AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DE NOGUEIRA PECÃ (CARYA ILLINOENSIS K.) EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO 1



Documentos relacionados
ORIENTAÇÕES TÉCNICA PARA A CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONTROLE / COMBATE A FORMIGAS CORTADEIRAS NAS ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS.

3. AMOSTRAGEM DO SOLO

Olericultura. A Cultura do Morango. Nome Cultura do Morango Produto Informação Tecnológica Data Janeiro Preço - Linha Olericultura Resenha

QUANTIFICAÇÃO DE BIOMASSA FLORESTAL DE PINUS ELLIOTTII COM SEIS ANOS DE IDADE, EM AUGUSTO PESTANA/RS 1

CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS NA KFPC - PR

Plano de Restauro Florestal. IBF Instituto Brasileiro de Florestas

PÓL Ó O L O DE E UVA V DE E ME M S E A E E VI V N I HO NO O ES E T S A T DO DO ES E P S ÍR Í IT I O O SAN A TO T

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE MUDAS DE CAFEEIRO SOB DOSES DE CAMA DE FRANGO E ESTERCO BOVINO CURTIDO

PLANTIO DE MILHO COM BRAQUIÁRIA. INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA - ILP

RELATÓRIO DE PLANTIO NEUTRALIZAÇÃO DE CARBONO 2011

ANEXO 2 MEMORIAL DE PLANTIO. Grupo de Arborização. Abril SVMA / PMSP

TRATAMENTO DE MADEIRA NA PROPRIEDADE RURAL

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA RELATÓRIO TÉCNICO. Participaram da vistoria os seguintes representantes: MINA FIGUEIRA

MANUAL DE VENDAS SEGURO COLHEITA GARANTIDA

SETOR DE SEMENTES prio no viveiro

AMOSTRAGEM DE SOLO PARA AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE 1 INTRODUÇÃO

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO DAS MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO AOS MANANCIAIS DA REPRESA BILLINGS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ SP

Há sempre resposta à adubação de manutenção do eucalipto? Um estudo de caso em Porto Velho (RO)

INDICAÇÃO N o, DE 2015

IRRIGAÇÃO DO ALGODOEIRO NO CERRADO BAIANO. (ALGODÃO IRRIGADO NO CERRADO BAIANO) (ALGODÃO COM IRRIGAÇÃO COMPLEMENTAR NO CERRADO BAIANO) Pedro Brugnera*

III Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG campus Bambuí III Jornada Científica 19 a 23 de Outubro de 2010

Aterro Sanitário. Gersina N. da R. Carmo Junior

Avaliação da qualidade do solo sob diferentes arranjos estruturais do eucalipto no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta

Referências Bibliográficas

NOTA TÉCNICA DE PESQUISA

DIFERENÇAS TÉRMICAS OCASIONADAS PELA ALTERAÇÃO DA PAISAGEM NATURAL EM UMA CIDADE DE PORTE MÉDIO - JUIZ DE FORA, MG.

07/12/2012. Localização das instalações. Localização das instalações. Localização das instalações. Trajeto do sol sobre o barracão

MEMORIAL DESCRITIVO PAISAGISMO

Questões ambientais do Brasil

Uso de Materiais Recicláveis para Aquecimento de Piscinas

Avaliação de Redução de Estande em Milho por Cupim.

Bases do manejo integrado de pragas em cana-de-açúcar. Leila Luci Dinardo-Miranda

Aplicação de Nitrogênio em Cobertura no Feijoeiro Irrigado*

SISTEMA MONITORADO DE CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS NA MANNESMANN

Aplicação de dejetos líquidos de suínos no sulco: maior rendimento de grãos e menor impacto ambiental. Comunicado Técnico

RELATÓRIO DE PLANTIO. Código: 10/2011

Controle de pragas - formigas

Implantação de espécies nativas em área de preservação no IFMG - Câmpus Bambuí José Augusto Melo de RESENDE¹; Maria Carolina Gaspar BOTREL²;

TRATAMENTO QUÍMICO DE RESÍDUOS AGRÍCOLAS COM SOLUÇÃO DE URÉIA NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES

NOME COMPLETO DOS COMPONENTES DA EQUIPE PROMONTÓRIO DO CABO DE SANTO AGOSTINHO: CARACTERIZAÇÃO E ZONEAMENTO PARA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

LIMPEZA DA ÁREA LIMPEZA DA ÁREA LIMPEZA DA ÁREA MATA CILIAR. Áreas de Preservação Permanente RESERVA LEGAL

INTEGRAÇÃO LAVOURA/ PECUÁRIA. Wilson José Rosa Coordenador Técnico Estadual de Culturas DEPARTAMENTO TÉCNICO - EMATER-MG

EFICIENCIA DE SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE VINHAÇA VISANDO ECONOMIA E CONSCIENCIA AMBIENTAL

IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAGOA PARA DECANTAÇÃO DE EFLUENTE PROVENIENTE DE ESGOTO SANITÁRIO NAZARÉ DA MATA - PE

Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.

PROJETO OLIVOPAMPA. Olivicultura Brasileira. Fernando Rotondo Sant Ana do Livramento Agosto 2009

Um sistema bem dimensionado permite poupar, em média, 70% a 80% da energia necessária para o aquecimento de água que usamos em casa.


PROGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES PARA O PERÍODO OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2011

O homem transforma o ambiente

Embasamento técnico de projetos de conservação do solo para atendimento da legislação. Isabella Clerici De Maria Instituto Agronômico

Colégio Salesiano Dom Bosco GEOGRAFIA Prof. Daniel Fonseca 6 ANO. Capítulo 7 Formas, Relevos e solos da Terra

DENSIDADE DE SEMEADURA DE CULTIVARES DE MAMONA EM PELOTAS, RS 1

V Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

RELATÓRIO DE PLANTIO E VISTORIA

Instrução Normativa nº 017, de 23 de outubro de 2014.

NOVO VEDAPREN PAREDE

PLANTIO DE FLORES Profas Joilza Batista Souza, Isilda Sancho da Costa Ladeira e Andréia Blotta Pejon Sanches

RELATÓRIO: OBRA: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO LOCAL: ESPINHEIRO RECIFE/PE CLIENTE: POLICONSULT DATA: JULHO DE 2013

Rotação milho e soja para aumento do rendimento

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA DEGRADADA POR EFLUENTE INDUSTRIAL

Avaliação agronômica de variedades de cana-de-açúcar, cultivadas na região de Bambuí em Minas Gerais

Registros de Agrotóxicos para Jardinagem Amadora - Lei 6.360/76 - Lei 7.802/89 SITUAÇÃO ATUAL

REDUÇAO POPULACIONAL DO BICUDO DO ALGODEIRO (ANTHONOMUS GRANDIS) AO ADOTAR O PLANO ESTRATÉGICO DE CONTROLE

CUPINS DA CANA-DE- AÇÚCAR

DESMATAMENTO DA MATA CILIAR DO RIO SANTO ESTEVÃO EM WANDERLÂNDIA-TO

Critério de Classificação Roseira Mini Vaso.

Circular. Técnica. Guia para Monitoramento de Reflorestamentos para Restauração. I. Apresentação. Janeiro 2010 Número 1

SUBPROGRAMA MONITORAMENTO E CONTROLE DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS

Bruno Maiolli Razera 1 ; Paulo Giovani Basane 2 ; Renan Vinicius Serbay Rodrigues 3 ; José Hilton Bernardino de Araújo

PERDAS DE CANA E IMPUREZAS VEGETAIS E MINERAIS NA COLHEITA MECANIZADA

Manejos da Cobertura do Solo e da Adubação Nitrogenada na Cultura do Milho para Silagem em Sistema de Integração Lavoura Pecuária

Física. Questão 1. Questão 2. Avaliação: Aluno: Data: Ano: Turma: Professor:

Experimento 3 Termoquímica: Construção de um calorímetro simples e medição da entalpia de uma reação

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Óleo Combustível. Informações Técnicas

Injúria causada por percevejos fitófagos na fase inicial de desenvolvimento de plantas de milho e trigo

Palavras-Chave: Tratamento de resíduos sólidos orgânicos; adubo orgânico, sustentabilidade.

Município de Colíder MT

COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM DIFERENTES ÁREAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA 1

PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL RELATÓRIO SEMANAL DE 27 DE JANEIRO A 03 DE FEVEREIRO DE 2014

Culturas anuais para produção de volumoso em áreas de sequeiro

ORIENTAÇÕES SOBRE SEGURO, PROAGRO E RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS

DISCIPLINA O CORTE DE ÁRVORES NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

CAPÍTULO 1 Introduzindo SIG

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DE FLORESTA

FLORESTA PARQUE ECOLOGICO RIO FORMOSO Relatório de Caracterização da Área e Plantio

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

Parecer sobre a Salinidade do Rio Araranguá e suas Implicações para a Cultura do Arroz Irrigado

Data: ABN. Cafés especiais do Brasil consolidam novos mercados

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RESFRIAMENTO RADIAL EM SUCOS DILUÍDO E CONCENTRADO

Pesquisas em Andamento pelas Fundações e Embrapa sobre os Temas Indicados pelo Fórum do Ano Passado

QUÍMICA - 3 o ANO MÓDULO 27 PROPRIEDADES COLIGATIVAS

MANUAL DE PREENCHIMENTO DO RECADASTRAMENTO DO VITICULTOR VIA WEB 2010

PRÁTICAS SILVICULTURAIS

CIRCULAR TÉCNICA N o 159 JUNHO 1988 PREPARO DE SOLOS EM ÁREAS ACIDENTADAS

No Sistema Participativo de Garantia as avaliações da conformidade visam:

INFLUÊNCIA DO USO DE ÁGUA RESIDUÁRIA E DOSES DE FÓSFORO NA ÁREA FOLIAR DO PINHÃO MANSO

Transcrição:

AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DE NOGUEIRA PECÃ (CARYA ILLINOENSIS K.) EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO 1 Jorge Schirmer 2, Osorio Antonio Lucchese 3, Jessica Smaniotto 4, Ana Lucia Stefanello Stella 5, Everton Garcia 6, Rafael Pettenon Botton 7. 1 Projeto de pesquisa desenvolvido no curso de Agronomia da UNIJUI nas dependencias do IRDER/DEAG/UNIJUI. 2 Funcionário do Departamento de Estudos Agrários, técnico de apoio à pesquisa. 3 professor DEAG/UNIJUI 4 aluno agronomia UNIJUI, bolsista 5 aluna agronomia UNIJUI 6 aluno agronomia UNIJUI Bolsista PIBIC/UNIJUI 7 aluno agronomia UNIJUI - Bolsista PIBIC/CNPq Referencial Teórico A celebração de convenio de cooperação educacional, técnica e cientifica entre a UNIJUI e a empresa DIVINUT Indústria de Nozes Ltda. no ano de 2013, possibilitou a instalação de uma área experimental de 1,6 hectares de plantio de Nogueira-pecã(Caryaillinoensis K.) nas dependências do IRDER/DEAg/UNIJUI, em Augusto Pestana-RS, na localidade de Boca da Picada. O fornecimento das mudas pela empresa DIVINUT e a execução das atividades de plantio e manutenção pelos funcionários do IRDER/DEAg/UNIJUI, com apoio de alunos do curso de Agronomia, possibilitou a implantação de 238 mudas de nogueira-pecã na área experimental, em dezembro de 2013. A nogueira-pecan (Caryaillinoensis)(Wang.)Koch, pertence a família Junglandaceae. Sua origem geográfica é no México e Estados Unidos da América (Vale do Mississipi). É árvore caducifólia, que pode atingir grande porte, superando os 40 metros de altura, 40 metros de diâmetro de copa e 20 metros de circunferência de tronco, sua longevidade pode superar os 200 anos. A espécie é nativa de matas em margens de rios, em uma vasta área dos Estados Unidos e do México, ocorrendo desde o Nebraska e Iowa, nos Estados Unidos, até Ouaxaca, no Sul do México. Onderdonk, em 1908, observou nogueira-pecan nativa no Sul do México, na latitude 19 N. Esta informação foi confirmada por Duarte, que cita 14 estados mexicanos como tendo exemplares nativos e cultivada. Wood e Payne definem como latitude extrema para o Norte 42º 20 (Iowa EUA) e para o Sul, 16º 30, Sul do México. Esses mesmos autores falam da produção em altitudes superiores a 2.000 m, no México, mesmo sendo nativa de terras baixas. A nogueira pecã é um planta monóica, com flores masculinas e femininas separadas, e o fruto é uma drupa, agrupando-se em cachos com, normalmente, de três a sete unidades, com epicarpo que

se separa do fruto na maturação. As folhas são imparipenadas com 9 a 17 folíolos, durando apenas uma estação, que vai de setembro até maio. Objetivo do Trabalho Avaliar a sobrevivência de mudas de nogueira-pecã (Carya illinoensis) em diferentes densidades de plantios no IRDER/DEAg/UNIJUI, gerando informações técnicas referenciais para a região noroeste do RS sobre técnica de implantação e manejo inicial da cultura. Material e Métodos A instalação da área experimental de nogueira-pecã (Carya illinoensis) ocorreu numa área útil de 16.800 m² de plantio, cujas coordenadas geográficas de referencia da área de implantação são 28º 26 29,19 Sul e 54º 00 06,66 Oeste, localizada numa elevação de aproximadamente 285 metros, em Latossolo Roxo Distroférrico, solo típico da região, bastante argiloso e profundo. Os procedimentos de implantação iniciaram em novembro/2013, mediante dessecação total da área de plantio com uso de produto especifico (glifosate) e, posteriormente realizou-se a demarcação dos blocos e espaçamentos de plantio, sendo o coveamento realizado com uso de trator acoplado com perfurador de solo, para abertura das covas, tendo estas as dimensões aproximadas de 40cm X 40 cm x 70 cm. A etapa seguinte foi o plantio das mudas de nogueira-pecã, realizado no período entre a última semana de novembro e primeira e segunda de dezembro (28/11 a 12/12), as covas foram ainda recortadas com cavadeiras e pás antes do plantio, em suas paredes laterais, para evitar o enovelamento das raízes das mudas. Modelo experimental do plantio: Foram demarcados no terreno três blocos com quatro repetições de espaçamento em cada bloco, onde cada bloco tem uma área útil de 40m x 140m, ou seja 5.600 m² por bloco. Os espaçamentos usados foram de: 7x7 metros, 8x8 metros, 9x9 metros e 10x10 metros entre mudas. Dessa forma, cada espaçamento tem uma área útil de 40m x 35 metros (1.400 m²). Os espaçamentos foram distribuídos de forma alternada em cada bloco distinto, invertendo-se as posições da repetição nos diferentes blocos. Ainda, para minimizar os efeitos de interação entre blocos, respeitou-se uma faixa de bordadura entre os blocos (aproximadamente 10 metros). Portanto, computando 76 mudas em cada bloco experimental no plantio, foram implantadas 238 mudas nessa área experimental. A implantação seguiu recomendações técnicas do referencial Recomendações Técnicas para Nogueira-Pecã, produtores parceiros 2013-2014, fornecido pelo técnico Edson R. Ortiz da empresa Divinut, fornecedor das mudas de nogueira, atendendo cláusulas do convênio de cooperação celebrado com a FIDENE/UNIJUI e a empresa DIVINUT. Foram disponibilizadas pela DIVINUT mudas de quatro variedades, sendo elas: Barton, Stuart, Shawnee e Choctaw, todas de propriedade genética da empresa. Sendo a variedade Barton plantada em proporção de 90% das mudas e, as demais variedades em torno de 10%, servindo estas como polinizadoras.

As mudas foram plantadas na cova na profundidade que estavam dentro na embalagem, ou seja, a parte radicular da muda foi toda enterrada e nivelada com o solo, retirando-se o saco plástico da embalagem no momento do plantio (dentro da cova) e pressionando levemente o solo no entorno da muda para posicioná-la corretamente na posição vertical. Após o plantio foram instaladas estacas (tutores) de taquara com aproximadamente 1,30 metros de comprimento, instalados próximo a cada muda, em torno de 10 cm de distância da muda, permitindo assim a amarração posterior da muda a esse tutor, além disso, também foi colocada palha originaria de silagem de azevém/aveia e de grama tifton, distribuída no coroamento das mudas, num circulo com aproximadamente 1,0 metro de diâmetro. No momento do plantio das mudasaplicou-se a primeira dosagem de adubo químico de implantação,a dose recomendada foi de 30 gramas de superfosfato triplo e 30 gramas de cloreto de potássio, sendo o adubo misturado com a porção superior do solo da cova. Em função das condições climáticas adversas (calor extremo), no período de dezembro até inicio de janeiro, foram realizadas pelo menos três irrigações das mudas, colocando-se com balde e regadores em torno de 10 litros de água por cova em cada operação, sendo a água utilizada para irrigação oriunda de fonte natural (açude). Monitoramento do plantio (Resultados e Discussão) Inicialmente observou-se ataque de formigas cortadeiras, que danificaram parcialmente as folhas e ramos de algumas mudas durante o mês de dezembro, ocorrendo ataque em torno de 20% das mudas, sendo mais intenso no Bloco três (23,7%). Durante o mês de janeiro foi controlado o ataque de formigas mediante pulverização (total da área) com Friponil(2%) e distribuição de iscas formicidas (base de Sulfluramida). Observou-se também ataque esporádico de inseto raspando e danificando folhas e ramos finos, sendo identificado como do gênero Naupactus (espécie cervinus ou rivulosus, não definida), observado principalmente à noite nos ápices das plantas, também controlado com aplicação de Fipronil. Na primeira vistoria (19/12/2013) observou-se dano severo nas folhas causado pela forte insolação, provocando queima da parte aérea (folhas), parcialmente ou totalmente, motivado talvez pela falta de rustificação das mudas, ou seja, foram transferidas do sombrite diretamente para o campo. No dia 14-15 de janeiro foi realizada uma aplicação de adubação nitrogenada, na proporção de 30 gramas por muda de Uréia (N), colocada na projeção da copa da muda e embaixo da palhada do coroamento. No início do mês de fevereiro de 2014 foi realizada uma roçada geral em toda área eliminando principalmente as espécies gramíneas concorrentes. Em 11 de fevereiro de 2014 foi realizada uma segunda vistoria de avaliação das mudas onde se constatou um índice elevado de perdas médias de mudas (maior de 35%), observando-se muitas mudas com o enxerto completamente morto e brotações na base do enxerto (cavalo), em pelo menos 20% das mudas consideradas como mortas. Nesse momento não se observou mais mudas com folhas queimadas ou murchas e também não se visualizou ataque de formigas cortadeiras.

Em 25 de março de 2014 foi realizada a terceira vistoria técnica e não foram observadas alterações significativas da condição das mudas, houve roçada da área total de plantio, sendo que não foi observado aumento do indice de mortalidade. No dia 04 de junho de 2014, foi realizada a quarta vistoria de plantio onde se computou perdas médias (morte de mudas) de 30% em dois blocos, onde havia uso de lavouras no periodo anterior e, um bloco com perda de 50%, possivelmente agravada a mortalidade de plantas pela presença de gramineas no entorno das mudas (Penisetum e Cynodon), residuo de plantio experimental. Para a realização das vistorias técnicas elaborou-se critérios a serem observados detalhadamente em cada muda, os resultados das vistorias foram anotados em planilhas, com os referido modelos de plantio por bloco e os resultados das vistorias, com objetivo de quantificar eventuais danos nas mudas e/ou evolução do estágio vegetativo das plantas, onde foram avaliados os seguintes aspectos:presença de formigas cortadeiras, murchamento e queima das folhas,muda sem danos, brotação e mudas mortas. Conclusão As temperaturas elevadas de verão com médias de 36ºC a 39ºC, em dias sucessivos verificadas nos meses de dezembro a fevereiro, logo após o plantio das mudas, justifica perdas elevadas em mudas não totalmente aclimatadas às condições de campo, produzidas em área com sombreamento artificial. Assim como periodos de deficit hidrico no mes de dezembro (28 dias sem chuva) e entre janeiro e fevereiro (36 dias sem chuva), influenciaram significativamente a mortalidade de mudas. Concluindo-se que é recomendável a aclimatação prévia de mudas ás condiçoes de campo, não se recomendando o plantio em áreas com presença residual de gramineas forrageiras, sugerindo-se sua completa eliminação antes do plantio. E finalmente, os periodos de verão não são recomendados para o plantio de mudas de Nogueirapecã, na região noroeste do RS.

Imagem do Google Earth com localização do plantio Modalidade do trabalho: Relatório técnico-científico