Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA): a implementação em duas escolas de Teresina, Piauí.



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Transcrição:

Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA): a implementação em duas escolas de Teresina, Piauí. Raquel Sousa Valois (rsvalois@ufpi.edu.br UFPI/Floriano) Rosa Maria Feiteiro Cavalari (rosamfc@rc.unesp.br UNESP/Rio Claro) Resumo Esse trabalho de natureza qualitativa, parte integrante de uma dissertação de mestrado, objetiva investigar a implementação da COM-VIDA, bem como analisar como os sujeitos envolvidos interpretaram/traduziram e efetivaram tal política em duas escolas públicas municipais de Teresina, Piauí. Para atingirmos tal objetivo, realizamos entrevistas semiestruturadas com os envolvidos com a Comissão - alunos, ex-alunos, coordenadores e representantes das Secretarias de Educação (estadual e municipal). A partir dos resultados, podemos afirmar que a compreensão que os alunos possuem da COM-VIDA se aproxima daquela proposta pelo documento oficial. A seleção de novos participantes e organização da COM-VIDA segue critérios préestabelecidos, bem como regras criadas pelos alunos na escola B, o que demonstrou um caráter autoritário e excludente, enquanto que na escola A, a participação de alunos parece ser mais liberal, apesar de possuir poucos participantes. As principais atividades desenvolvidas foram voltadas para a melhoria do espaço escolar e conscientização dos alunos contra o desperdício de água, energia, alimentos etc. As dificuldades apontadas foram de aceitação dos alunos, falta de apoio interno e externo, falta de recurso financeiro e falta de material. Já as mudanças foram voltadas para o aspecto comportamental dos alunos. Concluímos que a proposta da COM-VIDA foi reinterpretada pelos envolvidos quando se efetivou na prática, o que provocou mudanças nos princípios e objetivos da proposta inicial. Palavras-Chave: Política Pública, Educação Ambiental, COM-VIDA.

1. INTRODUÇÃO Embora a preocupação com a natureza seja bastante antiga, alguns pesquisadores ambientais (TOZONI-REIS, 2004 e LIMA, 2005) apontam que foi a partir da década de 1960 que a questão ambiental começou a emergir como problema significativo, momento em que vieram à tona os vários desastres ambientais em várias partes do mundo, como consequência da industrialização, concentração populacional urbana e incentivo ao consumo. Nesse mesmo período, começou a se pensar na contribuição do processo educativo, que passou a ser considerado por todos como uma possibilidade de provocar mudanças e alterar o quadro ambiental mundial (CARVALHO, 1989). As grandes contribuições que a educação ambiental (EA) traria para o enfrentamento da crise ambiental ganharam papel de destaque dentre as discussões que permeavam as Conferências de Estocolmo, de Belgrado e de Tbilisi, que ocorreram na década seguinte. De acordo com Carvalho (2008), a mobilização dessas conferências no âmbito internacional teve reflexos no Brasil, o que colaborou para a efetivação de várias conferências e seminários nacionais, bem como para a implementação de políticas e programas responsáveis por integrar a EA nas ações do governo. No entanto, Loureiro (2004) afirma que somente na década de 1980 a EA no Brasil começou a ganhar dimensões públicas de alguma relevância, e passou a ser inserida nos setores governamentais. Segundo Loureiro e Cóssio (2007), o governo brasileiro vem realizando esforços para a criação e implementação de diretrizes e políticas públicas com o intuito de promover a EA formal. A pesquisa realizada por Veiga et al. (2005) aponta que processo de expansão da EA nas escolas de ensino fundamental foi bastante acelerado, na qual o número de escolas que ofereciam EA era de aproximadamente 115 mil, 61,2% do universo escolar, em 2001, ao passo que, em 2004, esse número praticamente alcançou 152 mil escolas, ou seja, 94% do conjunto. Entre os programas federais voltados para o contexto educacional, destaca-se o Programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas (PVCBE), criado a partir de demandas da I Conferência Nacional Infanto-Juvenil de Meio Ambiente (CNIJMA), em 2003. Uma das ações estruturantes constituintes desse Programa é a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida - COM-VIDA, que entre seus vários objetivos prevê o de criar espaços estruturantes na escola para um dia-a-dia participativo, democrático, animado e saudável, promovendo o intercâmbio entre a escola e a comunidade, com foco nas questões socioambientais locais e construir a Agenda 21 Escolar (BRASIL, 2004).

Esse trabalho, parte integrante de uma dissertação de mestrado, objetivou investigar a implementação da COM-VIDA, bem como analisar como os sujeitos envolvidos interpretaram/traduziram e efetivaram tal política em duas escolas públicas municipais de Teresina, Piauí. Para alcançarmos esses objetivos, nossa pesquisa se baseou na abordagem do ciclo de políticas, referencial analítico proposto por Bowe et al (1992) e Ball (1994), que fornece subsídios para análise de políticas públicas educacionais. Para auxiliar o entendimento da política pública COM-VIDA na prática, utilizamos a teoria da política em ação, proposto por Ball, Maguire e Braun (2012), que contribuiu para a compreensão das interpretações/traduções da política feitas pelos sujeitos ao desenvolvê-la nas escolas. 2. DELINEAMENTO DA PESQUISA A presente pesquisa se insere no campo da investigação qualitativa e cumpriu um período exploratório, sendo este precedido por uma fase de negociações para obter o campo de acesso (ALVES-MAZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 2001), etapas que aconteceram no período de março a julho de 2011. O critério para a escolha das escolas participantes dessa pesquisa foram ter participado da III CNIJMA, ocorrida em 2008/2009 e estar desenvolvendo as COM- VIDAS até 2011, ano da coleta de dados, o que nos levou a um recorte de duas escolas municipais. Foram realizadas entrevistas, do tipo semiestruturada, com vinte e cinco participantes envolvidos com as COM-VIDA nas escolas selecionadas bem como com as representantes das Secretarias de Educação; com dezenove alunos e dois exalunos; dois responsáveis pela COM-VIDA na escola 1 ; uma coordenadora de EA da Secretaria Municipal de Educação (SEMEC) e uma supervisora de EA da Secretaria de Educação e Cultura do Piauí (SEDUC). 3. COM-VIDA: implementação em duas escolas 3.1. Breve caracterização das COM-VIDA e escolas pesquisadas Nesse subitem apresentamos algumas informações gerais que auxiliam na caracterização tanto das COM-VIDAS quanto de seus participantes em cada escola. Para garantir o anonimato dos entrevistados, ao longo da análise, as escolas serão designadas como A e B. No Quadro 1, apresentamos informações a respeito de cada escola, como a localização, séries ofertadas e quantidade de turmas e de alunos. 1 Inicialmente a nossa intenção era entrevistar o responsável pela COM-VIDA nas diferentes escolas. No entanto, na escola A, a responsável pela Comissão estava de licença e por isso não nos concedeu a entrevista. Assim, por sugestão dessa responsável, um dos professores, que estava mais próximo das atividades desenvolvidas pela Comissão, foi entrevistado.

Quadro 1 - Características gerais das escolas pesquisadas Escola A Localização: zona norte de Teresina Região central/urbana Ensino fundamental: 6º ao 9º ano (manhã e tarde) 27 turmas; aproximadamente 800 alunos Escola B Localização: zona sul de Teresina Região de periferia Ensino fundamental: 6º ao 9º ano (manhã) e 1º ao 5º ano (tarde) 15 turmas; aproximadamente 480 alunos De acordo com documentos fornecidos pelos estudantes (atas de reuniões), a COM-VIDA da escola A foi criada no dia 17 de novembro de 2009, por intermédio do Fórum para a Criação das COM-VIDAS. Os objetivos do evento foram fortalecer a EA nos sistema de ensino pela criação e implementação de COM-VIDAS nas escolas que participaram da III CNIJMA e identificar problemas socioambientais locais com reflexão sobre o papel da educação no desenvolvimento de políticas de meio ambiente. Segundo o ex-aluno entrevistado da escola A, no Fórum houve a apresentação das atividades realizadas pela escola, que envolviam a temática ambiental (horta, reciclagem e aproveitamento da água), ações estas que foram parabenizadas pelas representantes do Ministério da Educação (MEC) e da SEMEC. De acordo com a ex-aluna entrevistada e com uma das atas de reuniões, a criação oficial da COM-VIDA na escola B, constituída por catorze alunos, aconteceu no final de 2009 após a III CNIJMA, durante a realização de um Fórum realizado na escola, no qual foi feita apresentação por um representante do CJ do que é a COM- VIDA e quais etapas são sugeridas para sua criação. Nesse evento foi feita a leitura da Carta de Responsabilidade deliberada na III CNIJMA por uma aluna e na época, a delegada, que representou a escola na Conferência Nacional. Em sua entrevista, essa aluna nos contou como foi a realização desse Fórum e que nele foi lido o Acordo de Convivência feito pelos integrantes da COM-VIDA da escola B : A COM-VIDA da escola A era formada por cinco alunos, somente um era do sexo masculino e do total, três já estavam no último ano do ensino fundamental. Já a COM-VIDA da escola B era constituída por catorze alunos, sendo dez do sexo feminino e metade do número de alunos estava no 9º ano. 3.2. Análise e interpretação das entrevistas A fim de facilitar a compreensão dos dados, os resultados foram organizados a partir das leituras das transcrições com um esforço de buscar elementos significativos

que pudessem nos auxiliar a atingir aos objetivos pretendidos. Analisamos os dados à luz do documento oficial (BRASIL, 2004, 2007) e das ideias elaboradas por Bowe et al (1992), Ball, Maguire e Braun (2012) buscando discutir as aproximações e distanciamentos entre a realidade das escolas e o documento referência. Nesse presente trabalho serão apresentados os dados mais relevantes da pesquisa, uma vez que os limites dessa apresentação nos impossibilita de apresentar os dados na íntegra. Sendo assim, a fim de facilitar o entendimento da implementação da política pública de EA nas escolas pesquisadas, os resultados serão apresentados nos seguintes subitens: compreensão acerca da COM-VIDA, seleção de participante e organização da COM-VIDA, atividades desenvolvidas e por fim, dificuldades encontradas e mudanças alcançadas. Uma informação que consideramos relevante é que nenhuma das escolas possuía o documento oficial voltado para a formação da COM-VIDA e da Agenda 21 Escolar, no qual pode ser encontrado onde e como surgiu a primeira proposta de criação da Comissão, o passo-a-passo para sua formação nas escolas, alguns fundamentos e princípios teóricos, além de anexos que justificam a necessidade de existir COM-VIDA nas escolas. Pareceu-nos que os alunos não chegaram a ter contato com esse documento e talvez isso justifique alguns dados que serão apresentados a seguir. 3.2.1. Compreensão acerca da COM-VIDA Ao analisarmos como os participantes descrevem a Comissão, notamos que a compreensão que eles possuem pode ser dividida entre aquelas que se aproximam da COM-VIDA com o objetivo de conscientização para preservação do meio ambiente e do ambiente escolar e aquelas compreensões um pouco mais abrangentes, que sinalizam que além de preservar o meio ambiente, a COM-VIDA teria a função de melhorar a qualidade de vida da comunidade. As compreensões apresentadas pelos alunos não se distanciam da que encontramos nos registros oficiais, principalmente no que se refere à melhoria do meio ambiente: [...] o principal papel da COM-VIDA é realizar ações voltadas à melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida, promovendo o intercâmbio entre a escola e a comunidade... (BRASIL, 2007, p. 15, grifo nosso). Todavia, além da melhora do meio ambiente, o documento considera também a melhoria da qualidade de vida, por meio da relação escola-comunidade. As ações da COM-VIDA nas escolas necessitam, de acordo com as publicações oficiais, serem orientadas por um responsável, e sendo assim, consideramos que esse profissional e sua interpretação da política (BALL, 2009) também exerçam grande influência na compreensão da COM-VIDA que esses alunos

elaboram. O responsável pela Comissão na escola A por exemplo, nos relatou que obteve contato com alguns folhetos a respeito de como trabalhar a COM-VIDA na escola, entretanto os considerou pouco eficientes, já que ele alegou que sentiu a necessidade de um material mais elaborado. Já a responsável pela Comissão na escola B disse ter participado da Conferência Estadual do Meio Ambiente em 2009, promovido pela SEMEC, evento que teve como função dar orientações para a realização da Conferência do Meio Ambiente na Escola e escolha dos delegados que iriam participar da III CNIJMA, entretanto, segundo ela, nesse encontro não foi discutido nada sobre os fundamentos teóricos e metodológicos da COM-VIDA. Ainda no que se refere aos educadores, pesquisas apontam que a ausência destes na formulação de políticas públicas têm sido apontada como uma das dificuldades para o sucesso na implementação de políticas. A esse respeito, Tristão (2007) esclarece: O que muitas vezes ocorre é um distanciamento entre as propostas do governo, as condições e as práticas interdisciplinares, ou seja, entre a atuação dos/as professores/as e essas propostas. Além disso, ocorre um estranhamento por parte dos/as professores/as, já que não foram envolvidos/as ou ouvidos/as durante sua produção e elaboração o que, muitas vezes, não repercute em um engajamento político ou mesmo em um sentimento de responsabilidade na implementação de seus conteúdos e objetivos (p. 8). Se a política em questão é oriunda do governo federal, supomos que até chegar aos professores e alunos, ela precise percorrer outros níveis de governo o estadual e municipal- podendo haver falhas e perdas na divulgação da política ao longo desse processo. 3.2.2. Seleção de novos participantes e Organização da COM-VIDA Os critérios de seleção de integrantes para a COM-VIDA nas escolas envolvem aspectos comportamentais e iniciativa do próprio aluno. Sendo que o comportamento esteve presente em depoimentos de estudantes em ambas as escolas. Segundo as informações cedidas por alguns alunos da escola A para que novos estudantes passem a compor a equipe COM-VIDA desta escola não existem critérios de seleção pré-estabelecidos. Entretanto, a participação na equipe está vinculada à condição de respeito e limpeza do espaço físico da escola. Já na escola B percebemos um maior controle na seleção dos novos componentes da COM-VIDA, que devem passar por um processo seletivo, constituído por observação e prova. A partir dos relatos dos alunos da escola B, constatamos que eles consideram que a existência de regras e critérios pré-estabelecidos de

seleção evita a entrada de alunos que tenham notas baixas e de alunos que não queiram ajudar no desenvolvimento das atividades da COM-VIDA. Importante ressaltar que nos documentos oficiais (BRASIL, 2004; BRASIL, 2007) não é proposto nenhum critério de como deve ser feita a escolha de novos integrantes da COM-VIDA na escola, o que nos leva a inferir que cada Comissão define como fazer essa seleção e quais critérios julga importantes para tal. Notamos, assim, que é dada autonomia aos integrantes da COM-VIDA na tomada de determinadas decisões, como a criação de critérios de seleção e regras para o convívio dentro da COM-VIDA. Seria interessante que os documentos deixassem claro como deve ser feita a escolha de participantes e a intenção da COM-VIDA, que não é selecionar os melhores alunos para que façam parte da Comissão, visto que a proposta pode tomar rumos diferentes da intenção inicial e até apresentar um caráter excludente, no qual o aluno que não apresentar o comportamento desejável, não poderá fazer parte da COM-VIDA, ou um caráter autoritário, no qual alunos que não seguirem as regras serão expulsos da Comissão. Nos registros do Caderno COM-VIDA da escola B estavam descritas dezoito regras criadas pelos alunos, que vão desde a proibição do uso de celulares nas reuniões até regras de como realizar diariamente as atividades da equipe. A vasta lista de critérios para entrar na COM-VIDA e as regras de como se comportar dentro dela nos chamou a atenção por dois motivos: primeiro, pelo caráter normativo atribuído à Comissão e consequentemente à EA, se aproximando do que Brügger (2004) denomina de adestramento ambiental. Segundo a autora, em muitos casos, as atividades consideradas de EA, se traduzem em processos que conduzem o indivíduo à reprodução de conceitos e a aquisição de habilidades técnicas, denominada pela autora de adestramento. Consideramos que atitudes como as tomadas pela COM-VIDA na escola B não contribuíram para a transformação da realidade, restringiram a participação efetiva de toda a comunidade escolar, além de permitir que um pequeno grupo tenha autoridade sobre os demais. Desse modo, qual o lugar ocupado pelo caráter democrático e participativo que a COM-VIDA deveria proporcionar na escola? Outro ponto que merece destaque está relacionado ao fato de que, como os gestores da política não sugerem, na publicação oficial, como os novos integrantes da equipe devem ser selecionados e tão pouco como a COM-VIDA deve ser organizada, a escola e os integrantes da equipe possuem toda a autonomia para que decisões como essas sejam tomadas, permitindo que a política seja interpretada e recriada com base no seu contexto real e a partir de experiências vivenciadas pelos atores da

política na escola, atribuindo um significado diferente da inicial (BALL, MAGUIRE; BRAUN, 2012). Talvez fosse interessante que a proposta da Comissão fosse formada por um texto tanto writerly, aquele tipo de texto que permite que seja reescrito, no qual o leitor é convidado a ser um escritor, um co-autor, quanto readerly, um texto mais prescritivo (BOWE et al, 1992), onde os princípios fossem claros, para que os objetivos da COM- VIDA não fossem interpretados erroneamente. 3.2.3. Atividades desenvolvidas Tomamos conhecimento por meio das entrevistas e das atas de reuniões que as atividades desenvolvidas pela COM-VIDA da escola A foram realizadas no ano de 2010. Já as ações desenvolvidas pela equipe da escola B, como retratado pelos entrevistados, foram realizadas ao longo de 2010 e 2011. As ações desenvolvidas pelas COM-VIDA em ambas as escolas eram, de maneira geral, voltadas para a melhoria do espaço escolar, conscientização dos alunos contra o desperdício (água, energia, alimentos e material escolar), além da participação da equipe em eventos tanto dentro quanto fora da escola. No que tange às atividades desenvolvidas em EA, para Carvalho (2008) gerar comportamentos individuais ordeiros, preocupados com a limpeza de uma área ou com a economia de recursos como a água e a energia elétrica, pode ser socialmente desejável e útil, mas não significa, necessariamente que tais comportamentos sejam integrados na formação de uma atitude, considerada pela autora, ecológica e cidadã, que segundo a autora, essa atitude implicaria em desenvolver capacidades e sensibilidades para identificar problemas ambientais e assim, comprometer-se com a tomada de decisões entre a sociedade e a natureza. 3.2.4. Dificuldades encontradas e mudanças alcançadas No que se refere às dificuldades encontradas, de acordo com os depoimentos dos alunos, elas podem ser divididas em aceitação dos alunos, falta de apoio interno e externo, falta de recurso financeiro e falta de material. No tocante às eventuais mudanças na comunidade escolar, bem como em relação aos envolvidos com a COM-VIDA nas duas escolas, a maioria dos entrevistados apontou que elas foram voltadas para o aspecto comportamental dos alunos, seja em sala de aula, em relação ao ambiente escolar ou com a própria Comissão. Notamos que os alunos da escola B dão ênfase às atividades voltadas para a melhoria do aspecto estético da escola, bem como apontaram que o comportamento de determinados alunos mudou não somente em relação à equipe, mas também na relação que eles próprios mantinham com a natureza.

Concordamos com Carvalho (2006) quando afirma que na EA há muitas atividades que enfatizam a mudança de comportamentos de agressão ou indiferença ao meio ambiente para comportamentos de preservação e condutas responsáveis, mas isso nem sempre garante a internalização no sujeito de um de um sistema de valores sobre como se relacionar com o ambiente, orientando posicionamentos desse sujeito na escola, em outros espaços e situações de sua vida. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Bowe et al (1992) afirmam que as políticas não são simplesmente implementadas ao chegar nas escolas, pois estão sujeitas à interpretação e recriação, produzindo efeitos e consequência tanto no significado original da política quanto nas escolas que recebem as propostas. Ao analisar os dados, pudemos perceber que a política proposta da COM-VIDA sofreu alterações ao chegar às escolas, sendo interpretada e até recriada pelos atores (BALL, MAGUIRE e BRAUN, 2012), no caso desta pesquisa, os alunos e responsáveis, que fizeram uma releitura da proposta COM-VIDA. Na análise da implementação da COM-VIDA nas duas escolas, podemos constatar o que Ball afirma a respeito da implementação das políticas educacionais, estas [...] geralmente são pensadas e escritas para as melhores escolas possíveis, com pouco reconhecimento de variações de contexto, em recursos ou capacidades locais (BALL apud MAINARDES; MARCONDES, 2009, p. 4). Por não levar em consideração os diversos contextos nos quais as políticas serão postas em ação nem a realidade vivenciada pelas diferentes escolas, as políticas podem provocar resultados e efeitos que podem gerar mudança no significado na proposta inicial, como de certo modo, observamos nas escolas analisadas por essa pesquisa. REFERÊNCIAS BALL, S. J. Educational reform: a critical and post-structural approach. Buckingham: Open University Press, 1994.. Ciclo de políticas/análise de políticas. Rio de Janeiro: UERJ, 09/11/2009. (Palestra ministrada para professores e alunos de pós-graduação da UERJ). BALL, S.J.; MAGUIRE, M.; BRAUN, A. How schools do policy: policy enactments in secondary schools. London: Routledge, 2012. BOWE, R.; BALL, S.; GOLD, A. Reforming education & changing schools: case studies in policy sociology. London: Routledge, 1992. BRASIL. Formando COM-VIDA - Comissão do Meio ambiente e Qualidade de Vida na Escola: construindo Agenda 21 na escola. Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Educação. Brasília: MEC, Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2004. 42p.

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