5.1. Análise Comparativa



Documentos relacionados
Nesta seção apresentamos protótipos que desenvolvemos com o objetivo de levantar os requesitos necessários para um sistema para apresentações

1.1. Aplicações de TVD dinâmicas

Capítulo 2. Processos de Software Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados. slide 1

BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EaD UAB/UFSCar Sistemas de Informação - prof. Dr. Hélio Crestana Guardia

agility made possible

Guia de utilização da notação BPMN

Engenharia de Software e Gerência de Projetos Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios

3 Qualidade de Software

1 Introdução Motivação

Tutorial 7 Fóruns no Moodle

6.1 A Simulação Empresarial tem utilização em larga escala nos cursos de Administração, em seus diversos níveis de ensino no Brasil?

1. Introdução. Avaliação de Usabilidade Página 1

Conectar diferentes pesquisas na internet por um menu

1 EDUCAÇÃO INFANTIL NATUREZA E SOCIEDADE O TEMPO PASSA... Guia Didático do Objeto Educacional Digital

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

Curso: Diagnóstico Comunitário Participativo.

Sumário. 1. Instalando a Chave de Proteção Novas características da versão Instalando o PhotoFacil Álbum 4

Recomendada. A coleção apresenta eficiência e adequação. Ciências adequados a cada faixa etária, além de

Soluções via.net para otimização de processos paramétricos com Autodesk Inventor.

Desenvolvimento de uma Etapa

UFG - Instituto de Informática

IMPLANTAÇÃO DOS PILARES DA MPT NO DESEMPENHO OPERACIONAL EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE COSMÉTICOS. XV INIC / XI EPG - UNIVAP 2011

6 Ferramenta de Apoio ao Processo de Desenvolvimento de Sistemas Multi-Agentes

Infra estrutura precária Máquinas e Equipamentos

Medição tridimensional

Requisitos de Software

Descrição do Produto. Altus S. A. 1

5 Considerações finais

GATI Gestão de Atendimento Inteligente. Manual de Uso. powered by OPUS Software v1.0

Figura 1: tela inicial do BlueControl COMO COLOCAR A SALA DE INFORMÁTICA EM FUNCIONAMENTO?

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO

Introdução Ciclo de vida tradicional de desenvolvimento Prototipagem Pacotes de software Desenvolvimento de 4ª geração Terceirização

Modem e rede local. Guia do Usuário

O Gerenciamento de Documentos Analógico/Digital

18º Congresso de Iniciação Científica IMPLEMENTAÇÃO DE UM MODELO DE TESTE DE APLICAÇÕES WEB

QUALIDADE DE SOFTWARE

Gestão Unificada de Recursos Institucionais GURI

Relatório de Redesenho de site... ONG Deixe Viver. Melissa Santanna Tommy Medeiros Julio Cesar Coelho

Planejamento - 7. Planejamento do Gerenciamento do Risco Identificação dos riscos. Mauricio Lyra, PMP

2 Fundamentação Conceitual

Montagem e Manutenção. Luís Guilherme A. Pontes

Qualidade de Software

1 Introdução. Componentes Usuários. Provedor de Serviços. Figura 1.1 Ambiente de oferecimento de serviços

Teste de Software: Um Breve Estudo do Importante Processo no Desenvolvimento de Softwares

O ENSINO DE CÁLCULO NUMÉRICO: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

Ambiente de Simulação Virtual para Capacitação e Treinamento na Manutenção de. Disjuntores de Subestações de Energia Elétrica,

PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 16 AS QUATRO FASES DO PCP

Software Livre e Engenharia Elétrica

Guia para utilização do ambiente de EaD UniRitter

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL DE MODERNIZAÇÃO E INFORMÁTICA SISAU

Modem e rede local. Guia do Usuário

Guia do Professor. Fazer o estudante perceber a semelhança gráfica e pronúncia das palavras e seus significados diferenciados.

Modem e rede local. Guia do usuário

c. Técnica de Estrutura de Controle Teste do Caminho Básico

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos

7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso

Manual de Comunidades RIPALC

Disciplina: Técnicas de Racionalização de Processos Líder da Disciplina: Rosely Gaeta NOTA DE AULA 04 O PROJETO DE MELHORIA DOS PROCESSOS

Curso sobre Google Analytics - Outubro/2013 (em português)

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

Aula 2 Revisão 1. Ciclo de Vida. Processo de Desenvolvimento de SW. Processo de Desenvolvimento de SW. Processo de Desenvolvimento de SW

2 Ferramentas Utilizadas

Manual de Publicação Wordpress

APERFEIÇOAMENTO DE PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS PARA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ONLINE: IMPLANTAÇÃO DE RELATÓRIOS ARMAZENÁVEIS

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro

5 CONCLUSÃO Resumo

Engenharia de Software II

Os botões padrões são encontrados na parte superior esquerda da aplicação. O primeiro botão Portal leva o colaborador à página inicial do Qualitor.

Gestão de Entrada ESTE DOCUMENTO APRESENTA UMA VISÃO GERAL SOBRE A SOLUÇÃO GESTÃO DE ENTRADA.

ESCOLA Pe JOÃO UMBERTO SACHET LUCIANA BATISTA DE OLIVEIRA CATARINO

perspectivas e abordagens típicas de campos de investigação (Senra & Camargo, 2010).

Uso da Telefonia Móvel: Uma Ferramenta de Interação para a Aprendizagem a Distância

Disponível nova versão do SPED Contábil contemplando todas as alterações disponibilizadas pela Receita Federal para o ano de 2015:

LISTA DE VERIFICAÇAO DO SISTEMA DE GESTAO DA QUALIDADE

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº.../2010

Motorola Phone Tools. Início Rápido

6 Conclusões e próximos passos

IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE SELEÇÃO DE PEÇA USANDO CONCEITOS DE PROGRAMAÇÃO DE SISTEMA DE AUTOMAÇÃO. João Alvarez Peixoto*

5 Conclusão. FIGURA 3 Dimensões relativas aos aspectos que inibem ou facilitam a manifestação do intraempreendedorismo. Fonte: Elaborada pelo autor.

:: aula 3. :: O Cliente: suas necessidades e problemáticas. :: Habilidades a ser desenvolvidas

UTILIZANDO O BARCO POP POP COMO UM EXPERIMENTO PROBLEMATIZADOR PARA O ENSINO DE FÍSICA

DALUA: BIBLIOTECA PARA APLICAÇÕES DISTRIBUÍDAS

2 Geração Dinâmica de Conteúdo e Templates de Composição

Sumário. Introdução ao Microsoft Project. 1 Microsoft Project, gerenciamento de projetos e você 3. 2 Visão geral do Project 11.

Manual do Instar Mail v2.0

Catálogo de Padrões de Dados

REDE SOCIAL DE MAPEAMENTO COLABORATIVO DE PROBLEMAS AMBIENTAIS E URBANOS NAS CIDADES Resultados preliminares

Versão para atualização do Gerpos Retaguarda

TÍTULO: Entendendo a divisão celular. NÍVEL DA TURMA: 1º ano do ensino médio. DURAÇÃO: 1h e 80 minutos (3 aulas)

ÍNDICE. Tela de Configuração Dados de Etiqueta Configuração da Impressora Configuração do Papel Itens para Inserção...

Produto : Datasul, MFT(Faturamento), Datasul Projeto : PCREQ-4786 Data da criação

Computador E/S, Memória, Barramento do sistema e CPU Onde a CPU Registradores, ULA, Interconexão interna da CPU e Unidade de controle.

Palavras-chave: Loja virtual. Comércio eletrônico. Internet.

Manual das planilhas de Obras v2.5

COORDENAÇÃO DE EAD MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO MOODLE 2.6 PERFIL ALUNO. Versão 1.0

Revista Contabilidade & Amazônia. Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestão Financeira para Microempresas

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ARAGUAIA RELATÓRIO FINAL DE AUTO-AVALIAÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEISDA CPA DA FACULDADE ARAGUAIA

BSI Letramento Digital Prof. André Di Thommazo. Organização pessoal

Transcrição:

5 Conclusões O objetivo desta dissertação foi apresentar o ambiente de autoria Composer, o qual é voltado para a criação de programas NCL, versão 3.0, para TV digital interativa. Da mesma forma que no editor HyperProp, no qual foi baseado, no Composer as abstrações são definidas nos diversos tipos de visões que permitem simular um tipo específico de edição. Conforme foi apresentado neste documento, essas visões funcionam de maneira sincronizada, a fim de oferecer um ambiente integrado de autoria. A metodologia empregada para a execução deste trabalho envolveu uma ampla análise da literatura em ambientes de autoria (Capítulo 2), a proposta de melhorias (Capítulo 3), principalmente para a arquitetura da visão gráfica temporal, bem como sua implementação (Capítulo 4). Como foco principal, a criação e manipulação de objetos de mídia dispostos na visão temporal foram contempladas. A criação de objetos de mídia no tempo e seus relacionamentos com os demais objetos foram tratados de forma a tornar a especificação da apresentação mais intuitiva para o autor. Problemas de representação e edição de objetos de mídia, relacionamentos entre objetos, relacionamentos interativos e edição ao vivo também foram tratados. De forma geral, o Composer integra técnicas a fim de facilitar o processo de edição de documentos NCL para TV digital interativa. Na próxima subseção é feita uma análise comparativa dos recursos, principalmente os de sincronização temporal e edição ao vivo, entre as ferramentas apresentadas no Capítulo 2 e o Composer, levando em conta as características de cada uma, além de serem sumarizadas as principais melhorias do Composer com relação ao editor HyperProp. Por fim, são discutidos pontos que ficam em aberto para serem tratados em trabalhos futuros, visando tornar o ambiente de autoria Composer mais atrativo para profissionais de TV digital.

Conclusões 78 5.1. Análise Comparativa Os ambientes JAME Author, Cardinal Studio, AltiComposer e Macromedia Flash dão um maior suporte ao autor do ponto de vista de abstração com relação ao modelo e linguagem utilizados. Através de seus modelos de autoria e interfaces gráficas, é mais simples pensar nas abstrações de botão, menu etc. Nesses ambientes, o processo de autoria se caracteriza principalmente pela especificação da disposição espacial das mídias do documento, dando ao autor uma noção de como os objetos serão apresentados na tela. Contudo, esses ambientes deixam a desejar quanto à definição do sincronismo entre mídias. O JAME Author, por exemplo, não possui uma visão temporal e não oferece nenhum suporte à definição do sincronismo temporal. O Cardinal Studio e o AltiComposer demandam conhecimentos avançados para configuração do sincronismo através da personalização do comportamento de componentes. Ademais, O Cardinal Studio possui uma visão temporal muito simples, enquanto o AltiComposer nem possui uma. Nesse contexto, o Macromedia Flash, apesar de só permitir a definição de relacionamentos através da utilização de scripts, lança mão de sua visão temporal (timeline) em conjunto com a visão espacial para fornecer ao autor uma poderosa ferramenta de edição. As abstrações fornecidas pelas ferramentas de autoria GRiNS, LimSee2 e Composer são mais ligadas à linguagem hipermídia na qual esses ambientes se apóiam (GRiNS e LimSee2 em SMIL, e o Composer em NCL). No GRiNS e no LimSee2, o processo de autoria foca na configuração temporal dos objetos de mídia da apresentação. O LimSee2 tenta ainda utilizar uma visão espacial, que em conjunto com a visão temporal, permite a edição de relacionamentos espaço/temporais. Contudo, na versão analisada, a implementação da visão espacial não funcionava efetivamente. O Composer, por sua vez, além de fornecer todos os recursos para organização lógica de documentos (através da visão estrutural), permite agora que o sincronismo temporal seja especificado e editado através da visão temporal. Além disso, O Composer é o único desses ambientes que permite a simulação de eventos interativos em tempo de autoria, sem a necessidade de apresentação do documento.

Conclusões 79 Quanto ao suporte a usuários com diferentes níveis de conhecimento, a ferramenta JAME Author tem como recurso mais avançado a especificação da navegação entre páginas e componentes. Os ambientes Cardinal Studio, AltiComposer e Macromedia Flash dão suporte a usuários iniciantes através de suas abstrações, e a usuários avançados através da possibilidade de personalização de componentes e seus comportamentos. Já o GRiNS, o LimSee2 e o Composer podem ser considerados ferramentas que dão suporte a usuários que conhecem bem as linguagens nas quais esses ambientes se baseiam. Ao longo deste trabalho, a interface gráfica do Composer foi remodelada, contudo, ainda é preciso se trabalhar em abstrações que visem tirar do usuário a necessidade de conhecer a linguagem NCL. Ainda é importante ressaltar que nenhum dos ambientes estudados dá suporte ao monitoramento e envio de comandos de edição ao vivo, como faz o Composer. O Cardinal Studio e o AltiComposer permitem a utilização de stream events, que podem ser utilizados para tal finalidade. Não obstante, esses ambientes não fornecem um mecanismo simples e direto que possibilite ao autor enviar suas modificações em tempo de apresentação de um documento. Nesse quesito, o Composer é único, devido a todas as características discutidas (Seção 3.3 e 4.4). Um ponto positivo é que todos os ambientes analisados possuem um emulador associado à ferramenta de autoria, e isso permite que o autor teste sua aplicação sem a necessidade de um set-top box, evitando que problemas sejam percebidos tardiamente. Com relação ao editor HyperProp, primeiramente cabe destacar que essa ferramenta é voltada para a autoria de aplicações hipermídia em NCL main profile (versão 2.3), enquanto o Composer tem por objetivo dar suporte à criação de programas NCL versão 3.0 (perfis de TV digital). O Composer teve grande parte da sua interface gráfica remodelada a fim de tornar essa ferramenta mais atrativa para o autor. Nesse processo, foram desenvolvidos os Enhanced Items e o módulo de localização, os quais facilitam o reuso e a manutenção dos itens de interface. Visando suprir ainda outras carências do editor HyperProp, foram desenvolvidos o módulo de ajuda, de mensagens, de registro, e o módulo de preferências. O Composer é baseado praticamente na mesma arquitetura de visões do HyperProp. Contudo, todas as visões foram remodeladas, a fim de melhorar o

Conclusões 80 processo de edição de hiperdocumentos. A visão espacial que no HyperProp só permite a especificação de leiautes, no Composer passou a se chamar visão de leiaute. Já a nova visão temporal permite a criação e manipulação de objetos de mídia no tempo, bem como a especificação de relacionamentos entre eles, diferente do que acontece no HyperProp. A visão temporal do Composer ainda dá suporte à simulação de eventos interativos, permitindo que o autor visualize como se dará a apresentação em tempo de criação. No editor HyperProp, a visão temporal só permite a visualização de como os objetos de mídia estarão dispostos no tempo. Por fim, a edição ao vivo, requisito importante no contexto de TV, é mais uma novidade presente somente no Composer. 5.2. Trabalhos Futuros Alguns pontos do trabalho realizado nesta dissertação podem ser explorados como trabalhos futuros. Em determinadas situações, a exibição de composições com semânticas temporais pode ajudar o autor na especificação dos relacionamentos entre os objetos de mídia. Tal funcionalidade enriqueceria a visão temporal, tornando-a mais atraente no desenvolvimento de documentos NCL através do Composer. Para isso, templates podem ser utilizados, por exemplo, para obter a semântica das composições SMIL, que possuem semântica paralela, seqüencial ou exclusiva. Apresentações um pouco mais complexas, como por exemplo, com muitos elos de sincronismo, não são triviais de se elaborar. Elas, geralmente, demandam a criação de conectores, o que requer do autor um conhecimento mais profundo da linguagem. No Composer ainda não é dado suporte a esse tipo de problema. Os mecanismos de filtragem baseados na técnica olho-de-peixe, conforme descritos em (Coelho & Soares, 2004), precisam ser reimplementados em todas as visões do Composer. Uma alternativa interessante seria implementar as visões se baseando na abordagem ZUI (Zoomable User Interfaces). No caso da visão temporal, os mecanismos de filtragem nunca existiram, e são muitos os problemas que precisam ser tratados. Dentre eles, pode-se destacar a utilização de templates e a exibição de composições como múltiplas cadeias.

Conclusões 81 Ademais, seria importante a especificação de uma API que permitisse que novas visões fossem adicionadas ao Composer, tendo como base o modelo Java NCM ou a árvore DOM que representa um documento, mantendo assim as características de edição e sincronismo. Isso permitiria que o Composer fosse personalizado de acordo com as necessidades do autor. Atualmente, projetos do Composer são salvos como objetos serializados. Seria interessante que esses projetos fossem salvos como arquivos XML para tornar mais fácil a compatibilidade de projetos entre versões do ambiente de autoria. Um ponto que ainda precisa ser tratado é o suporte à criação de outras entidades da NCL através da interface gráfica, como por exemplo, os nós de switch. Além disso, devem ser implementados mecanismos de suporte a ações de desfazer (undo) e refazer (redo), e melhorado o verificador de documentos NCL, o qual, na atual implementação, não tem detectado todos os erros de compilação. Para isso, uma alternativa interessante é o uso de Schematron (ISO, 2006). Sugere-se ainda o estudo de alternativas para contemplar a especificação da navegação, de transições e de animação através da interface do Composer. Na visão temporal, no caso de um objeto de mídia contínua, seria interessante exibir sua duração natural mesmo que o objeto termine antes ou depois desse tempo. Além disso, na atual implementação do modelo de cadeias temporais hipermídia não é dado suporte a documentos com ciclos (loops). Alternativas para se contornar esse problema devem ser estudadas. Para testar sua autoria, o autor pode querer iniciar a apresentação a partir de um determinado instante, especificado pela barra de tempo da visão temporal. É esperado que além de iniciar o documento a partir de qualquer instante, seja possível o disparo de eventos interativos anteriores ou posteriores a esse ponto, para verificação de como se dará o restante da apresentação. Para isso, um exibidor simulado (formatador) que permita tal funcionamento deve ser implementado e integrado à ferramenta de autoria. A utilização do modelo de cadeias hipermídia será de grande valia nesse processo, uma vez que para apresentar um documento a partir de um determinado instante será necessário caminhar no grafo definido pelo modelo, simulando a apresentação de entidades e a ocorrência de eventos até tempo especificado.

Conclusões 82 A visão espacial, anteriormente definida em (Costa & Soares, 1996), (Moura & Soares, 2001) e (Coelho & Soares, 2004), precisa ser implementada no Composer para dar suporte à especificação e edição do sincronismo espacial em documentos NCL. Essa visão permitirá ao autor visualizar graficamente como os objetos de mídia estarão dispostos no espaço em um dado instante da apresentação do documento. Trabalhando de forma coordenada, a visão espacial e a visão temporal podem ser úteis para criação e edição de relacionamentos espaço/temporais. A Figura 32 ilustra o funcionamento da visão espacial. Visão Temporal Legenda Barra de tempo t Vídeo futebol Vídeo jornal left Âncora temporal top z-index Visão Espacial no instante t Edição espacial Figura 32 - Edição de relacionamentos espaciais no Composer Na figura acima, a edição do posicionamento e das dimensões (da região) de um objeto de mídia, como por exemplo, o vídeo do futebol, deve ser refletida no documento NCL. Para que isso ocorra, o Composer deve ser capaz de transformar as ações do autor em relacionamentos espaciais. A visão espacial deve ainda permitir a visualização e edição do volume do áudio de objetos de mídia, conforme proposto em (Costa & Soares, 1996). Nesse caso, barras indicariam os percentuais do volume usado na reprodução dos objetos que estão sendo apresentados em um determinado instante de tempo. Da mesma forma que no caso da edição espacial, a alteração do volume do áudio também deve ser refletida no documento.

Conclusões 83 Para concluir, a realização de testes de usabilidade permitirão verificar como o sistema produzido contribui para apoiar as necessidades inerentes ao processo de autoria de documentos hipermídia. Isso será muito importante para rastrear bugs e para que novas funcionalidades possam ser desenvolvidas para que o ambiente de autoria Composer se adapte às necessidades dos profissionais de TV digital. O código-fonte do Composer foi publicado no portal do software público brasileiro (http://www.softwarepublico.gov.br) e, portanto, pode receber contribuições da comunidade de software livre para a sua evolução.