BRICS Monitor. Brasil e Índia na Agenda Internacional de Patentes. Novembro de 2012



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Transcrição:

BRICS Monitor Brasil e Índia na Agenda Internacional de Patentes Novembro de 2012 Núcleo de Sistemas de Inovação e Governança do Desenvolvimento BRICS Policy Center / Centro de Estudos e Pesquisa BRICS 1

BRICS Monitor Brasil e Índia na Agenda Internacional de Patentes Novembro de 2012 Núcleo de Sistemas de Inovação e Governança do Desenvolvimento BRICS Policy Center / Centro de Estudos e Pesquisa BRICS

Autores: Luís Fernandes (coord.) Ana Garcia (coord.) Paula Cruz (assistente de pesquisa) e Clara Willemsens (estagiária) Brasil e Índia na Agenda Internacional das Patentes Em nosso Policy Brief 1 sobre a evolução dos investimentos em P&D e dos registros de propriedade intelectual de produtos e processos de inovação industrial entre os países BRICS, concluímos que, apesar do relativo aumento dos investimos em P&D e da participação destes países no registro de patentes industriais no USPTO, este último indicador ainda revela uma desigualdade acentuada entre esses emergentes e as potências tradicionais no que se refere à inovação, não acompanhando o ritmo acelerado de crescimento econômico daqueles países nos últimos anos. Dentre os BRICS, Brasil e Índia são os países cuja atuação na agenda internacional da propriedade industrial mais tem se destacado historicamente. O presente Monitor tem como objetivo fornecer insumos para uma comparação entre as posições do Brasil e da Índia, tendo como foco principal a 1 O Desenvolvimento Desigual na Era do Conhecimento: A Evolução da Participação dos BRICS no Registro de Propriedade Intelectual e Investimentos em P&D. Disponível em: http://bricspolicycenter.org/homolog/uploads/trabalhos/4034/ doc/1951390816.pdf temática dos medicamentos genéricos 2. Dentre nossas conclusões, percebemos que falta uma melhor articulação de interesses entre os dois países, que possa fortalecer uma posição comum na arena internacional. A adoção de diferentes perspectivas e a carência de um diálogo mais aprofundado sobre o tema das patentes destacam-se como aspectos que contribuem para a dificuldade de superação deste quadro. As posições de Brasil e Índia na agenda da propriedade industrial em perspectiva histórica comparada Na década de 1970, ambos protagonizaram um movimento de países em desenvolvimento que argumentava em prol de uma revisão da Convenção da União de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial (CUP) que a tornasse mais adequada às necessidades e demandas dos países em desenvolvimento. O debate teve como base o documento The Role 2 No último mês, o BRICS Policy Center recebeu a visita do pesquisador indiano Niranjan Rao Calindi (Centre for Economic and Social Studies, India), especialista no tema Economia dos Sistemas de Patentes. Este Monitor resulta das nossas reflexões e trocas com o pesquisador, com o qual nosso núcleo teve a oportunidade de realizar uma extensa entrevista. 3

of the Patent System in the Transfer of Technology to Developing Countries, publicado pela UNCTAD em 1974 3. Até meados da década de 1980, portanto, Brasil e Índia apresentaram na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) uma posição em bloco sobre a regulação do sistema internacional de patentes, tendo como foco a flexibilização de regras para os países em desenvolvimento, a qual, entretanto, nunca chegou a ser posta em prática. A coesão deste bloco, contudo, não se repetiu nas negociações do Acordo TRIPS na Rodada Uruguai do GATT. Tendo em vista a própria dinâmica de negociações deste fórum (que não organizava em blocos, mas em países isoladamente), as posições de Brasil e Índia tenderam a se afastar. Num primeiro momento, ambos lideraram uma coalização de dez países (G10) que se colocavam contrários à inclusão do tema da propriedade intelectual na Rodada. Todavia, isto não refletia mais a existência de uma visão coesa dentro do grupo, cuja atuação também foi prejudicada por ameaças de retaliação comercial por parte dos Estados Unidos a 3 Este documento, por sua vez, foi elaborada com base na Resolução Brasileira apresentada à ONU em 1961, intitulada O Papel das Patentes na Transferência de Tecnologia para Países Subdesenvolvidos. muitos desses países, o que limitou suas margens de manobra durante as negociações. Atualmente e ao contrário do que inadvertidamente tende-se a crer o afastamento entre as posições do Brasil e da Índia acerca do sistema internacional de patentes tem se agravado. Um evento recente envolvendo os dois países e a África do Sul fez ressurgir com vigor o debate em torno das patentes farmacêuticas e da saúde pública, sobretudo em casos de doenças terminais. Referimo-nos ao caso dos medicamentos antiretrovirais, em que Brasil e África do Sul ameaçaram violar os direitos patentários (licenciar compulsoriamente, em termos técnicos) de empresas norteamericana, para a confecção a baixo custo de coquiteis de combate ao vírus HIV/Aids. Na ocasião que mobilizou a opinião pública internacional e resultou na elaboração da Declaração Ministerial de Doha sobre o Acordo TRIPs e a Saúde Pública, o Brasil acabou por importar da indústria farmacêutica indiana os medicamentos necessários à composição do coquitel, além de incluir no contrato a transferência de tecnologia ao Brasil por parte daquele país. As relações estabelecidas entre os três países durante o episódio foram o ponto de partida para a criação do Forum IBAS. Não obstante, a agenda de cooperação deste 4

agrupamento tem se afastado do tema dos medicamentos genéricos e refletido uma ausência de uma coordenação efetiva, sobretudo entre Brasil e Índia, no que se refere à agenda internacional da propriedade industrial. Tal descompasso reflete, em grande medida, a adoção por esses países de perspectivas distintas quanto ao funcionamento do sistema de patentes. Enquanto o Brasil demonstra retomar o argumento que orientou sua conduta durante as décadas de 1960, 1970 e boa parte dos anos 1980, isto é, o de que as regras internacionais devem ser flexibilizadas de modo a favorecerem o desenvolvimento dos países do Sul, o governo indiano tem demonstrado guiar-se pela premissa de que quanto mais rigorosa for a proteção aos direitos de propriedade tão melhor será para o desenvolvimento do seu país. Dito de outro modo, enquanto o Brasil tem reivindicado um equilíbrio mais justo entre interesses privados e públicos na política e na legislação internacional de propriedade intelectual, a Índia tem apresentado a visão de que deverá galgar o desenvolvimento através de padrões mais elevados de proteção aos direitos de propriedade industrial, os quais seriam revertidos em incentivos para o investimento privado em inovação, incluindo o setor farmacêutico. O caso mais recente da Agenda para o Desenvolvimento na OMPI, iniciada em 2004 e finalizada em 2007, ilustra o afastamento entre as posições brasileira e indiana quanto à matéria. Ao passo que a África do Sul, ao lado de outros onze países em desenvolvimento, copatrocinaram a proposta Brasil-Argentina para a inclusão da dimensão desenvolvimentista na OMPI 4, a Índia manteve-se distante das discussões, manifestando seu apoio somente após a primeira Reunião de Cúpula do Forum IBAS, em setembro de 2006, cuja pauta de discussão incluía a questão do apoio à Agenda. Deste modo, há razões para crer que o Brasil e a África do Sul tenham insistido numa posição coesa do agrupamento, o que todavia não tem se traduzido em ações práticas que confirmem sua consistência. Considerações finais A partir da análise histórica do comportamento da Índia e do Brasil no que se 4 Os países co-patrocinadores da proposta formaram o grupo Amigos do Desenvolvimento. Foram eles: África do Sul, Argentina, Bolívia, Brasil, Cuba, Egito, Equador, Irã, Peru, Quênia, República Dominicana, Serra Leoa, Tanzânia e Venezuela. 5

refere à agenda da propriedade industrial, é possível notar um afastamento entre as posições adotadas recentemente pelos dois países, o que tem se traduzido na ausência de uma articulação de interesses em termos mais efetivos. Brasil e Índia e os países BRICS em geral devem ter em conta que cenário atual é extremamente favorável ao estabelecimento de um maior campo de diálogo que inclua o tema da propriedade industrial, tendo em vista o abalo das potências tradicionais diante da crise financeira de 2008, cujos efeitos repercutiram, inclusive, na redução de gastos em inovação 5. A próxima cúpula dos BRICS, em março de 2013 em Durban (África do Sul), pode oferecer um cenário propício para intensificar esse diálogo. Vias bilaterais ou trilaterais, como o IBAS, também reforçam espaços de cooperação Sul-Sul para além das instituições multilaterais. Contudo, para tirar o melhor proveito possível do cenário ora em curso, a pauta de diálogo entre estes países deve incluir desde a elaboração de uma agenda de cooperação em propriedade industrial até a atuação coordenada nos fóruns multilaterais, de modo a fortalecer interesses mútuos e promover efetivamente o desenvolvimento, especialmente no que tange à saúde pública. 5 A este respeito, ver matéria Países ricos cortam gastos em inovação, publicada no Valor, em 02 de outubro de 2012, segundo a qual o investimento feito por empresas nos países membros da OCDE caiu 4,5% me média em 2009, tendo registrado maior redução no sul e leste europeu, mas também em países como a Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido. Além dos cortes em P&D, que chegou a 10% no Japão, o número de patentes internacionais registrado pelos países desenvolvidos passou de 151 mil em 2008, para apenas 160 mil em 2011, sendo ainda mais tímido na União Europeia, onde o número de registros de patentes passou de 49 mil para 50 mil no mesmo período. 6