ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO



Documentos relacionados
CHECKLIST CONVÊNIOS E CONTRATOS DE REPASSE RECURSOS FEDERAIS

O PREFEITO DE GOIÂNIA, no uso de suas atribuições legais, e CAPÍTULO I DO FUNDO MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER

DOS DADOS CADASTRAIS DOS CLIENTES

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO CONSULTORIA JURÍDICA NO MINISTÉRIO DA CULTURA

RESOLUÇÃO N Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Francisco Roberto André Gros Presidente

REGIMENTO DO COMITÊ DE ÉTICA NO USO ANIMAL DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE MARÍLIA CEUA-FATEC MARILIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE VIANA

CIRCULAR N Documento normativo revogado pela Circular nº 3.432, de 3/2/2009.

INSTRUÇÕES PARA OS PAGAMENTOS E COMPROVAÇÃO DAS RETRIBUIÇÕES.

PROJETO BÁSICO GRAMADOTUR

PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI

MANUAL DE NORMAS FORMADOR DE MERCADO

Art. 2º. Fazer publicar esta Portaria em Boletim de Serviço, revogando-se a Portaria 577/05-R, de 05 de dezembro de 2005.

MANUAL DE OPERAÇÕES DA RODA DE DÓLAR PRONTO

CIRCULAR Nº Documento normativo revogado pela Circular nº 3.248, de 29/7/2004.

Apoiando Entidades EXTRAÍDO

PREFEITURA MUNICIPAL DE OURO BRANCO ESTADO DE MINAS GERAIS Procuradoria Geral DECRETO Nº 6.487, DE 27 DE OUTUBRO DE 2011.

CONTRATO PADRÃO DE ADESÃO DO CARTÃO SICREDICARD VISA ELECTRON

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA OLINDA

GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO

FACULDADE INTERNACIONAL DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA ESTÁGIO SUPERVISIONADO REGULAMENTO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL. RESOLUÇÃO CEPE-UEMS Nº 1.152, de 24 de novembro de 2011.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPOÁ CHEFIA DE GABINETE DO PREFEITO

MANUAL DE NORMAS CCI CÉDULA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO ÍNDICE

Matéria elaborada com base na legislação vigente em: Sumário:

MATRICULA CASOS ESPECIAIS

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais (CRMV-MG)

MANUAL DE NORMAS E PROCEDIMENTOS PARA COMPRAS E CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS COMPRADORES E FORNECEDORES FUNDAÇÃO DE APOIO À UNIFESP

Política de Exercício de Direito de Voto em Assembléias Gerais

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS RESOLUÇÃO N 137, DE 21 DE JANEIRO DE 2010.

REGULAMENTO PROMOÇÃO "Casa com Carro"

Dispõe sobre a criação do Cadastro Único Nacional da Telefonia Móvel Celular e dá outras providências.

Manual de Orientações Técnico-Financeiras

CAPÍTULO III - DA COMPOSIÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO DA CARTEIRA DO FUNDO

RESOLUÇÃO Nº Parágrafo único. Não são considerados no cálculo da exigibilidade:

Ministério da Educação Universidade Federal da Integração Latino-Americana

GOVERNO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DE FINANÇAS COORDENADORIA DA RECEITA ESTADUAL GETRI GERÊNCIA DE TRIBUTAÇÃO

DECRETO Nº , DE 15 DE JANEIRO DE 2014

RESOLUÇÃO CFC N.º 1.494, de 20 de novembro de O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

MANUAL PARA REGISTRO DE CERTIFICADO DE DEPÓSITO DE VALORES MOBILIÁRIOS - BDR NÍVEL I NÃO PATROCINADO

Coordenação-Geral de Tributação

MUNICÍPIO DE PORTO FERREIRA Estado de São Paulo DIVISÃO DE SUPRIMENTOS Seção de Licitações e Contratos

Notas explicativas da Administração às demonstrações financeiras Em 31 de dezembro de 2014 (Valores em R$, exceto o valor unitário das cotas)

Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Fazenda Departamento Geral de Administração e Finanças TERMO DE REFERÊNCIA

DECRETO Nº / 2008

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEX PREVIDÊNCIA SOCIAL. Débitos Previdenciários Municípios Parcelamento Normatização

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

REF.: RELATÓRIO TRIMESTRAL DO FIDC FORNECEDORES ODEBRECHT (CNPJ: / ) - PERÍODO ENCERRADO EM 30/09/2015.

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Deliberação nº 1.100/2014 DS/CMDCA

Nota Técnica nº 446/2010/COGES/DENOP/SRH/MP. ASSUNTO: Averbação de tempo de serviço. Referência: Processo Administrativo nº

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-GERAL FEDERAL DEPARTAMENTO DE CONSULTORIA

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE ANÁPOLIS-CMDCA

Nota de Esclarecimento sobre o Parecer dos Auditores Independentes Fundação Libertas de Seguridade Social

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 119, DE 1º DE MARÇO DE 2011

PROGRAMA DE APOIO A ELABORAÇÃO DE DISSERTAÇÃO OU TESE EDITAL FAPEMA Nº 016/ PAEDT

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

RESOLUÇÃO N. 114/2013/TCE-RO

RESOLUÇÃO CEG nº 12/2008

FICHA CADASTRAL PESSOA FÍSICA

EDITAL FAPES Nº 003/2010

RESOLUÇÃO/PRESI DE 07 DE DEZEMBRO DE 2009.

ALTERAÇÕES NA LEI DE FUNDAÇÕES DE APOIO: POSSIBILIDADES E EXPECTATIVAS PARA AS IFES FORPLAD DOURADOS 30, 31/10/2013 e 01/11/2013

Lei n /2011 Cadastro Positivo

LEI Nº 2.437, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2015.

Número: / Unidade Examinada: Município de Bujaru/PA

PREFEITURA DE PALMAS SECRETARIA MUNICIPAL DE GOVERNO E RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

Instrução Normativa RFB nº 777 de 19/10/07 DOU 30/11/07

Objetivo: Regular o processo de elaboração e execução de convênios e contratos no âmbito da COPPETEC

REGULAMENTO DO PLANO INDIVIDUAL DE PECÚLIO POR MORTE DAS CARACTERÍSTICAS

PROGRAMA APOIO ÀS INSTITUIÇÕES DE PESQUISA SEDIADAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

E FINANCEIRA: NOVA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA PARA CONTROLE DAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE VIANA ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA PREFEITA

São Paulo, 15 de fevereiro de

INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 1.058, DE 26 DE JULHO DE 2010 DOU

INSTRUÇÃO Nº 402, DE 27 DE JANEIRO DE 2004

ATOS DA FMEL - FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER DE ITAJAÍ EDITAL Nº. 004/2013 LEI MUNICIPAL DE INCENTIVO AO ESPORTE

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

CONTRATO 004/2013. CLÁUSULA PRIMEIRA Objeto. O presente Contrato tem por objeto o item a baixo:

REGULAMENTO DO CREDENCIAMENTO PARA COMPOR O CADASTRO DE CONSULTORES DO MOVIMENTO CATARINENSE PARA EXCELÊNCIA

Presidência. Diretoria Administrativa. Diretoria Financeira. Diretoria de Aposentadoria e Pensões. Diretoria de Assuntos Jurídicos.

SOLICITACÃO DE COTAÇÃO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR TERMO DE REFERÊNCIA 057/2011

Apresentar recibo original emitido pela organização do evento, constando inclusive à assinatura do recebedor.

DECRETO Nº ,DE 8 DE JANEIRO DE 2013 CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

REGULAMENTO DE CREDENCIAMENTO DE PESSOAS JURÍDICAS PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE CONSULTORIA, INSTRUTORIA EM PROJETOS.

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ

Marcos Bragatto Superintendente de Regulação e Comercialização de Eletricidade ap049_2011@aneel.gov.br

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

CAPÍTULO I DA FINALIDADE BÁSICA DO CONSELHO

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Cancelamento de Nota Fiscal Paulistana quando o ISS já foi recolhido

GUIA DE ESTÁGIO CURSOS TÉCNICOS

Coordenação-Geral de Tributação

Transcrição:

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PARECER n2 175/2016/CONJUR/MINC/CGU/AGU (15 i) PROCESSO n5 01400.006308/2016-94 INTERESSADO: BPE - Bertini Produções e Eventos Culturais e Esportivos Ltda. I - Consulta relativa à natureza das verbas oriundas do incentivo fiscal, conforme previsto na Lei ns 8.313, de 23 de dezembro de 1991. II - Parecer pela natureza pública de tais recursos, com o caráter da impenhorabilidade. Sra. Coordenadora Geral de Direito da Cultura, Cuidam os presentes autos de consulta dirigida a esta CONJUR por meio do Despacho ns 15/2015/GAB/SAv/MINC (fl. 38), quanto ao questionado pela BPE - Bertini Produções e Eventos Culturais e Esportivos LTDA - ME, Proponente do PRONAC ns 160390, Cine PE - Festival do Audiovisual, no que se refere à obtenção junto à Secretaria do Audiovisual/MINC de "documento formal" com a garantia de que os recursos depositados em contas destinadas ao referido Projeto são recursos públicos, advindos de legislação federal de incentivos fiscais. 2. A justificativa para tal requerimento, de forma genérica, apresentou-se no seguinte sentido: "De fato, por conta de ameaça de bloqueio judicial e diante da proximidade de depósitos e da execução do projeto relativo à edição de 2016, é de absoluta importância que tenhamos na nossa defesa jurídica, um documento consistente tecnicamente, que enfatize bem esse fato concernente à propriedade dos recursos. Afinal, os mesmos são destinados aos itens de despesas previamente aprovadas pelo Ministério, sujeito às prestações de contas e aos órgãos de fiscalização". É o breve relatório. Passamos à análise. 3. Conforme se pode verificar do relatório supra, o cerne da questão cinge-se à necessidade de demonstração da titularidade da União no que tange às verbas oriundas do mecanismo do mecenato, depositadas em contas bancárias abertas em favor de proponentes de projetos relativos ao tema. 4. Aclara-se que os valores advindos do referido mecanismo do mecenato possuem a natureza de recursos públicos, uma vez que são recursos decorrentes de renúncia fiscal que, além de se revestirem da característica de recursos sujeitos à prestação de contas, dispõem de normas específicas determinadas pelo governo federal para a utilização. A Instrução Normativa n^ 01/2013 estabelece, quanto à liberação e movimentação desses recursos, que: Art. 52. Os recursos captados serão depositados em conta bancária bloqueada, denominada Conta Captação, e geridos em conta de livre movimentação. denominada Conta Movimento, ambas destinadas especificamente para o projeto cultural, a serem abertas pelo MinC logo após a publicação^da portaria de Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 3^ andar - Brasília, DF ^A'' 70.068-900 - Fone: (51) 2024,2162 - Fax: (51) 2024,2388

Continuação do Parecer n^ 175/2016/CONJUR/MinC ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO autorização para captação de recursos, exclusivamente em instituições financeiras controladas pela União. Ng. 19 Não serão depositados na Conta Captação recursos oriuncos de outras fontes não relacionadas ao mecanismo de incentivo fiscal. 29 Em caso de bloqueio judicial em contas de projetos culturais aprovados nos termos da Lei ns 8.313, de 1991, independente do motivo de tal bloqueio, deverá o proponente, de imediato, promover a restituição dos valores devidamente atualizados conforme art. 54, 29, à Conta Captação do prcjeto, com a devida comunicação ao Ministério da Cultura.. 39 Durante o acompanhamento da execução do projetid, o MinC poderá, motivadamente e a fim de garantir sua regularidade, determinar a devolução de recursos à Conta Captação. Art. 53. Os recursos oriundos de patrocínio ou doação somente serão captados após a devida publicação da portaria de autorização para captação de recursos prevista no art. 47, e somente serão movimentados quando atingidos vinte por cento do orçamento global do projeto, ressalvados os projetos contemdiados em seleções públicas ou respaldados por contrato de patrocínio. 19 Os recursos serão depositados na Conta Captação por meio de depósito identificado, com a informação obrigatória do CPF ou do CNPj dos depositantes, ou, alternativamente, por Transferência Eletrônica Disponível - TED, ou Documento de Operação de Crédito - DOC, desde que, da mesma forma, tenham sido identificados os depositantes. 29 A primeira movimentação para a Conta Movimento será ef(5tuada pelo MinC ao se atingir o limite previsto no caput, e após consulta da regularidade do proponente junto ao Programa Nacional de Incentivo à Cultura - Pronac, sendo que a liberação da movimentação dos demais recursos captados posteriormente dar-se-á automaticamente pela instituição financeira por meio de transferência bancária. 39 O proponente terá direito a saques para pagamentos de despesas iguais ou inferiores a cem reais, devendo as demais despesas ser realizadas por meio de transferência bancária identificada, cheque nominal ou qualquer outro meio eletrônico de pagamento que assegure a identificação do fornecedor de bem ou serviço. 49 Os recursos oriundos de captações não autorizadas, realizadas fora do prazo ou do valor definido na portaria de autorização, serão desconsiderados para sua utilização pelo projeto, devendo ser revertidos ao Fundo Nacional da Cultura (FNC), sem prejuízo ao incentivador quanto ao benefício fiscal. 59 No caso de projeto que preveja Plano Anual de Atividades nos termos do art. 16, os recursos captados poderão ser transferidos para a Contei Movimento quando atingido 1/12 (um doze avos) do orçamento global aprovado. 69 Os limites previstos no caput e no 59 poderão ser reduzidos: I - na hipótese de urgente restauração de bem imóvel, a critério do Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, desde que os recursos captados sejam suficientes para sustar os motivos da urgência; e II - em caso de alteração do projeto, mediante justificativa apresentada pelo proponente ao MinC, desde que observados os procedimentos da Seção III deste Capítulo. 79 Depósitos equivocados na Conta Captação, quando devidamente identificados e justificados, poderão ter o estorno para a Conta Movimento autorizado pelo MinC, para o devido ajuste, a pedido do proponente. 89 Na hipótese do 79, o MinC comunicará o fato à Receita Federal do Brasil, para eventual fiscalização tributária na forma do art. 36 da Lei.313, de 1991, e do art. 12 da Instrução Normativa Conjunta MinC/MF n 1, de 13 de junho de 1995. Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 223/224 - Brasília, DF 70.068-900 - Fone: (61) 2024.2162 - Fax: (61) 2024.2388 p. 2/4

Continuação do Parecer 175/2016/CONJURminC ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO Art. 54. As contas Captação e Movimento, isentas de tarifas bancárias, serão vinculadas ao CPF ou ao CNPJ do proponente para o qual o projeto tenha sido aprovado. 19 As contas somente poderão ser operadas após a regularização cadastral, pelos respectivos titulares, na agência bancária da instituição financeira oficial federal onde tenham sido abertas, de acordo com as normas vigentes do Banco Central, para que, em caráter irrevogável e irretratável, a instituição financeira cumpra as determinações do MinC para movimentá-las. 29 Os recursos depositados nas contas, enquanto não empregados em sua finalidade, e mediante solicitação expressa do titular junto à sua Agência de Relacionamento, no ato da regularização das contas, serão obrigatoriamente aplicados em; I - caderneta de poupança de instituição financeira oficial, se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês; ou II - em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou operação de mercado aberto lastreada em título da dívida pública federal, quando sua utilização estiver prevista para prazos menores. 39 Os rendimentos da aplicação financeira serão obrigatoriamente aplicados no próprio projeto cultural, dentro dos parâmetros já aprovados pelo ministério, estando sujeitos às mesmas condições de prestação de contas dos recursos captados. Art. 55. Ao término da execução do projeto cultural. os saldos remanescentes das contas Captação e Movimento serão recolhidos ao Fundo Nacional da Cultura - FNC. nos moldes do art. 5^. V, da Lei ns 8.313, de 1991. Ng. 5. Reforçando essa tese verifica-se no âmbito do Tribunal de Contas da União/TCU a predominância dessa linha de raciocínio, razão pela qual faz-se necessário transcrever voto entendimento; proferido no âmbito daquela Corte de Contas que traduz tal ACÓRDÃO N9 1285/2008- TCU - PLENÁRIO - Processo TC-003.894/2006-3 "(...) 10. O segundo ponto a ser analisado diz respeito ao enquadramento das doações e patrocínios previstos na Lei Rouanet como verba pública. 11. Em relação a essa questão, cabe esclarecer primeiramente que os beneficiários dos recursos oriundos das doações e dos patrocínios devem prestar contas de sua aplicação, nos termos do art. 29 da Lei 8.313/91: 'Art. 29. Os recursos provenientes de doações ou patrocínios deverão ser depositados e movimentados, em conta bancária específica, em nome do beneficiário, e a respectiva prestação de contas deverá ser feita nos termos do regulamento da presente Lei.' (sem grifo no original). 12. Caso não se tratasse de verba pública, os responsáveis pelos projetos não precisariam prestar contas da aplicação dos recursos ao poder público. 13. Reforçando a linha de raciocínio acima, observa-se que o 39 do art. 27 do Decreto 1.494/95, que regulamentou a Lei Rouanet, determina que o beneficiário de verbas oriundas do incentivo fiscal deverá recolher ao FNC o saldo eventualmente existente na conta corrente aberta para o recebimento dos recursos, na hipótese de encerramento do prazo de captação ou de inviabilidade do projeto: '39. Encerrado o novo prazo de captação e tornado inviável o projeto cultural, os recursos a ele parcialmente destinados serão recolhidos pelo beneficiário ao FNC, no prazo de cinco dias úteis, contado da notificação da CNIC 14. Não fosse pública a natureza de tais verbas, não haveria amparo legal para obrigar os beneficiários a recolher os saldos dos projetos a um fundo gerido pelo poder público, como é o_caso do FNC Ng. Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 223/224 - Brasília, 70.068-900 - Fone: (61) 2024.2162 - Fax; (61) 2024.2388 p. 3/4

Continuação do Parecer n^ 175/2016/CONJUR/MinC ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO 15. No âmbito desta corte, é pacífico o entendimento quanto a natureza pública dos recursos oriundos da renúncia fiscal prevista nas leis de incentivo à cultura, em especial a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual (Lei 8.685/93), A título de exemplo, cita-se o item 9,1 do Acórdão 1988/2003-1^ Câmara, por meio do qual este Tribunal enfatiza que os recursos provenientes de renúncia fiscal são públicos: '9,1, com fundamento no art, 70, caput, da Constituição Federeil e no art. le, le, da Lei 8.443/92, determinar a realização de diligência junto à S(;cretaria da Receita Federal, solicitando que informe os montantes de dedução do imposto de renda, nos exercícios de 1994 a 1999, decorrentes da comercialização de cotas de projetos audiovisuais da empresa ADL - Assessoria e Consultoria S/C, nos termos da Lei 8.685/93, discriminados por projeto e por conta bancária onde' os recursos foram depositados, devendo a unidade técnica esclarecer a competência do Tribunal para fiscalizar a aplicação de recursos objeto de renúncia fiscal e a importância da informação para o saneamento destes autos, assim como informar que os recursos públicos decorrentes de renúncia fiscal são recursos públicos 5,ujeit05 à prestação de contas e, por isso, as informações a eles atinentes não estão sujeitas ao sigilo fiscal. (Sem gritos no original)". 6. Verifica-se, assim, que a propriedade da União dos valores existentes em tais contas vinculadas aos projetos culturais incentivados decorre de lei e de atos infralegais regulamentares, que conferem às contas estabelecidas oriundas do mecenato o caráter de recursos federais, 7. Nessa linha, remota a possibilidade de eventual interferência externa nos depósitos bancários do mecenato, em decorrência da necessidade de ser assegurada a execução do projeto cultural incentivado, forçando o reconhecimento do caráter impenhorável dos recursos depositados em contas ligadas aos PRONACs. 8. Há que se repisar, no entanto, quanto ao dito bloqueio judicial, a relevância da determinação contida na Instrução Normativa n^ 01/2013, ao estabelecer que: "Art. 52... ^ 29 Em caso de bloqueio judicial em contas de projetos culturais aprovados nos termos da Lei n9 8.313. de 1991. independente do motivo de tal bloqueio, deverá o proponente, de imediato, promover a restituição dos veilores devidamente atualizados conforme art. 54. ^ 29. à Conta Captação do projeto, com a devida comunicação ao Ministério da Cultura". Ng. 9. Dessa forma, extrai-se da interpretação sistemática da legislação pertinente a conclusão de que os recursos depositados em contas vinculadas ao mecenato são recursos públicos, que permanecem insuscetíveis de penhora ou constrição judicial, porém, se ocorrida tal penhora devem ser rigorosamente observados os preceitos da IN n^ 01/2013 quanto à restituição dos valores pelos Proponentes. 10. À consideração superior. Brasília, 04 (de março de 2016. Marí4 Izabel de Castro Garotti.advogada da União Matrícula SIAPE 0050315 Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 223/224 - Brasília, DF 70,068-900 - Fone: (61) 2024,2162 - Fax: (61) 2024,2388 p. 4/4

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO CONSULTORIA JURÍDICA JUNTO AO MINISTÉRIO DA CULTURA COORDENAÇÃO GERAL DE DIREITO DA CULTURA DESPACHO n. 00199/2016/CONJUR-MINC/CGU/AGU NUP: 01400.006308/2016-94 INTERESSADOS: BPE - BERTINI PRODUÇÕES E EVENTOS CULTURAIS E ESPORTIVOS LTDA ASSUNTOS: INCENTIVOS FISCAIS 1 Aprovo o Parecer n" 00175/2016/CONJUR-MinC/CGU/AGU. 2. Dispensada aprovação superior nos termos da Portaria rf 01, de 04/11/2009 (D.O.U. de 05/11/2009) desta Consultoria Jurídica. 3. Em complemento ao parecer acima mencionado, destaca-se que a manifestação jurídica acima referida visa a esclarecer a área técnica consulente, no caso a SAV/MinC, acerca da natureza dos recursos cm tela, não consistindo em defesa elaborada em favor de terceiro interessado. 4. Nesse contexto, compete à SAV/MinC, tão somente, informar ao interessado, por meio de declaração, que as contas bancárias destinadas especificamente ao PRONAC 160390 são vinculadas à sua execução. 5. Reitera-se, por fim, o teor do item 8 do Parecer n" 00175/2016/CONJUR- MinC/CGU/AGU, no sentido de que, no caso de eventual bloquei judicial, aplica-se o disposto no 2 do art. 52, da Instrução Normativa n" 01, de 2013. Brasília, 05 de abril de 2016. PATRÍCIA LIMA SOUSA ADVOGADA DA UNIÃO COORDENADORA-GERAL DE DIREITO DA CULTURA Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 01400006308201694 e da chave de acesso c911d819 Documento assinado eletronicamente por PATRÍCIA LIMA SOUSA, de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 6987719 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): PATRÍCIA LIMA SOUSA. Data e Hora: 05-04-2016 18:23. Número de Série: 13205482. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv4.

wuimjur/minc PRANCO