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Transcrição:

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ROTEIRO DA UNIDADE FINALIDADE: Esta Unidade de Ensino tem a finalidade de fazer o aluno tomar conhecimento dos diversos impactos ambientais causados na natureza, por ação humana, portanto levá-lo a uma conscientização em relação ao meio ambiente e dos distúrbios que poderão ser evitados, para que não haja desequilíbrios desastrosos no futuro, e a total destruição do nosso planeta. Faz parte desta UE mapas e gráficos de alguns problemas ambientais, para que possam ser mais bem compreendidos e localizados pelo aluno. OBJETIVO Depois de concluídas as atividades de ensino desta Unidade o aluno deverá ser capaz de: Definir o que é conservacionismo; Caracterizar a Questão Ambiental no Mundo; Identificar as causas da degradação ambiental mundial; Identificar quais são os impactos ambientais; Destacar a importância da Questão Ambiental no Brasil; Relacionar as incumbências do Poder Público Brasileiro; Definir os principais problemas ambientais brasileiros; Definir o que é e o que trata a Agenda 21. 2

CONSERVACIONISMO E DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE Conservar os recursos naturais, ou conservacionismo é o nome dado pela sociedade moderna à preocupação de utilizar maneira adequada os recursos da natureza (ar, água, fontes de energia, recursos minerais, fauna e flora) de modo a evitar o seu desperdício, sua degradação. Conservar não significa guardar, transformar a natureza num santuário, mas sim utilizá-la racionalmente, ou seja, seu aproveitamento deve ser feito em benefício do maior número de pessoas e pelo maior período de tempo possível. Porém, a questão ambiental não diz respeito só à degradação das condições de vida das sociedades atuais e à própria sobrevivência humana: a poluição da água e do ar, o efeito estufa, chuvas ácidas, a diminuição das terras aráveis, devido à má conservação dos solos, podem diminuir em muito a vida da humanidade no planeta Terra. POLUIÇÃO E IMPACTOS AMBIENTAIS Poluição é o nome que se dá à degradação das condições ambientais, inclusive, o habitat humano. Ecossistema: é o conjunto dos seres vivos e do seu meio ambiente físico, incluindo suas relações entre si um pântano, uma gruta, um rio ou uma ilha podem ser chamados de ecossistemas. Já os espaços maiores, como por exemplo: florestas tropicais, o cerrado ou a tundra ártica, são chamados de biomas, que abrangem um conjunto diversificado de ecossistemas. Os ecossistemas possuem uma capacidade de auto-regulação e adaptação, porém ela não é infinita. Um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera, o lançamento de resíduos industriais no meio, derramamentos de óleo no mar, detritos de esgoto urbano nos rios, utilização excessiva de agrotóxicos o desmatamento de florestas por queimadas; são alguns exemplos de impacto ao meio ambiente. Por estes exemplos podemos notar que o problema da poluição está diretamente ligado à maior ou menor qualidade de vida das aglomerações humanas. A degradação do meio ambiente provoca uma deterioração dessa qualidade, pois as condições ambientais são imprescindíveis para a vida, tanto no sentido biológico como no social. A QUESTÃO AMBIENTAL NO MUNDO A preocupação com a questão ecológica em nível mundial data do final da década de 60, porém foi nos anos 80 que o problema rompe os círculos especializados e passa a fazer parte de um debate em âmbito nacional. 3

Em vista da crescente e acelerada degradação e lapidação dos recursos naturais, a ONU Organização das Nações Unidas -, desde 1972 na 1ª Conferência sobre Meio Ambiente Humano, em Estocolmo (Suécia), vem defendendo a idéia ou a noção de desenvolvimento sustentado, segundo a qual o crescimento econômico deve basear-se em políticas de atuação capazes de manter e expandir os recursos naturais, e levar a sua utilização em prol do desenvolvimento e das melhores condições socioeconômicas da vida humana no planeta, ou seja, desenvolvimento econômico, social e degradação ambiental são questões inseparáveis. Constituem alguns dos principais problemas ambientais em nível mundial: o efeito estufa, a chuva ácida, desertificação e erosão do solo, poluição de águas continentais e marinhas, e poluição de solos e alimentos. Efeito Estufa Tal denominação deve-se à semelhança do comportamento de certos gases na atmosfera a uma estufa de jardim. Tais estufas possuem paredes e teto de vidro, o vidro deixa que as radiações solares passem para dentro da estufa, mas não deixa que o calor saia do seu interior. Dessa forma, o calor acumula-se, mantendo o interior da estufa cada vez mais quente. Alguns gases, como o metano e o gás carbônico, apresentam essa mesma propriedade do vidro transparente: deixam penetrar a luz e não deixam sair o calor. O fenômeno do efeito estufa é ocasionado por elevada concentração de gás carbônico na atmosfera, provocado pela queima de combustíveis fósseis e desmatamentos, levando à elevação da temperatura média do planeta. 4

Como conseqüências podem Ter grandes distúrbios climáticos, com elevação do nível dos oceanos (pelo derretimento progressivo das calotas de gelo nos pólos), mudanças no ciclo hidrológico, que levariam a modificações das paisagens vegetais e afetariam as produções agrícolas. Chuva Ácida Considerada uma dos maiores problemas ocasionados pela poluição do ar nos países industrializados do Hemisfério Norte, a chuva ácida decorre da queima de combustíveis fósseis que produz, além de gás carbônico, uma série de outros gases formas oxidadas de carbono, nitrogênio e enxofre. Por exemplo: o tri óxido de enxofre provoca o fenômeno da chuva ácida quando se combina com água presente na atmosfera, sob a forma de vapor. O tri óxido de enxofre e oxigênio presentes na atmosfera. Ocasiona a degradação da flora incidente presenciado em Cubatão, SP -, e se constitui em séria ameaça ao patrimônio cultural de alguns países, corroendo obras seculares, talhadas em mármores (estátuas, monumentos e edificações) como vem ocorrendo na Grécia. Desertificação e Erosão dos Solos A desertificação do planeta é ocasionada por dois fatores aliados: ação do homem e o desgaste natural do meio ambiente. A conseqüência é um processo de degradação cujo estágio final é o deserto. Queimadas, desmatamentos, manejo inadequado do solo (que, com a remoção sucessiva do material vegetal, tende a tornar os solos pobres em nutrientes) e dos recursos naturais vêm sendo responsáveis pelo desencadeamento do processo em várias partes do mundo (SE asiático, Sahel na África e Andes na América do Sul. Sahel Faixa que atravessa a África de Leste a Oeste e que acompanha os limites meridionais do Deserto do Saara zona tórrida que passa por vários países, por exemplo, a Somália. A zona do sahel sofre constantemente de secas de causas naturais, mas que são agravadas pela ação do homem. A superpopulação local, com uma demanda crescente por alimentos, motivou um sobrepastoreio local, com pastos que aos poucos foram se desertificando. Porém, o reflorestamento e técnicas mais adequadas de cultivo podem amenizar o problema: no plantio direto, o cultivo é feito sobre a palha da lavoura anterior. O Mato é eliminado com herbicidas seletos e o solo não é revolvido com arados. Fica coberto o ano todo, protegido contra ação erosiva dos ventos e da chuva. Outras práticas convencionais também são importantes: rotação de cultivos e pastagens; em terrenos com declividade a técnica de plantio seguindo as curvas de nível e a formação de terraços ajuda a reter a água em áreas de morro (pequenos canais que acompanham as curvas de nível do terreno). 5

Poluição de Águas Continentais e Marinhas O crescimento da população humana, principalmente junto as metrópoles e o elevado desenvolvimento industrial, levaram a uma intensificação dos detritos despejados junto aos rios, mares e oceanos. Tais elementos poluentes vêm de diversas fontes: lixo industrial, esgoto urbano, lixo radioativo, agrotóxicos, vazamento de óleo combustível etc., comprometendo a fauna aquática, os recursos naturais híbridos, os mananciais que abastecem as cidades e a poluição dos lençóis freáticos ou subterrâneos cuja purificação é quase impossível. Poluição de Solos e Alimentos O uso intenso de agrotóxicos na agricultura e na pecuária para combater pragas pode trazer conseqüências negativas. A contaminação de alimentos produzidos pela agropecuária: as verduras, as frutas, os cereais, até o leite e carne começam a apresentar resíduos de inseticidas (DDT, BHC) e outros produtos químicos nocivos à saúde (mercúrio e fosfatos). Também o uso excessivo de adubos químicos provoca alterações ambientais. Com as chuvas, boa parte deles é carregada aos rios e lençóis subterrâneos, poluindo-os e comprometendo a qualidade da água utilizada para o abastecimento dos centros urbanos próximos. 7 1.Queimada na Amazônia. 2. Chuva ácida sobre EUA e Canadá. 3. Contaminação do solo, do ar e da água nos EUA, devido atividades da indústria armamentista. 4. Desertificação na faixa do Sahel. 5. Chuva ácida sobre a Europa. 6. URSS: contaminação pelo acidente em Chernobyl. 7. Buraco na camada de ozônio sobre a Antártida. 6

OS DESERTOS DO MUNDO A QUESTÂO AMBIENTAL NO BRASIL O debate sobre o meio ambiente no Brasil tem seu início na década de 70, mas atinge o seu auge na década de 80, quando as questões ecológicas chegam aos meios de comunicação de massa e ampliam o debate sobre a questão ambiental. A Constituição Brasileira de 1988 e a Questão Ambiental Segundo a ONU, o Brasil possui na sua constituição uma das legislações mais avançadas do mundo em relação á questão ambiental, mas, como muitas vezes ocorre em nosso país, entre a teoria e a prática da lei, existe uma realidade que deixa muito a desejar. 7

Veja a seguir os principais dispositivos legais, contidos na constituição, referentes ao meio ambiente: 1. Meio Ambiente Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se a todos o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 2. Competência do Poder Público em Relação ao Meio Ambiente Incumbe ao Poder Público: Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades dedicadas á pesquisa e manipulação de material genético; Definir em todas as unidades da federação espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e supressão permitidas somente através de Lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; Exigir estudo prévio sobre o impacto ambiental de qualquer instalação, obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente; Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; Promover a educação ambiental em todos os níveis e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; Proteger a fauna e a flora, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoque a extinção da espécie ou submetam os animais á crueldade. 3. Exploração de Recursos Minerais Sujeita à Recuperação do Meio Ambiente Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente. 4. Punição a quem lesar o Meio Ambiente Condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 8

5. Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal Matogrossense, Zona Costeira são Patrimônios Nacionais. A floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense e a Zona Costeira são patrimônios nacionais, e a sua utilização far-se-á dentro das condições que assegurem a preservação do meio ambiente. 6. Indisponibilidade de Terras Devolutas Necessárias à Preservação do Meio Ambiente São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos estados, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 7. Usinas Nucleares As usinas que operam com reator nuclear deverão Ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. Principais Problemas do Meio Ambiente no Brasil Entre os principais temas ecológicos discutidos no país, têm: o desmatamento na Amazônia, Mata Atlântica e Pantanal; a utilização indiscriminada de agrotóxicos, o garimpo clandestino e poluição dos rios, o processo de desertificação do Sertão Nordestino, Cerrado e Pampas; a poluição de praias e mangues, os incêndios em parques e reservas biológicas etc. Desmatamento na Amazônia Desde a intensificação de sua ocupação a partir da década de 50, a Amazônia vem passando por intenso processo de degradação do seu ecossistema, com repercussões não só no âmbito natural, mas também social. O desmatamento na Amazônia, ocasionado principalmente pelas queimadas e a substituição da vegetação natural por pastagem e culturas comerciais não adequadas à região, vêm levando a alteração do ciclo hidrológico da área, ocasionando à diminuição de chuvas, o aquecimento da atmosfera (efeito estufa), à impermeabilização dos solos (laterização), a intensificação da erosão e do escoamento superficial. Outros problemas ocasionados pela ocupação desordenada da região amazônica são a extinção maciça de espécies vegetais e animais; o assoreamento de rios, provocado por erosões e resultante da utilização inadequada dos solos e por queimadas. Outra atividade humana que vem submetendo a grandes impactos tanto o ambiente terrestre quanto o aquático é a mineração. Além do desmatamento, a erosão do solo, uma conseqüência séria é a contaminação das águas pelo mercúrio. 9

Por fim, a formação de grandes barragens na construção de usinas hidrelétricas altera as condições ambientais e o ciclo reprodutivo das espécies de peixe, pois a água, que era corrente, passa a ser estagnada, influenciando na piracema; a extensa área de floresta a ser inundada, levando à perda da madeira, à extinção de espécies e alteração da composição química da água nos reservatórios. Desmatamento da Mata Atlântica Totalmente devastada, por exemplo: dos 82% de áreas que cobriam o estado de São Paulo, na época do descobrimento, sobraram apenas 5%. A mata foi substituída, ao longo da história, por paisagens e agricultura comercial: café, cana, soja etc. Na atualidade, o restante da vegetação localizada junto a Serra do Mar, em Cubatão, vem sendo degradada pela poluição industrial (chuvas ácidas). 10

Devastação do Pantanal Essa região, de 140.000 km2 de fauna e flora riquíssima, vem sofrendo intenso processo de ocupação e desequilíbrio do seu ecossistema. Os principais fatores dessa degradação são as queimadas, a caça e a pesca predatória, a poluição dos rios pelo mercúrio da mineração, por agrotóxicos ligados à agricultura comercial e seu assoreamento ocasionado pelo processo de erosão dos solos junto às cabeceiras. EVOLUÇÃO DO DESMATAMENTO NO BRASIL, MANTIDO O MESMO RITMO DE 1988. 11

Desertificação e Erosão de Solos No Brasil, além de ocupar uma vasta área entre as regiões Nordeste (Sertão) e Centro-Oeste (Região do Cerrado), a desertificação também se expande no sul (pampas); as duas últimas devem-se a áreas frágeis que sofreram intensa exploração agrícola. O Brasil perde em solo a cada ano cerca de 1 bilhão de toneladas, o que equivale a área igual ao território de território de Alagoas a cada 15 anos. Em todo o mundo, 6 milhões de hectares de terras produtivas se tornam irrecuperáveis a cada ano, devido à erosão. A estimativa consta do relatório elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, organismo criado em 1983 pela ONU para diagnosticar os principais problemas ecológicos do mundo e propor estratégias de solução. 12

Poluição de Águas Marinhas e Continentais: Manguezais e Rios Manguezais: ambiente costeiro, geralmente associado a estuários, onde ocorre o encontro da água doce dos rios com a água do mar, exerce um papel importante no equilíbrio do meio ambiente. Este rico ecossistema vem sendo degradado intensamente junto às costas brasileiras; entre os fatores que colaboram para esse processo de destruição dos manguezais temos: a intensa exploração de madeira (quebracho) e a ocupação de terrenos (especulação imobiliária e ocupação industrial), que envolvem desmatamento e aterros, como ao longo do canal de Bertioga e Cubatão, ambos em São Paulo; O uso dos manguezais como depósitos de lixo ou despejos de esgotos como no litoral sul da Bahia, Recife e Baia da Guanabara (Rio); Poluição por vazamentos sucessivos de petróleo ao longo da costa, principalmente em são Sebastião (SP); Despejo de resíduos carboníferos no litoral de Santa Catarina. Poluição dos Rios: devido ao desmatamento junto às cabeceiras e mananciais, ao despejo de lixo industrial e do esgoto urbano, os rios vêm sofrendo um forte processo de assoreamento, isto é, acúmulo de detritos no seu leito, que leva à morte do rio (fauna e flora); à poluição das águas, comprometendo o abastecimento hídrico e o aumento de enchentes nos grandes centros urbanos, em dias mais chuvosos. Além disso, a poluição das águas dos rios e seu assoreamento vêm sendo ocasionados, também, pela utilização de agrotóxicos e cultivos comerciais junto aos rios e o garimpo indiscriminado (poluição por mercúrio). PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS No mundo contemporâneo, todos os grandes centros urbanos aparecem como exemplo de aglomeração problemática. Nas metrópoles dos países não desenvolvidos, entretanto, a situação torna-se cada vez mais grave. O rápido crescimento causado pelo intenso êxodo rural-urbano leva a um verdadeiro inchamento, não acompanhado de políticas realísticas de planejamento urbano. As necessidades básicas de infraestrutura, como saneamento básico e moradias decentes, não estão ao alcance de grande parte da população. Os grandes conglomerados urbanos das nações não desenvolvidas são exemplos de até onde pode chegar a deterioração das condições ambientais (poluição sonora, do ar, das águas, visual etc.) e de dignidade humana Em termos ambientais, além dos problemas acima citados, ligados às condições naturais, temos a questão da caracterização específica de um clima urbano, um tipo específico de microclima, resultado das relações e intervenções do homem no seu habitat urbano. 13

Nos grandes centros urbanos, normalmente as médias térmicas e os índices de chuva são mais elevados que nas áreas rurais vizinhas (menos alteradas). Isto se deve, no caso da temperatura, ao asfaltamento de ruas e avenidas, às imensas massas de concreto, à carência de áreas verdes, à presença de grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera (efeito estufa) e de poluentes exalados por indústrias e automóveis. Já o aumento dos índices de chuvas se deve a grande quantidade de partículas no ar devido à poluição mais intensa, que aceleram o processo de condensação. Todos esses fatores, que provocam um aumento das médias térmicas nas metrópoles, além da concretização intensa da cidade (edifícios), que dificultam a circulação atmosférica e a dispersão dos poluentes, conduzem a uma variação da temperatura do centro para a periferia dos grandes conglomerados, levando à formação das chamadas ilhas de calor, onde as médias térmicas aumentam da periferia para o centro da cidade. AGENDA 21 Em 1992, no Rio de Janeiro, ocorreu a II Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92). Representantes de 170 países analisaram e discutiram a situação de vida no planeta Terra, concluindo por um documento que enfatiza: para que possamos Ter a tão esperada qualidade de vida, precisamos construir um modo no qual desenvolvimento, responsabilidade e preservação estejam lado a lado. O documento a Agenda 21, é o decálogo (como se fosse os dez mandamentos) do desenvolvimento sustentável e contempla as necessidades básicas e a conseqüente elevação do nível de vida das populações. Cerca de mil páginas, dispostas em quarenta capítulos, ligados a todas as atividades profissionais desenvolvidas por nós, formam a Agenda 21 que objetiva: Superar os problemas contemporâneos que incidem sobre o meio ambiente e desenvolvimento, visando a implantação do desenvolvimento sustentável para o próximo século. Compromissar as nações e integrar as organizações internacionais, nacionais, regionais e comunitárias para efetivar o cumprimento das normas estabelecidas. Informar e conscientizar a sociedade sobre a necessidade da ampla participação pública, no sentido de cooperar com a implantação das normas e fiscalizar, através de seus direitos oriundos de cidadania, a mencionada implantação. Vinte e uma cidades, dentre as quais Santos, a única do Brasil, foi escolhida no mundo para desenvolverem o programa Comunidade Modelo Agenda 21, criado pelo Conselho Internacional de Iniciativas Ambientais Locais ICLEI, organização com sede em Toronto, Canadá, vinculada a ONU, cuja finalidade é colaborar com os municípios em iniciativas relativas ao meio ambiente. 14

BIBLIOGRAFIA Linha de Apoio Etapa A Questão Ambiental: Conservação, Preservação e Degradação 1991. Dicionário Ilustrado de Ecologia Revista Terra Editora Azul 1997. BAINES, John Chuva Ácida Coleção Preserve o Mundo Editora Scipione 1993. A Expansão dos Desertos Coleção Preserve o Mundo Editora Scipione 1993. MOREIRA, Igor A. G. O Espaço Geográfico, Geografia Geral e do Brasil Editora Ática 1992. Material atualizado pelos professores José Ataíde, Maria Júlia e Rosangela Rocha da área de Geografia do Ceejamax em 2011. 15