PROCESSO PENAL RESUMO DE PROCESSO PENAL 6 Rosivaldo Russo



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1P PROCESSO PENAL RESUMO DE PROCESSO PENAL 6 Rosivaldo Russo JURISDIÇÃO 1. Noções gerais Poder e dever do Estado ius puniendi 2. Conceito e necessidade Jurisdição em sentido amplo: é o poder de conhecer e decidir com autoridade dos negócios e contendas, que surgem dos diversos círculos de relações da área social. Jurisdição em sentido estrito: é o poder das autoridades jurisdicionais regularmente instituídas no cargo de dizer o direito no caso concreto. Formas de composição: a) Autotutela, b) Auto composição, c) Processo Auto composição = a) desistência, b) submissão, c) transação 3. Funções do poder jurisdicional: a) atípicas, b) típicas = julgar os conflitos pertinentes 4. Características da jurisdição: a) Órgão adequado = sote juiz sentencia, b) Contraditório regular = ampla defesa, c) procedimento = oferecer segurança as partes, d) imutabilidade das decisões = do juiz, e) definitividade = outro órgão não pode modificar. 5. Elementos: Notio = cognotio = só decide após conhecer os fatos Vocatio = o juiz chama para si o processo Coertio = medidas coercivas para cumprimento da lei Judicium = é o elemento que diz o que o juiz irá julgar Executio = é o elemento que diz o que o juiz irá executar a sentença. 6. Princípios: 1

Ne procedant index officio = não procede o juiz de ofício a jurisdição é inerte. Investidura = ato solene que nomeia juiz indelrgabilidade Indisclinabilidade = não poderá recusar julgamento Improrrogabilidade (aderência) = se entrar na competência de um juiz não volta mais Juiz natural = segurança jurídica para julgamento Principio da unidade = a jurisdição é uma em si e em seus fins Nulla poena sune iudito = nula pena sem julgamento 7. Classificação das jurisdições: Graduação: a) inferior (1G), b) Superior (2G - desembargadores) Matéria: a) penal, b) civil, c) eleitoral, d) militar Organismo: Estadual e federal Objeto: a) contenda, b) voluntária Função: a) comum (ordinária) poder jurídico, b) extraordinário (especial) senado federal = crimes políticos Competência: a) residual, b) comum = elencadas, c) exclusiva = crimes tentados, consumados. COMPETÊNCIA É a medida da jurisdição. CF 102 inc. 1, 2 e 3. (STF) 1. Considerações iniciais e conceito 1.1. Justificativas 2. Delimitação do poder jurisdicional pela constituição 2. 1. Constituição Federal Justiça Especial = Militar, Eleitoral, Política e Trabalho. Justiça Comum = Federal (art 108 e 109) e Estadual 2.2. A Constituição do Estado de São Paulo 3. Critérios clássicos adotados para a delimitação da competência 3.1. Em razão do lugar ratique loci. 3.2. Em razão da matéria ratique materiae. 3.3. Funcional: a) para grau de jurisdição, b) para objeto do juízo, c) para fase do processo 2

3.4. Em razão da pessoa prerrogativa de função ratione personae 4. Critérios adotados no CP: 4.1. Do lugar da inflação lócus deliti comissi 4.2. Do domicílio do réu 4.3. Pela natureza da inflação (74) 4.4. Pela distribuição (75) 4.5. Pela convenção ou continência (76) a) Interobjetiva: a1) simultaniedade, a2) concurso, a3) reciprocidade b) objetiva: b1) teleológica, b) consequencial c) instrumental (inciii) Espécies de Continência: a) por acúmulo sibjetivo (77, I), b) por acumulo objetivo (77, II) Regras para Fixação do Foro Competente (78) i) Inc I = grau de jurisdição ii) Inc II = jurisdições de mesma categoria (instância): a) local da pena mais grave, ou federal ou estadual, b) se penas idênticas = número de infrações, c) Prevenção (o juiz iniciou antes) iii) Inc III = diversas categorias * juiz de direito + cidadão comum em homicídio iv) Comum e especial = prevalece especial, menos: militar (79, I) e político (CF) Conexão: è o nexo, a dependência recíproca que as coisas e os fatos guardam entre si (Tourinho) Continência: julgar na mesma jurisdição. Ocorre qudo uma infração está contida em outra, sendo impossível a cisão (tourinho). Regras para Fixação da Competência do Foro Prevalente (78) iv) Comum x especial = prevalece a especial, menos militar e política Casos de Separação Facultativa Art 80 = há similaridade facultando separação a) tempo/lugar diferentes b) para não prolongar a prisão cautelar de vários réus. 3

c) Por motivo relevante Art 81 = perpetuatio jurisdictionis: não perpetuácio...erpetuácio (júri) Art 82. Juízo competente para soma ou unificação das penas 4.6. Competência pela prevenção (83) 4.7. Competência por prerrogativa de função. - corolário do critério clássico rotione personae - tratamento expresso em lei - a isonomia constitucional na visão de Celso Bandeira de Mello Definição Observação Geral: 1. Não há duplo grau 2. Irrelevante o lócus delicti comissi 3. Art. 86/87 foram revogadas pela CF 4. Governador do E SP, nos crimes de responsabilidade (49 Cont. Estado) 5. O vice governador 6. Os prefeitos/vereadores 7. TJ = sua competência 8. Jurisdição política 9. Crimes de responsabilidade do presidente da república (1079/50) 10. Tempo = súmula 451 STF 11. Art 85 e a exceção da verdade 12. STF (102) e o STJ (105) Prerrogativa de Função: Consiste no poder que se concede a certos órgãos de jurisdição superior de processarem e julgarem determinadas pessoas. Presidente: a) crimes de responsabilidade (52 CF) = Jurisdição Política (senado) 1079/50 b) Crimes Comuns (102) = STF Querelante = Autor da ação penal privada, querelado = réu Exceção da verdade = prova de crime 4

Calunia = só para funcionário público Interposição da exceção da verdade (85) FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA Plurilocais: a) Encontrado a comarca 1. Local do cometimento do delito (70) razão = facilitar a colheita das provas Tentativa = comarca onde se praticou o último ato de execução. Emissão de cheque sem fundo = local de recusa do cheque Falsificação de cheque = local da obtenção da vantagem Apropriação indébita = local da inversão da posse Falso testemunho em precatória = lugar onde a infração se verificou Delitos qll pelo resultado = onde se verifica o evento que majora a pena. Razão: a consumação só ocorre qdo presentes todos os elementos do tipo. Ex. 127 e 157 $3 Crime omissivo próprio (não se condicionando a resultado posterior) = local da conduta Crime omissivo impróprio (exigem resultado para consumação) = local da consumação Crime a distância (70 $1 e 2) = no local do Brasil onde tiver sido praticado o último ato ou onde ocorreu o resultado no Brasil. Crimes em local incerto ou no limite territorial (70 $3) = prevenção. Alteração do território das comarcas após instaurada a relação processual (87 e art 3) = no momento em que a ação tem início, sendo irrelevante as modificações posteriores. Crime continuado (2 ou + crimes da mesma espécie, mediante mais de uma ação, havendo relação do primeiro com os demais) praticado em território de mais de uma jurisdição (71) = prevenção. Crime permanente cuja consumação se prolonga por duas ou mais comarcas e locais (71) = prevenção. Natureza da competência territorial é relativa se não alegada em tempo oportuno = preclusão. 2. Domicílio do réu (lugar permanente) ou residência do réu. Quando for impossível determinar o local do delito (72 caput) este caso é diferente da hipótese onde a incerteza é de limite de comarcas (70 $3). Quando for ação exclusivamente privada (73) o querelante pode escolher, mesmo se sabendo o lugar da infração. Mais de uma residência = prevenção (72 $1) 5

Sem domicílio = lugar onde seja encontrado (Lei de Introdução CC, art. 7 $8) Sem residência certa ou sem paradeiro = (72 $2) Vários réus com domicílios e residências diferentes = prevenção (72 $1). 3. Regras para determinar o foro prevalente (78): a) Competência do júri x outro órgão da jurisdição comum = competência do júri (76 II) b) Jurisdição x jurisdição (da mesma categoria): # penas de gravidade diferentes = local da mais grave # penas de mesma gravidade = > no. de infrações # demais casos = prevenção c) Jurisdição x jurisdição (de diversas categorias): # predomina a de maior jurisdição (ex.: segunda instância > primeira) (96 III CF) em caso de continência, vai para o maior. # Prerrogativa de função, um tem e o outro não = separados sendo o menor em tribunal do júri. d) Jurisdição comum x especial = especial b) Dentro da comarca, encontrando o juízo competente 4. Natureza da Infração ratione materiae Justiça Especial militar ou eleitoral Justiça Comum Federal ou Estadual Mais de um juízo competente = distribuição Crimes dolosos contra a vida (CF 5 XXXVIII art. 74 $ 1) Latrocínio = não vai para tribunal popular. 5. Conexão ou continência (76 e 82) Princípio: Economia processual, segurança e unidade de julgamento. Conseqüências: unidade de processos e a prorrogação da competência. Conexão (76 e 79) necessidade de perfeita visão do quadro probatório. Continência (77) não é possível cisão, se dá no concurso formal de delitos = cumulação objetiva. - 2 ou + pessoas acusadas pela mesma infração concurso de pessoas - 1 única conduta gerar pluralidade de infrações Conexão ou continência = foro prevalente (78) Curta: entre 121 e 127 = prevalece local 6

2P LIVRO AÇÃO PENAL CONCEITO É o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário a aplicação do direito penal objetivo. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL 43 I, 43 II CPP, 546 II CPP, 648 I CPP a) possibilidade jurídica do pedido b) legitimidade para agir legitimatio ad causam c) interesse de agir CONDIÇÕES DE PROCEDIBILIDADE 43 III parte 2a CPP, 7 $2 CP, 145 CP, 107 CP Exigidas pela lei para a propositura da ação penal. Ex. requisição do ministro da justiça e representação CONDIÇÕES DE PROSSEGUIBILIDADE 107 VIII CP Possibilitam o prosseguimento do processo, em casos determinados pela lei. AÇÃO PENAL PÚBLICA (de iniciativa pública) a) Características a1) Necessidade e obrigatoriedade: existindo elementos probatórios razoáveis, o MP é obrigado a oferecer a denúncia. a2) Indisponibilidade: o MP não pode desistir ou sobre ela transigir. a3) Oficialidade: a ação penal pública se desenvolve por impulso oficial, sem a necessidade de requerimento das partes a4) Divisibilidade: o processo pode sempre ser desmembrado, tendo em vista a instrução criminal. a5) Intranscendência: é limitada ao réu, não atingindo seus familiares. b) Espécies b1) APP incondicionada: iniciativa exclusiva do MP (129 I CF). è genérica para todas as infrações penais em que a lei nada disponha com relação a ação penal. b2) APP condicionada (24 CPP) a lei poderá exigir requisição do Ministro da Justiça ou representação do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. 7

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 24 CPP Condição: só o MP pode promover. Aceitação pelo MP: pode não ocorrer o classificar diferente. I. Representação do ofendido 1. Conceito: constitui-se num pedido (ao MP) da vítima ou seu representante de que a ação penal seja instaurada (persecução do inquérito). 2. Representação: Quem pode oferecer = A vítima ou seu representante legal. Também o procurador. 33 CPP, 39 CPP, 24 CPP, 34 CPP. A representação é irretratável até o oferecimento da denúncia (102 CP, 25 CPP). II. Requisição do Ministério da Justiça 1. Conceito: é ato adm com manifestação da vontade para instauração da AP. 2. Natureza jurídica: condição de procedibilidade 3. Momento: a qq momento enquanto não extinta a punibilidade pois não há decadência. A requisição não condiciona a propositura da ação pelo MP. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA COSTUMES Regra: é exclusivamente privada (225 CP). Mas pode ser pública incondicionada ou condicionada a representação da vítima. APP incondicionada, quando é: Abuso do átrio poder ou da qualidade de tutor ou curador (255 $1 II CP); quando crime contra costumes qll por lesão corporal grave ou morte (233 CP); quando o estupro é praticado com violência real. APP condicionada a representação: a vítima os seus pais não podem prover as despesas do processo (255 #1 I e $2 CP) AP privada: grave ameaça. AÇÃO PENAL PRIVADA Geral: o poder de acusar vai para o acusado, mas o Estado mantém o direito de punir. 1. Titularidade A vítima ou seu representante legal. Procurador: exige legalmente habilitado (32 CPP) Pobre, vítima: o juiz nomeará adv para propor ação penal. Curador especial (33 CPP) se o ofendido for menor de 18 anos ou enfermo e se não tiver representante legal (pai, tutor, curador). 8

Queixa-crime: < 18 não pode oferecer (34 CPP). Pessoa jurídica, representante: previsto em estatuto. 2. Princípios a) P da oportunidade ou conveniência = cabe ao titular o direito de propor a ação segundo sua conveniência. b) Disponibilidade = o ofendido pode continuar ou não com a ação, pode dispor dela. c) Indivisibilidade (48 CPP) = A queixa um dos autores obrigará processo contra todos os demais. d) Intranscendência = a ação penal é limitada ao réu, não atingindo seus familiares. 3. Espécies de ação penal privada a) Exclusiva ou principal = somente pode ser proposta pelo ofendido ou representante legal. Geralmente são de delitos procedentes de queixa. b) Personalíssima = só pode ser intentada pelo ofendido, não se transferindo por morte ou ausência (236 CP induzimento a erro, 240 CP adultério). Não é possível instauração para < 18 ou doente mental. c) AP privada subsidiária da pública, ou supletiva (5 LIX CF, art 100 $# CP, art 29 CPP) = nos casos de crime de ação penal pública, se o MP não oferece a denúncia dentro do prazo. É instaurada mediante queixa do ofendido ou de seu representante. Não cabe se o MP arquivou. O MP pode retomar a ação. Prazo: 06 meses a contar do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denuncia (38 CPP). 4. Do MP na ação penal privada a) Na ação penal privada subsidiária (29 CPP), o MP pode: a1) aditar a queixa a2) repudiar a queixa e oferecer denúncia substitutiva a3) intervir em todos os termos do processo a4) fornecer elementos de prova a5) interpor recurso a6) a todo tempo, em caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. b) Outras participações do MP b1) Não intervenção do MP = cauda de nulidade relativa que pode ser sanada (564 III CPP, 572 CPP) b2) Adiantamento = pode corrigir equívocos b3) Repudiar queixa crime = oferecendo denúncia substitutiva b4) MP como assistente litisconsorcial = se o MP receber a queixa pela qualidade de titular do direito material ius puniendi. b5) Negligência do querelante (60 I, II e III CPP) = volta ao MP portanto não há perempção na ação penal privada subsidiária da pública. 9

b6) MP na ação penal exclusivamente privada (45 e 48 CPP) = é o fiscal da lei, em todos os termos do processo b7) Tempo de manifestação do MP = antes do querelado e depois do querelante em razão do princípio de ampla defesa. b8) Não intervenção do MP = gera nulidade relativa b9) Aditamento da queixa pelo MP (45 CPP) é facultativa b10) O MP pode = corrigir, ecrescentar, ampliar ou complementar a PI. Pode incluir circunstâncias na caracterização do crime e na fixação da pena. Pode modificar a classificação do delito. b11) O MP NÃO pode: acrescentar fato não incluído na queixa, posto ser fato somente passível da ação por iniciativa do ofendido Princípios da Disponibilidade e Oportunidade. Também não pode incluir co-autor ou partícipe, quando haja injustificada exclusão dele na queixa (Renúncia Implícita). b12) Queixa crime, amplitude = deve ser proposta contra todos os autores. Se assim não o for, há renúncia tácita ao direito de queixa, que atinge todos os autores há declaração de extinção de punibilidade de todos os autores. A queixa não pode ser recebida contra apenas um dos autores. b13) Renúncia tácita, não há = se o direito de queixa foi exercido simultaneamente, a medida que os envolvidos eram conhecidos. b14) Zelo pela indivisibilidade = O MP verificando a hipótese de renúncia tácita deve zelar pela indivisibilidade = deve manifestar-se pelo aditamento por parte do ofendido, ou se não ocorrer, pelo reconhecimento da renúncia e conseqüente extinção da punibilidade. DENÚNCIA E QUEIXA-CRIME 1. Conceito = PI da ação penal. AP pública = denúncia, AP privada = queixa. Componentes: Exposição por escrito dos fatos + pedido da aplicação da sanção + exposição das provas. 2. Requisitos (41 CPP) a) Descrição do fato com todas as suas circunstâncias: # Circunstâncias elementares = são os elementos do tipo penal, com dados da realidade. Deve ser individual a cada autor do crime, e o acordo de vontades. No crime culposo deve haver a indicação da modalidade da culpa. # Co-autoria ou participação = a denúncia e a queixa devem indicar a conduta de cada um. # Crime culposo: indicar a modalidade da culpa. # Rejeição da denúncia ou queixa (inépcia) = se houver ausência das circunstancias acima. # Circunstâncias identificadoras = são aquelas que diferenciam a infração em relação as outras da mesma natureza, ou seja, individualizam o fato. São de tempo e lugar. Só acarretam inépcia da denúncia se impossibilitarem a identificação da infração. 10

b) Qualificação do acusado. c) Classificação jurídica do fato: é a indicação do tipo penal. Pode ser alterado no correr da ação por aditamento do MP (569) ou do querelante por iniciativa do juiz (383 e 384). O acusado se defende da imputação contida na denúncia, e não da classificação que lhe deu o autor. # Imputação alternativa (denúncia alternativa): praticou uma ou outra conduta. # Momento processual para o juiz dar definição jurídica = na sentença. d) Rol de testemunhas, se houver: deve ocorrer junto com a denúncia, após isso só poderão ser ouvidas a pedido da acusação como testemunhas de juízo, se for deferido pelo juiz. e) Pedido de condenação, ainda que implícito. Omissões: denúncia e queixa podem ser supridas dentro do prazo de 6 meses (569 CPP, 38 CPP). Todo tempo = enquanto for possível, pois não ocorreu decadência ou prescrição. Questões: a) Deficiência da denúncia = que não impede a compreensão da acusação não enseja nulidade do processo. b) Denúncia inepta = se não descrever o fato criminoso, dificultando a ampla defesa. c) Denuncia oferecida por mais de um promotor = não há nulidade, nem se o estagiário assinar. d) Denúncia e queixa em litisconsórcio ativo = é possível concurso entre ações públicas e privadas no mesmo processo, resguardando a competência. O rito será aquele que propiciar melhor condição de defesa ao réu. e) Falta de local do crime, dia, mês e hora = não tornam a denúncia inepta. Inepta = só pode ser declarada qdo acarretar embaraços ao exercício do jus defentionis. Prazos Denúncia = 15 dias para réu solto e 5 se preso. O excesso de prazo não acarreta nulidade, mas apenas eventual relaxamento da prisão em flagrante. Queixa = 6 meses, contados do dia em que o ofendido vier a saber quem é o autor do crime. Trata-se de prazo de direito material (decadência) e, portanto, inclui-se o dia de começo e exclui o dia do final; ou 6 meses contados da data que expirou o prazo para denúncia, na ação subsidiária. Rejeição da denúncia e da queixa 43 CPP deve ser fundamentada a) Quando o fato narrado não constitui crime excludente de ilicitude. Impossibilidade jurídica do pedido. 11

b) Falta de interesse de agir = extinta a punibilidade. c) Ilegitimidade de parte manifesta. d) Falta de condições de procedibilidade falta de condições exigidas por lei. # Exemplos para Rejeição: falta de justa causa, falta de interesse de agir, inexistência de indícios no IP ou peças de informação fumus boni iuris. # Reconsideração: o juiz não pode uma vez recebida a queixa ou denúncia. Se ocorrer caberá recurso. Recebimento da denúncia ou queixa Ocorrerá qdo presentes os requisitos legais. Não recebimento da denúncia ou queixa # Falta das condições do 41 CPP faz coisa julgada formal apenas pois a ação poderá ser intentada note se preenchidos os requisitos dentro dos prazos. # Ilegitimidade da parte: o mesmo da falta de condições Recurso da decisão que rejeita a denúncia ou queixa Cabe recurso em sentido estrito Recurso da decisão de recebimento a denúncia ou queixa Não cabe recurso mas sim hábeas corpus. Efeitos do recebimento da denúncia ou queixa Instauração de ação penal # efeito material = interrompe a prescrição # efeito processual = o juiz assume a coação resultante do processo (é autoridade coatora para efeito de hábeas corpus) 12

ESQUEMA GERAL DE CONDIÇÕES DE AÇÃO PENAL Podem ser genéricas ou de procedibilidade: I. Condições genéricas: 1. Possibilidade jurídica do pedido (43 I CPP) a) o pedido deve ser uma sanção penal prevista no direito brasileiro b) o pedido de condenação deve ser fundado num fato típico (43 I CPP) 2. Legitimidade para agir (43 III, 1 a parte CPP) a) legitimação ativa (quem promove a ação) a1) legitimação ordinária = MP a2) legitimação extraordinária = particular b) legitimação passiva (contra quem deve ser proposta) 3. Interesse legítimo ou interesse de agir ou justa causa (648 I CPP) a) elementos idôneos a mostrar que houve uma infração penal b) indícios razoáveis de que seu autor é a pessoa apontada na ação penal. II. Condições de procedibilidade Ação penal nos crimes contra os costumes: 1. Regra geral: ação executiva privada (225 caput CP) 2. Exceções: 2.1. Ação penal pública incondicionada 2.1.1. quando ocorrer lesão corporal grave ou morte (223 caput, e parágrafo único CP) 2.1.2. quando ocorrer abuso do pátrio poder ou da condição de tutor ou curador 2.1.3. atentado violento ao pudor ou estupro praticado com violência real (vias de fato ou lesão leve) 2.2. Ação penal pública condicionada à representação (225 δ 1 o I e δ 2 o CP) Vítima e pais pobres. 13

A prova de miserabilidade pode ser efetuada por qq meio, inclusive por atestado de autoridade policial. Tal prova pode ser produzida até o momento da sentença final do STF. 14