAS). Quer as demonstrações financeiras consolidadas de um governo ou de outra entidade económica, quer as demonstrações financeiras separadas da entidade mãe forem apresentadas conjuntamente, a informação de segmento necessita somente ser apresentada na base das demonstrações financeiras consolidadas. 3.3 Definições Nesta Norma são usados definições com o mesmo significado especificado nas Normas Internacionais de Contabilidade do Sector Público (IPSAS) 2, Demonstrações de Fluxos de Caixa ; IPSAS 3, Excedente ou Défice Líquido do Período, Erros Fundamentais e Alterações em Políticas Contabilísticas ; e IPSAS 9, Réditos de Transacções de Trocas. Porém, existem definições específicas da IPSAS 18: Definição de um Segmento Um segmento é uma actividade ou grupo de actividades distinguível de uma entidade relativamente ao qual é apropriado relatar separadamente informação financeira com a finalidade de avaliar o desempenho passado de uma entidade para atingir os seus objectivos e para tomar decisões acerca da imputação futura de recursos. 3.4 Relato por Segmentos As entidades do sector público devem identificar como segmentos separados cada actividade ou grupo de actividades distinguível relativamente às quais deva ser relatada. A Informação financeira para finalidades de avaliar o desempenho passado da entidade ao atingir os seus objectivos; Para tomar decisões acerca da imputação de recursos pela entidade. As entidades são encorajadas a divulgar informação adicional acerca dos seus segmentos identificados. 3.5 Segmentos de Serviços e Segmentos Geográficos Segundo o parágrafo 15, para determinar as actividades que devem ser agrupadas como segmentos separados e relatadas nas demonstrações financeiras envolve juízo. Ao fazer este juízo, quem elabora as demonstrações financeiras deverá considerar questões tais como: O objectivo de relatar informação financeira por segmentos; As expectativas de membros da comunidade e dos seus representantes eleitos ou designados com respeito às principais actividades da entidade; Se a estrutura de um segmento particular reflecte a base em que o órgão de governação e gestor sénior exigem informação financeira que lhes permita ter 9

acesso ao desempenho passado da entidade para alcançar os seus objectivos e para tomar decisões acerca da imputação de recursos para alcançar os objectivos da entidade no futuro. Segmentos de Serviços Um componente distinguível de uma entidade que esteja comprometida em proporcionar produções relacionadas ou atingir objectivos operacionais consistentes com a missão global de cada entidade. Por Exemplo: Entidade em que relate internamente com base em segmentos de serviços. Num Agrupamento de Escolas podemos considerar os cursos Cientifico Humanísticos, Cursos de Educação e Formação, Cursos Profissionais, entre outros. São cursos com fontes de financiamento distintas, metodologias e com objectivos distintos. Os factores que serão considerados em determinar se os outputs são relatados e devem ser agrupados como segmentos para finalidades de relato financeiro incluem ( 19): Os objectivos operacionais primários da entidade que se relacionam com a consecução de cada um dos objectivos; Se os recursos são imputados e orçamentados na base de grupos de bens e serviços; A natureza do processo de produção e/ou do processo ou mecanismo de entrega e distribuição; O tipo de cliente ou consumidor dos bens ou serviços. Se isto reflecte a maneira em que a entidade é dirigida e a informação financeira é relatada à gestão sénior e ao órgão de governação; e Se aplicável, a natureza do ambiente regulador, (por exemplo, o departamento ou autoridade estatutária) ou sector de governo (por exemplo, o sector financeiro, serviços públicos, ou governo geral. Segmentos de geográficos Um componente distinguível de uma entidade que esteja comprometida em proporcionar outputs ou atingir objectivos operacionais particulares dentro de uma área geográfica particular. Quando a estrutura organizacional e o sistema de relato interno de um departamento de educação é estruturado numa base regional. As principais avaliações de desempenho e decisões de imputação de recursos são determinadas com referência às consecuções regionais e às necessidades regionais. Por exemplo: O Instituto Politécnico de Leiria tem um pólo em Peniche, a Escola 10

Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, poderá ser relatado como um segmento geográfico. Os factores que serão considerados ao determinar se a informação financeira deve ser relatada numa base geográfica incluem ( 22): Similitude de condições económicas, sociais e políticas em diferentes regiões; Relacionamentos entre os objectivos primários de uma entidade e os das diferentes regiões; Se as características de descentralização de serviços e condições operacionais diferirem em regiões diferentes; Se isto reflectir a maneira em que a entidade seja gerida e a informação financeira seja relatada a gestores seniores e ao órgão de governo; e Necessidades, perícias ou riscos especiais associados a operações numa área particular. 3.6 Definições de Rédito, Gasto, Activos, Passivos e de Políticas Contabilísticas de Segmento Segundo o paragrafo 18, as definições de rédito de segmentos, gastos de segmentos, activos de segmentos e passivos de segmentos incluem quantias dos itens que sejam directamente atribuíveis a um segmento e quantias dos itens que possam ser imputáveis a um segmento numa base racional. Rédito do Segmento Rédito do segmento é o rédito relatado na demonstração de desempenho financeiro da entidade que seja directamente atribuível a um segmento e a parte relevante do rédito da entidade que possa ser imputada numa base razoável a um segmento. EX: Cativações orçamentais ou semelhantes, subsídios, transferências, multas, comissões ou vendas a clientes externos ou de transacções com outros segmentos da mesma entidade. O rédito de segmento não inclui: Itens extraordinários; Réditos de juros ou de dividendos, incluindo juros obtidos de adiantamentos ou de empréstimos a outros segmentos, a menos que as operações dos segmentos sejam primordialmente de natureza financeira; ou Ganhos em vendas de investimentos ou ganhos de extinção de dívidas a menos que as operações dos segmentos sejam primordialmente de natureza financeira. O rédito de segmento somente inclui a participação de uma entidade no excedente líquido (défice) de associadas, empreendimentos conjuntos, ou de outros 11

investimentos contabilizados segundo o método da equivalência patrimonial se esses itens forem incluídos no rédito consolidado ou total da entidade. Gasto do Segmento Gastos do Segmento é um gasto resultante das actividades operacionais de um segmento que seja directamente atribuível ao segmento e a parte relevante de um gasto que possa ser imputado numa base razoável ao segmento. Por exemplo, gastos relacionados com o fornecimento de bens e serviços a partes externas (Consumos de energia) e gastos relacionados com transacções com outros segmentos da mesma entidade. Os gastos do segmento não incluem: Itens extraordinários; Juros, incluindo juros incorridos sobre adiantamentos ou empréstimos de outros segmentos, a menos que as operações do segmento sejam primordialmente de natureza financeira; Perdas em vendas de investimentos ou perdas em extinções de dívidas a menos que as operações do segmento sejam primordialmente de natureza financeira; Imposto sobre o rendimento ou gastos equivalentes a imposto sobre o rendimento que sejam reconhecidos de acordo com normas contabilísticas que tratem de obrigações de pagar impostos sobre o rendimento ou equivalentes de impostos sobre o rendimento; ou Gastos administrativos gerais, gastos de sede e outros gastos que surjam ao nível da entidade e se relacionem com a entidade como um todo. Os gastos do segmento incluem uma parte do empreendimento conjunto nos gastos de uma entidade conjuntamente controlada que seja contabilizada pela consolidação proporcional de acordo com a IPSAS 8 Interesses em Empreendimentos Conjuntos. Quanto às operações de um segmento que sejam primordialmente de natureza financeira, o rédito de juros e os gastos de juros somente podem ser relatados como uma simples quantia líquida para finalidades de relato de segmento se forem tornados líquidos nas demonstrações financeiras consolidadas ou da entidade. Activos do Segmento Activos do Segmento são os activos operacionais que sejam utilizados por um segmento nas suas actividades operacionais e que ou sejam directamente atribuíveis 12

ao segmento ou possam ser imputados ao segmento numa base razoável. Se um rédito do segmento incluir rédito de juros ou de dividendos, os seus activos do segmento incluem as contas a receber, empréstimos, investimentos ou outros activos de produção de réditos. Por exemplo: Activos Fixos Tangíveis Equipamento Básico e de Transporte atribuível á actividade operacional do segmento. Na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche do Instituto Politécnico de Leiria podemos considerar mesas, cadeiras, computadores, quadros interactivos, entre outras. Os activos do segmento não incluem activos usados para finalidades gerais da entidade. Por exemplo, o escritório da administração central do Instituto Politécnico de Leiria. Os activos do segmento são determinados após dedução dos ajustamentos relacionados que sejam relatados como compensações directas na demonstração da posição financeira da entidade. Passivos do Segmento Passivos do Segmento são os passivos operacionais que resultem das actividades operacionais de um segmento e que sejam ou directamente atribuíveis ao segmento ou possam ser imputados ao segmento numa base razoável. Por exemplo, contas a pagar comerciais e outras (dividas a Fornecedores de Imobilizado), passivos acrescidos, adiantamentos de membros da comunidade para o fornecimento de bens parcialmente subsidiados e serviços no futuro. Se os gastos de segmento de um segmento incluírem gastos de juros, os seus passivos de segmento incluem os passivos relacionados que produzam juros ( 27). Por exemplo, Empréstimos Obtidos a curto prazo. Políticas Contabilísticas de Segmento Políticas contabilísticas do segmento são as políticas contabilísticas adoptadas para preparar e apresentar as demonstrações financeiras do grupo ou entidade consolidada assim como as políticas contabilísticas que especificamente se relacionem com o relato por segmentos. Por exemplo, os cálculos de direitos de empregados, são muitas vezes feitos para a entidade no total, mas os números ao nível da entidade total podem ser imputados a segmentos baseados em ordenados e dados demográficos para os segmentos. Segundo o paragrafo 46, esta Norma permite a divulgação de informação de segmento adicional que é preparada segundo uma base que não sejam as políticas contabilísticas adoptadas para as demonstrações financeiras consolidadas ou da entidade desde que: 13

A informação seja relevante para a determinação do desempenho e finalidades de tomada de decisões; e A base de mensuração desta informação adicional esteja claramente descrita. As alterações das Politicas Contabilísticas adoptadas ao nível da entidade que afectem a informação do segmento, são tratadas de acordo com a IPSAS 3 Políticas Contabilísticas, Alterações em Estimativas Contabilísticas e Erros ( 70). 3.7 - Segmentos Identificados pela Primeira Vez O segmento identificado como tal pela primeira vez, no período corrente, os seus dados do período anterior que sejam apresentados para finalidades comparativas devem ser refeitos, de forma a reflectir o segmento relatado pela primeira vez como um segmento separado a não ser que seja impraticável de fazer. 3.8 Divulgação Os requisitos de divulgação aplicados a cada um dos vem referidos nos parágrafos 52 a 75, desta Norma. Uma entidade deve divulgar: o O rédito e o gasto dos segmentos para cada um dos segmentos. O rédito do segmento das cativações orçamentais ou de imputações semelhantes, o rédito do segmento de outras fontes externas e o rédito do segmento de transacções com outros segmentos, devem ser relatados separadamente; o A quantia escriturada total dos activos e dos passivos do segmento para cada um dos segmentos; o O custo total incorrido durante o período para adquirir activos do segmento que se espera que sejam usados durante mais do que um período por cada um dos segmentos; o A reconciliação entre a informação divulgada por segmentos e a informação agregada nas demonstrações financeiras consolidadas ou da entidade; o Para cada segmento o agregado da parte da entidade no excedente líquido (défice) de associadas; o Cada associada, empreendimento conjunto ou outro investimento pelo método da equivalência patrimonial é individualmente avaliado para determinar se as suas unidades operacionais estão todas substancialmente dentro de um segmento; o Se a participação agregada de uma entidade no excedente líquido (défice) de associadas, empreendimentos conjuntos ou outros 14

investimentos contabilizados segundo o método da equivalência patrimonial for divulgado por segmentos, os investimentos agregados nessas associadas e empreendimentos conjuntos devem também ser divulgados por segmentos; o Ao mensurar e relatar réditos do segmento derivados de transacções com outros segmentos, as transferências inter-segmentos devem ser mensuradas na base em que ocorram; e o A alteração de políticas contabilísticas adoptadas no relato por segmentos que tenham um efeito material na informação de segmentos, e a informação de segmentos de períodos anteriores apresentada para finalidades comparativas deve ser refeita a menos que seja impraticável fazê-lo. Deve incluir uma descrição a natureza, a razão e o facto de que a informação comparativa foi refeita ou que foi impraticável fazê-lo e o efeito financeiro da alteração se isso for razoavelmente determinável. Se não for divulgado de outra maneira nas demonstrações financeiras ou noutro lado no relatório anual, uma entidade deve indicar: Os tipos de bens e serviços incluídos em cada segmento de serviço relatado; A composição de cada segmento geográfico relatado; e Se não for adoptada uma segmentação com base em serviço ou geográfica, a natureza do segmento e as actividades englobadas pelo mesmo. 15

4 Aplicação Prática 4.1 - Informação Acerca dos Segmentos u.m. CCH Profissionais Consolidado N N-1 N N-1 N N-1 Rédito do Segmento Cativação 54 000 43 000 27 000 28 000 Comissões de fontes externas 4 000 3 000 3 000 2 000 Total do Rédito de Segmento 58 000 46 000 30 000 30 000 98 000 86 000 Gasto do Segmento Vencimentos (37 000) (30 000) (14 000) (14 000) Outros Gastos (20 000) (16 000) (15 000) (14 000) Total de gastos do segmento (57 000) (46 000) (29 000) (28 000) (96 000) (84 000) Gast. Centrais não imputados (3 000) (2 000) Défice das Act. Operacionais (1 000) 0 Rédito de Juro 2 000 Excedente Líquido 1 000 0 Outras Informações: Activos do Segmento 54 000 50 000 34 000 30 000 84 000 80 000 Activos Centrais não Imputados 32 000 30 000 Activos Totais Consolidados 116 000 110 000 Passivos do Segmento 25 000 15 000 9 000 11 000 34 000 26 000 P. da Soc. não imputados 16 000 9 000 Passivos totais consolidados 50 000 35 000 16

A Entidade está organizada e relata ao órgão governamental na base de duas áreas funcionais principais: Cursos Cientifico Humanísticos e Cursos Profissionais e outros serviços, cada um chefiado por um Coordenador. Cada área funcional presta serviços de consultadoria externa. 100% Da cativação dos Cursos Cientifico Humanísticos, são dotações do Orçamento de Estado; nos Cursos Profissionais, 30% são dotações do Orçamento de Estado e o restante é financiado pelo Fundo Social Europeu (FSE). A informação relatada acerca destes segmentos é usada pelo órgão governamental como base para avaliar o desempenho passado da entidade para conseguir os seus objectivos e para tomar decisões acerca da imputação futura de recursos. A divulgação da informação acerca destes segmentos é considerada também para finalidades de relato externo. Um relatório completo dos objectivos estabelecidos para cada segmento e o ponto a que esses objectivos foram atingidos é incluído na Revisão de Operações, incluído noutro local neste relatório. 4.2 - Resumo das Divulgações Exigidas Gastos totais por segmento ( 52); Réditos totais por segmento ( 52); Os réditos de cativações orçamentais ou de imputações semelhantes por segmento ( 52); Os réditos de fontes externas ( 52); Quantia escriturada de activos do segmento por segmento ( 53); Passivos do segmento por segmento ( 54); Participação no excedente líquido de 1000 u.m. ( 61]; Reconciliação de réditos, gastos, activos e passivos por segmento ( 64); Alterações de políticas contabilísticas de segmentos ( 68); Tipos de produtos e serviços em cada segmento de serviço ( 73); Se não for adoptado nenhuma base de segmentação de serviço ou geográfico, a natureza do segmento e actividades abrangidas por cada segmento ( 73). 17

5 - Comparação da IPSAS 18 com a IAS 14 A Norma Internacional de Contabilidade para o Sector Público (IPSAS 18), Relato por Segmentos é primordialmente retirada da Norma Internacional de Contabilidade (IAS) 14, Relato por Segmentos (revista em 1997). As principais diferenças entre a IPSAS 18 e a IAS 14 são as seguintes: IPSAS 18 IAS 14 Segmentos do Negócio Definição dos segmentos Segmentos de Serviços Segmentos Geográficos Segmentos Geográficos Segmentos principais e Secundários. Relato Exige que as entidades relatem segmentos numa base apropriada para avaliar o desempenho passado e tomar decisões acerca da imputação de recursos. Exige que os segmentos sejam relatados os produtos e serviços e os segmentos geográficos Informação de Segmentos Adicional Foram incluídos comentários adicionais para clarificar a aplicabilidade das normas à contabilidade das entidades do sector público - Divulgação do Resultado Não exige a divulgação do resultado do segmento. O resultado designa-se por excedente líquido / défice. Exige divulgação do resultado do segmento, depreciação e amortização de activos do segmento e outros gastos não monetários. 18

Divulgação do Rédito Divulgação de Segmentos Secundários Terminologia Encoraja, mas não exige, a divulgação de réditos não monetários que sejam incluídos no rédito do segmento, depreciação do segmento e outros gastos não monetários ou fluxos de caixa do segmento como exigido pela IPSAS 2, Demonstrações de Fluxos de Caixa. Não exige a divulgação de informação acerca de segmentos secundários, mas encoraja certas divulgações mínimas acerca quer de segmentos de serviço quer de segmentos geográficos. Usa terminologia diferente, os exemplos mais significativos são o uso dos termos: entidade, demonstração de desempenho financeiro, rédito, excedente líquido / défice, demonstração da posição financeira e activo líquido/capital próprio. Exige, a divulgação de réditos não monetários que sejam incluídos no rédito do segmento, depreciação do segmento e outros gastos não monetários ou fluxos de caixa do segmento como exigido pela IAS 7, Demonstrações de Fluxos de Caixa e do Regulamento da CMVM n.º 6/2002. Exige a divulgação de informação acerca de segmentos secundários Usa terminologia diferente, os exemplos mais significativos são o uso dos termos: empresa, rendimento, demonstração de resultados, resultados, balanço e capital próprio. Fonte: Elaboração Própria com na IPSAS 18 e IAS 14 19

6 Conclusão A informação segmentada por área geográfica e por actividade é mais do que necessária. É vital, essencial, fundamental, indispensável, e integral para todo o processo de análise financeira e de investimento. Association for Investment Managemente and Research: O relato por segmentos permite conhecer a entidade, proporciona de uma forma oportuna a informação financeira que é requerida pelos governantes para os ajudar nas decisões a tomar ou a prosseguir e que recursos imputar a determinado sector. É meu entender, que nos últimos anos muitas mudanças substanciais foram feitas nos sistemas de contabilidade do sector público. Muitas dessas reformas são parte do processo de mudança e modernização de gestão dos serviços públicos, com o objectivo de melhorar a economia aquisição de recursos financeiros, humanos e materiais apropriados, tanto sob o ponto de vista da qualidade como da quantidade, no momento oportuno e pelo menor custo; eficácia Grau de alcance dos objectivos/objectivos visados, segundo uma relação de custo/benefício favorável; e eficiência Utilização dos recursos financeiros, humanos e materiais de modo a atingir a maximização dos resultados para um determinado nível de recursos ou a minimização dos meios para determinada quantidade e qualidade de resultados. Na tentativa de atender a esta necessidade, a informação contabilística deve ser orientada para a tomada de decisão e de responsabilidades que estão alocadas com uma visão para accountability. Neste sentido, o relato por segmentos permite conhecer a entidade, proporciona de uma forma oportuna a informação financeira que é requerida pelos governantes para os ajudar nas decisões a tomar ou a prosseguir e que recursos imputar a determinado sector. 20

7 Referências bibliográficas COSTA, Carlos Baptista da e ALVES, Gabriel Correia (2008). Contabilidade Financeira, 7ª Edição. Lisboa: Editora Rei dos Livros; FUERTES, Iluminada Fuertes - El modelo de contabilidad pública internacional de la IFAC: análisis de la armonización formal, Universitat Jaume I de Castelló. Internacional Accounting Standards (IAS): IAS 14 RELATO POR SEGMENTOS, Jornal Oficial da União Europeia 13-10-2003; International Public Sector Accounting Standards (IPSAS): IPSAS 18 RELATO POR SEGMENTOS e IPSAS 3 POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES EM ESTIMATIVAS CONTABILÍSTICAS E ERROS, Manual do ROC (2009). MARQUES de Almeida, J.J. Conceição da Costa MARQUES, M. da, (2003), A Contabilidade Pública e o Sector da Educação em Portugal: do pressuposto legal à economia, eficiência e eficácia, Universidade Aberta. MONTESINOS, Vicente Julve - Incidencia del marco internacional en la reforma contable de la Comisión Europea. MONTESINOS, Vicente Julve Panorama actual de la contabilidad pública: Análisis de la situación española dentro de su entorno internaciona l, CIRIEC- España, Revista de Economía Pública, Social y Cooperativa, nº 45, agosto 2003, pp. 159-185 MORAIS, Ana Isabel e LOURENÇO, Isabel Costa (2005). Aplicação das Normas do IASB em Portugal. Lisboa: Publisher Team; Regulamento da CMVM n.º 6/2002, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários Ministério das Finanças de 11 de Abril de 2002. RODRIGUES, João (2005). Adopção em Portugal das Normas Internacionais de Relato Financeiro, 2ª Edição. Lisboa: Áreas Editora; SILVA, Eduardo Sá (2005). Normas Internacionais de Contabilidade Da teoria à prática. Porto: Vida Económica. 21