EQE-594 Controle e Instrumentação de Processos Profa. Ofélia de Q.F. Araújo EQ/UFRJ CONTROLE SELETIVO e OVERRIDE



Documentos relacionados
Tipos de malha de Controle

Controle II. Estudo e sintonia de controladores industriais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL DE SANTA MARIA Curso de Eletrotécnica

Me todos de Ajuste de Controladores

Tipos de controladores e funcionamento

Diretrizes para determinação de intervalos de comprovação para equipamentos de medição.

Sistemas Embarcados. Controladores PI, PD e PID

INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS SISTEMAS DE CONTROLE. Na maior parte das aplicações, um sistema de controle e composto de:

Curso de Instrumentista de Sistemas. Fundamentos de Controle. Prof. Msc. Jean Carlos

Figura Ar sangrado do compressor da APU

DE PRESSÃO EM UMA RESPECTIVA TUBULAÇÃO

15/02/2012. IV.2_Controle e Automação II. Introdução. Conteúdo SENSORES

TTT VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil

MICROMASTER 4 Criando funções lógicas (Blocos Livres) no MM420

INSTRUMENTAÇÃO. Eng. Marcelo Saraiva Coelho

Sistema Multibombas Controle Fixo CFW-11

MICROMASTER MM4. Usando o Controle de Malha Fechada (PID) Edição IND 1 Drives technology Suporte Técnico Drives Hotline

ESQUENTADORES SOLUÇÕES DE ÁGUA QUENTE

DIAGRAMA DE BLOCOS DE UMA FONTE DE TENSÃO

Mapeamento de memória e programação da IHM do controlador CP-WS41/8DO8DI4AO2AI2TAI

6 Conclusões e sugestões para trabalhos futuros

CAPÍTULO II. Funções e Portas Lógicas

1 CIRCUITOS COMBINACIONAIS

Controle em Cascata. Estratégias Especiais de Controle. Estruturas de Controle Combinando Controladores PID Single-Loop

ADMINISTRAÇÃO I. Família Pai, mãe, filhos. Criar condições para a perpetuação da espécie

PAC 13. Calibração e Aferição de Instrumentos de Controle de Processo

Estruturas Metálicas. Módulo II. Coberturas

Sistemas de Controle (CON) Ações Básicas de Controle e Controle Proporcional

Aquário Automatizado

"SISTEMAS DE COTAGEM"

Métodos normalizados para medição de resistência de aterramento

OBJETIVOS: CARGA HORÁRIA MÍNIMA CRONOGRAMA:

ELETROTÉCNICA ELM ROTEIRO DA AULA PRÁTICA 01 A LEI DE OHM e AS LEIS DE KIRCHHOFF

Permite a coleta de dados em tempo real dos processos de produção, possuindo, também, interfaces para a transferência dos dados para os sistemas

EXTRATO DA POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCOS

GBD PROF. ANDREZA S. AREÃO

Medição tridimensional

1 Introdução simulação numérica termoacumulação

Comportamento dinâmico de processos submetidos a controle feedback. Sistema simulado no SIMULINK/MATLAB

Distância de acionamento. Distância sensora nominal (Sn) Distância sensora efetiva (Su) Distância sensora real (Sr) 15/03/2015

Capítulo IV. Dispositivos de proteção Parte II. Proteção e seletividade. 26 O Setor Elétrico / Abril de Relé direcional de potência

Auditoria Energética

Sistemas supervisórios

Diagrama de fluxo de dados na Plataforma Vicon SAGA. Terminologias de bancos de dados: Banco de Dados, Tabela, Campos, Registros

REQUISITOS MÍNIMOS FUNCIONAIS QUANTO A CONFIGURAÇÕES DE BARRAS PARA SUBESTAÇÕES DA REDE BÁSICA DO SISTEMA INTERLIGADO BRASILEIRO.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ELETRÔNICA

Manual de instalação e configuração do módulo de saídas NSR-08

Estudo do sistema de IHM para automação de sistema de renovação de água dos chillers em processo de abate de aves.

Desenvolvimento de uma Etapa

Arquitetura e Organização de Computadores

Processos industriais INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE. Pirâmide da automação 29/1/2012. Controle automático de processo

Manutenção Elétrica. Entre os elementos de processamento de sinais podemos citar:

Capítulo 3 Sistemas de Controle com Realimentação

Guia Rápido de Instalação

Gerenciamento da Integração (PMBoK 5ª ed.)

3 Transdutores de temperatura

SOBRE NoBreak s Perguntas e respostas. Você e sua empresa Podem tirar dúvidas antes de sua aquisição. Contulte-nos. = gsrio@gsrio.com.

Válvulas de Controle-"Case"- Copesul. Nelzo Luiz Neto da Silva 1 Jader Weber Brum 2

Modelagem e Simulação

DESIDRATAÇÃO, SEPARAÇÃO E LIQUEFAÇÃO DE GÁS NATURAL USANDO O TUBO VORTEX

4- PROJETO DE BANCO DE DADOS

REPRESENTAÇÃO DE DADOS EM SISTEMAS DE COMPUTAÇÃO AULA 03 Arquitetura de Computadores Gil Eduardo de Andrade

Estudo de Caso: Cookpit BSC 1

Tecnologia de faixa para falha

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Banco de Dados Orientado a Objetos

Com a introdução da automatização, os calibradores no entanto, vão perdendo a sua importância dentro do processo de fabricação.

IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE SELEÇÃO DE PEÇA USANDO CONCEITOS DE PROGRAMAÇÃO DE SISTEMA DE AUTOMAÇÃO. João Alvarez Peixoto*

Módulo: M_SOLICITACAO_OS - Cadastro da Ordem de Serviço

MANUAL DE INSTRUÇÕES DO TACÔMETRO DIGITAL MODELO TC Leia atentamente as instruções contidas neste manual antes de iniciar o uso do instrumento

Controle de Veículos Aéreos

Manual das planilhas de Obras v2.5

UTILIZANDO O HISTOGRAMA COMO UMA FERRAMENTA ESTATÍSTICA DE ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ÁGUA TRATADA DE GOIÂNIA

OS LEILÕES COMO INSTRUMENTOS DE REGULAÇÃO ECONÓMICA * Novembro, 2004.

Manual de operações e instruções

PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PID/2016 REGULAMENTO

ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA COMPRA DE TÍTULOS NO TESOURO DIRETO

Memórias. O que são Memórias de Semicondutores? São componentes capazes de armazenar informações Binárias (0s e 1s)

Equalização: Corrigir ou Criar

NORMA PARA CERTIFICAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO DE TRANSMISSORES E TRANSCEPTORES MONOCANAIS ANALÓGICOS AM

Universidade do Vale do Rio dos Sinos Programa de Pós-Graduação em Geologia Laboratório de Sensoriamento Remoto e Cartografia Digital

3. Fase de Planejamento dos Ciclos de Construção do Software

ARQUITETURA DE COMPUTADORES

3 Classificação dos Instrumentos Industriais

Cogeração A Gás Natural

2.5 Sistema de recuperação de energia. Funcionamento em alívio

Figura 1 - Visão geral do projeto

"O LabVIEW envia e recebe dados do DAQ e o DAQ atua sobre os sensores e atuadores do reator." - Eleilson S. Silva,

O que é SDCD? O que é SDCD? Alguns Fabricantes. Histórico 24/05/2011. SDCD Sistema Digital de Controle Distibuído. Sala de Controle: Período Clássico

1. Explicando Roteamento um exemplo prático. Através da análise de uns exemplos simples será possível compreender como o roteamento funciona.

Apresentação. 1. Introdução. 2. Situação Problema

Gerenciamento de Riscos Pilar 3

Métodos de Sintonização de Controladores PID

SP 28/07/78 NT 017/78. Controlador de Semáforos Atuado pelo Tráfego. Eng.º José Antonio Telles Guerra. Introdução

1 Título. 2 Objetivos. 3 - Fundamentos Teóricos. Página 1 de 5 Universidade Federal de Juiz de Fora. Prática 1 Aplicações das Funções Lógicas

No manual da webcam, ele descobriu que seu sensor de imagem tem dimensão total útil de 2

dígitos. altura (mm) 10

Escola Secundária José Saramago Mafra. Cursos Profissionais. Guião para os Professores

Instrumentos Econômicos de Gestão Ambiental. Subsídio Ambiental

Transcrição:

CONTROLE SELETIVO e OVERRIDE Nas estratégias de controle, pode surgir a necessidade de aplicar lógica seletora de sinais. Define-se, para tal, chaves seletoras de sinais: (1) Chave Seletora de Valor Alto (HS), e (2) Chave Seletora de Valor Baixo (LS), ilustradas a seguir: Para cada controlador, deve haver pelo menos uma variável manipulada. Contudo, em alguns processos, há uma deficiência de variáveis manipuladas em relação ao número de variáveis de saída que se deseja controlar, N N. Nesta situação, apresentamse dois esquemas de controle que, utilizando controlador do tipo SISO, e chaves seletoras, gerenciam o conflito de interesses criado pela multiplicidade de sinais controlados: C M 1. Controle OVERRIDE 2. Controle SELETIVO Controle Seletivo Neste esquema, existe uma malha fixa de controle (um controlador e uma variável manipulada). Contudo, o sinal alimentado ao controlador (variável controlada medida) é obtido por uma seleção entre múltiplas leituras de sensores, através de uma chave seletora.

As chaves seletoras se aplicam a situações onde uma seleção é necessária, definindo um Controle Seletivo. Como exemplo, utiliza-se o controle de ponto quente em reatores exotérmicos: múltiplas medições, único controlador e único elemento final de controle, esquematizado a seguir. Controle Override Neste esquema, em condições normais de operação, uma variável de saída determina as mudanças na variável manipulada (SISO). As demais saídas ficam sem controle mas são monitoradas. Ocorrendo situação extrema em uma destas variáveis, esta assume o comando sobre a única variável manipulada disponível. Nestas situações, utilizam-se as chaves seletoras para a seleção de sinal de controle entre dois controladores, como no esquema a seguir ilustrado, definido como controle override. Neste, tem-se duas medições, 2 controladores e 1 elemento final de controle. Ressaltase que, em sistemas digitais, estas chaves são substituídas por lógica digital.

Considere um próximo exemplo: forno de pré-aquecimento de óleo. O TC1 (cujo setpoint é a temperatura limite metalúrgico do material da serpentina), recebe sinal do sensor abaixo do valor máximo permitido, requerendo mais combustível para anular o erro. Contudo, o TC2 (cujo setpoint é inferior ao limite metalúrgico dos tubos, controlado por TC1) requer menos combustível. Assim, em condições normais, o sinal selecionado pela chave LS é aquele proveniente do TC2. Na eventualidade dos tubos se aproximarem do limite, TC1 reduzirá o seu sinal de saída (já que houve redução no erro), assumindo, conseqüentemente o controle sobre a válvula. As variáveis de saída teriam o seguinte comportamento, na ocorrência desta anomalia: Anormal T1-setpoint T1 T2-setpoint T2 tempo Exemplo de controle override, implementado no SIMULINK:

Se y2 máximo for ultrapassado, a saída do controlador PID2 supera a do controlador PID1, tornando a entrada i2 do seletor negativa, fazendo que este passe como sinal de saída a saída do PID2 (funcionando como uma chave seletora de valor máximo).. - HSa Gráf. y1 R1 - E1 PID PID 1 0.5 2s1 y1 TM1 y1 vetor y1 Tempo tempo vetor tempo R2 - E2 PID PID 2 u=i1 se i2>=0 2 s1 y2 TM2 Load y2 vetor y2 L2 Gráf. y2 No gráfico seguinte, em t=0, R1 sofreu perturbação unitária. Verifica-se que a variável manipulada rastreia o degrau do setpoint. Em t=10, há uma perturbação de carga em y2, que ultrapassa o seu valor máximo (5) obtendo do seletor a posse do seu sinal de saída. No gráfico, isto se reflete por sinal flutuante de y1 e offset em y1 para t>10. Os dois controladores estão com sintonia puramente proporcional para evitar windup do controlador que não atua na variável manipulada do processo.

No exemplo do forno anterior, existem vários tubos sendo mais adequado acompanhar a temperatura de todos os tubos e selecionar aquela que apresentar maior valor (mais próximo do limite metalúrgico): esta deverá ser utilizada para controle no TC1, combinado, assim, um controle seletivo com um controle override.

Controle Split Range Quando a atuação sobre o processo é conduzida através de duas variáveis manipuladas, coordenadas por um único controlador, que utiliza uma única medição, a estratégia de controle adotada é de partir a saída do controlador entre estes dois atuadores, como mostrado na figura a seguir. As atuações nas duas válvulas (V 1 e V 2 ) são coordenadas pelo controlador de pressão do reator. Em operação normal, a V 2 está totalmente aberta. Sob elevação de setpoint, V 2 é comandada na direção de redução de abertura. Para redução de setpoint, V 1 tem sua abertura reduzida, com V 2 totalmente aberta. Como um segundo exemplo, considere o controle de pressão de uma coluna de destilação (variáveis manipuladas: admissão de N 2 e purga de produto):

Se a pressão estiver acima do seu setpoint, o controlador (PC) reduzirá a admissão de N 2. Quando v1 (AC) estiver totalmente fechada, a pressão será reduzida pela abertura da válvula de purga, v2 (AO). Esta ação sobre as válvulas é obtida dividindo-se a faixa do sinal de saída do controlador. Por exemplo, o sinal pneumático representado atuará em v1de 3 a 9 psig, e em v2 de 9 a 15 psig, como apresentado no gráfico a seguir: 1 v1 v2 0 3 psig 9 psig 15 psig Saída do Controlador