Lisboa, 25 de junho de 2014 Riscos Legais e Regulatórios Associados aos Processos de Internacionalização: Uma Perspetiva Fiscal Maria Figueiredo
Índice 1. RISCOS FISCAIS a) ESTABELEIMENTO ESTÁVEL b) DUPLA TRIBUTAÇÃO 2. OUTROS RISCOS RELEVANTES a) CAMBIAL b) LABORAL/MIGRAÇÃO c) ADUANEIRO
Estabelecimento Estável
ESTABELECIMENTO ESTÁVEL Instalação fixa através da qual a empresa exerça toda ou parte da sua atividade Local de direção Sucursal Escritório Mina, poço de petróleo ou gás, pedreira ou qualquer local de extração de recursos naturais Fábrica / Estaleiro por determinado período de tempo Oficina Agente dependente Pessoal no país ( EE pessoal )
ESTABELECIMENTO ESTÁVEL (cont) Riscos: Conceito legal de EE varia consoante jurisdição Estados fora da rede OCDE tendem a adotar conceitos de EE mais abrangentes (modelo ONU) Princípio da força de atração do EE
ESTABELECIMENTO ESTÁVEL (cont) Exemplos: Timor-Leste: prestação de serviços através de pessoal que permaneça no país por 60 dias num período de 12 meses Angola: Estaleiro de obra por 90 dias num período de 12 meses Vs. Moçambique: Estaleiro de obra por 6 meses
Dupla Tributação
DUPLA TRIBUTAÇÃO Escolha do veículo e estrutura de investimento Sociedade local (subsidiária) Sucursal Agente/comissionista/etc Existência de Convenção para Evitar Dupla Tributação (CDT)
DUPLA TRIBUTAÇÃO (cont) Riscos: Retenção na fonte do Estado de investimento Dividendos e remessas de lucros da sucursal Lucros decorrentes de prestação de serviços Tributação de mais-valias no desinvestimento
DUPLA TRIBUTAÇÃO (cont) Exemplos: Angola 10% dividendos e possivelmente nas remessas de lucros de sucursal 10% mais-valias 35% Imposto Industrial Moçambique 20% ou 10% (CDT com Portugal) dividendos 32% IRPC
DUPLA TRIBUTAÇÃO (cont) Dupla tributação económica internacional Participation exemption Regime de participation exemption universal aplicável a dividendos, reservas, mais-valias Aplicável a participações sociais detidas não apenas em Portugal ou países da União Europeia, mas também a participações detidas em sociedades noutras jurisdições desde que: As sociedades devem estar sujeitas a um imposto similar ao IRC, cuja taxa nominal não seja inferior a 60% da taxa de IRC (requisito dispensado em algumas situações) 13,8%
DUPLA TRIBUTAÇÃO (cont)
DUPLA TRIBUTAÇÃO (cont) Dupla tributação económica internacional Crédito de impostos artigo 91.º - A do CIRC
DUPLA TRIBUTAÇÃO (cont) Dupla tributação jurídica internacional Mecanismos CDTs Rede relativamente extensa de Portugal Exemplo: Moçambique, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste (ainda não em vigor) Crédito de imposto artigo 91.º do CIRC
Cambial
CAMBIAL Riscos: Remessas de capitais sujeitas a formalidades morosas de licenciamento Regime legal quanto a abertura e movimentação de contas bancárias por entidades registadas localmente Falta de divisas
CAMBIAL (cont) Exemplos: Angola Hot topic Ambiente restritivo Moçambique Restrições moderadas Países CEMAC (Guiné Equatorial, Gabão)
Laboral / Migração
LABORAL / MIGRAÇÃO Riscos EE Vistos Estruturação de destacamento de trabalhadores Dupla tributação individual
LABORAL / MIGRAÇÃO (cont) Exemplos: Angola Necessidade contrato de trabalho local Ambiente restritivo (gerentes)
Aduaneiro
ADUANEIRO Meios de pagamento: remessas de capitais sujeitas a formalidades Eventuais formalidades a cumprir no país de origem: ex. a inspeção pré-embarque Documentação necessária ao desalfandegamento da mercadoria (ex. fatura comercial, título de propriedade, certificados, etc.) Registos locais necessários
EXEMPLO DE EXPORTAÇÃO: ANGOLA PASSO-A-PASSO 1.º Passo Registo no REI 2.º Passo Determinação o Valor Aduaneiro da Mercadoria 3.º Passo Obtenção de Autorizações Especiais (se aplicável) 4.º Passo Obtenção de uma Licença de Importação 5.º Passo Inspecção Pré-Embarque (facultativo) 6.º Passo Emissão de Declaração de Exclusividade (se aplicável) 7.º Passo Apresentação do Documento Único ou DU 8.º Passo Pagamento de Encargos Aduaneiros 9.º Passo Desalfandegamento
Obrigada Maria Figueiredo maria.figueiredo@mirandalawfirm.com