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Unidade 6 Compreensão de texto Nome: Data: Leia o texto e responda às questões de 1 a 12. Futebol Em 1950, ninguém tinha TV em casa na rua Henrique Dias. Os primeiros aparelhos de televisão estavam chegando ao Brasil e custavam muito caro. Eu escutava no rádio todos os jogos do São Paulo e até os do Corinthians, por causa do tio Constante. Uma vez, meu tio Odilo, irmão mais velho do meu pai, prometeu me levar ao estádio do Pacaembu para ver o São Paulo se eu me portasse bem. Virei santo naquela semana de espera interminável. No sábado depois do almoço ele veio me buscar; eu já estava pronto desde as onze da manhã. A rua inteira sabia que eu ia assistir a São Paulo versus Nacional, um time fraco escolhido a dedo pelo tio Odilo para não desiludir meu coração são-paulino. Gostei do amendoim embrulhado em canudo de papel, achei lindo o verde do gramado, as cores dos uniformes e o estrondo dos foguetes, mas os jogadores me decepcionaram um pouco, apesar de ganharem por dois a zero. Pelo rádio o jogo era mais emocionante: Teixeirinha mata no peito, baixa na terra, passa por um, por dois, invade a área, fulmina e é gol. Na minha imaginação infantil, aquele homem que matava no peito, invadia e fulminava tinha superpoderes. O gol do locutor reverberava em meus ouvidos, longo, interminável: gol do São Paulo! Quanta alegria! No campo era menos emocionante, os jogadores de carne e osso erravam passes, chutavam para fora e perdiam gol cara a cara, exatamente como nós na porta da fábrica. Então veio a Copa do Mundo de 1950 e o Brasil foi para a final com o Uruguai, no Maracanã. O país parou naquele domingo de sol e, com ele, o Brás. Almocei e fui encontrar meu primo Flávio, para ouvirmos a transmissão da partida no Armazém Simões, que os irmãos Lauro, Laurindo e Laurentino tinham herdado do pai e que ficava na esquina, embaixo do sobrado dos Bemposta. A tia Leonor, mãe do Flávio, sempre brincalhona, me deu um pedaço de goiabada cascão e nós fomos para lá. Escutei a irradiação sentado numa pilha de sacos de arroz, todo importante, ao lado dos moços no balcão. Estavam lá o Honório e a Honorina, irmãos do Lauro, Laurindo e Laurentino; o Caçapa, funcionário do Gasômetro que jogava bola na rua com um gorro de redinha para prender o cabelo; o Isidoro, que uma vez me defendeu de um engraxate valentão; os irmãos Zeca e Fernando Bráulio; o negro Gradim e outros que disputavam partidas sensacionais na frente da fábrica, nas tardes de sábado e nas manhãs de domingo, dias de folga para eles. O Brasil marcou primeiro: gol de Friaça, ponta-direita do São Paulo. No segundo tempo o Uruguai empatou, mas não abalou os que estavam ali: todos tinham certeza de que seríamos campeões mundiais pela primeira vez. Os fogos para a comemoração já aguardavam no canto, ao lado de um balão-estrela verde e amarelo decorado com o nome dos jogadores. 1

O desastre veio pelos pés do uruguaio Gichia, autor do segundo gol. O armazém ficou mudo, apenas o cheiro de saco de mantimento no ar. A voz do locutor perdeu o brilho, melancólica: Está encerrada a peleja no Maracanã. Uruguai campeão do mundo! Ficaram todos de cabeça baixa por tanto tempo, que parecia brincadeira de como-está- -fica. Em silêncio, depois, saíram desolados, alguns com lágrimas nos olhos. O Caçapa deu um murro estrondoso na porta do armazém (...). Encostado na carroceria de um caminhão, a cabeça apoiada no braço direito, o Isidoro soluçava feito criança. Era a primeira vez que eu via homem chorar sem ninguém ter morrido. Drauzio Varella. Nas ruas do Brás. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. p. 47-50. 1. Releia os trechos com as palavras destacadas. Marque a seguir o significado que elas apresentam no texto. a) Reverberar. ( ) falar alto, gritar ( ) ecoar, soar com força b) Irradiação. ( ) transmissão pelo rádio ( ) exame feito com o uso de radiação c) Peleja. ( ) batalha, disputa ( ) tentativa, fracasso 2. O texto Futebol relata fatos da vida de quem? 3. Copie um trecho que mostra que o narrador é personagem do texto. 2

4. Em que ano ocorrem os fatos narrados? 5. Por que o narrador escutava os jogos de futebol no rádio? 6. Leia novamente o trecho a seguir. Eu escutava no rádio todos os jogos do São Paulo e até os do Corinthians, por causa do tio Constante. a) Por que time o narrador torcia? b) E o tio Constante, por que time torcia? 7. O narrador conta que seu tio Odilo o levou ao estádio do Pacaembu para assistir ao jogo do São Paulo versus Nacional. Do que ele mais gostou no estádio? 8. O que foi uma decepção para o narrador no jogo ao vivo? Por quê? 3

9. O que as pessoas esperavam que acontecesse na final da Copa de 1950? 10. Onde o narrador ouviu a final da Copa de 1950? 11. O que aconteceu quando o time do Uruguai marcou o segundo gol? 12. Com o que o autor se surpreende no final da história? Leia o texto e responda às questões de 13 a 15. Sylvia Orthof, uma das mais criativas escritoras de literatura infantil brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 3 de setembro de 1932. Fez cursos de mímica, desenho, pintura, arte dramática e teatro na Escola Educação pelo Teatro, em Paris. Iniciou-se na área de dramaturgia infantil como autora de texto, diretora de espetáculos, pesquisadora e professora de teatro. Atuou em São Paulo, como atriz, no Teatro Brasileir o de Comédia e na TV Record. Anos depois, transferiu-se para Brasília, onde exerceu as atividades de professora de teatro na Universidade de Brasília e coordenadora do Teatro do Sesi. Publicou seu primeiro livro infantil em 1981. Escreveu cerca de 120 títulos para crianças e jovens, entre contos, peças teatrais e poesias. Suas obras receberam importantes premiações. Faleceu em 24 de julho de 1997, em Petrópolis. Disponível em: <www4.ftd.com.br/v4/biografia.cfm?aut_cod=804&tipo=a>. Acesso em: 27 maio 2011. 13. Por que esse texto é uma biografia? 4

14. O que indicam as datas que aparecem no texto? 15. Preencha o quadro com as informações do texto. Nome da biografada Local e data de nascimento Onde estudou Atividades que exerceu Cidade e data de morte 5