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Veículo: Vitruvius Data: 25/02/2012 Link: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.141/4219 Caderno / Página: - / - Assunto: Estranhas paisagens Estranhas paisagens Marta Bogéa Vermelho-Pungente para Dona Christina, 2011. Areia tingida, espécies arbóreas e madeira queimada [Casa M 8ª Bienal do MERCOSUL] Da janela de um edifício em Porto Alegre vislumbra-se um curioso campo cromático: o quintal de uma casa preenchido com pleno vermelho. Surpreendente paisagem para um vizinho que a espreita. Curiosa ocupação para quem ao rés-do-chão visita o espaço da Casa M. A Casa M, sede onde se encontra o jardim_obra de Fernando Limberger,Vermelho- Pungente (para Dona Christina) (2011), é um local de encontro e, sobretudo, um espaço articulador a partir do qual se organizam debates, conversas e encontros em torno da 8ª Bienal do Mercosul (1).

Vermelho-Pungente para Dona Christina, 2011. Areia tingida, espécies arbóreas e madeira queimada [Casa M 8ª Bienal do MERCOSUL] Vale ressaltar a diferença entre quem avista a obra fora do espaço codificado pela arte e quem transita nos termos do sistema da arte. Pois o visitante de exposições as percorre preparado para o encontro com a obra, ou seja, prevendo deslocamento a partir do que nomeamos nossa realidade sensível. O olhar desse outro hipotético, nosso vizinho demandado - que não foi ao encontro da arte - nos interessa aqui porque, de certo modo, esse trabalho se constitui num âmbito de trânsito entre o esperado, a cotidianidade e o desconforto e a surpresa típica das coisas que se apresentam fora do lugar. Olhar que vem de fora da expectativa da arte, do espaço codificado pelas obras. Esse aspecto merece atenção e certa cautela. Entre o encanto fácil, sedutor, que as areias coloridas de Limberger costumam gerar, interessa pensar no desconforto que essas paisagens também suscitam. Pode pisar? pergunta cautelosamente um visitante; Não é tóxico? se surpreende outro; e, na liberdade da infância - que enfrenta seus medos mais do que se imobiliza por eles - um pequenino se enterra nessa surpreendente paisagem lunar expressão usada numa conversa entre amigos no jardim (2). Uma historieta revelada pelo artista (3) em torno de outra obra nos permite avançar. Jardim radioativo, obra de 2005 situada no recuo lateral de um escritório de arquitetura, ganha esse nome batizado na pergunta de um transeunte que interpela a recepcionista em busca de entendimento. Esse jardim se revela para quem passa na calçada. O amarelo atípico um tanto metalizado fortalece sua desnaturalização ampliando a presença evidente de um artifício. Reconhecê-lo desse lugar, para além da luz do amarelo em criteriosa articulação com os arbustos longilíneos e pedra constitutiva dessa paisagem é se aperceber de um dos traços potentes dessas paisagens: um lugar que naturaliza o artifício, desnaturalizando a natureza (4). O radioativo durou pouco menos de dois anos, em 2007, atendendo ao pedido do proprietário, o jardim ganha uma segunda versão substituindo a areia amarela por outra areia ligeiramente bronze quase natural que acalma novamente a paisagem restituindo-a como paisagem esperada.

Jardim radioativo 2005 e 2007. Areia tingida, seixos pretos e bambu-preto. Jardim privado Jardim radioativo 2005 e 2007. Areia tingida, seixos pretos e bambu-preto. Jardim privado Aqui se revela um traço importante do artista. As obras não são perenes, se transmutam, se redefinem, o tempo lhes será necessariamente endereçado e reconhecido. Não ao controle excessivo e a fala imposta que exige a manutenção dos termos originais. Nada de vegetação severamente contida na poda nem de uma recusa ao observar as transformações, sejam de natureza vegetal, sejam do curso da vida se reinserido na estranha paisagem. Assim o formigueiro é até certo ponto bem-vindo, a reivindicar de volta o território usurpado. Mesmo as folhas, os frutos que borram aquele límpido plano de cor... Até que a manutenção re-ordena seus fatores. Um fluxo que faz insuflar de tempo esses espaços.

De certo modo típico da matéria-prima que Limberger ousou adotar as paisagens vegetais como parte componível do trabalho. Mas, sabemos que poderiam ser rigorosamente controladas a mão-de-ferro como tantos jardins existentes. Essa exuberância, esse ligeiro descontrole, revela parte significativa da obra uma obra que se faz atenta à natureza do tempo ao reconhecer as transformações inevitáveis pelas quais o espaço, no tempo, passará. E, ao invés de propor uma manutenção que sustente a paisagem como campo dominado, imutável, aceita os ruídos e a desordem para só depois retornar aspectos da forma proposta na origem. Tempo cíclico, mas não exatamente circular uma vez que o retorno não devolve os elementos exatamente na mesma condição (5). Constituindo uma espécie de tríade para essa nossa abordagem, vale lembrar a ação sobre o jardim interno do CCSP feito em 2008. Espaço conhecido, por si só deslocado, mata quase acidental, resultante da preservação da vegetação original remanescente dos jardins de três casas anteriores ao Centro Cultural, mantido pelos arquitetos do edifício. (6) Aquela mata, fechada à primeira vista, um tanto inóspita ainda que absolutamente passível de transitar e rodeada pelo edifício, ganha uma inquieta vibração ao ser preenchida, sobreposta sua terra, por uma areia amarela, quente, quase natural. Pigmento terroso apenas com mais luz. Muita luz. Verde e Amarelo, 2008,acende a paisagem e a perturba na mesma medida em que nos seduz por ela. Adoça o espaço antes opaco. Revela veredas, convida a caminhar, seduz o transeunte a se aventurar por aquele estranho pigmento gesto absolutamente pertinente e mesmo desejável nessa obra ainda que não tenha sido autorizada a circulação pela administração do CCSP. Estranho e encantador. Onírico mas familiar. Uma operação que nesse caso se limita a inserir 13 toneladas de areia sobre a terra existente. E nos leva necessariamente a pensar sobre a materialidade da obra uma vez que ela só é possível em relação àquele existente, com seus platôs, sua vegetação, sua arquitetura. Obra que se traduz por uma operação que transforma o real ao inserir quantidade improvável de areia amarela e usufruir de um contexto materialmente constituído do qual é absolutamente interdependente e que por outro lado reinventa sensivelmente a partir da ação. Operação no real a partir do real habitual deslocado. Jardim existente do Centro Cultural São Paulo

Verde e amarelo, 2008. Intervenção no jardim central do Centro Cultural São Paulo com 13 toneladas de areia tingida Desse ponto vale descortinar duas outras obras: Fértil, Fazenda Serrinha Bragança Paulista 2003 e Silêncio, Ilha da Casa da Pólvora Porto Alegre, 1996. O primeiro parte da estufa de mudas como mote irradiador de uma ação que se revela em várias materialidades. Ora escala cromática que vai do azul a terra plantada num vaso azul. Ora curiosos bulbos amarelos ou azuis inseridos em vaso e protegidos por uma cúpula de vidro, ora um funil com pigmento vermelho sobre a tela de proteção das mudas, ora uma sementeira de pigmento, ou uma série de mudas de cor. Desse campo interior avançam sobre o terreno vasto da fazenda três canteiros cromáticos ativando diálogos com os diversos tempos de extração dessa fazenda. O canteiro laranja ocorre em diálogo com o plantio de eucaliptos; O azul, com cultivo de espécies para reflorestamento hoje lindeiro a estufa; O rosa se articula com os pastos. Canteiros que nascem da atenção a uma ação feita pelo proprietário da fazenda de cercar uma voçoroca (erosão) mantendo-a distinta, como vegetação espontânea, dos pastos controlados. Campos de cor dos quais dois se mantêm na paisagem sempre refeitos ao menos uma vez por ano ou a cada invasão de uma vaca que resolve visitar aquele sonho rosa; ou a cerca que desmorona após uma tempestade. Nem sempre exatamente com a mesma cerca. Nos termos do artista (7): a cerca é um dos elementos e não me importa em nada que seja transformada como resultado da ação de um funcionário que lá estiver. Desde que em sintonia com todo o resto de cuidado da fazenda (8) Poderíamos dizer: que pertença, de certo modo, a cada tempo àquele lugar [!]

Fértil, 2003 - Materiais diversos, como areia tingida, terra, pigmento, madeira, cerâmica e vidro. Instalação na Fazenda Serrinha de Bragança Paulista Fértil, 2003 - Materiais diversos, como areia tingida, terra, pigmento, madeira, cerâmica e vidro. Instalação na Fazenda Serrinha de Bragança Paulista

Fértil, 2003 - Materiais diversos, como areia tingida, terra, pigmento, madeira, cerâmica e vidro. Instalação na Fazenda Serrinha de Bragança Paulista Fértil, 2003 - Materiais diversos, como areia tingida, terra, pigmento, madeira, cerâmica e vidro. Instalação na Fazenda Serrinha de Bragança Paulista Mas é no conjunto de elementos que partem da estufa, perturbadores da ordem esperada, que aqui nos interessa abordar. Elementos delicados o bastante para se fazerem pinta em fundo sarapintado ; mas estranhos o bastante para causar certo desconforto típico por serem mais pertinentes ao mundo dos sonhos que ao real. Do mesmo modo que as caixas de cor espalhadas pela paisagem na Intervenção em um prédio em ruínas com ponte em madeira e caixas de madeira pintada definida em Silêncio. É nessa chave que Fértil e Silêncio parecem se tocar. Partilhar de um solo comum. Na construção de um campo onírico no interior do real, interdependente desse mesmo real e realizado de modo difuso, distribuído em vários pontos da paisagem. Feito por ações não miméticas em relação ao existente, fruto de gestos absolutamente construídos e regrados que se afastam do existente, constrõem um outro campo a se inserir como corpos estranhos e pertencentes, simultaneamente.

Silêncio, 1996 - Intervenção em um prédio em ruínas com ponte em madeira e caixas de madeira pintadas Projeto arte construtora Ilha da Casa da Pólvora Porto Alegre Silêncio, 1996 - Intervenção em um prédio em ruínas com ponte em madeira e caixas de madeira pintadas Projeto arte construtora Ilha da Casa da Pólvora Porto Alegre

Silêncio, 1996 - Intervenção em um prédio em ruínas com ponte em madeira e caixas de madeira pintadas Projeto arte construtora Ilha da Casa da Pólvora Porto Alegre A operação que desloca obra de contexto é velha conhecida do mundo da arte. Estão muito bem estabelecidas desde que Duchamp constitui o gesto original que desencadeará e desnudará a relação obra x contexto com o urinol. Mas não é bem disso que se trata aqui. Se naquela linhagem de obras, que amplia e desdobra o gesto de Duchamp, os elementos corriqueiros ganham outro sentido ao usufruírem do contexto codificado dos museus. Aqui a operação ocorre invertida. Os elementos obra são inseridos no mundo real cotidiano. Não como monumentos como os antigos bronzes urbanos. Entretanto, mantendo traços indubitáveis de um gesto artístico inequívoco, próprio do campo da arte contemporânea, como restos, que partem de estruturas pertencentes à paisagem em questão, mas alteradas (9). Observemos Fértil: Sementeiras de cor, Plantio de bulbos inimagináveis, Jardins de areia de uma única, potente e inesperada cor. A partir de elementos corriqueiros naquele contexto real essas inesperadas inclusões fazem daquele lugar um lugar des-locado - mais do âmbito dos espaços presentes nos sonhos do que dos espaços realizados. Seria então o reconhecimento de um unheimlich, nos termos propostos por Freud no texto O estranho? (10) O texto de Freud elabora a formulação de um novo conceito psicanalítico e para isso inicia a abordagem pela etimologia e pela estética. Já de início, revela entender como estética não simplesmente a teoria da beleza, mas a teoria das qualidades do sentir. (11) Aqui, já por essa ressalva - a atenção as qualidades do sentir e não apenas ou especificamente à noção de beleza - começa nosso interesse por sua aproximação. Para Freud, estranho será aquela categoria do assustador que remete ao que é conhecido, de velho, e há muito familiar e não, como no senso comum se imagina, algo inteiramente desconhecido. Nos termos do autor: A palavra alemã unheimlich é obviamente o oposto de heimlich [ doméstico ], heimisch [ nativo ] - o oposto do que é familiar; e somos tentados a concluir que aquilo que é estranho é assustador precisamente porque não é conhecido e familiar. Naturalmente, contudo, nem tudo o que é novo e não familiar é assustador; a relação não pode ser invertida. Só podemos dizer que aquilo que é novo pode tornar-se facilmente assustador e estranho; algumas novidades são assustadoras, mas de modo algum todas elas. Algo tem de ser acrescentado ao que é novo e não familiar, para torná-lo estranho. (12) Após se ater a etimologia da palavra em suas possíveis variantes em diversas línguas, retorna ao alemão para revelar: Em geral, somos lembrados de que a palavra heimlich não deixa de ser ambígua, mas pertence a dois conjuntos de idéias que, sem serem contraditórias, ainda assim são muito diferentes: por um lado significa o que é familiar e agradável e, por outro, o que está oculto e se mantém fora da vista. (...)Segundo Schelling, unheimlich é tudo o que deveria ter permanecido secreto e oculto, mas veio à luz. (13) E, no desdobramento de sua argumentação nos leva a compreender que haverá no âmbito do estranho algo do desconhecido, mas, que ao mesmo tempo, guarda traços do familiar.

Freud observará então, a partir de um dos aspectos que busca enfrentar, que um estranho efeito se apresenta quando se extingue a distinção entre imaginação e realidade, como quando algo que até então considerávamos imaginário surge diante de nós na realidade. (14) Assim posto parece interessante refletir nas bases desse deslocamento do real esperado sobre essas obras aqui elencadas propostas por Limberger. Ao avançar sobre o campo do real e, ao mesmo tempo não se furtar a um inequívoco pertencimento - esses elementos quase que poderiam estar aí não fosse o grau de estranheza que o campo pictórico provoca elas insistem em nos atrair e desviar. Ao se apresentar como outro possível, deslocado, mas ao mesmo tempo inserido como suave ruído nas corriqueiras paisagens essas obras nascem então interdependentes com o contexto onde se instalam, com a paisagem real a partir da qual produzirá os desvios oportunos que irão nos fazer estranhá-las ao mesmo tempo em que buscamos reconhecê-las (15). São coisas fora do lugar. Não por não pertencerem a ele, mas por a partir dele ativarem outro campo sensível, um campo estranhamente familiar provocado por esses elementos vibrantes na paisagem e aderidos de tal modo a ela que asseguram uma desconcertante ilusão de pertencimento ainda que quase irreal. * De saída, ao fim da conversa que elucida e ao mesmo tempo amplia e desloca as bases desse ensaio deparo-me com uma série de esferas de barro em tamanho diferente fixadas em alturas distintas numa parede lateral do ateliê. Perguntado o artista sobre o que era, ouço como resposta: Um teste, ainda não tive tempo de ativá-las, mas guardam uma quantidade x de nutrientes que permitirá apenas que a Unha de gato se expanda em certo limite, transborde a esfera e se lance na direção da parede sem preenchê-la totalmente uma irradiação. Novamente uma espécie de vírus, de campo que nasce a princípio delicadamente e de modo potente se expande. Controlado, até certo ponto. Obra que de certo modo se organiza na mesma chave material que as células verdes de 2008, Jardim inesperado constituído por Limberger para Hector Zamora em Cícera (16). Mas lá, pertinente à proposta de Zamora em relação ao experimento-casa, ocorria visivelmente pertencente a outro registro como uma paisagem improvável.

Células verdes, 2008 - Espécies epífitas, esferas cerâmicas, substrato, caos de aço e sistema de irrigação Trabalho em colaboração ao projeto Cícera de Hector Zamora Células verdes, 2008 - Espécies epífitas, esferas cerâmicas, substrato, caos de aço e sistema de irrigação Trabalho em colaboração ao projeto Cícera de Hector Zamora Aqui, a partir da matriz tão conhecida dos muros de trepadeira cobertos de unha de gato presente em toda a cidade, voltamos ao âmbito de suspensão que nos tira o sossego quando as obras insistem em nos deslocar não cabem aquietadas no formato que se lhes espera. Nem pura fantasia, nem imaginação. Lugar a partir da realidade onde uma estrutura onírica se infiltra e persiste. notas 1 Vale comentar o quanto de singular há nesse pequeno espaço como programa proposto pela curadoria, constituir um endereço que antecedeu em meses a abertura da exposição bem como a transpassará, fora da vizinhança imediata dos galpões, mas próxima o suficiente da centralidade a partir da qual os edifícios ocupados [que nesse caso não se limitam aos habituais galpões, Santander e MARGS]. Oportuno endereçamento que leva a exposição ao âmbito de um tempo/espaço de usufruto mais amplo que a exposição em si, tanto em formato mais casual quanto em tempo mais distendido. Aliás, um aspecto preciso que permeou a concepção geral da 8ª Bienal do MERCOSUL, desde a casa M passando pelas intervenções da Cidade não vista essa é uma exposição que se faz em tempo-espaço mais amplo que o da exibição principal. Mais a respeito da Bienal ver http://www.bienalmercosul.art.bracesso em outubro de 2011 e Catálogo 8ª Bienal do Mercosul, 2011. 2 A areia não é toxica e pode ser encontrada facilmente em pequenas embalagens à venda nas lojas de jardinagem ou de aquários. Os diálogos e ações foram relatados pela mediadora que nos acompanhou na visita seguido da atenção a forma de estar no mundo peculiar nas crianças por Gabriel Junqueira. 3 Em conversa com o autor desse ensaio em 22 de setembro de 2011. Ver também site: http://www.wix.com/fernandolimberger/fertil acesso em setembro de 2011 4 Nos termos propostos por Olgaria Mattos em Paisagens Urbanas, vídeo documentário dirigido por Nelson Brissac Peixoto: Para falar de natureza é preciso falar do artifício. A natureza se artificializou enquanto o artifício se naturalizou. Depoimento em Paisagens Urbanas. Vídeo documentário. Direção Nelson Brissac Peixoto. Paleotv. 1994. 5 Ver cerca alterada em Fértil, ver comentário do artista mais adiante no texto em relação a esse aspecto. 6 Eurico Prado Lopes e Luis Benedito Castro Telles. Ver Alberto Xavier, Carlos Lemos, Eduardo Corona. Arquitetura moderna paulistana. São Paulo: PINI, 1983. p. 207.

7 Fernando Limberger é artista formado na UFRGS em 1985. Ao iniciar trabalhos usando vegetação inclui outros cursos em sua formação dentre eles, Reabilitação em Paisagens Degradadas na ESALQ (Piracicaba, SP, 2003) e Jardinagem (DEPAVE, SP, 2004). Provavelmente vem daí, além da prática, sua destreza com o plantio e com os termos a ele relacionados, o que nos leva, no âmbito da arquitetura a reconhecê-lo naturalmente como paisagista. Ver currículo do artista em http://www.wix.com/fernandolimberger/fertil 8 Em conversa com o autor desse ensaio setembro de 2011. 9 Essas obras de Limberger se inserem no âmbito, hoje bastante amplo, do que se denomina site especific, considerando intervenções que atuam a partir de um lugar que consideram singularidades físicas, sociais, culturais. E dentro desse campo amplo vale reconhecer a peculiaridade presente nessas obras para as quais o âmbito do Real que tocam podem ocorrer tanto em mínimas e delicadas ações - pequenas perturbações difusas (Fértil e Silêncio) - quanto em gestos amplos, organizados em um traçado único (Vermelho Pungente, Amarelo Radioativo e Verde e Amarelo). Mas mesmo quando em largos gestos, potentes e vibrantes na paisagem, ocorrem sempre aderidos de tal modo que asseguram uma desconcertante ilusão de pertencimento quase irreal. 10 FREUD, Sigmund. O Estranho (1919). In: Volume XVII. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p 271 a 318. 11 FREUD, Sigmund. Op. Cit.. p 275. 12 FREUD, Sigmund. Op. Cit.. p 277. 13 FREUD, Sigmund. Op. Cit.. p 282. 14 FREUD, Sigmund. Op. Cit.. p 304. A argumentação de Freud desenvolve-se em direção à formulação psicanalítica na qual esse texto não ousa avançar. Ficamos com essas duas primeiras partes nas quais ele arma a estratégia para formulação do conceito a partir da literatura. 15 Com isso o trabalho permite retomar uma importante questão: considerando essa interdependência, a paisagem faz necessariamente parte da obra, o que vale dizer que os mesmo objetos expostos em salas ou galerias, ou seja, nos espaços expositivos formais, não apresentam a mesma potência. E assim nos devolvem a questão apontada por Smithson ainda longe de ter sido esgotada o que seria o non-site desses sites? Em outros termos, como trazer a mesma carga poética (re)apresentando essas obras em exposições? 16 Casa vizinha da Galeria Vermelho projetada por Hector Zamora como uma espécie de experimento na direção da arquitetura. Mais a esse respeito verwww.lsd.mx sobre a autora Marta Bogéa é arquiteta (UFES 1989), mestre (PUC/SP, 1993), Doutor (FAU/USP, 2006) com doutorado publicado pela editora SENAC em 2009 sob titulo Cidade Errante: Arquitetura em movimento. Autor de arquitetura para exposição de arte contemporânea dentre as quais Arte/Cidade III (1997), 27ª e 29ª Bienal de São Paulo (2006 e 2010), 30º e 32º Panorama da Arte Brasileira (2007 e 2011).

USP ESALQ ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Veículo: A Tribuna Piracicabana Data: 25/02/2012 Caderno / Página: Entrevista / 5 Assunto: Bárbara Brieger: Música é a vida, é a alma

Veículo: Agrosoft Brasil Data: 25/02/2012 Link: http://www.agrosoft.org.br/agropag/220851.htm Caderno / Página: - / - Assunto: Empresa paulista de controle biológico é eleita uma das mais inovadoras Empresa paulista de controle biológico é eleita uma das mais inovadoras do mundo Uma empresa localizada em Piracicaba, no interior de São Paulo, está entre as 50 companhias mais inovadoras do mundo de acordo com o ranking da revista norte-americana de tecnologia Fast Company. Trata-se da BUG Agentes Biológicos, start upfundada por estudantes de pós-graduação daescola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), dauniversidade de São Paulo (USP), e que teve apoio doprograma Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas(PIPE). A empresa de controle biológico foi apontada pela revista norte-americana como a 33ª mais inovadora mundialmente, na lista encabeçada pelos gigantes de tecnologia Apple, Facebook e Google. A Bug foi considerada pela publicação a mais inovadora do Brasil, à frente da Petrobras e da Embraer. A Fast Company destaca que a Bug produz em massa vespas para combater larvas e percevejos que ameaçam lavouras de cana-de-açúcar e de soja, que representam as duas maiores e mais lucrativas culturas agrícolas do Brasil. E que, em 2011, começou a aperfeiçoar uma maneira de liberar as vespas que produz em plantações de cana-de-açúcar da mesma forma como os inseticidas são pulverizados sobre lavouras da cultura por meio de aviões. "O Brasil é o terceiro maior exportador agrícola do mundo (atrás dos Estados Unidos e da União Europeia) e ultrapassou recentemente os Estados Unidos como o maior consumidor de pesticidas. A Bug tem a única alternativa aos inseticidas aprovado pelos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente e Saúde", afirmou a revista. A Bug desenvolveu soluções a partir de um dos métodos mais antigos utilizados pela humanidade para controlar pragas agrícolas, em que se produz em grande escala insetos programados para atingir e controlar seus inimigos naturais no campo, evitando infestações e danos às plantações. A empresa se destaca no setor de controle biológico ao produzir parasitoides específicos para controlar ovos de pragas, o que não costuma ser feito pelos insetos produzidos pelas empresas do setor, em sua maioria estrangeiras. "Geralmente, as outras empresas de controle biológico produzem parasitoides que controlam lagartas, insetos que já nasceram, que atacam a planta e que só então serão controlados. Nós produzimos parasitoides que controlam o ovo da lagarta ou do percevejo, impedindo que eles venham sequer nascer e causar prejuízos", disse Alexandre de Sene Pinto, um dos fundadores e sócio da empresa, àagência Fapesp.

A empresa iniciou suas atividades produzindo microvespas Cotesia flavipes -- que parasita lagartas (Diatraea saccharalis) de uma praga conhecida como broca da cana-de-açúcar, que ataca lavouras de cana -- e Trichogramma galloi, que são parasitoides dos ovos da mesma praga. Segundo Sene Pinto, utilizada no Brasil desde a década de 1970 no controle da broca de cana-de-açúcar, em um dos maiores programas de controle biológico do mundo, a Cotesia flavipes não estava funcionando bem em algumas áreas de cultivo da cultura no país nos últimos anos, o que levou à entrada de inseticidas no segmento. "Isso nunca tinha ocorrido na cultura de cana-de-açúcar que, tradicionalmente, sempre utilizou controle biológico e não dava espaço para os agrotóxicos. Mas, de repente, os inseticidas começaram a ganhar espaço", disse. Para tentar frear o avanço dos produtos químicos na cultura da cana-de-açúcar, a Bug começou a produzir e a utilizar nas plantações da cultura vespas Trichogramma galloi, que até então não eram utilizadas no cultivo da planta. Hoje, de acordo com Sene Pinto, a área plantada com cana-de-açúcar controlada com o inseto no Brasil aumentou de forma exponencial, atingindo 500 mil hectares. "É um programa de controle biológico único que caminha para ser um dos maiores do mundo", disse. Exportações Além dos insetos para controle de pragas da cana-de-açúcar, a empresa começou a produzir vespas Telenomus podisi e Trissolcus basalis, que parasitam ovos de percevejos que atacam a soja. O Brasil é o maior produtor mundial de soja, com a área plantada superior à da cana-de-açúcar. Produzidos em pequenas quantidades desde 1980 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Bug começou a criar em maior escala os insetos no país e a disponibilizá-los aos agricultores. "O pouco que produzimos no começo não foi suficiente para atender a demanda dos agricultores", disse Sene Pinto. Segundo o pesquisador, a tecnologia de liberação dos insetos em campo, desenvolvida pela Bug, tem sido aprimorada com o passar dos anos pelo grupo de pesquisa que coordena na empresa. O grupo estuda, entre outras questões, os efeitos do microclima e de microambientes na eficiência dos parasitoides, a quantidade de insetos por liberação, seus raios de dispersão, permanência em campo, associação com outros organismos e forma de liberação. Além do Brasil, a empresa exporta insetos para Europa e Estados Unidos, onde ingressou comercializando ovos esterilizados com luz ultravioleta (UV) de uma traça inerte para multiplicação detrichogramma. "Hoje, a Bug conta com alguns investidores, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Fundo Criatec, e se transformou de firma limitada em sociedade anônima", disse Sene Pinto. Para saber mais Leia mais sobre a Bug Agentes Biológicos neste link. Mais informações sobre a empresa: www.bugbrasil.com.br. FONTE Agência Fapesp Elton Alisson Jornalista Telefone: (11) 3838-4000 E-mail: agencia@fapesp.br

Veículo: Agua Boa News Data: 25/02/2012 Link: http://www.aguaboanews.com.br/portal/ Caderno / Página: - / - Assunto: Equipes do Rally da Safra têm largada simultânea no dia 27 Equipes do Rally da Safra têm largada simultânea no dia 27 Equipe 4 deixa Londrina nesta 2ª feira e percorre os estados do Sul para avaliar os efeitos da seca, chegando até o MS; já a Equipe 5 sai de Cuiabá e visita lavouras no MT, GO, MG e DF Técnicos de duas equipes do Rally da Safra 2012 voltam à campo nesta 2ª feira, dia 27 de fevereiro, para prosseguir a avaliação das lavouras de soja e milho. A Equipe 4 irá verificar os efeitos da seca nas lavouras do Sul do país. No início de fevereiro, a expedição havia constatado lavouras com perdas de até 60% no oeste do Paraná, e ainda muitas lavouras de ciclo tardio na região norte do estado. Já no Rio Grande do Sul, neste mês a maior parte das lavouras encontra-se em fase de enchimento de grãos, sendo um período determinante para a produção de soja. Saindo de Londrina, a Equipe 4 irá para Ponta Grossa, onde acontecerá o primeiro evento regional da equipe (veja relação de eventos abaixo). Ainda no Paraná, os municípios de Guarapuava e Pato Branco integram o roteiro da expedição. Lavouras de Santa Catarina e, na sequencia, do Rio Grande do Sul, serão avaliadas pelos técnicos, que chegarão até Passo Fundo, para realização de evento para produtores durante a Expodireto. De volta ao Paraná, os integrantes da Equipe 4 passarão pela região da grande Curitiba, Londrina, Maringá e Campo Mourão. Para finalizar, seguem até o Mato Grosso do Sul pelas regiões de Dourados, Maracaju e Campo Grande, onde encerram os trabalhos da Equipe 4.. Na Equipe 5, os técnicos retornam para algumas regiões já visitadas pelas equipes 1 e 3, desta vez para avaliar soja de ciclo médio/tardio. Inicialmente estarão nas lavouras de Rondonópolis, cidade onde acontecerá o primeiro evento regional desta equipe. Em Goiás, percorrem as regiões de Mineiros, Rio Verde e Catalão. Já em Minas Gerais, o Rally da Safra realiza evento em Uberlândia e avalia as lavouras da região do Triângulo Mineiro, e em Paracatu e Unaí. Para concluir este trecho, a equipe seguirá até Brasília. 60 mil km Em sua 9ª edição, o Rally da Safra condensou equipes e estendeu trajetos. As seis equipes que integram a expedição percorrerão, até 22 de março, mais de 60 mil quilômetros e recolherão cerca de 1,3 mil amostras nos principais pólos de produção de milho e soja do país, passando por 13 estados, além do Distrito Federal: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará. As regiões visitadas representam 99,4% da área cultivada de soja e 80% da área com milho no Brasil. Largada A largada do Rally da Safra ocorreu no dia 16 de janeiro em Cuiabá/MT, primeira região com colheita de soja no país. Organizado pela Agroconsult, o evento técnico é patrocinado pela Vale, Banco do Brasil, Case IH, Intacta (nova tecnologia para soja da Monsanto),UPL Brasil, Mobil Lubrificantes, Fertilizantes Heringer e Mitsubishi, além de contar com apoio da Fiesp, Fundação Agrisus, Impar Consultoria no Agronegócio, Embrapa Monitoramento por Satélite, INPE, Esalq-Log, Saci Soluções, Universidade Federal de Viçosa e EnviroLogix. Resultados O Rally da Safra tem como objetivo tornar públicas informações mais precisas e regionalizadas sobre a

situação das lavouras brasileiras de soja e milho. Todos os dados quantitativos e qualitativos colhidos pelo Rally serão processados pela Agroconsult e apresentados no dia 3 de abril (terça-feira), na Fiesp, em São Paulo. Eventos Rally da Safra 2012 Equipe 4 Ponta Grossa/PR - 27/fevereiro- 19hrs Casa Velha Grill - Rua Frederico Bahls, 545 Passo Fundo/RS - 05/março - 19hrs Gran Pallazzo - Rua Senador Pinheiro, 304 Cruzeiro

Equipe 5 Rondonópolis/MT - 27/fevereiro - 19hrs Milenium - Av. Governador Júlio José de Campos 2083 - Bairro Residencial Granville 1 Uberlândia/MG - 02/março - 19hrs Royal Host Buffet e Decorações - Av. José Paes de Almeida, Nº 631 Bairro Jardim Finotti

Veículo: Jornal de Piracicaba Data: 25/02/2012 Caderno / Página: Cidade / A4 Assunto: ESALQ recebe novos alunos amanhã

USP ESALQ ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Veículo: A Tribuna Piracicabana Data: 25/02/2012 Caderno / Página: Capa e Nacional / 9 Assunto: Pesquisa analisa produção de banana

Veículo: A Tribuna Piracicabana Data: 25/02/2012 Caderno / Página: Cidade / 3 Assunto: Recepção dos ingressantes na ESALQ

Veículo: Clic Folha Data: 25/02/2012 Link: http://www.clicfolha.com.br/ Caderno / Página: - / - Assunto: Startup da USP é eleita uma das 50 empresas mais inovadoras Startup da USP é eleita uma das 50 empresas mais inovadoras Estadão Uma empresa localizada em Piracicaba, no interior de São Paulo, está entre as 50 mais inovadoras do mundo de acordo com o ranking da revista americana de tecnologia Fast Company. Trata-se da Bug Agentes Biológicos, startup fundada por estudantes de pós-graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, e que teve apoio do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). A empresa de controle biológico foi apontada pela revista americana como a 33ª mais inovadora mundialmente, na lista encabeçada pelos gigantes de tecnologia Apple, Facebook e Google. A Bug foi considerada pela publicação a mais inovadora dobrasil, à frente da Petrobrás e da Embraer (que não aparecem entre as 50 primeiras). A Fast Company destaca que a Bug produz em massa vespas para combater larvas e percevejos que ameaçam lavouras de cana-de-açúcar e de soja, que representam as duas maiores e mais lucrativas culturas agrícolas do Brasil. E que, em 2011, começou a aperfeiçoar uma maneira de liberar as vespas que produz em plantações de cana-de-açúcar da mesma forma como os inseticidas são pulverizados sobre lavouras da cultura por meio de aviões. O Brasil é o terceiro maior exportador agrícola do mundo (atrás dos Estados Unidos e da União Europeia) e ultrapassou recentemente os Estados Unidos como o maior consumidor de pesticidas. A Bug tem a única alternativa aos inseticidas aprovado pelos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente e Saúde, afirmou a revista. A Bug desenvolveu soluções a partir de um dos métodos mais antigos utilizados pela humanidade para controlar pragas agrícolas, em que se produz em grande escala insetos programados para atingir e controlar seus inimigos naturais no campo, evitando infestações e danos às plantações. A empresa se destaca no setor de controle biológico ao produzir parasitoides específicos para controlar ovos de pragas, o que não costuma ser feito pelos insetos produzidos pelas empresas do setor, em sua maioria estrangeiras. Geralmente, as outras empresas de controle biológico produzem parasitoides que controlam lagartas, insetos que já nasceram, que atacam a planta e que só então serão controlados. Nós produzimos parasitoides que controlam o ovo da lagarta ou do percevejo, impedindo que eles venham sequer nascer e causar prejuízos, disse Alexandre de Sene Pinto, um dos fundadores e sócio da empresa, à Agência Fapesp. A empresa iniciou suas atividades produzindo microvespas Cotesia flavipes que parasita lagartas (Diatraea saccharalis) de uma praga conhecida como broca da cana-de-açúcar, que ataca lavouras de cana e Trichogramma galloi, que são parasitoides dos ovos da mesma praga.

Segundo Sene Pinto, utilizada no Brasil desde a década de 1970 no controle da broca de cana-deaçúcar, em um dos maiores programas de controle biológico do mundo, a Cotesia flavipes não estava funcionando bem em algumas áreas de cultivo da cultura no país nos últimos anos, o que levou à entrada de inseticidas no segmento. Isso nunca tinha ocorrido na cultura de cana-de-açúcar que, tradicionalmente, sempre utilizou controle biológico e não dava espaço para os agrotóxicos. Mas, de repente, os inseticidas começaram a ganhar espaço, disse. Para tentar frear o avanço dos produtos químicos na cultura da cana-de-açúcar, a Bug começou a produzir e a utilizar nas plantações da cultura vespas Trichogramma galloi, que até então não eram utilizadas no cultivo da planta. Hoje, de acordo com Sene Pinto, a área plantada com cana-de-açúcar controlada com o inseto no Brasil aumentou de forma exponencial, atingindo 500 mil hectares. É um programa de controle biológico único que caminha para ser um dos maiores do mundo, disse. Exportações. Além dos insetos para controle de pragas da cana-de-açúcar, a empresa começou a produzir vespas Telenomus podisi e Trissolcus basalis, que parasitam ovos de percevejos que atacam a soja. O Brasil é o maior produtor mundial de soja, com a área plantada superior à da canade-açúcar. Produzidos em pequenas quantidades desde 1980 pela Embrapa, a Bug começou a criar em maior escala os insetos no país e a disponibilizá-los aos agricultores. O pouco que produzimos no começo não foi suficiente para atender a demanda dos agricultores, disse Sene Pinto. Segundo o pesquisador, a tecnologia de liberação dos insetos em campo, desenvolvida pela Bug, tem sido aprimorada com o passar dos anos pelo grupo de pesquisa que coordena na empresa. O grupo estuda, entre outras questões, os efeitos do microclima e de microambientes na eficiência dos parasitoides, a quantidade de insetos por liberação, seus raios de dispersão, permanência em campo, associação com outros organismos e forma de liberação. Além do Brasil, a empresa exporta insetos para Europa e Estados Unidos, onde ingressou comercializando ovos esterilizados com luz ultravioleta (UV) de uma traça inerte para multiplicação de Trichogramma. Hoje, a Bug conta com alguns investidores, como BNDES, por meio do Fundo Criatec, e se transformou de firma limitada em sociedade anônima, disse Sene Pinto.

Veículo: Jornal de Piracicaba Data: 25/02/2012 Caderno / Página: Ciência / C5 Assunto: USP é universidade que mais forma doutores no mundo

Veículo: A Tribuna Piracicabana Data: 25/02/2012 Caderno / Página: Cidade / 4 Assunto: XXVI Oficina de Aplicação de GPS de Navegação na Agricultura

Veículo: Jornal de Piracicaba Data: 26/02/2012 Caderno / Página: Cidade / A4 Assunto: Boas-Vindas

Veículo: Econota Data: 26/02/2012 Link: http://www.econota.blogspot.com/2012/02/cidades-verdes.html Caderno / Página: - / - Assunto: Cidades verdes CIDADES VERDES Reinaldo Franco é presidente da APRPP. Por : Reinaldo Franco Nos últimos tempos, temos ouvido falar muito em cidades verdes como sinônimo de cidades sustentáveis, mas o conceito de desenvolvimento sustentável traz em si características, não apenas de respeito ao meio ambiente como também formas de atuação economicamente viável e socialmente justa. No aspecto ecológico, devemos fazer um uso mais racional de nossos recursos naturais, como o consumo de energias renováveis, a redução de poluentes e de resíduos, além, é claro, da proteção ambiental. No viés econômico, temos que adotar uma gestão mais eficiente de nossos recursos financeiros, sejam eles públicos ou privados. Precisamos de um fluxo contínuo de investimentos públicos e privados para prover as plataformas de sustentabilidade e promover melhor distribuição de renda. E no social, incentivar a construção de uma sociedade mais justa, mais equilibrada, com melhor qualidade de vida, mais saúde e com a criação de oportunidades de educação e emprego. Dentro dessas premissas, nosso grande desafio é promover o desenvolvimento sustentável, ou seja, crescer de forma ordenada, planejada, levando em conta o futuro desta e das gerações que virão. E, acreditem, o problema não está lá fora, no vizinho. Faz parte de nossa vida e está dentro de nossas casas, assim, como as soluções. O estilo de vida que levamos atualmente tem a ver com geração de riquezas, de conhecimento, de longevidade, mas também com o alto acúmulo de lixo e de poluentes, com a alta taxa de impermeabilização do solo, com a degradação de córregos e rios, com a falta de segurança e com a difícil mobilidade urbana. O crescimento desordenado de nossas cidades trouxe, ao invés de sustentabilidade, enchentes, desmatamento, ocupação de habitações em áreas de risco, desemprego e escassas oportunidades de trabalho próximo de casa, entre outras coisas. Os governos, sem a cooperação efetiva da sociedade, não conseguem conter esta realidade. É preciso o apoio de ONGs, Movimentos, Associações e, principalmente, da sociedade civil e das parcerias público-privadas. Então não há saída à vista: ou mudamos nosso comportamento individual em relação à manutenção do planeta e reeducamos nossas atitudes com mais responsabilidade no consumo e na degradação ambiental ou arcamos com a culpa pela perda de qualidade de vida e, futuramente, pela escassez de recursos naturais, como água, energia e ar, elementos básicos para nossa sobrevivência. Recentemente, a Rede Nossa São Paulo lançou o Programa Cidades Sustentáveis, cujo objetivo é sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para que possamos nos desenvolver de maneira econômica, social e ambientalmente sustentável. O programa oferece instrumentos e indicadores de sustentabilidade, propõe campanhas de mobilização para o voto mais consciente, e uma plataforma de intenções, para adesão dos candidatos aos cargos eletivos, que se comprometerem no engajamento do desenvolvimento sustentável. Essa grande pressão social visa os candidatos das eleições de 2012. Com isso, a expectativa é criar sociedades inclusivas, prósperas, criativas, educadoras, saudáveis e democráticas, que

proporcionem uma boa qualidade de vida e que permitam a participação dos cidadãos em todos os aspectos relativos às atividades públicas. O modelo foi pensado a partir de experiências europeias, mas no Brasil já temos casos de cidades que estão alinhadas com projetos sustentáveis. Curitiba, no Paraná, por exemplo, é considerada uma das 10 cidades mais sustentáveis de todo mundo. Diadema, na grande São Paulo, que há dez anos era um local com altíssimos índices de violência, adotou, em 2001, um Plano Municipal de Segurança, para reduzir os indicadores de criminalidade, especialmente homicídios, por meio de políticas de inclusão social, baseadas na prevenção, na melhoria da qualidade de vida e na promoção da cultura da paz junto à população. Os resultados já começam a aparecer: hoje a cidade reduziu em 60% na taxa de homicídios, em 55% a violência doméstica e de gênero, diminuiu em 80% os tratamentos sanitários de emergência e em 30% os acidentes de trânsito. Cubatão, na Baixada Santista, ficou conhecida, no passado, como a cidade mais poluídas do Brasil por sua vocação industrial. Pois bem, esse município transformou-se em exemplo no combate aos poluentes. Em 1992, recebeu da ONU o título de "Cidade-símbolo da Recuperação Ambiental". São casos isolados, mas são iniciativas louváveis, que devem ser seguidas. Em São Paulo, megalópoles que todos conhecemos, já existem bairros planejados, que prezam pela sustentabilidade local. Esses bairros - e o Parque dos Príncipes é um deles - foram concebidos para facilitar a inter-relação entre os moradores, a amizade, as atividades de lazer e cultura, a qualidade de vida, o bem-estar social, a manutenção das áreas verdes e o incentivo a coleta seletiva, a segurança dos habitantes e, no sentido, de unir esforços nas reivindicações junto aos poderes públicos. Isoladamente é mais difícil acompanhar o cumprimento das promessas dos governantes, mas as associações de bairro e de moradores podem promover ações comunitárias com mais facilidade e estabelecer modelos e políticas locais que satisfaçam as necessidades de cada logradouro. O equilíbrio, entre o desejo da sociedade humana e as medidas de preservação da natureza, passa por um ecossistema que está, a cada dia, mais urbano. Somente pensando localmente se evitará o aumento da expansão urbana sem planejamento. A ideia de bairros planejados, auto-suficientes, pode contribuir e muito para a formação de cidades sustentáveis. Parafraseando o grande arquiteto Oscar Niemeyer, Não basta fazer uma cidade moderna; é preciso mudar a sociedade. As cidades são constituídas por seus habitantes. Somente terão condições de mudar para melhor quando os hábitos e o modo de pensar das pessoas evoluírem, quando mudarem individualmente. Todas as cidades podem tornar-se sustentáveis, respeitando os direitos básicos de cada cidadão, desde que consigam a adesão de seus governantes e de sua população. Alcançar o desenvolvimento e encontrar um modo de vida sustentável exige mudança de comportamento, acolhimento do outro e do ambiente em que se vive. Com esforço, educação e motivação, naturalmente e sem perceber, chegaremos ao patamar desejado de um mundo ideal, de respeito mútuo e de sustentabilidade. * Reinaldo Franco é morador do Residencial Parque dos Príncipes (Butantã, São Paulo) e ocupa o cargo de presidente da Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes (APRPP) www.parquedosprincipes.com.br. E-mail: linkparquedosprincipes@linkportal.com.br.

Veículo: MSN Data: 26/02/2012 Link: http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=32612274&page=0 Caderno / Página: - / - Assunto: Cinco séculos de história do estado de São Paulo estão em coleção a ser lançada na terça no MIS Cinco séculos de história do estado de São Paulo estão em coleção a ser lançada na terça no MIS Marli Moreira Repórter da Agência Brasil São Paulo - Durante todo o período colonial, entre os séculos XVI e XVIII, a maioria da população do mais rico estado brasileiro, São Paulo, vivia sob condições miseráveis e, no primeiro recenseamento feito no Brasil, em 1872, o número de habitantes da capital paulista, na época uma província, era menor do que o de São Luís do Maranhão, no Norte do país. Essas são algumas das informações que os leitores poderão encontrar na coleção História Geral do Estado de São Paulo a ser lançada, na próxima terça-feira, dia 28, às 19h, no Museu da Imagem e do Som (MIS), segundo o coordenador da publicação, Marco Antonio Villa, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), doutor em história e mestre em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). O acadêmico informou que será a primeira publicação onde os autores esmiúçam, além dos fatos mais relevantes da história da cidade de São Paulo, a evolução ocorrida no interior paulista. A obra contém cinco volumes com a historiografia de cinco séculos (do XVI ao XX ) e contou com os seguintes autores: José Jobson de Andrade Arruda, Francisco Vidal Luna, José Leonardo do Nascimento, Tânia Regina de Luca e José de Souza Martins. 'A ideia é dar uma visão geral do estado de São Paulo porque, normalmente quando se fala de história, sempre a capital é priorizada e há um apagamento, vamos chamar assim, do interior', justificou Villa. Ele observou que a obra contém uma bibliografia comentada e um espaço, denominado de Lugares da Memória, em que são apontados os locais para visitação citados nos livros. Nos dois últimos volumes, dedicados ao século XX, um dos fatos curiosos é o movimento da imigração com a chegada, especialmente, na década de 30 de pessoas vindas da Europa e da Ásia, 'que consagraram essa característica cosmopolita de São Paulo', diz Villa. Ele acrescentou que a própria literatura nacional mostra o que foi São Paulo em termos de atratividade interna, citando Vidas Secas, de Graciliano Ramos; Seara, de Jorge Amado, e O Quinze, de Rachel de Queiroz. 'Os personagens desses livros, oprimidos pela seca no Nordeste, sempre migravam para São Paulo'. Após a inauguração da Rodovia Rio-Bahia, em 1949, aumentou o deslocamento populacional para São Paulo. 'Nenhum lugar recebeu tanta gente, e em todo o continente americano não há fato semelhante', disse o acadêmico. Sobre o desenvolvimento do interior, Villa destacou que o surgimento de universidades resultaram em polos de conhecimento científico, contribuindo para a expansão econômica não só do estado como do

país. Um dos exemplos apontados por ele é a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a Esalq, da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba, no desenvolvimento do etanol. O professor citou ainda entre outros São José do Rio Preto como referência em medicina. O secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, informou que a coleção envolveu um investimento de R$ 250 mil e destina-se à melhorar o nível de conhecimento dos alunos da rede pública. Mas também estará à venda ao público por meio da Imprensa Oficial. 'Como membro de uma família que teve papel muito relevante [história de São Paulo], principalmente no desenvolvimento industrial do estado de São Paulo, me dá muito orgulho entregar esse produto', disse. Edição: Fernando Fraga Agência Brasil - Todos os direitos reservados.

USP ESALQ ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Veículo: Jornal de Piracicaba Data: 26/02/2012 Caderno / Página: Opinião / A3 Assunto: Falando (e escrevendo) direito, artigo de José Vicente Caixeta Filho

Veículo: Jornal de Piracicaba Data: 26/02/2012 Caderno / Página: Cidade / A9 Assunto: Pesquisa da ESALQ aprimora manejo de gérberas de corte

Veículo: Jornal de Piracicaba Data: 26/02/2012 Caderno / Página: Cidade / A9 Assunto: Professor recebe prêmio da área de fitopatologia

Veículo: SRB Data: 27/02/2012 Link: http://www.srb.org.br/modules/news/article.php?storyid=5187 Caderno / Página: - / - Assunto: Brasil igual aos Estados Unidos? Brasil igual aos Estados Unidos? A ex-ministra Marina Silva diz que espera que o Brasil se torne no século 21 a potência agrícola que foram os EUA no século 20, mas ela não explicou que para chegarem lá, os gringos removeram a sombra de milhões de ha na região leste onde a terra era fértil e produtiva por Fernando Penteado Cardoso, Eng. agr. sênior, ESALQ-USP 1936 Fundador e ex-presidente da Manah S.A e da Fundação Agrisus. Produtor e criador em Mogi Mirim/SP Participei dias atrás da solenidade de formatura das várias turmas de bacharéis da ESALQ-USP. Lá estava Da. Marina Silva como patrona dos formandos em silvicultura. Ao saudá-los, a ex-ministra, após divagações e palavras estimulantes, disse que esperava que o Brasil se tornasse no século 21 a potência agrícola que foram os EUA no século 20, repetindo, assim, a previsão do laureado Norman Borlaug anos atrás. Mas ela não explicou que para chegarem lá os gringos removeram a sombra de milhões de ha na região leste onde a terra era fértil e produtiva. Por ser mal conformado para o trabalho mecanizado, esse solo é ocupado hoje por pastagens onde é criada, em pequenos rebanhos, grande parte dos bezerros que amparam a eficiente pecuária de corte daquele país. Mesmo em outras regiões, como Iowa por exemplo, além das campinas nativas (prairies), existiam florestas que foram removidas para dar lugar às culturas. Quem quiser saber mais, sugiro visitar os museus históricos de Syracuse/NY e Des Moines/IA. Anos atrás, ao percorrer o estado da Virginia em companhia do agrônomo Collin McClung (pesquisador do IRI-Brasil, Medalha World Food Prize-WFP, 2006), que pesquisou cerrado no Brasil nos anos 1950, ele me explicou que as florestas primárias haviam todas sido cortadas para fornecer madeira para construir as grandes cidades como Nova York, Washington e outras. As Montanhas Azuis haviam sido posteriormente reflorestadas com outras espécies, pois não eram agricultáveis. A imprensa noticiou que ao perguntarem se havia nos EUA algum político defensor de reservas florestais compulsórias em áreas particulares agricultáveis, responderam: não temos, pois jamais seriam eleitos se defendessem tais ideias. Agora estamos mistificados pela florestamania. Temos 400 milhões de ha de mata amazônica, sendo em grande parte inundada, montanhosa, pedregosa ou muito remota. Classificam como pecado ambiental aproveitar os 100 milhões de ha de terras altas, bem conformadas, agricultáveis e bem localizadas, além de beneficiadas por chuva, sol, calor e transporte fluvial, parte das quais já foi aberta. Alegam que iria alterar o clima porque as chuvas vêm da floresta. Grande bobagem, pois o clima é condicionado pelos oceanos, pelo sol e pela rotação da terra, como explicou o saudoso agrônomo climatologista, Ângelo Pais de Camargo em artigo publicado pelo Instituto Agronômico de Campinas-IAC. Estão confundindo causa e efeito: as florestas existem porque chove e não ao contrário. Será que 300 milhões de ha de terras impróprias para agricultura, recobertas de florestas não seriam suficientes para promover os alegados benefícios? Criaram o mal definido conceito de preservar os recursos naturais. De que adianta dispor desses recursos se não forem aproveitados em benefício do homem? É praticamente o mesmo que preservar recursos naturais localizados em Marte ou na Lua.