UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS CAMPUS DE CAICÓ



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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS CAMPUS DE CAICÓ Luana Priscila Araújo CONTABILIDADE EMPRESARIAL: Um estudo de caso sobre a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas, em uma empresa comercial do ramo ótico. CAICÓ RN

2015 Luana Priscila Araújo CONTABILIDADE EMPRESARIAL: Um estudo de caso sobre a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas, em uma empresa comercial do ramo ótico. Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador(a): Prof. Me. Carlos José Wanderley Ferreira.

Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Araújo, Luana Priscila. Contabilidade empresarial: um estudo de caso sobre a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas, em uma empresa comercial do ramo ótico / Luana Priscila Araújo. - Caicó: UFRN, 2016. 43f: il. Orientador: Me. Carlos José Wanderley Ferreira. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino Superior do Seridó. Curso de Ciências Contábeis. 1. Ponto de equilíbrio. 2. Margem. 3. Despesas. 4. Custos. I. Ferreira, Carlos José Wanderley. II. Título. RN/UF/BSE07-Caicó CDU 657

CAICÓ RN 2015 Luana Priscila Araújo CONTABILIDADE EMPRESARIAL: Um estudo de caso sobre a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas, em uma empresa comercial do ramo ótico. Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. BANCA EXAMINADORA Prof. Me. Carlos José Wanderley Ferreira - UFRN/CERES Orientador Prof.ª Me. Sócrates Dantas Lopes- UFRN/CERES Examinador Prof.º Esp. Ney Fernandes de Araújo - UFRN/CERES Examinador

Dedico aos meus pais Ana Maria de Medeiros e Armane Alves de Araújo que não tiveram a oportunidade de se formar, pois hoje só sou quem sou por causa deles que são exemplos de honestidade e vitória.

AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter permitido a minha existência e por ter permitido essa vitória. Quero agradecer aos meus pais, Ana e Armane, que sempre me ajudaram e incentivaram a continuar essa caminhada, mesmo em meio a altos e baixos, sempre mostrando que na vida não há nada fácil e nem há nada que seja impossível de se conseguir, desde que se tenham persistência e confiança em si mesmo. Agradeço também ao meu querido esposo Mizael que também me ajuda com o que está sempre em seu alcance e até mesmo em coisas desconhecidas para ele. Agradeço a meu querido professor Carlos Wanderley que sempre orientou da melhor forma possível sempre que o procurei. Agradeço a meu professor Francisco Félix por ter me ajudado, corrigindo meu trabalho, assim contribuindo para essa conquista. Agradeço também àqueles que me ajudaram diretamente e indiretamente nessa caminhada. Obrigado a todos!

Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio. Albert Einstein

RESUMO O presente trabalho é sobre o ponto de equilíbrio em uma empresa do ramo ótico em CAICÓ- RN. Nele serão falados os tipos de custos, margem de contribuição, margem bruta, margem líquida, margem de segurança e o ponto de equilíbrio. Além disso, serão abordado os temas contabilidade empresarial, contabilidade de custos e contabilidade gerencial. Será exposto o conceito de empresa e os tipos de empresas existentes. A contabilidade possui informações gerenciais para manter uma empresa operando bem, pois, devido às alterações de mercado, as empresas estão ampliando as suas necessidades e estão precisando de gestores que entendam do negócio, que tenham experiência e também condições de aprender novas técnicas para escaparem das reações que o mercado está ocasionando. No decorrer do trabalho, será mostrada, através das análises do ponto de equilíbrio e das margens acima citadas, a importância dessas ferramentas para o gestor. Quando as empresas têm condições de usarem seus relatórios e têm conhecimento do que são os custos, as receitas e as despesas, sem dúvida, obterão melhores resultados nas respostas dos negócios. Palavras-chave: ponto de equilíbrio, margem, despesas, custos.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Gráfico da margem de contribuição, margem bruta e margem líquida.... 32 Figura 2: Representação gráfica do ponto de equilíbrio.... 35 Figura 3: Análise da margem de contribuição versus análise do ponto de equilíbrio.... 35 Figura 4: Gráfico comparativo entre as margens de segurança, bruta, líquida e de contribuição.... 39

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Porte da empresa... 15 Tabela 2: Despesas variáveis... 27 Tabela 3: Custos Das Mercadorias Vendidas em 2014... 27 Tabela 4: Receita de vendas em 2014... 28 Tabela 5: Despesas fixas em 2014.... 28 Tabela 6: DRE analítica.... 28 Tabela 7: DRE sintética do ano 2014.... 30 Tabela 8: Margem bruta em relação às vendas em percentual.... 30 Tabela 9: Margem de contribuição em relação às vendas em percentual.... 31 Tabela 10: Margem líquida em relação às vendas em percentual.... 32 Tabela 11: Prova real do ponto de equilíbrio.... 34

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS IRPJ CSLL TCC PE MC CF MB CMV DV ML DF MS DRE FGTS GAO LO Imposto de renda de pessoa jurídica Contribuição social sobre o lucro líquido Trabalho de conclusão de curso Ponto de equilíbrio Margem de contribuição Custo fixo Margem bruta Custo das mercadorias vendidas Despesas variáveis Margem líquida Despesas fixas Margem de segurança Demonstração de resultado Fundo de garantia por tempo de serviço Grau de alavancagem operacional Lucro operacional

SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 14 Objetivos da pesquisa... 18 Geral... 18 Específicos... 18 CAPÍTULO I REFERENCIAL TEÓRICO... 19 1.1. Conceitos de custos e receitas:... 20 1.2. Ponto de equilíbrio, seus conceito:... 20 1.3. Tipos de ponto de equilíbrios:... 21 1.4. Relevância da análise do ponto de equilíbrio:... 21 1.5.influência a alteração dos custos e despesas fixas no ponto de equilíbrio:... 22 1.6. Limitações para análise do ponto de equilíbrio:... 22 1.7. Conceitos da margem bruta, margem de contribuição, margem líquida e a margem de segurança... 22 CAPÍTULO II METODOLOGIA... 25 2.1 Tipo da pesquisa... 25 2.2 Universo e amostra... 25 2.3. Sujeitos da pesquisa... 26 2.4 Instrumento para a coleta de dados... 26 2.5 Procedimentos para análise de dados... 26 CAPÍTULO III ESTUDO DE CASO EMPRESA DO RAMO ÓPTICO.... 27 3.1. Caracterização da empresa.... 27 3.2. Coleta dos dados... 27 3.2.1. Margem bruta... 30 3.2.2. Margem de contribuição... 31 3.2.3. Margem líquida... 31 3.3. Análise do ponto de equilíbrio... 33 3.3.1. Prova real do ponto de equilíbrio... 33 3.3.2. Alavancagem operacional... 36

3.4. Limitações do ponto equilíbrio.... 36 3.5. Benefícios da análise do ponto de equilíbrio.... 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 40 REFERÊNCIAS... 41 ANEXOS... 43

14 INTRODUÇÃO O presente trabalho é sobre a análise do ponto de equilíbrio em uma empresa do ramo ótico em Caicó-RN, mais precisamente, trataremos dos tipos de custos, margem de contribuição, margem bruta, margem líquida e margem de segurança. Mas, antes de entrar nesses assuntos, falaremos sobre contabilidade empresarial, contabilidade de custos e contabilidade gerencial, como também do conceito de empresa e os tipos de empresas existentes. A contabilidade é um ramo da ciência de suma importância para a sociedade. Há tempos, a contabilidade vem sendo usada como ferramenta de controle e prestação de contas. Originou-se devido à necessidade dos comerciantes, que, em meio às transações comerciais, foram percebendo a insuficiência de controles em seus negócios. Assim a contabilidade foi sendo adaptada e foi evoluindo de acordo com as necessidades do comércio. A contabilidade é um sistema de contas composto por normas, regras e princípios para a acumulação, geração e análise de dados para atender a necessidades internas e externas de uma empresa [...]. É ramo do conhecimento necessário como eficiente instrumento de controle, planejamento e gestão de um negócio com ou sem finalidades lucrativas. (SANTOS, 2011, p.1) Por ser uma ciência tão ampla, foi necessária a sua subdivisão, assim, temos a contabilidade gerencial, contabilidade financeira, contabilidade empresarial, contabilidade de custos, contabilidade pública, contabilidade das cooperativas, entre outras. Como não poderíamos falar de todas as ramificações e de todos os assuntos da contabilidade, optaremos em falar sobre a contabilidade empresarial e falaremos um pouco da contabilidade gerencial. A contabilidade empresarial tem trazido uma grande contribuição para as empresas. Com as suas ferramentas, ela proporciona a qualquer entidade descobrir, buscar soluções e se precaver diante dos problemas que poderão acontecer no decorrer do exercício atual ou até mesmo nos demais exercícios das empresas. Segundo Chiavenato: Empresa é um conjunto de pessoas que trabalham juntas, no sentido de alcançar objetivos por meio da gestão de recursos humanos, materiais e financeiros. Geralmente, as empresas são compostas por várias pessoas, embora existam empresas formadas por um só indivíduo. Nelas as pessoas juntam se para atingir objetivos que isoladamente jamais conseguiriam alcançar, graças à colaboração e à cooperação. Colaboração e cooperação entre as pessoas são aspectos fundamentais para o sucesso do negócio. Dirigir uma empresa é basicamente construir redes de colaboração e cooperação entre as pessoas que a constituem. (CHIAVENATO, 2012, p. 54). Já para Maximiano:

15 Uma empresa é uma iniciativa que tem objetivo de fornecer produtos e serviços para atender a necessidades de pessoas, ou de mercados, e obter lucro com isso. Para obter lucro e atender o compromisso com sua prosperidade, o empreendedor precisa adquirir recursos, estruturar um sistema de operações e assumir um compromisso com a satisfação do cliente. Essa característica central deve estar cristalina na mente do empreendedor uma empresa só sobrevive com a obtenção de lucro. (MAXIMIANO, 2011, p.8). As empresas são classificadas pelo porte e o tipo de regime de tributação. Tipos de portes : microempresa, pequena empresa, média empresa, média-grande empresa e grande empresa (Tabela 1). TABELA 1: PORTE DA EMPRESA Classificação Receita operacional bruta anual Microempesa Pequena empresa Média empresa Média-grande empresa Grande empresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões Maior que R$ 300 milhões Fonte:http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/porte.htm l, acessado dia 03 de outubro de 15, às 22h:10min. As empresas também são classificadas de acordo com o regime de tributação: lucro real, lucro presumido e simples nacional. O Lucro Real é a regra geral para a apuração do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da pessoa jurídica, onde essa apura o IRPJ determinado a partir do lucro contábil, acrescido de ajustes (positivos e negativos) requeridos pela legislação fiscal. Nesse regime, incidem duas situações conhecidas como Prejuízo Fiscal e Base de Cálculo Negativa de CSLL, das quais não haverá IRPJ e CSLL a pagar [...]. o Lucro Presumido é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas à apuração do lucro real. A sistemática de tributação pelo Lucro Presumido é regulamentada pelos artigos 516 a 528 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999). No regime de lucro presumido a pessoa jurídica pagará o imposto à alíquota de 15% (quinze por cento) sobre o lucro presumido, apurado de conformidade com o Regulamento do Imposto de Renda [...]. O Simples Nacional, que é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Para ser optante do regime, a microempresa deve auferir em cada ano-calendário receita bruta igual ou inferior a R$ 360 mil reais e a de pequeno porte superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 3.6 milhões. 1 1 http://www.contabeis.com.br/artigos/2407/regime-de-tributacao-conceito/, acessado em 08 de novembro de 2015 às 20h:02 min.

16 O tema contabilidade empresarial com enfoque na parte das receitas e despesas tem muita importância para a vida das empresas, pois, sem o conhecimento de cada uma delas, as empresas não poderão sobreviver por muito tempo no mercado, pois cada vez mais está mais competitivo e arriscado em que sobrevive aquele empresário que souber sobressair e obtiver o conhecimento sobre esse assunto e demais ramificações da contabilidade empresarial com auxílio do contador. A contabilidade proporciona aos gestores ou gerentes informações gerenciais como manter uma empresa operando bem. Em meio às crises e outras alterações de mercado, as empresas estão ampliando as suas necessidades e estão precisando de gestores que entendam do negócio, que tenham experiência e também tenham condições de aprender novas técnicas para escaparem das reações que o mercado está ocasionando. De acordo com Chiavenato: O mercado é a arena de operações da empresa. É nele onde se travam as batalhas não só para conquistar o cliente disputado entre vários concorrentes, mas também para descobrir suas necessidades, a fim de projetar mercadorias e serviços adequados a essa necessidades, fazendo com que ele escolha seu produto/serviço e não o dos concorrentes. Isso significa fazer a empresa estar voltada para o mercado e para o cliente, bem como para competição. (CHIAVENATO, 2012, p.88). Não é certo o dia de amanhã, podemos dormir com o dólar valendo em R$ 3,00 e acordar com ele valendo R$ 4,00. Esse tipo de alteração movimenta toda a economia dos países. Assim os empreendedores devem estar preparados para um feedback positivo em relação às alterações rápidas de mercado. Segundo Chiavenato: O espírito empreendedor aprende a perceber e localizar as oportunidades no mundo dos negócios e aproveitá-las rápida e adequadamente. Para tanto, deve ter visão panorâmica e fortalecer a flexibilidade, a adaptabilidade e a manobrabilidade em um mundo dinâmico e complexo. No entanto, deve também fugir dos perigos e percalços que rondam toda atividade criativa e inovadora. Os perigos mais comuns nos novos negócios podem ser perfeitamente neutralizados e evitados. (CHIAVENATO, 2012, p.21). A contabilidade gerencial é um ramo da contabilidade que ajuda no planejamento estratégico. A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para administradores - isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações (Padoveze, 2000, p.31). Assim os gestores de uma empresa que, geralmente, em grande maioria são os proprietários, devem conhecer sua empresa bem e conhecer também o mercado no qual ela está inserida. Com isso, a contabilidade gerencial favorece muito a administração das empresas com seus relatórios tornando mais fácil a tomada de decisão nas empresas em meio a todo tipo de adversidade. Será mostrada a relevância dos custos e receitas para a tomada de decisão nas empresas. O objeto da pesquisa será fazer um estudo do ponto de equilíbrio entre receitas e

17 custos. A análise do ponto de equilíbrio é relevante para a empresa saber a partir de quantas unidades produzidas e vendidas começará a ter lucro, podendo assim saber quanto terá que vender para cobrir seus custos e começar a ter novos lucros, com isso: O ponto de equilíbrio será obtido quando o total dos lucros marginais, de todos os produtos comercializados, equivalerem ao custo estrutural fixo do mesmo período de tempo objeto da análise [...]. A informação também conhecida, como a do faturamento mínimo que uma empresa precisa obter para não incorrer em prejuízo [...]. (SANTOS, 2011, p.37). Assim, o ponto de equilíbrio e a relação receitas e custos podem ajudar na gestão de empresas sem que haja prejuízos ou desequilíbrios financeiros. A pesquisa sobre a análise do ponto equilíbrio também será um pontapé inicial para as empresas de como será relevante o uso dessa ferramenta. O trabalho poderá ser muito enriquecedor para os conhecimentos de todos. Ao pesquisar esse assunto notamos que os livros existentes apresentaram fórmulas e métodos que nos ajudam a encontrar o ponto de equilíbrio com números aleatórios, ou melhor, números que não são baseados em nenhuma empresa verdadeira. Assim, não mostram o que ocorre no cotidiano ou na prática das empresas. Além disso, não existem muitas produções acadêmicas de alunos do CERES-UFRN (Campos Caicó) sobre o tema. Ao pesquisar, na Biblioteca Setorial do Ceres, TCCS que abordassem o tema, descobrimos que só existia um TCC sobre o objeto de interesse, e, mesmo assim, ele não trabalhava o assunto de maneira tão específica. Assim, percebemos que um trabalho poderia ser feito de forma mais abrangente e que poderia ser mais específico na sua produção. Também resolvemos falar sobre isso por trabalhar em uma empresa comercial. Assim tenho acesso às suas informações com mais facilidade. E também será realizada a pesquisa para ver como está o desempenho dessa empresa e como ela está respondendo às alterações que o mercado impõe-lhe. O trabalho será feito com o propósito de descobrir se a análise do ponto de equilíbrio poderá ser uma poderosa ferramenta de gestão.

18 Objetivos da pesquisa Geral Determinar o ponto de equilíbrio das receitas e custos de uma empresa ótica em Caicó. Específicos Calcular margem bruta, a margem de contribuição e a margem líquida. Identificar a relevância do ponto de equilíbrio para tomada de decisão; Analisar o ponto de equilíbrio; Verificar como está a situação da empresa através da análise do ponto de equilíbrio;

19 CAPÍTULO I REFERENCIAL TEÓRICO Para a construção dessa pesquisa, usaremos os livros de Anthony A. Atkinson, que fala sobre contabilidade gerencial, Eliseu Martins e Joel José dos Santos, por ambos falarem sobre contabilidade de custos e, especificamente, falarem em ponto de equilíbrio e na análise do ponto de equilíbrio. Para as empresas se manterem no mercado, devem possuir um pouco de conhecimento a respeito de diversas áreas da contabilidade, como a contabilidade gerencial, por exemplo, que fornece informações gerenciais aos gestores ou gerentes das empresas, por sua extrema importância para a tomada de decisão. Segundo Atkinson, A informação contábil gerencial é uma das principais fontes para a tomada de decisão e controle nas organizações (ATKINSON, et al., 2011, p.36). A contabilidade gerencial é o processo de identificar, mensurar, relatar e analisar as informações sobre os eventos econômicos da organização (ATKINSON, et al., 2011, p.36). Assim a contabilidade gerencial fornece ótimas informações contábeis gerenciais, podendo fazer com que o gestor possa criar estratégias para que a organização tente driblar o eventual mau funcionamento dela. A informação contábil gerencial também é um dos principais meios pelos quais operadores/trabalhadores, gerentes intermediários e executivos recebem feedback de seu desempenho (ATKINSON, et al., 2011, p.37). A análise do comportamento do custo será indispensável para a elaboração do ponto de equilíbrio, pois os custos são divididos em dois tipos: fixos e variáveis. Os custos fixos não mudam com alterações no nível de produção (ou vendas) em curtos períodos de tempo (ATKINSON, et al., 2011, p.183). Já os custos variáveis mudam em proporção às alterações no nível de produção (ou vendas). (ATKINSON, et al., 2011, p.184). Atkinson (2011) fala que a análise do ponto de equilíbrio faz-se quando os gerentes desejam conhecer o nível de produção em que o custo dos recursos comprometidos é coberto pelo lucro obtido na produção e venda de bens ou serviços. O ponto de equilíbrio serve como uma ferramenta para tomada de decisão de seus gestores, pois os mesmos poderão saber se vale a pena investir naquele momento, ou melhor, será rentável ou se o negócio será um risco para a empresa. Podendo assim traçar uma meta naquele determinado período.

20 Mas, para que possamos trabalhar o ponto de equilíbrio, devemos conhecer os tipos de custos e saber classificá-los em uma empresa, para que possamos calcular quanto devemos vender para cobrirmos os custos. Martins (2008) trata do conceito de custo e despesas mostrando suas diferenças, que são de extrema relevância para fazer a separação do que é custo e o que é despesa e em que influência a alteração dos custos e despesas fixas na formação do ponto de equilíbrio. Santos (2011) trata da análise do ponto de equilíbrio e suas condições para aplicação. Abaixo, mostraremos as ideias e conceitos que ambos utilizam para explicar a contabilidade de custos, ponto de equilíbrio e a sua análise: 1.1. Conceitos de custos e receitas: Custos é todo gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. (MARTINS, 2008, p. 25). Despesas ou Custos fixos são aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou diminuição da produção. Independem, portanto, do nível de atividade, conhecidos também como custo de estrutura. [...] Classificamos como custos ou despesas variáveis aqueles que variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção ou atividades. Seus valores dependem diretamente do volume produzido ou volume de vendas efetivado num determinado período. 2 Ludícibus (2010) fala que receita é: Toda entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos, de aluguéis e outras origens. 1.2. Ponto de equilíbrio, seus conceitos: Ponto de equilíbrio nasce da conjugação dos custos e despesas totais com as receitas totais. (MARTINS, p. 257). O ponto de equilíbrio ocorre quando o somatório de todos os custos e despesas é igual às receitas. PE = (CF/MC) MC = (Receita custos variáveis) 2 http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-fixo-variavel.htm acessado em 03 de outubro de 15 às 22h:50.

21 Onde: PE = Ponto de equilíbrio CF = Custos fixos MC = Margem de contribuição 1.3. Tipos de pontos de equilíbrio: Segundo Martins, Ponto de equilíbrio contábil: será obtido quando a soma das margens de contribuição totalizar o montante suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixos; esse é o ponto em que contabilmente não haveria nem lucro nem prejuízo... O ponto de equilíbrio econômico será atingido quando a remuneração do capital aplicado atingir a rentabilidade desejada... O ponto de equilíbrio financeiro: é obtida através dos custos fixos menos a depreciação, divido pela margem de contribuição. (MARTINS, 2008, p.261). Para o ponto de equilíbrio contábil temos a fórmula (PEC): PEC = despesa fixa Margem de contribuição Para o ponto de equilíbrio econômico temos a fórmula (PEE): PEE = Custos e despesas fixos (+) custos de oportunidade Pv unitário (-) custos e despesas variáveis unitários Para o ponto de equilíbrio financeiro temos a fórmula (PEF): PEF = Custos e despesas fixos (- ) depreciação Pv unitário (-) custos e despesas variáveis unitários 1.4. Relevância da análise do ponto de equilíbrio: Para Santos (2011), a análise do ponto de equilíbrio é muito relevante para o sucesso financeiro de uma empresa, pois todo empreendimento precisa da melhor informação gerencial para se sobressair. A vantagem de se conhecer o ponto de equilíbrio é que permite auxiliar decisões, como retirada de linhas de produtos do mercado, saneamento de prejuízos e enxugamento da estrutura operacional. O cálculo do ponto de

22 equilíbrio é relativamente simples, utilizando-se quase que exclusivamente os dados contábeis 3. 1.5. influência das alterações dos custos e despesas fixas no ponto de equilíbrio: Cada vez que o ocorre uma alteração no valor nos custos e despesas fixos, o que resultar de acréscimo percentual sobre esse total redundará em igual aumento sobre o ponto de equilíbrio. (MARTINS, p.266). 1.6. Limitações para análise do ponto de equilíbrio: Segundo Santos (2011), para fazer a análise do custo, despesas e receitas devem considerar os aspectos: Variação de um componente: considerar mudança no preço sem a influência nos demais componentes; na realidade, quando muda um componente, pode mudar o outro; Custos estruturais fixos São os que independem do volume de produção ou venda. (Santos, 2011, p.29). E os custos marginais São aqueles estão diretamente relacionados com o volume de produção ou venda. (Santos, 2011, p.28). Geralmente, o comportamento do custo fixo não é tão constante e o custo marginal tem aspectos que não variam sempre proporcionalmente ao volume; Análise estatística: as próprias dificuldades existentes na montagem dos dados para análise não levam em consideração todo o dinamismo envolvido nas empresas e no dia a dia dos negócios. 1.7. Conceitos da margem bruta, margem de contribuição, margem líquida e a margem de segurança. A empresa deve levar em consideração a análise das seguintes margens, pois elas também favorecerão na tomada de decisão, mostrando até que ponto é seguro fazer um 3 http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/contger_analisedopontodeequilibrio.htm, acessado em 26 de abril de 15, às 21h16min.

23 investimento ou não. Assim como o ponto de equilíbrio, as margens citadas acima são muito relevantes na administração de uma empresa. Conceito de Margem Bruta: A margem bruta apresenta quanto a empresa obtém de retorno das vendas, retirando os custos das mercadorias vendidas e serviços prestados. A margem bruta representa quanto sobra após considerar estes custos. 4 MB (R$) = Venda CMV Onde: MB = Margem bruta CMV = Custo das mercadorias vendidas Conceito de Margem de Contribuição: Segundo Megliorini, margem de Contribuição é o montante que resta do preço de venda de um produto depois da dedução dos custos e despesas variáveis. (MEGLIORINI,2012, p.137). Segundo Padoveze, a margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. (PADOVEZE, 2000, p. 269). MC (R$) = MB DV Onde: MB = Margem bruta DV = Despesas variáveis Conceito de margem líquida: A margem líquida corresponde ao que sobra para os acionistas em relação às receitas com vendas e prestação de serviços da empresa. Mostra qual o lucro líquido para cada unidade de venda realizada na empresa. 5 ML = MC DF 4 http://avaliacaodeempresas.blogspot.com.br/2012/03/margem-bruta.html, acessado em 27 de setembro de 2015 às 21h: 16min. 5 http://avaliacaodeempresas.blogspot.com.br/2012/03/margem-liquida.html, acessado em 27 de setembro de 2015 às 22h: 15 min.

24 Onde : MC = Margem de contribuição DF = Despesas fixas Conceito de Margem de Segurança: Segundo Megliorini, Margem de segurança (MS) é a quantidade de produtos ou receitas operadas acima do ponto de equilíbrio. Quanto maior a margem de segurança, maiores serão a capacidade de geração de lucro e a segurança de que a empresa não incorrera em prejuízos. (MEGLIORINI, 2012, p.159). MS= Vendas PE Onde : MS = Margem de segurança PE = Ponto de equilíbrio A análise das margens de contribuição, margem bruta, margem líquida, margem de segurança e o ponto de equilíbrio irá auxiliar o gestor que quer possuir um bom planejamento estratégico ou que até mesmo já possua esse planejamento, mas que não seja explorado de forma tão profunda. Assim com esse auxilio a empresa poderá melhorar seu desempenho no mercado, consequentemente irá receber bons resultados e respostas satisfatórias para o administrador ou gerente de uma empresa.

25 CAPÍTULO II METODOLOGIA Para a elaboração dessa pesquisa, é importante saber o conceito de trabalho de conclusão de curso que é uma atividade acadêmica obrigatória que consiste na sistematização, registro e apresentação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos, produzidos na área do Curso, como resultado do trabalho de pesquisa, investigação científica e extensão. O TCC tem por finalidade estimular a curiosidade e o espírito questionador do acadêmico, fundamentais para o desenvolvimento da ciência. 6 2.1 Tipo da pesquisa A pesquisa será classificada como natureza básica que reúne estudos que tem como proposito preencher uma lacuna no conhecimento (GIL, 2010, p.26). Tem como forma de abordagem uma pesquisa quantitativa, que se traduz por tudo aquilo que pode ser quantificável, ou seja, ele iria traduzir em números as opiniões e informações para então obter a análise dos dados e, posteriormente, chegar a uma conclusão 7. Será também um estudo de caso, que Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento (Gil, p.37), pois usaremos esse método para investigar a referida empresa. Além disso, faremos uma pesquisa bibliográfica, que é elaborada com base em material já publicado (GIL, 2010, pág. 29). 2.2 Universo e amostra A pesquisa foi realizada em Caicó- RN, onde o universo foram as empresas de Caicó. E a a most ra q ue é c on stit uí da p or u ma em pre sa do ramo ótic o, É a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um determinado estudo. 6 http://www.ufvjm.edu.br/prograd/tcc.html, disponível em 08 de novembro de 2015, às 19h: 22min. 7 http://monografias.brasilescola.com/regras-abnt/pesquisa-quantitativa-qualitativa.htm, disponível em 27 de abril de 2015, às 13h44min.

26 Amostra é parte da população ou do universo, selecionada de acordo com uma regra ou plano. 8 2.3. Sujeitos da pesquisa A pesquisa foi realizada na empresa, onde serão analisados todos os documentos, principalmente a DRE. Para ser mais específico, este estudo será feito em uma empresa comercial do ramo ótico, que está localizada no Rio Grande do Norte, mais precisamente na cidade de Caicó. A empresa está registrada desde dia 26 de julho de 2007, na junta comercial, localizada na Av. Coronel Martiniano, no centro da Caicó- RN. É uma microempresa e está atualmente no regime de tributação do simples nacional, e possui um quadro de 3 funcionários. 2.4 Instrumento para a coleta de dados Foram utilizados relatórios do sistema da empresa do ano de 2014, bem como também relatórios contábeis, como demonstração do resultado onde se mostram a receita da empresa anualmente, despesas e custos. Assim podemos analisar com mais segurança. 2.5 Procedimentos para análise de dados A partir da coleta dos dados, serão analisados e retirados todos os dados relevantes para a pesquisa. Assim, com esses dados, poderão ser produzidos gráficos para sua melhor interpretação. 8 http://meiradarocha.jor.br/news/tcc/2010/06/21/as-etapas-da-pesquisa/,disponível em 15 de novembro de 2015, às 20h:01.

27 CAPÍTULO III ESTUDO DE CASO EMPRESA DO RAMO ÓPTICO. 3.1. Caracterização da empresa. A empresa ótica a ser analisada foi criada em 26 de julho de 2007, no regime de tributação do simples nacional, com um capital social de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), com um fundador, na sua maioria vendendo artigos ópticos, artigos de joalheria e relojoaria. A empresa possui um quadro de três funcionários, é optante do simples nacional. A empresa investe na sua estética visual, sempre dispondo de uma vitrine muito bem organizada e ornamentada e com produtos que vão desde o moderno ao clássico, assim atendendo a todos os gostos de seus clientes e lhes trazendo satisfação. 3.2. Coleta dos dados. Para a análise do ponto de equilíbrio, usaremos a DRE e devemos classificar quais despesas são variáveis e quais são fixas. Assim temos os seguintes dados retirados a partir da DRE dessa empresa no ano de 2014. TABELA 2: DESPESAS VARIÁVEIS DESPESAS VARÍAVEIS VALOR IMPOSTOS FATURADOS R$ 92.175,30 Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada As despesas variáveis foram de R$ 92.175,30 referentes aos impostos incidentes sobre as vendas (simples nacional) daquele período que é uma despesa variável, pois os impostos faturados dependem da venda para que seu valor seja contabilizado. Como a venda não é um valor fixo todo mês, isso faz com que os impostos faturados se tornem uma despesa variável. (Tabela2). TABELA 3: CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS EM 2014 Custos Das Mercadorias Vendidas Valor CUSTOS DAS MERC./SERV./PROD. VENDIDOS 697.815,39 Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada Os custos das mercadorias vendidas em 2014 foram de R$ 697.815,39 referentes ao custo das mercadorias vendidas no período de 2014, que corresponde a 63% da venda feita no ano de 2014. (Tabela 3).

28 TABELA 4: RECEITA DE VENDAS EM 2014. RECEITAS DE VENDAS VALOR VENDAS R$ 1.107.959,10 Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada. O valor das vendas no ano de 2014 foi de R$ 1.107.959,10. Se enquadrando como EPP, segundo o simples nacional LC 123/2006.(Tabela 4). TABELA 5: DESPESAS FIXAS EM 2014. DESPESAS FIXAS VAOR DESPESAS OPER. DAS ATIV. EM GERAL R$ 123.589,50 DESPESAS TRIBUTÁRIAS R$ 71. 572,64 RESULTADO FINANCEIRO (R$ 2.377,44) TOTAL R$ 192.784,70 Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada. Foram consideradas como despesas fixas despesas operacionais das atividades em geral que são ordenados/salários/ gratificações e outras remunerações a empregados, FGTS, contribuições a entidade de classe, propaganda, publicidade / patrocínio, encargos de depreciação e amortização, férias, décimo terceiro, salário, indenizações trabalhistas, energia elétrica, água, telefone, materiais de consumo, manutenção, conservação e /ou limpeza, materiais de expediente, serviços contábeis, multa rescisória e despesas tributárias. Pois mesmo que a venda se altere ou não essas despesas serão pagas. (Tabela 5). TABELA 6: DRE ANALÍTICA. ITENS DRE VALOR (+)010 Receita bruta operacional R$ 1.107.959,10 010.01 faturamento prod.mercadorias e serviços R$ 1.107.959,10 010.01.02 vendas de mercadorias R$ 1.107.959,10 3.01.01.01.01.005 receita da revenda de mercadorias no mercado interno R$ 1.107.959,10 (-) 020 deduções da receita R$ 92.175,30 020.01 impostos faturados R$ 92.175,30 020.01.05 simples R$ 92.175,30 3.01.01.01.03.007 simples sobre faturamento R$ 92.175,30 (=) 030 Receita liquida R$ 1.015.783,80

29 ( - )040 custo mercadorias/serv./produtos vendidos R$ 697.815,39 040.02 custo das mercadorias revendidas R$ 697.815,39 3.01.01.03.03 custo das mercadorias revendidas R$ 697.815,39 3.01.01.03.03.0002 estoque inicial R$ 296.216,37 3.01.01.03.03.0003 compras de mercadorias à vista R$ 643.140,09 3.01.01.03.03.0005 (-) estoque final R$ 243.223,40 3.01.01.03.03.0006 devolução de compras R$ 695,11 3.01.01.03.03.0007 mercadoria grátis R$ 2.377,44 (=)060 lucro bruto R$ 317.968,41 (-) 070 despesas operacionais R$ 192.784,70 070.01 despesas administrativas R$ 123.589,50 3.01.01.07.01 despesas operacionais das atividades em geral R$ 123.589,50 3.01.01.07.01.0003 ordenados,salários, gratif e outras remuner a empregados R$ 72.977,12 3.01.01.07.01.0013 Fgts R$ 6.960,07 3.01.01.07.01.0018 contribuições a entidade de classe R$ 940,65 3.01.01.07.01.0028 propaganda, publicidade e patrocínio R$ 2.280,00 3.01.01.07.01.0030 encargos de depreciação e amortização R$ 4.718,08 3.01.01.07.01.0043 férias R$ 4.990,50 3.01.01.07.01.0044 décimo terceiro salário R$ 6.551,19 3.01.01.07.01.0046 indenizações trabalhistas R$ 1.657,17 3.01.01.07.01.0048 enérgia elétrica R$ 6.611,41 3.01.01.07.01.0049 água R$ 215,95 3.01.01.07.01.0050 telefones R$ 4.595,95 3.01.01.07.01.0063 materias de consumo R$ 499,00 3.01.01.07.01.0064 manutenção,conservação e /ou limpeza R$ 153,00 3.01.01.07.01.0066 materiais de expediente R$ 4.856,07 3.01.01.07.01.0068 serviços contábeis R$ 4.680,00 3.01.01.07.01.0074 multa rescisória R$ 903,34 070.03 despesas tributárias R$ 71.572,64 3.01.01.07.03 despesas tributárias R$ 71.572,64 3.01.01.07.03.0004 ICMS - diferencial de aliquota R$ 71.572,64 070.04 resultado financeiro -R$ 2.377,44 070.04.01 receita financeiras -R$ 2.377,44 3.01.01.05.01 receitas financeiras R$ 2.377,44 3.01.01.05.01.0008 bonificação em mercadorias R$ 2.377,44 (=) 110 res.antes das participação e contrib. R$ 125.183,11 (=) 150 res.antes imp.renda e contrib.social R$ 125.183,11 (=) 200 resultado líquido do exercício R$ 125.183,11 Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada

30 TABELA 7: DRE SINTÉTICA DO ANO 2014. DRE SINTÉTICA ITENS VALOR 1.VENDAS R$ 1.107.959,10 2.CUSTOS DAS MERCADORIAS VEND/SERV/PROD.VEND (R$ 697.815,39) 3.DESPESAS VARIÁVEIS (R$ 92.175,30) 4.LUCRO BRUTO(1-2-3) R$ 317.968,41 5.DESPESAS FIXAS (R$ 192.784,70) 6.LUCRO LÍQUIDO R$ 125.183,71 Fonte: da autora, com base nos relatórios da empresa analisada. 3.2.1. Margem bruta Para o cálculo da margem bruta, utilizamos a receita de vendas que foi R$1.107.959,10 e o CMV que foi de R$697.815,39. A margem bruta foi de R$410.143,71. Esse valor é correspondente a 37% em relação às vendas, como mostra a tabela abaixo: MB (R$) = Venda CMV MB (R$) = R$1.107.959,10 R$697.815,39 = R$410.143,71 MB(%) = ( Venda CMV) /Venda x 100 MB(%) = (R$410.143,71) / R$1.107.959,10 x 100 = 37% TABELA 8: MARGEM BRUTA EM RELAÇÃO ÀS VENDAS EM PERCENTUAL. M VALOR % MARGEM BRUTA 1.VENDAS R$ 1.107.959,10 100% 2.CUSTOS DAS MERC. /SERV./PROD. VENDIDOS (R$ 697.815,39) 63% 3.MARGEM BRUTA R$ 410.143,71 37,00% Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada

31 Podemos observar que a empresa terá 37% de retorno em relação às suas vendas, ou seja, para cada R$1,00 vendido, R$ 0,37 será correspondente a margem bruta nesse período. 3.2.2. Margem de contribuição Assim, para calcular a margem de contribuição, usaremos a margem bruta que foi de R$ 410.143,71 menos os custos variáveis que foi de R$ 92.175,30. A margem de contribuição é de R$ 317.968,41. Esse valor é correspondente a 29% em relação às vendas, como mostra a tabela abaixo: MC (R$) = Margem bruta despesas variáveis MC (R$) = R$410.143,71 - R$ 92.175,30 = R$ 317.968,41 MC (%) = (Margem bruta despesas variáveis)/venda x 100 MC (%) = (R$ 317.968,41) / R$1.107.959,10 x 100 = 28,69% ou aproximadamente 29% TABELA 9: MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO EM RELAÇÃO ÀS VENDAS EM PERCENTUAL. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO VALOR % 1.VENDAS R$ 1.107.959,10 100% 2.CUSTOS DAS MERC. /SERV./PROD. VENDIDOS (R$ 697.815,39) 63% 3.DESPESAS VARIÁVEIS (R$ 92.175,30) 8% 4.MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO R$ 317.968,41 29% Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada Podemos observar que a empresa terá 29% de retorno em relação as suas vendas, ou seja, para cada R$1,00 vendido, R$ 0,29 será correspondente à margem de contribuição nesse período. 3.2.3. Margem líquida Assim, para calcular a margem líquida, usaremos a margem de contribuição que foi de R$ 317.968,41 menos os custos fixos que foi de R$ 192.784,70. A margem líquida é de R$ R$ 125.183,71. Esse valor é correspondente a 11% em relação às vendas, como mostra a tabela abaixo:

32 ML(R$) = Margem de contribuição despesas fixas ML (R$) = R$ 317.968,41 - R$ 192.784,70 = R$ 125.183,71 ML(%) = (Margem de contribuição despesas fixas) / Venda x 100 ML(%) = (R$ 125.183,71) / R$1.107.959,10 x 100 = 11% TABELA 10: MARGEM LÍQUIDA EM RELAÇÃO ÀS VENDAS EM PERCENTUAL. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO VALOR % 1.VENDAS R$ 1.107.959,10 100% 2.CUSTOS DAS MERC. /SERV./PROD. VENDIDOS (R$ 697.815,39) 63% 3.MARGEM BRUTA R$ 401.143,71 37% 4.DESPESAS VARIÁVEIS (R$ 92.175,30) 8% 5.MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO R$ 317.968,41 29% 6.DESPESAS FIXAS (R$ 192.784,70) 17% 7.MARGEM LÍQUIDA OU LUCRO LÍQUIDO R$ 125.183,71 11% Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada Podemos observar que a empresa terá 11% de retorno em relação as suas vendas, ou seja, para cada R$1,00 vendido, R$ 0,11 será correspondente à margem liquida nesse período. R$ 410.143,71 R$ 450.000,00 R$ 400.000,00 R$ 350.000,00 R$ 300.000,00 R$ 250.000,00 R$ 200.000,00 R$ 150.000,00 R$ 100.000,00 R$ 50.000,00 R$ 0,00 Margem bruta R$ 317.968,41 Margem de contribuição R$ 125.183,71 Margem líquida FIGURA 1: GRÁFICO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, MARGEM BRUTA E MARGEM LÍQUIDA.

33 Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada O gráfico acima mostra que as margens estão em ordem decrescente. Observamos que a margem bruta é maior do que a margem de contribuição e a margem líquida, pois ela é o valor referente à diferença entre a venda e o custo das mercadorias vendidas, onde o valor foi positivo devido ao fato de os custos serem inferiores a receita de venda. E as margens de contribuição e a líquida dependem diretamente da margem bruta, e por isso ela é maior. 3.3. Análise do ponto de equilíbrio O cálculo do ponto de equilíbrio depende diretamente da margem de contribuição da empresa, que foi de 29%, e da despesa fixa, que foi de R$ 192.784,70. Assim, temos a seguinte fórmula: PE= despesa fixa / margem de contribuição índice da margem de contribuição: 29/100 = 0,29 PE = R$192.784,70 / 0,29 PE = R$ 664.774,82 O ponto de equilíbrio dessa empresa será quando ela tiver uma receita de venda de R$ 664.774,82, em que ela não estará tendo lucro e nem prejuízo. Mas, quando a empresa atingir um faturamento superior a esse valor, começará a obter lucro. 3.3.1. Prova real do ponto de equilíbrio Temos como base a receita de vendas R$ 664.774,82, que é correspondente a 100%. Assim, tomando como base a tabela 2, temos que os custos das mercadorias vendidas correspondem a 63%, as despesas variáveis correspondem a 8%, a margem de contribuição é correspondente a 29% e as despesas fixas são iguais a R$192.784,70, pois, sendo fixa, não varia de acordo com as vendas. Para sabermos o custo das mercadorias vendidas, pela regra de três temos: R$ 664.774,82 ---- 100% X ---- 63% X = R$ 418.808,13

34 Para sabermos as despesas variáveis, pela regra de três temos: R$ 664.774,82 ---- 100% Y ---- 8% Y = R$ 53.181,99 Para sabermos a margem de contribuição, pela regra de três temos: R$ 664.774,82 ---- 100% Z ---- 29% Z = R$ 192.784,70 Temos a seguinte tabela: TABELA 11: PROVA REAL DO PONTO DE EQUILÍBRIO. DRE ITENS VALOR % 1.VENDAS R$ 664.774,82 100% 2.CUSTOS DAS MERC. /SERV./PROD. VENDIDOS (R$ 418.808,13) 63% 3.DESPESAS VARIÁVEIS (R$ 53.181,99) 8% 4.MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO R$ 192.784,70 29% 5.DESPESAS FIXAS (R$ 192.784,70) 6.MARGEM LÍQUIDA OU LUCRO LÍQUIDO R$ 0,00 Fonte: com base nos relatórios da empresa analisada. A tabela acima mostra a prova real de que quando a empresa vender R$664.774,82 ela atingirá seu ponto de equilíbrio.

35 FIGURA 2: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PONTO DE EQUILÍBRIO. Fonte: http://www.treasy.com.br/blog/ponto-de-equilibrio-economico,acessado dia 28 de setembro de 2015, às 01h02min. O gráfico acima mostra a linha da receita e dos custos totais, em que, quando ambas se encontram, formam uma intersecção chamada de ponto de equilíbrio, que ocorre quando as receitas totais se igualam aos custos totais. FIGURA 3: ANÁLISE DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO VERSUS ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO. Fonte: com base em informações fornecidas pela empresa.

36 Em comparação, observamos que o gráfico mostra que o ponto de equilíbrio é maior do que a margem de contribuição, logo será maior o esforço para manter as vendas no mercado. Porque quanto menor for a margem de contribuição menos a venda estará contribuindo para o pagamento das despesas fixas. 3.3.2. Alavancagem operacional. GAO = MC / LO MC = Margem de contribuição = R$ 317.968,41 LO = Lucro operacional = R$ 125.183,71 GAO = R$ 317.968,41/ R$ 125.183,71 GAO = 2,54 Isso significa que seu lucro cresce 2,54 vezes mais rápido que suas vendas, se, por exemplo, a empresa de produtos óticos aumentar suas vendas em 10 % passando de R$1.107.959,10 para R$ 1.218.755,01, seu lucro aumentará em 25,40 por cento ( 2,54 x 10 por cento) passando assim de R$ 125.183,71 para R$ 156.980,37 ( 25,40 por cento acima de R$ 125.183,71 ). 3.4. Limitações do ponto equilíbrio. Para a análise do ponto de equilíbrio, foi levada em consideração a margem de contribuição. A margem de contribuição é resultante da diferença entre a margem bruta e as despesas variáveis. Se a margem bruta for positiva, as outras também serão. A margem de contribuição pode ser negativa, caso suas despesas variáveis forem superiores à margem bruta. Caso a receita de vendas fosse inferior aos custos das mercadorias, a margem bruta seria negativa, situação que não é favorável para nenhuma empresa, e isso comprometeria diretamente o seu lucro, e ela teria de procurar uma maneira desse custo ficar inferior à receita. Pois isso afetaria totalmente as outras margens que são ligadas entre si. É relevante que o empresário esteja sempre atento a esses detalhes para não comprometer o desempenho da sua empresa. É imprescindível que tenha um bom conhecimento de despesas fixas e variáveis para que ele possa saber o momento correto de cortar despesas desnecessárias sem comprometer a qualidade de seus produtos. Com isso, também é necessário que o empresário

37 saiba comprar seus produtos com cautela para não comprar produtos de fornecedores acima do preço de mercado, bem como ele não poderá vender produtos e nem serviços com preços que não cubram as suas despesas, ou melhor, abaixo do preço de custo, para que não tenha receita inferior aos custos das mercadorias e assim não provoque uma margem bruta negativa, o que não é o caso da empresa analisada, que possui todas as suas margens positivas. 3.5. Benefícios da análise do ponto de equilíbrio. A análise do ponto de equilíbrio é relevante para qualquer empresário que pretende conhecer como está sua empresa. Para iniciarmos a análise do ponto de equilíbrio, foi necessário calcular a margem bruta que nos revelou quanto ganhamos de lucro bruto com a venda realizada anualmente nesse caso estudo e através dela foi obtida a margem de contribuição. Assim o empresário pode saber quanto de retorno está obtendo e se será rentável continuar com aquele investimento. Se essa análise for feita por produto, ele terá condições de saber qual produto é mais rentável e consequentemente investirá mais nele e também saberá qual é o menos rentável. A margem de contribuição está ligada diretamente à margem bruta, assim como a margem líquida ou lucro líquido está ligada à margem de contribuição. Observamos que se uma for positiva ou negativa as outras irão ser negativas ou positivas. Segundo Padoveze (2000): O estudo da margem de contribuição é um elemento fundamental para decisões de curto prazo. Além disso, o estudo da margem de contribuição rotineiramente possibilita inúmeras análises objetivando a redução dos custos, bem como políticas de incrementos de quantidades de vendas e redução dos preços unitários de venda dos produtos. Exemplo: consideramos a despesas variáveis R$200,00 e despesas fixas R$100,00 para ambos os casos: 1º caso: receita = R$ 1000,00 e CMV R$ 500,00, temos: MB= venda custo MB= R$1000,00 R$ 500,00 = R$ 500,00 MC = MB DV MC = R$ 500,00 R$ 200,00 = R$300,00 ML= MC DF ML = R$ 300,00 R$100,00 = R$200,00

38 Observamos que quando temos receita maior que o custo das mercadorias vendidas as margens são todas positivas. 2º caso: receita = R$ 500,00 e CMV R$ 1000,00, temos: MB= venda custo MB= R$500,00 R$ 1000,00 = R$ -500,00 MC = MB DV MC = R$ -500,00 R$ 200,00 = R$ -700,00 ML= MC DF ML = R$- 700,00 R$100,00 = R$ - 800,00 Observamos que, quando temos receita menor que o custo das mercadorias vendidas, as margens são todas negativas. Isso pode ocorrer quando se compra mais do que se vende ou quando vende a mercadoria abaixo do custo. Assim o empresário não deve vender as mercadorias abaixo do preço de custo e nem comprar mais mercadorias do que é vendido, para não ter uma CMV maior que a receita de venda. Assim, vemos que é importante levar em consideração o ponto de equilíbrio ( Break-even Point ) ou ponto de ruptura, pois, através dele, pode se mostrar uma margem de segurança, sendo uma boa ferramenta gerencial. Além do ponto de equilíbrio, margem bruta, margem de contribuição e margem líquida, temos também a margem de segurança. Margem de Segurança = Vendas - Ponto de equilíbrio Margem de segurança = R$1.107.959,10 - R$ 664.774,82 Margem de segurança = R$ 443.184,28 Margem de Segurança em porcentagem = (Vendas - Ponto de equilíbrio) / vendas. Margem de Segurança em porcentagem = (R$ 443.184,28) / R$1.107.959,10 x 100Margem de Segurança em porcentagem = 40%

39 FIGURA 4: GRÁFICO COMPARATIVO ENTRE AS MARGENS DE SEGURANÇA, BRUTA, LÍQUIDA E DE CONTRIBUIÇÃO. Fonte: com base em dados fornecidos pela empresa. Em comparação, a margem de segurança é a maior do que a margem bruta, a margem de contribuição e a margem líquida, pois essa margem descreve até onde empresa pode utilizar seus recursos (vendas) sem ser prejudicada.

40 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base na fundamentação teórica e no estudo de caso analisado ao longo da pesquisa obtivemos embasamento teórico e analítico para responder ao problema da pesquisa inicialmente proposto. Quando as empresas têm condições de usar seus relatórios e têm conhecimento do que é um custo, receitas e despesas e sabe qualificá-las, elas obterão melhores resultados nas respostas dos negócios. Com a análise do ponto de equilíbrio, o gestor, ou até mesmo o diretor que tenha um conhecimento básico de contabilidade de custos, tem condições suficiente de fazer uma projeção em até que ponto a sua empresa estará operando em segurança, sem que tenha prejuízos, utilizando a margem de contribuição, chegando ao ponto de equilíbrio. Se caso a margem de contribuição não é conhecida, a empresa poderá ter um grande volume de vendas e, mesmo assim, acumular prejuízos. Pois a margem de contribuição ajuda ao empresário observar qual produto é mais rentável para a empresa e qual é menos rentável. A utilização da margem de contribuição como ferramenta de gestão reforça o conhecimento de custos de forma detalhada. Pois a empresa pode ter uma venda de determinado produto que ocasione prejuízo à empresa, que deverá aumentar o seu preço de venda, na tentativa de reduzir a zero um possível prejuízo, ou até mesmo deixar de vendê-lo. Mas a opção de deixar de vender aquele produto que tenha uma baixa margem de contribuição e consequente alto índice de despesas e encargos para interferir no ponto de equilíbrio, deve levar em consideração se ele é o chama da empresa. Caso ele seja, a melhor opção é aumentar seu preço de venda ou ratear entre os outros produtos vendidos na loja, para que empresa não perca os clientes daquele produto que tenha pouca margem de contribuição. Com isso, a análise do ponto de equilíbrio e da margem de contribuição é indispensável para empresas que praticam planejamento estratégico e que tenham em sua empresa um bom sistema de informação gerencial, que pode ser fornecido pelo escritório de contabilidade, ou podem ser também retiradas informações diárias ou mensais nos relatórios gerenciais da própria empresa. Como, por exemplo, vendas diárias com descrição dos produtos que foram vendidos.