Anna Júlia Pessoni Gouvêa, aluna do 9º ano B

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Transcrição:

DEPOIMENTOS A experiência que tive ao visitar o Centro Islâmico de Campinas foi diferente e única. É fascinante conhecer novas culturas e outras religiões, poder ver e falar com outro povo e sentir o que estão passando. Ao entrar na Mesquita, incorporamos alguns costumes do Islã, como as mulheres usando o véu. O lugar não é chique, é simples, mas é bonito, além de transmitir outra cultura, é acolhedor. E ao mesmo tempo, tivemos a oportunidade de não só conhecer, mas também de entender vários aspectos dos muçulmanos e sua religião. Os refugiados sírios contaram o que passaram e até o que planejam fazer no futuro, cada momento foi emocionante, era possível sentir seu sofrimento e suas preocupações, é de arrepiar. A cada palavra, mais curiosidades e perguntas vinham surgindo, tentando compreender ao máximo características da religião e costumes. Tenho certeza de que todos que puderam conhecer essa família desejam que ela supere as dificuldades e possa viver em paz em sua terra natal. Espero que eles sejam felizes, e também espero que todos tenham a chance de conhecer culturas, aliás cada cultura é diferente e única... Anna Júlia Pessoni Gouvêa, aluna do 9º ano B

Gostaria de compartilhar com vocês a experiência que tive ao conhecer a Comunidade Islâmica de Campinas, onde nos foi apresentada a Mesquita com seus costumes e tradições, relacionados ao povo muçulmano. Foi uma experiência muito válida, todos deveriam sair da sua rotina, do seu dia a dia e buscar conhecer um pouco de outras comunidades. O que mais me despertou por assim dizer é que, nesse contato visual e verbal com uma família de refugiados, foi possível sentir todo o sofrimento, toda angústia que esse povo carrega consigo, onde vidas e lares foram perdidos, em virtude dessa guerra sem fim. Foi possível enxergar também a tristeza nos olhos dos familiares diante da situação, e o desespero de um futuro incerto. Você se comove de uma tal maneira que te faz repensar na vida, em tudo que temos, como somos, e o que podemos fazer para mudar essa situação. Essa comunidade como tantas outras precisam ser assistidas pelo governo, e nós da comunidade local também podemos fazer a nossa parte. Todos os dias recebemos informações através da mídia, jornais, internet, da situação dos refugiados, e é claro que ficamos comovidos com tamanha violência, mas nada se compara a conhecer pessoalmente esses tristes personagens da vida real. A minha sugestão é quando for possível, que esses trabalhos sejam realizados em campo, pois traz o despertar para a realidade, e com isso a sementinha é plantada naturalmente para que possamos colher bons frutos no futuro, ou seja, nos tornarmos seres humanos melhores. Gostaria de parabenizar os Professores Victor Begeres e Marcos Rogério pela grande iniciativa. Ana Paula Pessoni Gouvêa (Mãe da aluna Anna Júlia Pessoni Gouvêa 9º ano B)

A visita à Mesquita e o encontro com a família síria, além de ter sido uma experiência inesquecível, foi uma oportunidade de estar em contato com o conhecimento, de perceber a realidade, diferente daquela que a mídia nos mostra, entender a triste história que passaram para chegar até aqui e que pensavam retornar, mesmo com todos obstáculos e riscos durante a travessia, à procura de uma melhor condição de vida, que infelizmente nosso país não oferece a eles. Felizmente recebemos a notícia de que todos da família chegaram bem ao seu destino, (felizes por eles, mas tristes por outros que iniciam o mesmo caminho e não o concluem) prontos para enfrentar novas situações e tentarem uma vida digna, diferente daquela que estavam passando na Síria e que muitos ainda passam, devido à guerra. Fico muito feliz por termos realizado o encontro, principalmente pela iniciativa, estímulo e dedicação do professor Victor Begeres e do professor Marcos Rogério nos dando essa grande oportunidade! Foi inevitável nos emocionarmos, nos empolgado para a realização do mesmo, além de nos sentirmos tão próximos de pessoas que havíamos acabado de conhecer, criando um laço inquebrável e uma amizade que levaremos para nossa vida! Beatriz B. Avanci, aluna do 9º ano B

Na entrada do Centro Islâmico de Campinas, um jovem vestindo calça jeans, boné e camiseta com estampa do UFC aguardava o nosso grupo. Devido, talvez, a alguns estereótipos impostos pela mídia, à primeira vista nunca imaginaríamos que ele teria vindo da Síria. Mais que isso, nunca pensaríamos que, antes de deixar seu país, aquele garoto era assombrado por uma guerra terrível... Chama-se Mouhamad. Sua mãe, Hoda, e seu primo, Alaa El-Deen, também estavam presentes a convite de Nader (presidente da mesquita), que aceitara realizar o projeto dos professores do Grupo de Estudos em Atualidades, Victor e Marquinhos. Antes, porém, de conversarmos com os três refugiados, entramos na mesquita e Nader nos ensinou muitas coisas bonitas sobre a sua religião. Ele nos mostrou que, não só no Islã, mas em todas as religiões, o mais importante é o amor, a paz e o respeito, assim não havendo necessidade de preconceitos entre as diferentes crenças existentes pelo mundo. Além disso, Nader conseguiu deixar ainda mais claro que as barbaridades cometidas por grupos como o Estado Islâmico não representam as ideias dos verdadeiros muçulmanos. Pessoalmente, conhecer o Centro Islâmico foi uma experiência muito interessante. Por ter sido minha primeira visita a uma mesquita, alguns costumes - como usar o lenço sobre o cabelo, tirar os sapatos e ficar separada dos meninos - causaram-me certo estranhamento no início. Mas exatamente por serem diferentes, praticá-los foi algo único. Não se tratou apenas de uma visita, mas de um mergulho em uma nova cultura, que muitas vezes parece estar distante de nós. Depois dessa interessante conversa sobre o Islã, seus ritos e sua história, o grupo seguiu a um salão do Centro Islâmico, onde os refugiados dispuseramse a responder nossas perguntas. Mouhamad e Alaa El-Deen já falavam um pouco de português, mas Nader ajudou bastante ao traduzir perguntas e respostas. Hoda, por ser mais tímida e ter mais dificuldade com nossa língua, não participou tanto da conversa. Entre as perguntas feitas pelo grupo, algumas eram mais pessoais - motivos da vinda, impressões sobre o Brasil, expectativas, desejos - e outras eram a respeito do conflito sírio. Com a Guerra Civil, bombas sem rumo acabam com muitos sonhos. Sem escolha, após ter sua casa destruída, a família toda (sete pessoas) deixou o país. No Islã, a questão familiar é muito forte ninguém abandona ninguém. O Brasil foi o destino devido à facilidade de se obter o visto, mas a crise e a violência do nosso país já os fez pensar em novos destinos (Alemanha, Suíça ou Suécia). No entanto, é óbvio que o verdadeiro desejo dessa família é ter uma vida pacífica em sua terra o que, infelizmente, ainda não é possível. Para Mouhamad e Alaa El-Deen, tirar o ditador Bashar al-assad do poder talvez apenas piore a situação atual da Síria, uma vez que isso facilitaria que o Estado Islâmico alcançasse o poder. Esse grupo, para os dois rapazes, é uma vergonha e não representa o Islã. Os refugiados disseram também que, para eles, o conflito não é religioso, mas político. Neste momento, enquanto escrevo este texto, Mouhamad, Hoda, Alaa El- Deen e os outros membros da família já deixaram o Brasil. Algo que me marcou durante o encontro foi o fato de eles terem a consciência de que, em algum trecho do percurso por uma vida melhor, alguém pode ficar para trás. Mesmo assim, com esperança e na companhia de Alá, eles seguem seu

caminho. E, aqui no Brasil, nós desejamos que tudo dê certo e que ainda voltem para cá não mais como refugiados, mas como turistas, que, a qualquer momento, podem pegar um avião e voltar para seu próprio lar. Lara Fortuna, aluna do 9º ano B