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Transcrição:

09 a 11 de dezembro de 2015 Auditório da Universidade UNIT Aracaju - SE CENÁRIO DE EVOLUÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA SUPERFICIAL NA ÁREA DE MANGUE DO RIO SANHAUÁ, A MONTANTE E A JUSANTE DO LIXÃO DO ROGER, PÓS SUA DESATIVAÇÃO. Claudia Coutinho Nóbrega 1, Carmem Lúcia Moreira Gadelha 2, Raissa Barreto Lins 3 1 Professora Associada do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil, claudiacnobrega@hotmail.com 2 Professora Associada do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil, carmemgadelha@yahoo.com.br 3 Graduanda de Engenharia Ambiental pela Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil, raissablinss@gmail.com RESUMO O rápido crescimento populacional fez com que a maioria das cidades brasileiras expandisse desorganizadamente, levando a frequente ocupação de ambientes estuarinos. Nesses ambientes, devido à ausência de ordenamento territorial, de planejamento da infraestrutura de saneamento básico e de instrumentos de gestão têm ocorrido sérios impactos ambientais, além do comprometimento da drenagem das águas pluviais e da qualidade dos mananciais hídricos. No estado da Paraíba, as áreas de manguezal vêm sofrendo repetidas agressões devido a atividades econômicas como a carcinicultura (especialmente camarão), aterramentos para expansão imobiliária e construção de grandes equipamentos, invasões para construção de moradia por famílias de sem-teto, além de desmatamentos, depósitos de resíduos sólidos e despejos de esgoto sanitário. Particularmente, o estuário do rio Sanhauá, no litoral paraibano (onde se pratica atividades de lazer de contato primário com a água, pesca e navegação) transformou-se, ao longo do tempo, num emissário onde são lançados, principalmente, efluentes industriais e domésticos e chorume do Lixão do Roger, localizado na cidade de João Pessoa, capital paraibana. Embora tenha sido desativado desde agosto de 2003, a esse Lixão ainda são atribuídos os maiores problemas de degradação e de poluição ambiental na área do manguezal e da porção estuarina do rio Sanhauá, imediatamente nas suas proximidades. Nesse cenário, o estudo analisou a evolução da qualidade físico-química da água superficial na área de mangue e do estuário rio Sanhauá, a montante e a jusante do Lixão, pós sua desativação. Para o alcance do objetivo proposto foram realizadas coletas de informações sobre a área de estudo, por meio de revisão bibliográfica, pesquisa documental e de campo (in loco) e análises laboratoriais da água. De modo geral foi possível concluir que o estuário do Rio continua apresentando, em seu entorno particularidades que, em seu conjunto, o credencia como um exemplo real de amplitude bastante variada de complexidade de problemas. Entretanto, são problemas não somente associados ao antigo Lixão do Roger. Essa realidade tem contribuído para obtenção de valores da DBO acima do máximo permitido pela Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA Nº 357/2005. Esses resultados poderão servir de base para orientação de medidas, ações e programas por parte do poder público e órgãos ambientais, de maneira que se possam minimizar os problemas existentes na área e assegurar os padrões de qualidade da água do rio Sanhauá bem como a preservação do manguezal, segundo a legislação brasileira vigente. Palavras-chave: Água Superficial, Rio Sanhauá (PB), Brasil. INTRODUÇÃO A desordenada ocupação de bacias hidrográficas pelo homem pode gerar enormes prejuízos ambientais como: a destruição da fauna e da flora, a poluição da água e do solo, a degradação das áreas de mangue, o assoreamento e retenções danosas nos corpos de água, as alterações indesejáveis da paisagem afora outras influências negativas no setor socioeconômico. 1

Dentre as consequências decorrentes da poluição da água é notável a quebra do equilíbrio ecológico, a redução da biodiversidade, a proliferação de algas tóxicas, a redução da transparência da água, a ocorrência de depleção de oxigênio, a presença de substâncias tóxicas nos tecidos dos organismos nos níveis mais elevados da cadeia alimentar, a mortandade de peixes de grande importância comercial, entre outras. Em ambientes estuarinos e de mangue a poluição local pode afetar a qualidade da água atingindo diretamente a produtividade do pescado e tornando mais difícil a captura de espécies. Dessa forma, a qualidade da água de uma bacia hidrográfica pode ser afetada por vários fatores antrópicos ou naturais que nela ocorrem, bem como da interação entre eles [1]. O estuário do rio Paraíba situa-se na região nordeste do Brasil, mais precisamente na zona da mata paraibana, entre as latitudes 6º57 24" e 7º08'30" S e as longitudes 34º57'30" e 34º48 45" W, totalizando uma área de 345 km 2. Banha os municípios de João Pessoa, Santa Rita, Bayeux e Lucena, estendendo-se longitudinalmente por cerca de 22 quilômetros, desde a sua foz, no porto de Cabedelo, até as proximidades da ponte sobre o rio Sanhauá, no município de Bayeux. Sua desembocadura apresenta em torno de 2,2 km de largura, e separa os municípios de Cabedelo e Lucena. O rio Sanhauá tem aproximadamente 8 km de extensão e se forma a partir do encontro dos rios do Meio e Marés. É um dos principais afluentes do rio Paraíba e foi em sua foz, margeada pelo casario histórico e pelos campanários de dezenas de igrejas, que João Pessoa, a capital do Estado, foi fundada, no século XVI. Em toda extensão do estuário do rio Sanhauá há um bosque de mangue exuberante, porém com algumas áreas já bastante descaracterizadas, particularmente nas proximidades de aglomerados urbanos. Na margem direita do Rio está à área mais urbanizada e corresponde ao município de João Pessoa. Ao longo do seu percurso encontram-se os bairros do Varadouro, Alto do Mateus e Ilha do Bispo, o Porto do Capim e as favelas Vila Nassau, Favela do S e o antigo Lixão do Roger. Por esse motivo, ao longo do tempo, os ambientes manguezal e porção estuarina do rio Sanhauá têm se transformado em um receptor de efluentes industriais, de esgotos domést icos (provenientes, principalmente, da população assentada irregularmente às margens do Rio) e de chorume de lixões, entre eles o do Lixão do Roger, depositário de lixo da cidade de João Pessoa, a céu aberto de maneira inadequada, do ano de 1958 até agosto de 2003 quando foi desativado. Mesmo assim, ainda hoje se atribuem ao Lixão maiores problemas de degradação e poluição ambiental na área do manguezal e porção estuarina do Rio. Roger. A Figura 1 apresenta a localização do estuário do rio Paraíba do Norte, em destaque a área de influencia do Lixão do Nesse cenário descrito, o estudo tem como objetivo analisar a evolução da qualidade físico-química da água superficial na área de mangue e estuário do rio Sanhauá, influenciada pelo antigo Lixão do Roger, considerando que ainda ocorre a produção de chorume e também o desenvolvimento de atividades antrópicas que agridem os ambientes citados. Figura 1 Localização do rio Paraíba do Norte, em destaque a área de estudo. (Fonte: Adaptado [2]). 2

De acordo com [3], na análise da qualidade da água devem ser considerados os riscos decorrentes dos níveis de contaminação encontrados tanto para o ecossistema como para a população que se aproveita deste recurso, segundo a legislação vigente. Desse modo, a análise da qualidade da água coloca-se como instrumento subsidiário a tomada de decisões, principalmente com o gerenciamento do uso e ocupação do solo e da água superficial, do ambiente como um todo [4]. OBJETIVO Este estudo, tem como objetivo realizar uma análise do cenário da evolução da qualidade físico -química da água superficial na área de mangue do Rio Sanhauá, a montante e a jusante do Lixão do Roger, no período relativo a pós sua desativação até o final do ano de 2014. MÉTODOS E MATERIAIS O estudo foi realizado nas áreas de mangue e do estuário do rio Sanhauá, que sofrem influência do antigo Lixão do Roger, pós sua desativação, no período de março de 2009 a setembro de 2014. Totalizando 13 campanhas de levantamento de dados e amostragem da qualidade da água, as coletas foram realizadas em períodos de chuva e de estiagem. Para a realização do estudo foram feitas, inicialmente, visitas ao campo para reconhecimento e levantamento de informações ambientais sobre as áreas referidas, obtenção de dados sobre o Lixão do Roger e demarcação dos pontos de coleta. Foram definidos quatro pontos de coleta sendo dois na área de mangue e dois no estuário do rio Sanhauá, à montante e à jusante do antigo Lixão do Roger. Os pontos foram definidos como P1, P2, P3 e P4 e suas coordenadas geográficas e descrição de localização são mostradas no Quadro 1. Os procedimentos de coleta de amostras da água bem como os métodos de análises seguiram as recomendações preconizadas pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20ª edição [5]. Os parâmetros analisados foram ph, amônia, nitrito, nitrato, demanda química de oxigênio -DQO e demanda bioquímica de DBO5.A frequência de amostragem foi semestral. Ponto Coordenadas UTM Descrição E N P1 292072 9214178 Manguezal localizado no limite da área do antigo Lixão do Roger, e próximo a habitações subnormais P2 291629 9214276 Camboa do Frade, no limite da área do antigo Lixão do Roger P3 291154 9213558 Rio Sanhauá, à montante da confluência com a Cambo do Frade P4 291141 9213774 Rio Sanhauá, à jusante da confluência com a Camboa do Frade RESULTADOS E DISCUSSÕES Contexto Histórico da Área de Estudo Quadro 1: Localização geográfica e descrição dos pontos de coleta de água (Fonte: Autores, 2015) O Lixão do Roger foi assentado na margem direita do rio Sanhauá no ano de 1958, numa planície flúvio-marinha, cujos terrenos sedimentares apresentam uma altitude média inferior a 5 metros e localizado na região metropolitana de João Pessoa. Nesta planície de mangue, os solos salinos, alagados, muito mal drenados e ricos em enxofre favorecem a existência de crustáceos e moluscos, como ostras, siris e caranguejos. Programado para ter uma vida útil de apenas 3 anos para receber, os resíduos sólidos coletados somente em João Pessoa, mas, funcionou por mais de 40 anos, quando foi fechado em 2003. Nos seus últimos anos de funcionamento, o antigo Lixão do Roger passou a receber também os resíduos sólidos dos municípios de Bayeux e Cabedelo, pois, o Ministério Público havia fechado os lixões daquelas cidades. Em média, no último ano, o antigo Lixão do Roger recebeu 900 toneladas/dia de lixo urbano. Como se pode averiguar, a partir do inicio do seu funcionamento, o Lixão do Roger foi crescendo já apresentando uma área de 4,6ha no ano de 1976 e que passou a ser de 17ha em 2003. Este fato atraiu durante muito tempo pessoas que tinham nos resíduos sólidos uma fonte de sobrevivência, passando a ocupar uma região próxima. Surgiu então o aglomerado conhecido como Favela do S, apresentando precárias condições de vida e de trabalho para seus habitantes. De acordo com a Autarquia Especial de Limpeza Urbana da cidade de João Pessoa - [6], em maio de 3

2003, o Lixão do Roger tinha 508 trabalhadores (catadores de lixo) e sérios problemas de ordem social, ambiental, sanitária e econômica. Apesar disso, praticamente, não ocorreram ações públicas no sentido de resolver os problemas supracitados. O fato é que por estar assentado no manguezal adjacente ao rio Sanhauá o Lixão do Roger agravou ainda mais os problemas ambientais e de saúde pública da população que mora nas proximidades. Finalmente, em agosto de 2003, o Lixão foi desativado e a disposição final dos resíduos sólidos coletados na cidade de João Pessoa passou a ser feita no Aterro Sanitário Metropolitano. Seus 17 hect ares foram divididos em cinco (05) células, para o desenvolvimento de atividades visando à recuperação ambiental da área degradada e implantação de um parque. Monitoramento da qualidade da água As análises físico-químicas das amostras de água coletadas nos pontos P1, P2, P3 e P4 (mangue e rio Sanhauá) no período de março de 2009 a setembro de 2014 estão mostradas na Tabela 1.Os valores representam a média, das 13 campanhas de coleta realizadas, obtida para os parâmetros ph, amônia, nitrito, nitrato, DBO e DQO. Como exposto na metodologia os pontos denominados de P1e P2 ficam localizados no manguezal e os identificados como P3 e P4 estão no rio Sanhauá, respectivamente, à montante e à jusante do antigo Lixão do Roger. Os parâmetros foram comparados aos padrões estabelecidos por [7] para água doce da classe 3 de qualidade na qual está inserida o estuário do rio Sanhauá. Cabe aqui um esclarecimento a cerca do enquadramento desse Rio, segundo a legislação vigente, que recebe influencia da maré apresentando, então, água com característica salobra. O Conselho de Proteção Ambiental do Estado da Paraíba COPAM/PB, através da Resolução Estadual DZS 205, de 23 de março de 1988, enquadrou o rio Sanhauá (inserido na bacia do rio Paraíba) e afluentes, do encontro com o riacho do Meio, inclusive, até o deságue no rio Paraíba na classe 3 de qualidade de água doce, segundo os usos preponderantes. Por esta razão, nesse trabalho, os parâmetros analisados são comparados com os da classe 3 para água doce, conforme mencionado, ao invés de salobra da classe 1. Porém seria importante e necessário que o Conselho reavaliasse o enquadramento em classe de qualidade e usos preponderantes do rio Sanhauá, principalmente na área em estudo. Pontos P1 P2 P3 P4 VMP CONAMA n.º357/05 Classe 3 Parâmetros Manguezal Manguezal Rio Sanhauá Rio Sanhauá ph 6,97 7,07 7,32 7,26 6,0 9,0 Amônia (mgl -1 N) 0,4598 0,0263 0,1200 1,5197 * Nitrito (mgl -1 N) 0,0139 0,0243 0,0211 0,0018 1,0 Nitrato (mgl -1 N) 0,0539 0,2566 0,1036 0,0977 10,0 DBO (mgl -1 O2) 87,47 77,16 68,22 67,93 10,0 DQO (mgl -1 O2) 492,83 584,03 485,26 519,38 * Tabela1: Parâmetros físico-químicos da água superficial nos pontos de coleta. (*) Não citado na Resolução Nº 357/05 do CONAMA (Fonte: Autores, 2015) Analisando a Tabela 1 observa-se que em todos os pontos de amostragem, os valores médios de ph estão em conformidade com a Resolução Nº 357/07 do CONAMA para águas de classe 3(doce). Também estariam em conformidade para a classe 1 de água salobra. De acordo com [8], esse parâmetro pode ser considerado um dos mais importantes para caracterizar os ambientes aquáticos e sua interpretação torna-se difícil devido aos diversos fatores influenciáveis tais como: temperatura, salinidade, comunidade biológica, atividades humanas (agricultura e pecuária), intemperismo, chuvas dentre outras. Segundo [9], alterações do ph podem resultar de fatores naturais ou antrópicos. Sendo assim, valores altos de ph (alcalino) de sistemas hídricos pode estar associado a proliferação de vegetais em geral, pois com o aumento da fotossíntese há consumo de gás carbônico e, portanto, diminuição do ácido carbônico da água e consequente aumento do ph. Em regiões estuarinas, seus valores podem ser modificados em resposta à atividade fotossintética/respiração de organismos e pela influência das marés. No caso do presente estudo tem-se um ambiente estuarino levemente alcalino, verificado pelos valores do parâmetro ph, principalmente nos pontos de amostragem P3 e P4 localizados no rio Sanhauá, o que pode indicar uma maior influência marinha e menor das águas continentais mais ácidas. Os menores valores do ph foram registrados em P1 e P2 e podem ser explicados pela ocorrência de mangue, responsável por altos teores de matéria orgânica a qual contribui para seus valores mais baixos. Para [10] os valores do ph têm um destaque especial, porque deles dependem a mobilidade de grande parte dos elementos químicos transportados pelos rios, destacando-se o ferro, cuja precipitação pode provocar uma co- precipitação de outros elementos químicos. Em geral, ambientes ácidos determinam uma maior mobilidade do metal, enquanto condições de ph alcalino favorecemos processos de retenção. Nos corpos hídricos, as formas mais encontradas do nitrogênio são nitrogênio orgânico, amoniacal, nitrito e nitrato dependendo do seu estado de oxidação. [9] considera que a presença de compostos nitrogenados é 4

indispensável para o crescimento de vegetais e outros organismos, já que este é utilizado na síntese de aminoácidos. Também, a identificação da forma predominante do nitrogênio pode fornecer informações sobre o estágio de poluição. Então, quando a poluição é recente, o perigo para a saúde é maior, pois, nesse caso, o nitrogênio se apresenta na forma orgânica e amoniacal, a mais tóxica. Esses compostos podem ser introduzidos em ambientes aquáticos através de fontes naturais ou como consequência de atividades antropogênicas. A fixação biológica, os processos de precipitações, o escoamento e a drenagem rural são alguns exemplos de fontes naturais de nitrogênio. Já as antropogênicas abrangem diversas atividades industriais, escoamento de águas em centros urbanos, usos de fertilizantes no meio rural e despejo de material fecal e urina em corpos d água sem tratamento adequado [11]. Apesar do visível estado de degradação do estuário do rio Sanhauá, nas proximidades do antigo Lixão do Roger, verificado in loco, obteve-se para os parâmetros amônia, nitrito e nitrato, em todos os quatro pontos de coleta de água, concentrações abaixo dos limites máximos permitidos pela legislação, para a classe 3 de qualidade da água doce. É importante ressaltar que a amônia é um tóxico bastante restritivo à vida dos animais aquáticos, havendo muitas espécies que não suportam concentrações acima de 5 mgl -1. Além disso, a amônia provoca consumo de oxigênio dissolvido das águas naturais ao ser oxidada biologicamente. No entanto, nos ambientes estudados, as concentrações médias da amônia foram baixas, variando de 0,0263 a 1,5197 mgl -1 N entre os pontos de coleta. De acordo com Tabela 1 a DBO5 nos pontos P1, P2, P3 e P4 apresentou-se acima do limite máximo de 10,0 mgl -1 estabelecido pela Resolução Nº 357/2005 do CONAMA para água doce de classe 3 doce, sendo que os maiores valores foram observados em P1 e P2 localizados no mangue adjacente ao Lixão do Roger. Pelo estado de degradação em que se encontra o estuário do rio Sanhauá (verificado in loco) esses valores da DBO foram considerados baixos. Acredita-se que o fato da DBO5 do estuário do rio Sanhauá, nos pontos analisados, ter sido baixa, se considerado a degradação que lá ocorre pelo lançamento de esgotos domésticos e industriais resíduos sólidos e chorume oriundo do antigo Lixão do Roger, pode ser justificado pelo processo de decomposição e ou fator diluição. Também há casos em que os valores baixos de DBO5 pode ocorrer devido ao pouco conteúdo orgânico biodegradável nas efluentes e altas concentrações de resíduos químicos de difícil degradação natural. Outra hipótese que pode ser considerada é a possibilidade do efeito tóxico ou inibidor de materiais (metais pesados, por exemplo), presentes nos efluentes, sobre a atividade microbiana, mascarando assim, o teste de DBO5. Em relação a DQO, nos ambientes estudados, obteve-se valores altos com variação de 485,26 a 584,03 mgl -1 O2 entre os pontos de coleta (Tabela 1), sendo o máximo em P2, localizado no manguezal e que recebe o chorume do Lixão do Roger. Pode-se considerar, então, por esse fato, a hipótese da presença de altas concentrações de resíduos químicos de difícil degradação natural e ou também não biodegradável nesse liquido. Diante disso, há forte indicação de que o estado de degradação, verificado nos ambientes estudados, é devido, principalmente, à presença de material não biodegradável com efeito tóxico ou inibidor sobre a atividade microbiana. Dessa forma, é provável a contribuição do antigo Lixão para a poluição do rio Sanhauá, principalmente, com matéria inorgânica (proveniente do chorume). No entanto, registra-se que essa poluição também pode ser devido ao lançamento de esgotos diretamente no corpo aquático, pela falta de sistema de esgotamento sanitário na área em estudo, e principalmente, de tratamento de efluentes industriais. As Figuras de 02 a 07mostram o comportamento dos parâmetros analisados, ao longo do período estudado. Nota -se que, ocorreu uma pequena variação nos valores dos parâmetros de qualidade da água analisados, entre os quatro pontos de coleta (P1, P2, P3 e P4). Porém, os valores máximos e mínimos alternaram-se entre eles, ou seja, ora ocorreram em P1 e P2, localizados mais próximos ao antigo Lixão do Roger, ora em P3 e P4, no rio Sanhauá. Com relação aos valores da DBO5, pode-se verificar, apesar da tendência de diminuição em todos os pontos de coleta ao longo do tempo, uma desconformidade com a Resolução CONAMA Nº 357/2005 em todo o período de estudo. Os valores de ph, nitrito e nitrato obtidos foram inferiores aos limites máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA Nº 357/2005, em todos os pontos, ao longo do tempo. Por serem regiões de transição entre o continente e os oceanos, os estuários caracterizam-se por apresentar elevada complexidade biológica, oscilações nos parâmetros de qualidade da água e grande fragilidade em relação a atividades antropogênicas. Tudo isso pode estar relacionado com os períodos chuvosos e de estiagem, o ciclo da maré e também com a interação água/sedimento. Esses fatores certamente contribuem para que ocorra a diluição, dispersão e sedimentação dos poluentes por ventura presentes na água e justificar ou explicar a variação e valores dos parâmetros de qualidade obtidos para a região estuarina do rio Sanhauá nas proximidades do antigo Lixão do Roger. 5

9,5 9,0 8,5 ph 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 P1 P2 P3 P4 VMPmin VMPmax Figura 02-Evolução do ph na água em cada ponto de coleta. Nitrito (m g/l) Amônia (mg/l) 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 P1 P2 P3 P4 Figura 03-Evolução da Amônia na água em cada ponto de coleta. 0,00 P1 P2 P3 P4 VMP Figura 04-Evolução do Nitrito na água em cada ponto de coleta. 6

12 10 DQO (mg/l) DBO (mg/l) Nitrato (mg/l) 8 6 4 2 0 P1 P2 P3 P4 VMP Figura 05-Evolução do Nitrato na água em cada ponto de coleta. 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1600 1400 1200 1000 800 600 P1 P2 P3 P4 VMP Figura 06-Evolução da DBO na água em cada ponto de coleta. 400 200 0 P1 P2 P3 P4 Figura 07-Evolução da DQO na água em cada ponto de coleta. 7

CONCLUSÕES No trabalho realizado fez-se uma avaliação do comportamento de seis parâmetros de qualidade da água da região estuarina do rio Sanhauá ao longo de todo o período de estudo e concluiu-se que, Os valores máximos e mínimos dos parâmetros analisados alternaram-se entre os pontos de amostragem, ou seja, ora ocorreram em P1 e P2, localizados mais próximos do Lixão do Roger, ora em P3 e P4, no rio Sanhauá. Porém, foi observado, no geral, entre os pontos, um comportamento semelhante dos parâmetros analisados na água. Pelo estado de degradação em que se encontra o estuário do rio Sanhauá (verificado in loco) os valores da DBO foram considerados baixos. Porém, em todos os pontos, durante o período de estudo, os valores desse parâmetro se apresentaram em desconformidade com a limites estabelecidos pela Resolução CONAMA Nº 357/2005. Os compostos de nitrogênio- nitrito e nitrato apresentaram concentrações inferiores aos limites máximos permitidos pela legislação, para a classe 3 de qualidade da água, ou seja, 1,0 e 10,0 mg L -1 N, respectivamente, mesmo tendo sido observado in loco o lançamento de esgotos domésticos e efluentes industriais e presença de chorume oriundo do antigo Lixão do Roger. Os elevados valores de DQO em todos os pontos de coleta sugerem a presença de altas concentrações de resíduos químicos de difícil degradação natural e ou também não biodegradável no chorume do Lixão do Roger e de efluentes industriais. Diante disto, constatou-se a elevada importância de pesquisas que abordem essa temática, visto que é cada vez mais frequente a grande interferência humana sobre os corpos hídricos das mais diversas formas. RECONHECIMENTO As autoras agradecem a Autarquia Especial de Limpeza Urbana EMLUR/Associação para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia SCIENTEC - Convênios: Convênio 22/2005 e 002/2013, as equipes de pesquisa envolvidas na coleta de informações e análises dos dados da UFPB. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA [1] DIEBEL, M.W.; MAXTED, J.T.; ROBERTSON, D.M.; HAN, S.; ZANDE, M.J.V. Landscape planning for agricultural nonpoint source pollution reduction III: Assessing Phosphorus and Sediment Reduction Potential. Environmental Management, [s.l.], p. 69-83, 2009. [2]MARCELINO, R. L.; SASSI, R.; CORDEIRO, T. A.; COSTA, C. F. Uma Abordagem Socioeconômica e Socioambiental dos Pescadores Artesanais e Outros Usuários Ribeirinhos do Estuário do Rio Paraíba do Norte, Estado da Paraíba, Brasil. Tropical Oceanography, v.33, n.2, p.183-197,2005. [3]HESPANHOL, I. Um novo paradigma para a gestão dos recursos hídricos. Estudos avançados, São Paulo, v. 22, n. 63, p. 131-158, 2008 [4]SANTOS, L. T. S. de O. Análise da qualidade da água superficial do rio Subaé- Bahia e influência do uso e ocupação do solo em seu entorno. Feira de Santana- Bahia, Universidade Estadual de Feira de Santana. Departamento de Ciências Exatas. 88p (Dissertação de Mestrado). 2003. [5]APHA / AWWA / WEF. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th edition. Public Health Association. New York. 1998. [6]EMLUR. Cadastro dos catadores do Lixão do Roger. João Pessoa, 2003. [7] BRASIL. RESOLUÇÃO N 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília : Diário Oficial da União, 2005. Disponível em <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf >. Acessado em: 30.09.2015. [8] ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. 2a Ed. Rio de Janeiro, Interciência/ FINEP, 1998. 602 p.. [9] VON SPERLING, M. 2005. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos (Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias; vol. 1. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 452p [10]OTERO, O. M. F.; BARBOSA, R. M.; QUEIROZ, A. F. S.; MACÊDO, B. L. F.; CASTRO, A. M. 2008. Valores de referência de metais traço em sedimentos de manguezal da Baía de Todos os Santos (Bahia Brasil). In: Queiroz, A. F. S. & Celino, J. J. (Eds) Avaliação de ambientes na Baía de Todos os Santos: Aspectos geoquímicos, geofísicos e biológicos. Salvador-Ba, 101-114. [11]FERRETTI, D.F.; MILLER, J.B.; WHITE, J.W.C.; ETHERIDGE, D. M.; LASSEY, K.R.; LOWE, D. C.; MACFARLING MEURI, C. M.; DREIER, M.F; TRUDINGER, C. M.; VAN OMMEN, T. D.; LAGENFELDS, R. L. Unexpected Chages to the Global Methane Budget over the Past 2000 Years. Science, v.309, p. 1714-1717, 2005. 8