Avaliação da Precisão da Acuidade Visual no Posicionamento dos Acessórios Ortodônticos



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Artigo Inédito Avaliação da Precisão da Acuidade Visual no Posicionamento dos Acessórios Ortodônticos Accuracy Assessment of Visual Acuity in Orthodontic Accessories Placement Arnaldo Pinzan Resumo O propósito deste trabalho é ressaltar a importância da correta montagem do aparelho ortodôntico, avaliando a confiabilidade na acuidade visual ao se posicionar um acessório e verificando se a experiência clínica pode influenciar nesse posicionamento. Para isto, distribuiu-se diagramas com duas linhas de referência, uma vertical e outra horizontal, aos alunos dos cursos de pós-graduação em Ortodontia, aos níveis de especialização, mestrado e doutorado. Orientou-se os alunos a construir visualmente os ângulos de 3º, 5º e 7º a partir das linhas de referência. De acordo com os resultados desse trabalho, pudemos observar que a confiança apenas na acuidade visual, independente da experiência profissional, apresentou-se insuficiente para o estabelecimento de uma correta angulação do acessório ortodôntico. Assim, devemos dispensar especial atenção durante a montagem do aparelho na técnica Edgewise, lançando mão de instrumentos que nos auxiliem na correta angulação dos acessórios ortodônticos, como por exemplo, os anguladores, a fim de se evitar as indesejáveis conseqüências das angulações dentárias incorretas. INTRODUÇÃO Após o estabelecimento do diagnóstico adequado e a elaboração do plano de tratamento, torna-se importante a montagem correta do aparelho para se obter resultados satisfatórios. A dificuldade observada no posterior controle da mecânica ortodôntica pode encontrar-se associada à colocação inicial dos acessórios nas faces vestibulares dos dentes. Assim sendo, o posicionamento vertical incorreto dos acessórios resulta em extrusão ou intrusão dentária e dificuldade no controle do torque; no sentido mesiodistal, a possibilidade de giroversões, ao passo que a angulação inadvertida dos acessórios acarreta o posicionamento axial deficiente dos dentes envolvidos. Os princípios básicos propostos por Tweed 14 preconizavam o posicionamento dos braquetes centralizados na banda e em ângulo reto com o longo eixo dos dentes, resultando num paralelismo com as faces oclusais. Entretanto, tornava-se necessária a construção de arcos com dobras de primeira e segunda ordens visando a realização do preparo de ancoragem e a obtenção do posicionamento artístico dos dentes anteriores. Essas Palavras-chave: Movimentação Dentária. Ortodontia Corretiva/ Métodos. Braquetes Ortodônticos. Arnaldo Pinzan * Acácio Fuziy** Leniana Santos Neves *** Rodrigo Hermont Cançado *** * Prof. Associado da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru USP; Prof. Responsável da Disciplina de Ortodontia da Universidade do Sagrado Coração Bauru; Prof. da Faculdade de Odontologia da Universidade da Cidade de São Paulo UNICID e orientador do trabalho. ** Especialista em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Londrina UEL; Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara UNESP; Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru USP; Prof. Assistente da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Ciências Odontológicas de Marília UNIMAR. *** Alunos do Curso de Mestrado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru USP. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 25-31, maio/jun. 2003 25

dobras dificultam algumas fases da mecânica ortodôntica, tais como o fechamento de espaços e a retração de caninos. O profissional deve compreender os efeitos produzidos por estas dobras e reproduzí-las fielmente em todos os arcos subseqüentes. Os profissionais preocupados em simplificar os procedimentos de contorneamento dos arcos concordam que é mais conveniente trabalhar com arcos livres de dobras no plano vertical e que se pode alcançar o correto paralelismo das raízes dos dentes por meio da angulação adequada dos braquetes. As angulações podem ser disto-cervicais e disto-oclusais. Nos dentes anteriores, as angulações disto-cervicais (ou mesio-incisais) apresentam como finalidade permitir, ao final do tratamento, a obtenção das angulações corretas dos longos eixos desses dentes, ou seja, o posicionamento artístico. Nos dentes posteriores, as angulações disto-oclusais (ou mesio-gengivais), quando utilizadas, visam incliná-los para a distal durante a fase de nivelamento, objetivando um preparo de ancoragem. Alguns profissionais que angulam os braquetes no momento da realização da colagem dos acessórios utilizam instrumentos apropriados para esta finalidade; outros, confiando na experiência clínica, não utilizam os referidos instrumentos e nem conferem as angulações resultantes dessas colagens. Ciente da importância da angulação correta dos braquetes, das suas conseqüências sobre o controle mecânico dos movimentos dentários induzidos, e considerando-se a excelência dos resultados finais, o propósito desse trabalho foi avaliar a precisão no posicionamento dos acessórios analisando apenas a acuidade visual e verificar se a experiência pode influenciar nesse posicionamento. REVISÃO DE LITERATURA Tweed 14 preconizou o posicionamento dos braquetes perpendicularmente ao longo eixo dos dentes e paralelos às suas faces oclusais. Indicou para o preparo da ancoragem, a inclinação lingual dos incisivos inferiores e a angulação distal dos dentes posteriores, por meio de torque lingual anterior e das dobras de segunda ordem nos dentes posteriores. Empregou também um aparelho extrabucal no arco superior e elástico de Classe III, interligado ao arco inferior. Posteriormente, Holdaway 8, preocupado em simplificar os procedimentos mecânicos, sugeriu algumas modificações na técnica proposta por Tweed, eliminando a necessidade de incorporar nos arcos as dobras no plano vertical. Com a angulação correta dos braquetes em graus variáveis, os problemas relacionados ao preparo de ancoragem, o fechamento dos espaços e obtenção do paralelismo das raízes, poderiam ser solucionados durante a fase de nivelamento. Jarabak 9 analisou alguns conceitos referentes aos objetivos do tratamento ortodôntico. Afirmou que o uso de braquetes angulados e fios redondos de baixa resiliência proporcionavam uma maior eficiência mecânica. Segundo o autor 9, não há necessidade de se utilizar os arcos retangulares para o preparo de ancoragem, ficando reservado para as fases subseqüentes, quando se tornam necessárias as dobras de terceira ordem. Analisando um caso limítrofe que foi tratado com extrações de primeiros pré-molares, Luddington 10 afirmou que o uso de braquetes angulados possibilitava o posicionamento adequado dos dentes sem a necessidade de se recorrer ao uso de dobras verticais no preparo de ancoragem. Realizando um estudo comparativo do comportamento dos dentes inferiores, submetidos ao preparo de ancoragem com o arco de trabalho de Tweed e com braquetes angulados segundo Holdaway, Marinho Filho 11 avaliou telerradiografias de pacientes leucodermas, brasileiros, de ambos os gêneros. Todos esses pacientes foram submetidos a tratamento ortodôntico corretivo, pela técnica Edgewise, com extrações de pré-molares, apresentando a idade média inicial de 13 anos. Foram divididos em dois grupos: 1) grupo 1, com 30 pacientes em que se empregou o arco de trabalho para o preparo de ancoragem e 2) grupo 2, também com 30 pacientes que receberam os braquetes angulados. Observou que: 1) as duas técnicas de preparo de ancoragem conduzem a resultados análogos; 2) com base nos resultados obtidos, não elegeu uma técnica como superior à outra para emprego clínico em relação ao preparo de ancoragem; 3) ocorreu retorno dos elementos dentários para anterior (perda de ancoragem) de forma semelhante para as duas técnicas, após o preparo de ancoragem até o término do tratamento ativo e também um ano após (término do período de contenção). O autor 11 acrescentou ainda que a técnica de braquetes angulados apresenta como vantagem a redução do tempo de tratamento, pois eliminava a necessidade do preparo de ancoragem. Cipriano, Vigorito e Rino Neto 5 avaliaram cefalometricamente o comportamento da ancoragem inferior, utilizando braquetes angulados a 3º e 5º, na técnica Edgewise, durante as fases de nivelamento e retração anterior. A amostra consistiu de 81 telerradiografias das fases inicial, final de nivelamento e ao final da retração anterior, obtidas de 27 pacientes, de ambos os gêneros, portadores de más oclusões de Classe I e II de Angle, que sofreram extrações dos quatro primeiros pré-molares. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo I, 26 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 25-31, maio/jun. 2003

composto de 14 pacientes com angulações de 3º no sentido disto-oclusal, nos braquetes dos dentes póstero-inferiores, e grupo II, constituído de 13 pacientes com angulações de 5º, no mesmo sentido. Concluíram que: 1) no grupo I, os primeiros molares apresentaram uma estabilidade de posição da coroa e uma mesialização do ápice radicular, quando comparadas as fases inicial e nivelamento, nivelamento e retração e, inicial e retração; 2) no grupo II, os primeiros molares inferiores apresentaram uma estabilidade de posição da coroa durante a comparação entre as fases inicial e nivelamento, porém nas comparações subseqüentes, mostraram haver significativa mesialização da coroa. No ápice radicular, observou-se uma mesialização em todas as fases comparadas e 3) embora não tenha havido diferença estatisticamente significante quando comparados os grupos I e II, o grupo II pareceu mostrar maior instabilidade na posição dos primeiros molares inferiores, quando comparados nas diversas fases. A habilidade profissional é testada durante o posicionamento dos braquetes e pensando nesse aspecto, Diamond 6 descreveu um instrumento posicionador para suprir as deficiências na colagem dos acessórios. Esse instrumento era constituído de um micrômetro no braço de apoio incisal e poderia ser ajustado para medir a altura dos braquetes dentro do limite de 0,1mm. Também apresentava um segundo par de braços para mensurar o diâmetro mesiodistal do dente, permitindo o posicionamento do braquete no ponto médio do diâmetro mesiodistal. O autor 6 verificou que com a utilização desse instrumento ocorreu uma redução no tempo do posicionamento dos braquetes e aumento na precisão. Ressaltando a importância de se estabelecer as corretas inclinações axiais durante os tratamentos ortodônticos, Ursi et al. 15 realizaram um estudo com o propósito de estabelecer normas de inclinações axiais mesiodistais e verificar a precisão dessas normas. Utilizaram radiografias ortopantomográficas e definiram duas linhas de referência para as medições: a primeira, passando pelos pontos mais inferiores das órbitas direita e esquerda e a segunda, passando pelos centros dos forames mentonianos direito e esquerdo. Mediu-se os ângulos formados pelos longos eixos dos dentes com essas linhas de referências. Verificaram que os incisivos centrais e laterais superiores deveriam ser ligeiramente convergentes e os demais dentes superiores deveriam apresentar uma angulação para a distal, exceto os segundos molares que deveriam ser angulados para a mesial. Os incisivos inferiores deveriam ser verticalizados e os demais dentes apresentar uma angulação distal progressiva. Fowler et al. 7 realizaram um estudo com o intuito de avaliar a variabilidade da percepção do posicionamento ideal de um braquete do aparelho pré-ajustado por um examinador e entre diferentes examinadores. Os resultados revelaram grande variabilidade intra e interexaminadores na determinação do longo eixo da coroa clínica. A comparação entre os grupos revelou que a experiência e o treinamento reduzem significantemente a variabilidade na angulação do longo eixo da coroa clínica. As implicações clínicas prováveis consistem nas alterações na angulação da coroa e no posicionamento do ápice radicular. Para mensurar a implicação clínica mais importante das variações na determinação da angulação do longo eixo da coroa clínica utilizaram uma equação trigonométrica simples e dimensões dentárias médias como foi sugerido por Wheeler (Fig. 1). A maioria dos profissionais está ciente que clinicamente o aparelho Straight-Wire não elimina a necessidade de realização de dobras no arco, cuja necessidade dependerá da montagem adequada do aparelho. Balut et al. 2 avaliaram o posicionamento de braquetes préajustados pela técnica da colagem direta. As variações nas formas dos dentes e o tipo de má oclusão apresentada pelo paciente afetam diretamente a posição final do braquetes e devem ser compensadas por dobras realizadas nos arcos. Mensurou-se as discrepâncias verticais e angulares entre os pares de braquetes adjacentes em relação a uma linha de referência previamente estabelecida. Avaliaram as alterações de acordo com o tipo de má oclusão, com o tipo de dente e as diferenças intra e inter-examinadores. Encontraram uma média de 0,34mm para as discrepâncias verticais e uma média de 5,54º para as discrepâncias angulares no posicionamento dos braquetes. Os clínicos parecem apresentar uma certa dificuldade em estimar a angulação das raízes desses dentes. Não houve correlação entre o tipo de má-oclusão e o erro no posicionamento do acessório. De acordo com os autores 2 o erro no posicionamento do acessório relaciona-se com a habilidade do operador, a estrutura do dente, o tamanho da coroa clínica e o mal posicionamento do dente no arco dentário. As prováveis implicações clínicas do posicionamento incorreto dos braquetes consistem nas posições dentárias instáveis, ausência de paralelismo radicular, impacção alimentar devido às discrepâncias entre as cristas marginais, e fracasso no estabelecimento de uma oclusão mutuamente protegida. Avaliando o posicionamento dos braquetes pré-ajustados, Taylor e Cook 13 conferiram a colagem de acessórios em dentes anteriores de manequim, efetuada por 12 operadores, em três ocasiões diferentes. Consideraram que a angulação e R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 25-31, maio/jun. 2003 27

B θ θ 1 1 Movimento do ápice Ponto LE A A Ponto LE Comprimento radicular médio Comprimento coronário médio FIGURA 1 - Diagrama esquemático ilustrando o método para calcular o movimento do ápice radicular com variações na angulação do longo eixo da coroa clínica. A= comprimento radicular médio + (comprimento médio da coroa/ 2); θ = variação na angulação do longo eixo da coroa clínica; θ 1 =θ/2; b= tan θ 1.A; B= b.2; B= distância da movimentação do ápice radicular 7. a inclinação dos braquetes eram mais problemáticas do que o posicionamento vertical ou horizontal dos acessórios. A angulação dos braquetes apresentou a maior variabilidade e o posicionamento vertical a menor variabilidade, entre os operadores. Consideraram que a angulação dos braquetes é a condição mais crítica no posicionamento dos acessórios. Os autores 13 sugeriram a utilização de outros métodos para minimizar os erros de posicionamento desses acessórios nos dentes, com especial atenção para a correta angulação do braquete. Analisando o posicionamento dentário ao final do tratamento ortodôntico, em casos tratados pelas técnicas Edgewise e Straight-Wire de Andrews, por meio das angulações axiais na radiografia ortopantomográfica, Capelozza Filho et al. 3 utilizaram uma amostra constituída de ortopantomografias de casos tratados pelas referidas técnicas, sem extrações de dentes. Os braquetes adotados na técnica de Andrews apresentavam as seguintes angulações para os dentes superiores: 5º para os incisivos centrais, 9º para os incisivos laterais, 11º para os b b B caninos, 2º para os pré-molares e 5º para os primeiros molares. Já na técnica Edgewise, a colagem incluiu as seguintes angulações no arco superior: 5º para os incisivos centrais; 3º para os incisivos laterais e um pouco mais acentuadas para os caninos, variando entre 5º e 7º e tubos molares (primeiros molares) com angulação de 3º. As radiografias foram divididas em dois grupos: 1) grupo 1: 26 ortopantomografias de casos tratados sem extrações pela técnica Edgewise e 2) grupo 2: 26 ortopantomografias de casos tratados sem extrações pela técnica de Andrews. Mensurou-se os ângulos mesiais formados pelos encontros dos longos eixos dos dentes com as linhas interorbital e intermentoniana. Observaram pequenas diferenças nas angulações dentárias médias, porém com maior angulação encontrada para os caninos superiores, na técnica de Andrews. Chang 4 introduziu um método preciso de posicionar os braquetes pré-angulados e tubos para o preparo de ancoragem. O indicador de angulação era construído com fio de aço inoxidável.018 x.025. Esse indicador apresentava dois braços, o primeiro para demonstrar a angulação dos braquetes e tubos e o segundo deveria permanecer paralelo a oclusal. Utilizando radiografias ortopantomográficas, Almeida-Pedrin et al. 1 avaliaram as inclinações axiais mesiodistais dos dentes ânterosuperiores e caninos inferiores ao início e ao término do tratamento ortodôntico. Segundo os autores, a radiografia ortopantomográfica apresentava-se como um valioso instrumento para avaliar as inclinações mesiodistais dentárias, denotando a necessidade de correção ou apenas da manutenção das inclinações axiais para proporcionar a oclusão funcional adequada e estabilidade pós-tratamento. Verificou-se, entretanto, que 40% do total dos dentes avaliados apresentaram a sobrecorreção de suas inclinações axiais mesiodistais. Torna-se importante ressaltar que 50% dos dentes estudados mostraram um bom posicionamento no sentido mesiodistal já ao início do tratamento. Assim, uma angulação nos braquetes, como propósito da técnica Edgewise, pode resultar na divergência radicular excessiva e contribuindo negativamente para a estabilidade dos casos tratados ortodonticamente sem extrações. MATERIAL E MÉTODO Empregando-se papel sulfite na dimensão de 21,5cm por 14,0 cm, construiu-se diagramas constituídos por duas linhas de referência: uma horizontal e uma vertical que se cruzam perpendicularmente (Fig. 2). Esse diagrama simularia o procedimento do posicionamento dos acessórios utilizando o critério da angulação dos braquetes. A linha de referência horizontal representaria a borda incisal dos dentes, enquanto que a linha vertical, o longo eixo dos dentes, durante os procedimentos de posicionamento dos braquetes. Distribuiu-se esses diagramas entre os alunos dos cursos de pósgraduação em Ortodontia, em andamento, aos níveis de especialização, mestrado e doutorado, sendo o número de alunos, respectivamente, de 34, 10 e 13. Orientou-se os alunos a construir os ângulos de 3º, 5º e 7º, a partir das linhas de referência vertical e horizontal. Confeccionou-se os ângulos visualmente empregandose apenas uma lapiseira com grafite preto 0,5 mm e régua. Não foi permitido o uso de transferidor. Dois profissionais conferiram os ângulos utilizando uma régua cephalometric protactor da marca Unitek 3M e para os valores que apresentaram pequenas diferenças, de até 0,5º, obteve-se as médias das duas mensurações. 28 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 25-31, maio/jun. 2003

Para avaliar se o grau de experiência poderia influenciar no posicionamento dos braquetes, confiando-se apenas na acuidade visual, submeteu-se as mensurações realizadas para os valores angulares de 3º, 5º e 7º entre os alunos dos cursos de especialização, mestrado e doutorado à análise pelo teste de Mann-Whitney para verificar a presença de diferenças estatisticamente significantes. RESULTADOS Em relação ao ângulo de 3º, obteve-se um total de 57 medições e um valor médio de 2,97º. Quanto ao valor angular de 5º, o total de medições foi de 58 e o valor médio de 4,81º e, finalmente para o ângulo de 7º, as medições avaliadas totalizaram 58 e sendo que o valor médio averiguado foi de 6,84º. O total de acertos para o ângulo de 3º foi de 14,28% e o erro dentro de uma variação de -0,5º a -1,0º foi equivalente 41,07%, enquanto que a variação de 0,5º a 1,0º foi de 19,63%. Os erros observados acima de 1,5º, para mais ou menos, totalizaram 22,80% (Tab. 1). Para o valor angular de 5º, o total de acertos foi de 10,52%, enquanto os erros de -0,5º a -1,0º alcançaram o percentual de 24,55%. E para os erros acima do valor de 5º, mas dentro do limite de 0,5º a A FIGURA 02: Diagrama utilizado para a construção de Ângulos de 3º, 5º e 7º. Sendo que: A - representa o longo eixo do dente; B - a borda incisal; C - ângulo de 3º construído; D - ângulo de 5º e E - ângulo de 7º. E D C 1,0º foi de 12,27%. Os erros acima de 1,5º, para mais ou menos foram de 58,62% (Tab. 1). Com relação ao valor de 7º, os acertos enquadraram-se em 7,01%; as variações entre -0,5º a -1,0º, em 17,54% e as variações entre 0,5º a 1,0º, em 5,25%. Os erros acima e abaixo de 1,5º totalizaram 70,68% (Tab. 1). A comparação realizada entre as mensurações dos ângulos de 3º, 5º e 7º construídos pelos alunos do curso de especialização, mestrado e doutorado demonstrou não haver diferenças estatisticamente significantes, entre os alunos, para o ângulo de 3º, com P igual a 0.606. Considerando-se o ângulo de 5º, não se verificou diferença estatisticamente significante entre os três grupos de mensurações inter-examinadores, com o P igual a 0.389. As comparações realizadas entre as mensurações do ângulo de 7º entre os grupos mostraram não haver diferenças estatisticamente significantes com P igual 0.459. DISCUSSÃO Um caso tratado ortodonticamente deve apresentar ao final do tratamento uma inclinação axial semelhante à encontrada na oclusão normal a fim de se obter o equilíbrio da oclusão e do sistema estomatognático e a estabilidade B dos resultados alcançados pelo tratamento ortodôntico 15. A correta angulação dos dentes ao término do tratamento ortodôntico tem sido buscada de diversas maneiras: pelas dobras artísticas no arco como proposto por Tweed 14 ; pela soldagem dos braquetes em posição angulada nas bandas preconizada por Holdaway 8, e posteriormente pela colagem direta obedecendo aos mesmos princípios. O profissional deve estar atento às angulações dentárias, analisando-as clinicamente e por meio das radiografias ortopantomográficas iniciais, intermediárias e finais, evitando assim sub ou sobrecorreções que provavelmente influenciariam na estabilidade dos casos. A montagem adequada do aparelho com o posicionamento preciso dos acessórios é de fundamental importância no controle dos movimentos dentários induzidos (TWEED 14 ; HOLDAWAY 8 ; DIAMOND 6 ; FOWLER et al. 7 ). A dificuldade para a condução da mecânica ortodôntica e para a finalização dos casos clínicos está diretamente relacionada ao rigor técnico na montagem do aparelho. Alguns fatores podem contribuir de forma significativa para que os erros no posicionamento dos acessórios se manifestem, tais como: forma dentária, tipo da má oclusão, habilidade profissional, experiência clínica (FOWLER et al. 7 ; BALUT et al. 2 ). As prováveis implicações clínicas das variações nas angulações dos acessórios ortodônticos consistem: nas alterações das angulações da coroa; no posicionamento inadequado do ápice radicular; na ausência de Ângulo Acertos TABELA 1 Distribuição percentual das mensurações dos ângulos construídos visualmente. -0,5º +0,5º -1,0º +1,0º 1,5ºa 3,0º +3,5º 3,0º (8)14,28% (9)16,07% (3)5,35% (14)25,0% (8)14,28% (8) 14,28% (1)1,78% 5,0º (6)10,52% (5)8,77% (2)3,50% (9)15,78% (5)8,77% (10)17,54% (2)3,50% 7,0º (4)7,01% (5)8,77% (2)3,50% (5)8,77% (1)1,75% (9)15,78% (8)14,03% R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 25-31, maio/jun. 2003 29

paralelismo radicular; na instabilidade da oclusão após o tratamento ortodôntico e em pontos de contato deficientes; em movimentos de extrusão e intrusão e discrepâncias nas alturas das cristas marginais (HOLDAWAY 8 ; CIPRIANO; VIGORITO; RINO NETO 5 ; FOWLER et al. 7 ; BALUT et al. 2 ; CAPELOZZA FILHO et al. 3 ; ALMEIDA et al. 1 ). Em casos tratados com extração onde não se obtém um paralelismo radicular adequado, há uma maior possibilidade de reabertura dos espaços fechados durante o tratamento. Alguns casos com discrepância de tamanho dentário positiva no segmento ântero-superior, requerem um aumento das angulações destes dentes para distal objetivando um contato adequado entre eles. O espaço adequado para cada dente no arco dentário varia de acordo com as suas angulações permitindo a obtenção de uma oclusão com contatos cerrados e um bom relacionamento ântero-posterior. As corretas posições dentárias no osso alveolar contribuem para uma correta dissipação das forças oclusais, que devem ser dirigidas o mais próximo possível de seus longos eixos. Observa-se a alteração de 0,7mm no posicionamento do ápice radicular decorrente do erro de 3º na angulação do braquete durante a montagem do aparelho, segundo Meyer e Nelson 12. Complementando, Fowler et al. 7 apresentaram uma equação trigonométrica simples que permitia a mensuração do movimento do ápice radicular associado à angulação na coroa clínica (Fig. 1). Portanto, nesse estudo, considerando-se os ângulos de 3º, 5º e 7º, os erros abaixo e acima de 1,5º, totalizaram, respectivamente, 22,80%, 58,62% e 70,68%, repercutindo no mesmo percentual de casos que poderiam mostrar alterações de 0,7mm na posição dos ápices radiculares. Assim a angulação dos braquetes, na técnica Edgewise com o intuito de sobrecorreção de dentes que já possuem uma angulação adequada pode resultar em divergência radicular excessiva comprometendo a estabilidade de casos tratados, principalmente com extrações de pré-molares. E isto se torna mais crítico quando associado aos erros de posicionamento dos braquetes. De acordo com os resultados desse trabalho, pudemos observar que a confiança apenas na acuidade visual, independente da experiência profissional, apresentou-se insuficiente para o estabelecimento de uma correta angulação do acessório ortodôntico. Assim sendo, devemos dispensar especial atenção durante a montagem do aparelho, lançando mão de instrumentos que nos auxiliem na correta angulação dos acessórios ortodônticos, como por exemplo, os anguladores, quando na utilização da técnica Edgewise. Em relação ao tratamento com a técnica Straight-Wire que utiliza braquetes programados com as angulações ideais já incorporadas, uma individualização do aparelho talvez se faça necessária. CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos e por meio da metodologia utilizada julga-se lícito concluir que: 1) O percentual de acertos para os valores angulares de 3º, 5º e 7º, respectivamente de 14,28%, 10,52% e 7,01% é insuficiente para confiarmos na acuidade visual durante o posicionamento dos acessórios; 2) Considerando-se o fato de que o controle da mecânica e o sucesso final dos tratamentos apresentam-se relacionados à precisão no posicionamento dos acessórios, aconselha-se o rigor na execução da montagem dos aparelhos, isto inclui a utilização dos instrumentos anguladores quando da utilização da técnica Edgewise ; 3) Não se verificou uma diferença estatisticamente significante entre os alunos do curso de especialização, mestrado e doutorado, nas mensurações dos ângulos construídos de 3º, 5º e 7º. Abstract The aim of this study is to highlight the importance of the proper placement of orthodontic appliances, evaluating the reliability of visual acuteness upon positioning of an orthodontic accessory, verifying if the clinical experience may influence this positioning. For that purpose, diagrams with two reference lines, one vertical and one horizontal, were presented to graduate students in Orthodontics attending specialization, master or doctorate programs. The students were instructed to visually construct 3º, 5º and 7º angles from the reference lines. According to the results of the present study, it could be observed that the isolated reliability on visual acuteness, regardless of professional experience, was insufficient for the establishment of a correct angulation of the orthodontic accessory. Therefore, special care must be taken during placement of the orthodontic appliance, with employment of devices that can help in the correct angulation of the orthodontic accessories, such as angle measurement devices when the Edgewise technique is employed, with a view to avoid the undesirable consequences of improper dental angulation. Key words: Tooth Movement. Orthodontics Corrective/Methods. Orthodontic Brackets. 30 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 25-31, maio/jun. 2003

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